segunda-feira, 9 de setembro de 2019

A minha primeira memória de... um jogo entre Portugal e Lituânia

Um golo típico de João Pinto deu vantagem a Portugal em Viseu
Estávamos em agosto de 2000 e a seleção nacional estava em estado de graça. Ainda pouco habituada a fases finais, a equipa das quinas vinha de um Campeonato da Europa memorável, com vitórias sensacionais sobre Inglaterra e Alemanha e triunfos frente a duas seleções que, não sendo das mais fortes, tinham belíssimas gerações: a Roménia de Hagi ainda na fase de grupos e a Turquia de Hakan Sukur nos quartos-de-final. A eliminação surgiu apenas nas meias-finais e de forma algo polémica, com Zidane a marcar de penálti o golo de ouro já no final do prolongamento após mão na bola de Abel Xavier.


Após essa magnífica campanha, Figo, Rui Costa e companhia reencontraram-se quase dois meses depois para um jogo particular com a Lituânia em Viseu. Os convocados eram quase todos os mesmos do Euro 2000, mas o selecionador era diferente, com Humberto Coelho a ceder o lugar a António Oliveira. Em ponto de mira estava a qualificação para o Mundial 2002.

Portugal não facilitou frente à seleção do Báltico e venceu por expressivos 5-1, num jogo que me recordo de ter assistido em casa e que durante vários meses pensei que estivesse integrado no apuramento para o Campeonatodo Mundo. "Foi bonita a festa de Viseu. Houve golos, momentos de bom futebol, homenagens e uma contagiante euforia em torno da Selecção Nacional. O país do futebol está com a sua equipa mais representativa, provando–se que assim é de cada vez que há uma acção descentralizadora", podia ler-se na crónica do jornal O Jogo.


“No dia do regresso ao comando técnico da Selecção Nacional, António Oliveira apresentou no Fontelo a mais consensual das equipas. Ou seja, fez alinhar o onze base do Europeu, com Nélson, Paulo Sousa e Sá Pinto em lugares que já foram deles - principalmente dos dois últimos - mas que na Holanda e na Bélgica foram maioritariamente ocupados por Abel Xavier, Paulo Bento e Nuno Gomes, que se encontram castigados. Por outras palavras, Oliveira recuperou a sua equipa de 1996, agora bem mais madura e interligada, denotando apreciável fio de jogo. (...) Frente a um adversário débil e ante uma plateia entusiasta, deu para tudo, desde o lance de garra ao passe rasgado ou mesmo ao adorno dispensável mas sempre bonito, principalmente quando executado por jogadores superiormente dotados tecnicamente, como são a maior parte dos seleccionados portugueses”, resumiu o diário desportivo.

A goleada começou a ser construída aos 31 minutos, com João Pinto a antecipar-se a toda a gente ao mergulhar para a bola e cabecear para o fundo das redes, na resposta um cruzamento fantástico de Paulo Sousa. Sete minutos depois, Rui Costa desmarcou Figo e o extremo que tinha acabado de trocar o Barcelona pelo Real Madrid fez o resto.


À beira do intervalo, o árbitro assinalou grande penalidade a favorecer a Lituânia por mão na bola de Jorge Costa e Fomenko reduziu a desvantagem, enganando Vítor Baía.

Na segunda parte, porém, só deu Portugal. Também de penálti, a castigar falta sobre Sá Pinto, Rui Costa fez o 3-1 logo nos primeiros instantes da etapa complementar. Mais perto do fim, o central Beto estreou-se a marcar pela seleção através de um cabeceamento certeiro na sequência de um livre lateral de Rui Costa e Pauleta sentenciou o resultado após jogada individual.









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