Implementada em 1990-91, a II
Liga colocou um ponto final ao modelo que então vigorava no segundo escalão, em
que havia três zonas (norte, centro e sul), e passou a concentrar num único
campeonato as subidas à I
Liga e as descidas à antiga II Divisão B.
Organizada pela Liga Portugal, a
II Liga terá em 2020-21 a sua 31.ª edição. Ao longo de três décadas, a
competição foi disputada por mais de seis mil jogadores que atuaram por um
total de 75 clubes. Destes, 21 sagraram-se campeões, sendo que Paços
de Ferreira (quatro títulos), Beira-Mar, Moreirense, Rio
Ave, Estoril
e Gil
Vicente (todos dois) são os seis emblemas que já venceram o campeonato por
mais do que uma ocasião.
Numa altura em que o segundo
escalão está de regresso após mais de meio ano de ausência, vale a pena
recordar os dez jogadores com mais jogos na II Liga.
10. Armando (315 jogos)
Armando Santos |
Comecemos por um defesa central e
por um exemplo de um jogador que se perpetuou na II Liga sem ter alguma vez
experimentado a I
Liga.
Armando estreou-se no segundo
escalão em 1991-92, com a camisola do Feirense, clube que haveria de
representar até 1998. Durante esse período disputou 190 jogos e marcou 11 golos
na também denominada por Liga de Honra ao longo de seis temporadas – em 1993-94
jogou pelos fogaceiros na II Divisão B.
Em 1998-99 participou nas 34
jornadas da competição, ao serviço do Desp.
Aves. A época seguinte foi iniciada no Freamunde, pelo qual disputou 17
partidas, mas a meio da temporada volta aos avenses
para atuar em mais sete encontros e contribuir para a subida à I
Liga.
Entre 2000 e 2002 acumulou 67
jogos com a camisola da Ovarense.
9. Mesquita (318 jogos)
Pedro Mesquita |
Lateral natural de Leça da
Palmeira, no concelho de Matosinhos, jogou pelo Leixões na I
Divisão ainda antes de se estrear na II Liga, também ao serviço dos
leixonenses, pelos quais disputou 128 jogos e marcou um golo no segundo escalão
entre 1990 e 1994.
Seguiu-se uma época na II Divisão
B e o regresso à Liga de Honra pela porta do Rio
Ave, tendo atuado em 32 encontros e apontado um golo no campeonato em
1995-96, contribuindo para a conquista do título e consequente promoção à I
Liga.
Entretanto jogou por rioavistas
e Leça entre a elite
do futebol português antes de voltar à II Liga com a camisola do Gil
Vicente, contribuindo para nova conquista de título em 1998-99 ao
participar em 18 partidas.
Seguiram-se três temporadas no
Leça, nas quais disputou um total de 81 jogos, e duas na Naval, tendo atuado em
59 partidas pela formação da Figueira da Foz – pelos figueirenses protagonizou
também uma grande campanha na Taça
de Portugal, tendo atingido as meias-finais em 2002-03 após terem eliminado
o Sporting
em Alvalade.
8. Clemente (323 jogos)
Clemente |
Avançado açoriano, estreou-se na
II Liga em 2007-08 com a camisola do Gondomar, mas não correu particularmente
bem, tendo disputado 14 jogos e marcado dois golos até janeiro, quando se mudou
para o Desp. Chaves, na altura na II Divisão B.
Ao serviço dos flavienses subiu à
II Liga com Leonardo Jardim e em 2009-10 regressou ao segundo escalão ao
serviço dos transmontanos, tendo atuado em 28 encontros e apontado cinco golos,
insuficientes para evitar a despromoção, numa época em que atingiu a final da Taça
de Portugal e até marcou um golo ao FC
Porto no Jamor.
Seguiram-se dois anos no
Oliveirense, tendo somado 54 partidas e seis golos em Oliveira de Azeméis.
Depois mudou-se para a Arouca
e, apesar de ter jogado mais como suplente utilizado (24) do que como titular
(11), disputou 35 jogos, marcou três golos e contribuiu para a inédita promoção
à II Liga sob o comando técnico de Vítor Oliveira.
Em 2013-14 dividiu a época entre
Desp. Chaves e Farense,
tendo atuado um total de 34 encontros e apontado três golos.
Por fim, regressou aos Açores,
onde foi verdadeiramente feliz. Em quatro temporadas com a camisola do Santa
Clara na II Liga, participou num total 158 partidas, apontou 43 golos e
festejou a subida à I
Liga em 2017-18.
Na temporada seguinte, a última
da carreira, estreou-se no primeiro
escalão à beira de completar 35 anos.
7. Tito (323 jogos)
Tito |
Disputou 323 jogos tal como Clemente,
mas amealhou mais 7119 minutos em campo – 26 865 contra 19 746.
Médio defensivo natural da Póvoa
do Varzim, estreou-se na II Liga precisamente com a camisola do Varzim, em
2004-05, tendo disputado um total de 192 jogos e apontado dois golos na II Liga
até 2011, despedindo-se dos poveiros após a descida à II Divisão B.
Porém, Tito manteve-se na II Liga
ao serviço do Desp.
Aves, clube pelo qual atuou em 131 encontros e apontou três golos entre
2011 e 2015, tendo ficado perto da promoção à I
Liga em 2013-14, quando os avenses
disputaram a liguilha com o Paços
de Ferreira.
6. Pires (324 jogos)
Pires |
Em sexto lugar nesta lista, o
melhor marcador de sempre da II Liga, com 114 golos, um recorde que deverá
preservar durante largos anos.
Curiosamente, Pires
surge no segundo escalão já com 27 anos, com a camisola do Vizela,
tendo disputado 29 jogos e apontado quatro golos em 2008-09. Na época seguinte
ruma ao Portimonense,
volta a atuar em 29 partidas, mas somou seis remates certeiros, contribuindo
para a promoção ao primeiro
escalão.
Entretanto jogou pela formação de
Portimão
na I
Liga e regressou à II Liga em 2011-12 para representar o Desp.
Aves. Às ordens de Paulo
Fonseca marcou 13 golos em 28 partidas.
Depois rumou ao Feirense e voltou
a mostrar veia goleadora, apontando 11 golos em 34 encontros, mas foi em
2013-14 que explodiu, no Moreirense e sob o comando técnico de Vítor Oliveira,
sagrando-se melhor marcador do campeonato com 22 golos em 40 partidas,
contribuindo para nova subida de divisão.
Em 2014 esteve em Angola a
representar o Benfica Luanda, mas voltou ao Portimonense
em janeiro do ano seguinte para dois anos e meio bastante produtivos na II
Liga, nos quais somou mais 104 jogos e 39 golos, sagrando-se melhor marcador do
campeonato (com 23 golos) e subindo de divisão em 2016-17, mais uma vez às
ordens de Vítor Oliveira.
Em 2017-18 voltou a jogar na I
Liga com a camisola do Portimonense,
mas nas duas temporadas que se seguiram vestiu a camisola do Penafiel
no segundo escalão, tendo atuado em mais 52 encontros e apontado 19 golos,
sagrando-se uma vez mais melhor marcador do campeonato em 2018-19, com os
mesmos 16 golos de Fabrício Simões (Famalicão).
5. Sérgio Nunes (335 jogos)
Sérgio Nunes |
Defesa central formado no
Leixões, ascendeu à equipa principal dos matosinhenses aos 18 anos e
rapidamente se impôs como titular, tendo disputado 49 jogos e apontado um golo
na II Liga entre 1992 e 1994.
Após a despromoção à II Divisão B
mudou-se para o Desp.
Aves, tendo atuado em 69 partidas e marcado três golos pelos avenses
no segundo escalão entre 1994 e 1997.
Em 1997-98 mudou-se para a União
de Leiria e, sob o comando técnico de Vítor Oliveira, participou em 27
encontros e faturou por três vezes, contribuindo para a conquista do título da
II Liga e consequente promoção ao primeiro
escalão.
Seguiram-se cinco temporadas na I
Liga, patamar em que defendeu a camisola dos leirienses,
do Benfica
e do Santa
Clara. Ainda nos açorianos,
regressou à II Liga em 2003-04, tendo disputado sete jogos e apontado um golo.
Em 2004 regressou à Vila
das Aves, tendo amealhado mais 54 partidas e quatro golos no segundo
escalão em duas épocas, contribuído para a promoção à I
Liga em 2006. Após ter voltado ao patamar
maior do futebol português em 2006-07, continuou nos avenses
depois da descida de divisão e somou mais 78 encontros e cinco golos pelo clube
na II Liga até 2010.
Já em fim de carreira, jogou na
II Liga por mais dois anos com a camisola do Freamunde, tendo atuado em mais 51
jogos e marcado um golo no campeonato.
4. Luís Pedro (336 jogos)
Luís Pedro |
Luís Pedro ocupa o quarto lugar
desta lista, mas em breve poderá aparecer na primeira posição, uma vez que está
a 22 jogos do topo, tem ainda 31 anos e vai continuar a competir na II Liga em
2020-21. Curiosamente, nunca jogou no primeiro
escalão.
Defesa central natural de
Freamunde e formado no clube da terra, fez a estreia na II Liga ainda com idade
de júnior, em maio de 2008.
Nas temporadas seguintes
conquistou o seu espaço e tornou-se uma das referências da formação do concelho
de Paços de Ferreira, tendo somado um total de 236 jogos e oito golos pelos
capões entre 2008 e 2017, despedindo-se com uma descida de divisão. Pelo meio
representou o Portimonense
em 2013-14, tendo atuado em 10 encontros e apontado um golo ao serviço dos
algarvios.
Entre 2017 e 2019 defendeu as
cores do Penafiel
em 61 partidas, marcando quatro golos; e em 2019-20 representou Varzim, tendo
participado em 19 jogos e somado dois remates certeiros.
Em 2020-21 vai continuar a jogar
pelos varzinistas.
3. Edgar Sá (348 jogos)
Edgar Sá |
Defesa central que concluiu a sua
formação no FC
Porto, estreou-se na II Liga com a camisola do Sp.
Covilhã em 2002-03, tendo participado nas 34 jornadas do campeonato e
apontado seis golos.
Na temporada seguinte passou para
o Marco,
e em dois anos no emblema nortenho somou 46 jogos e marcou quatro golos.
Em 2005-06 esteve ao serviço da
Ovarense, clube pelo qual disputou 31 encontros e faturou por duas vezes, não
evitando a despromoção.
Seguiu-se uma passagem pela II
Divisão B ao serviço de Sp. Espinho e Sp.
Covilhã, tendo ajudado os serranos
a regressar à II Liga em 2008, amealhando mais 59 partidas e nove golos no
segundo escalão até 2010.
Depois passou pelo Santa
Clara, tendo atuado em 35 jogos e marcado um golo pelos açorianos entre 2010
e 2012.
Depois voltou à Beira Baixa para
representar novamente o Sp.
Covilhã durante mais quatro anos, período no qual participou em 143
encontros e apontou sete golos até 2016.
Quando deixou os serranos,
a direção premiou-o com uma Medalha de Honra.
2. Emanuel (352 jogos)
Emanuel |
Médio natural de Vila do Conde,
estreou-se na II Liga aos 18 anos, com a camisola do Rio
Ave, clube pelo qual disputou 71 jogos e marcou cinco golos entre 1993 e
1996, contribuindo para a promoção ao patamar
maior do futebol português em 1995-96.
Seguiram-se quatro temporadas e
meia na I
Liga ao serviço dos rioavistas
e do Boavista,
tendo regressado ao segundo escalão e à casa mãe em janeiro de 2001 para atuar
em 19 partidas até final dessa época.
Em 2001-02 e 2003-04 vestiu a
camisola do Desp.
Aves, participando num total de 57 encontros e marcando 13 golos. Pelo meio
jogou pelo Salgueiros, pelo qual jogou 32 vezes e faturou por três ocasiões na
Liga de Honra.
No verão de 2004 voltou ao clube
onde iniciou a formação, o Varzim, tendo disputado 144 jogos e marcado 11 golos
até 2009. Depois rumou ao Freamunde, despedindo-se da II Liga e do futebol
profissional com 29 encontros e quatro golos no campeonato em 2009-10.
1. Ricardo Pessoa (358 jogos)
Ricardo Pessoa |
Lateral direito natural de Vendas
Novas e formado no Vitória
de Setúbal, jogou pela primeira vez na II Liga em 2003-04, depois de já ter
atuado pelos sadinos
no primeiro
escalão. Nessa temporada, a melhor que viveu no Bonfim,
disputou 20 jogos e marcou um golo.
No verão de 2005 transferiu-se
para o Portimonense
e iniciou um longo ciclo que acabaria por fazer dele um símbolo dos algarvios.
Na primeira passagem pelo clube viveu várias épocas atribuladas, mas conseguiu
a promoção à I
Liga em 2010, no culminar de cinco anos nos quais disputou 149 jogos e
marcou oito golos no segundo escalão.
Em 2010-11 manteve a
titularidade, embora a jogar na elite
do futebol português, e na época seguinte atuou em 28 jogos e marcou cinco
golos na II Liga.
Em 2012-13 esteve emprestado ao
Moreirense, mas na temporada que se seguiu voltou ao Portimonense
para mais quatro anos na II Liga. Nesse período participou em mais 161
encontros e marcou mais 25 golos no segundo escalão, contribuindo para a
conquista do título de campeão e consequente promoção à I
Liga em 2017, tendo encerrado a carreira um ano depois, depois de uma
derradeira temporada entre a elite
do futebol nacional.
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