quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Os 10 futebolistas com mais jogos na II Liga

Dez futebolistas que quase anonimamente têm feito história na II Liga
Implementada em 1990-91, a II Liga colocou um ponto final ao modelo que então vigorava no segundo escalão, em que havia três zonas (norte, centro e sul), e passou a concentrar num único campeonato as subidas à I Liga e as descidas à antiga II Divisão B.

Organizada pela Liga Portugal, a II Liga terá em 2020-21 a sua 31.ª edição. Ao longo de três décadas, a competição foi disputada por mais de seis mil jogadores que atuaram por um total de 75 clubes. Destes, 21 sagraram-se campeões, sendo que Paços de Ferreira (quatro títulos), Beira-Mar, Moreirense, Rio Ave, Estoril e Gil Vicente (todos dois) são os seis emblemas que já venceram o campeonato por mais do que uma ocasião.


Numa altura em que o segundo escalão está de regresso após mais de meio ano de ausência, vale a pena recordar os dez jogadores com mais jogos na II Liga.


10. Armando (315 jogos)

Armando Santos
Comecemos por um defesa central e por um exemplo de um jogador que se perpetuou na II Liga sem ter alguma vez experimentado a I Liga.
Armando estreou-se no segundo escalão em 1991-92, com a camisola do Feirense, clube que haveria de representar até 1998. Durante esse período disputou 190 jogos e marcou 11 golos na também denominada por Liga de Honra ao longo de seis temporadas – em 1993-94 jogou pelos fogaceiros na II Divisão B.
Em 1998-99 participou nas 34 jornadas da competição, ao serviço do Desp. Aves. A época seguinte foi iniciada no Freamunde, pelo qual disputou 17 partidas, mas a meio da temporada volta aos avenses para atuar em mais sete encontros e contribuir para a subida à I Liga.
Entre 2000 e 2002 acumulou 67 jogos com a camisola da Ovarense.


9. Mesquita (318 jogos)

Pedro Mesquita
Lateral natural de Leça da Palmeira, no concelho de Matosinhos, jogou pelo Leixões na I Divisão ainda antes de se estrear na II Liga, também ao serviço dos leixonenses, pelos quais disputou 128 jogos e marcou um golo no segundo escalão entre 1990 e 1994.
Seguiu-se uma época na II Divisão B e o regresso à Liga de Honra pela porta do Rio Ave, tendo atuado em 32 encontros e apontado um golo no campeonato em 1995-96, contribuindo para a conquista do título e consequente promoção à I Liga.
Entretanto jogou por rioavistas e Leça entre a elite do futebol português antes de voltar à II Liga com a camisola do Gil Vicente, contribuindo para nova conquista de título em 1998-99 ao participar em 18 partidas.
Seguiram-se três temporadas no Leça, nas quais disputou um total de 81 jogos, e duas na Naval, tendo atuado em 59 partidas pela formação da Figueira da Foz – pelos figueirenses protagonizou também uma grande campanha na Taça de Portugal, tendo atingido as meias-finais em 2002-03 após terem eliminado o Sporting em Alvalade.


8. Clemente (323 jogos)

Clemente
Avançado açoriano, estreou-se na II Liga em 2007-08 com a camisola do Gondomar, mas não correu particularmente bem, tendo disputado 14 jogos e marcado dois golos até janeiro, quando se mudou para o Desp. Chaves, na altura na II Divisão B.
Ao serviço dos flavienses subiu à II Liga com Leonardo Jardim e em 2009-10 regressou ao segundo escalão ao serviço dos transmontanos, tendo atuado em 28 encontros e apontado cinco golos, insuficientes para evitar a despromoção, numa época em que atingiu a final da Taça de Portugal e até marcou um golo ao FC Porto no Jamor.
Seguiram-se dois anos no Oliveirense, tendo somado 54 partidas e seis golos em Oliveira de Azeméis.
Depois mudou-se para a Arouca e, apesar de ter jogado mais como suplente utilizado (24) do que como titular (11), disputou 35 jogos, marcou três golos e contribuiu para a inédita promoção à II Liga sob o comando técnico de Vítor Oliveira.
Em 2013-14 dividiu a época entre Desp. Chaves e Farense, tendo atuado um total de 34 encontros e apontado três golos.
Por fim, regressou aos Açores, onde foi verdadeiramente feliz. Em quatro temporadas com a camisola do Santa Clara na II Liga, participou num total 158 partidas, apontou 43 golos e festejou a subida à I Liga em 2017-18.
Na temporada seguinte, a última da carreira, estreou-se no primeiro escalão à beira de completar 35 anos.



7. Tito (323 jogos)

Tito
Disputou 323 jogos tal como Clemente, mas amealhou mais 7119 minutos em campo – 26 865 contra 19 746.
Médio defensivo natural da Póvoa do Varzim, estreou-se na II Liga precisamente com a camisola do Varzim, em 2004-05, tendo disputado um total de 192 jogos e apontado dois golos na II Liga até 2011, despedindo-se dos poveiros após a descida à II Divisão B.
Porém, Tito manteve-se na II Liga ao serviço do Desp. Aves, clube pelo qual atuou em 131 encontros e apontou três golos entre 2011 e 2015, tendo ficado perto da promoção à I Liga em 2013-14, quando os avenses disputaram a liguilha com o Paços de Ferreira.


6. Pires (324 jogos)

Pires
Em sexto lugar nesta lista, o melhor marcador de sempre da II Liga, com 114 golos, um recorde que deverá preservar durante largos anos.
Curiosamente, Pires surge no segundo escalão já com 27 anos, com a camisola do Vizela, tendo disputado 29 jogos e apontado quatro golos em 2008-09. Na época seguinte ruma ao Portimonense, volta a atuar em 29 partidas, mas somou seis remates certeiros, contribuindo para a promoção ao primeiro escalão.
Entretanto jogou pela formação de Portimão na I Liga e regressou à II Liga em 2011-12 para representar o Desp. Aves. Às ordens de Paulo Fonseca marcou 13 golos em 28 partidas.
Depois rumou ao Feirense e voltou a mostrar veia goleadora, apontando 11 golos em 34 encontros, mas foi em 2013-14 que explodiu, no Moreirense e sob o comando técnico de Vítor Oliveira, sagrando-se melhor marcador do campeonato com 22 golos em 40 partidas, contribuindo para nova subida de divisão.
Em 2014 esteve em Angola a representar o Benfica Luanda, mas voltou ao Portimonense em janeiro do ano seguinte para dois anos e meio bastante produtivos na II Liga, nos quais somou mais 104 jogos e 39 golos, sagrando-se melhor marcador do campeonato (com 23 golos) e subindo de divisão em 2016-17, mais uma vez às ordens de Vítor Oliveira.
Em 2017-18 voltou a jogar na I Liga com a camisola do Portimonense, mas nas duas temporadas que se seguiram vestiu a camisola do Penafiel no segundo escalão, tendo atuado em mais 52 encontros e apontado 19 golos, sagrando-se uma vez mais melhor marcador do campeonato em 2018-19, com os mesmos 16 golos de Fabrício Simões (Famalicão).



5. Sérgio Nunes (335 jogos)

Sérgio Nunes
Defesa central formado no Leixões, ascendeu à equipa principal dos matosinhenses aos 18 anos e rapidamente se impôs como titular, tendo disputado 49 jogos e apontado um golo na II Liga entre 1992 e 1994.
Após a despromoção à II Divisão B mudou-se para o Desp. Aves, tendo atuado em 69 partidas e marcado três golos pelos avenses no segundo escalão entre 1994 e 1997.
Em 1997-98 mudou-se para a União de Leiria e, sob o comando técnico de Vítor Oliveira, participou em 27 encontros e faturou por três vezes, contribuindo para a conquista do título da II Liga e consequente promoção ao primeiro escalão.
Seguiram-se cinco temporadas na I Liga, patamar em que defendeu a camisola dos leirienses, do Benfica e do Santa Clara. Ainda nos açorianos, regressou à II Liga em 2003-04, tendo disputado sete jogos e apontado um golo.
Em 2004 regressou à Vila das Aves, tendo amealhado mais 54 partidas e quatro golos no segundo escalão em duas épocas, contribuído para a promoção à I Liga em 2006. Após ter voltado ao patamar maior do futebol português em 2006-07, continuou nos avenses depois da descida de divisão e somou mais 78 encontros e cinco golos pelo clube na II Liga até 2010.
Já em fim de carreira, jogou na II Liga por mais dois anos com a camisola do Freamunde, tendo atuado em mais 51 jogos e marcado um golo no campeonato.


4. Luís Pedro (336 jogos)

Luís Pedro
Luís Pedro ocupa o quarto lugar desta lista, mas em breve poderá aparecer na primeira posição, uma vez que está a 22 jogos do topo, tem ainda 31 anos e vai continuar a competir na II Liga em 2020-21. Curiosamente, nunca jogou no primeiro escalão.
Defesa central natural de Freamunde e formado no clube da terra, fez a estreia na II Liga ainda com idade de júnior, em maio de 2008.
Nas temporadas seguintes conquistou o seu espaço e tornou-se uma das referências da formação do concelho de Paços de Ferreira, tendo somado um total de 236 jogos e oito golos pelos capões entre 2008 e 2017, despedindo-se com uma descida de divisão. Pelo meio representou o Portimonense em 2013-14, tendo atuado em 10 encontros e apontado um golo ao serviço dos algarvios.
Entre 2017 e 2019 defendeu as cores do Penafiel em 61 partidas, marcando quatro golos; e em 2019-20 representou Varzim, tendo participado em 19 jogos e somado dois remates certeiros.
Em 2020-21 vai continuar a jogar pelos varzinistas.



3. Edgar Sá (348 jogos)

Edgar Sá
Defesa central que concluiu a sua formação no FC Porto, estreou-se na II Liga com a camisola do Sp. Covilhã em 2002-03, tendo participado nas 34 jornadas do campeonato e apontado seis golos.
Na temporada seguinte passou para o Marco, e em dois anos no emblema nortenho somou 46 jogos e marcou quatro golos.
Em 2005-06 esteve ao serviço da Ovarense, clube pelo qual disputou 31 encontros e faturou por duas vezes, não evitando a despromoção.
Seguiu-se uma passagem pela II Divisão B ao serviço de Sp. Espinho e Sp. Covilhã, tendo ajudado os serranos a regressar à II Liga em 2008, amealhando mais 59 partidas e nove golos no segundo escalão até 2010.
Depois passou pelo Santa Clara, tendo atuado em 35 jogos e marcado um golo pelos açorianos entre 2010 e 2012.
Depois voltou à Beira Baixa para representar novamente o Sp. Covilhã durante mais quatro anos, período no qual participou em 143 encontros e apontou sete golos até 2016.
Quando deixou os serranos, a direção premiou-o com uma Medalha de Honra.


2. Emanuel (352 jogos)

Emanuel
Médio natural de Vila do Conde, estreou-se na II Liga aos 18 anos, com a camisola do Rio Ave, clube pelo qual disputou 71 jogos e marcou cinco golos entre 1993 e 1996, contribuindo para a promoção ao patamar maior do futebol português em 1995-96.
Seguiram-se quatro temporadas e meia na I Liga ao serviço dos rioavistas e do Boavista, tendo regressado ao segundo escalão e à casa mãe em janeiro de 2001 para atuar em 19 partidas até final dessa época.
Em 2001-02 e 2003-04 vestiu a camisola do Desp. Aves, participando num total de 57 encontros e marcando 13 golos. Pelo meio jogou pelo Salgueiros, pelo qual jogou 32 vezes e faturou por três ocasiões na Liga de Honra.
No verão de 2004 voltou ao clube onde iniciou a formação, o Varzim, tendo disputado 144 jogos e marcado 11 golos até 2009. Depois rumou ao Freamunde, despedindo-se da II Liga e do futebol profissional com 29 encontros e quatro golos no campeonato em 2009-10. 


1. Ricardo Pessoa (358 jogos)

Ricardo Pessoa
Lateral direito natural de Vendas Novas e formado no Vitória de Setúbal, jogou pela primeira vez na II Liga em 2003-04, depois de já ter atuado pelos sadinos no primeiro escalão. Nessa temporada, a melhor que viveu no Bonfim, disputou 20 jogos e marcou um golo.
No verão de 2005 transferiu-se para o Portimonense e iniciou um longo ciclo que acabaria por fazer dele um símbolo dos algarvios. Na primeira passagem pelo clube viveu várias épocas atribuladas, mas conseguiu a promoção à I Liga em 2010, no culminar de cinco anos nos quais disputou 149 jogos e marcou oito golos no segundo escalão.
Em 2010-11 manteve a titularidade, embora a jogar na elite do futebol português, e na época seguinte atuou em 28 jogos e marcou cinco golos na II Liga.
Em 2012-13 esteve emprestado ao Moreirense, mas na temporada que se seguiu voltou ao Portimonense para mais quatro anos na II Liga. Nesse período participou em mais 161 encontros e marcou mais 25 golos no segundo escalão, contribuindo para a conquista do título de campeão e consequente promoção à I Liga em 2017, tendo encerrado a carreira um ano depois, depois de uma derradeira temporada entre a elite do futebol nacional.




















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