Um golo típico de João Pinto deu vantagem a Portugal em Viseu |
Estávamos em agosto de
2000 e a seleção nacional estava em estado de graça. Ainda pouco
habituada a fases finais, a equipa das quinas vinha de um Campeonato
da Europa memorável, com vitórias sensacionais sobre Inglaterra e
Alemanha e triunfos frente a duas seleções que, não sendo das mais
fortes, tinham belíssimas gerações: a Roménia de Hagi ainda na
fase de grupos e a Turquia de Hakan Sukur nos quartos-de-final. A
eliminação surgiu apenas nas meias-finais e de forma algo polémica,
com Zidane a marcar de penálti o golo de ouro já no final do
prolongamento após mão na bola de Abel Xavier.
Após essa magnífica
campanha, Figo, Rui Costa e companhia reencontraram-se quase dois
meses depois para um jogo particular com a Lituânia em Viseu. Os
convocados eram quase todos os mesmos do Euro 2000, mas o
selecionador era diferente, com Humberto Coelho a ceder o lugar a
António Oliveira. Em ponto de mira estava a qualificação para o
Mundial 2002.
Portugal não facilitou
frente à seleção do Báltico e venceu por expressivos 5-1, num
jogo que me recordo de ter assistido em casa e que durante vários
meses pensei que estivesse integrado no apuramento para o Campeonatodo Mundo. "Foi bonita a festa de Viseu. Houve golos, momentos de
bom futebol, homenagens e uma contagiante euforia em torno da
Selecção Nacional. O país do futebol está com a sua equipa mais
representativa, provando–se que assim é de cada vez que há uma
acção descentralizadora", podia ler-se na crónica do jornal O
Jogo.
“No dia do regresso ao
comando técnico da Selecção Nacional, António Oliveira apresentou
no Fontelo a mais consensual das equipas. Ou seja, fez alinhar o onze
base do Europeu, com Nélson, Paulo Sousa e Sá Pinto em lugares que
já foram deles - principalmente dos dois últimos - mas que na
Holanda e na Bélgica foram maioritariamente ocupados por Abel
Xavier, Paulo Bento e Nuno Gomes, que se encontram castigados. Por
outras palavras, Oliveira recuperou a sua equipa de 1996, agora bem
mais madura e interligada, denotando apreciável fio de jogo. (...)
Frente a um adversário débil e ante uma plateia entusiasta, deu
para tudo, desde o lance de garra ao passe rasgado ou mesmo ao adorno
dispensável mas sempre bonito, principalmente quando executado por
jogadores superiormente dotados tecnicamente, como são a maior parte
dos seleccionados portugueses”, resumiu o diário desportivo.
A goleada começou a ser
construída aos 31 minutos, com João Pinto a antecipar-se a toda a
gente ao mergulhar para a bola e cabecear para o fundo das redes, na
resposta um cruzamento fantástico de Paulo Sousa. Sete minutos
depois, Rui Costa desmarcou Figo e o extremo que tinha acabado de
trocar o Barcelona pelo Real Madrid fez o resto.
À beira do intervalo, o
árbitro assinalou grande penalidade a favorecer a Lituânia por mão
na bola de Jorge Costa e Fomenko reduziu a desvantagem, enganando
Vítor Baía.
Na segunda parte, porém,
só deu Portugal. Também de penálti, a castigar falta sobre Sá
Pinto, Rui Costa fez o 3-1 logo nos primeiros instantes da etapa
complementar. Mais perto do fim, o central Beto estreou-se a marcar
pela seleção através de um cabeceamento certeiro na sequência de
um livre lateral de Rui Costa e Pauleta sentenciou o resultado após
jogada individual.
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