quinta-feira, 23 de maio de 2019

Léo Pereira. Um zagueiro à medida de um clube grande

Léo Pereira é um produto das categorias de base do Athleitco
Numa das equipas do Brasil que mais privilegia a relação com a bola, o Athletico Paranaense, há sempre valorização dos jogadores mesmo que os resultados não cheguem para andar pelos lugares cimeiros do campeonato. O treinador Tiago Nunes gosta de ver a sua equipa a chegar ao ataque através de um futebol apoiado que se inicia nos pés do guarda-redes e passa por todos os setores, estimulando a técnica individual de cada um.


Um dos atletas que tem saído mais valorizado por esta ideia de jogo é o zagueiro [central] Léo Pereira, de apenas 23 anos. Internacional brasileiro pelas camadas jovens, há muito que era uma promessa da formação do Furacão, mas só no ano passado conseguiu afirmar-se, depois de ter estado emprestado a Guaratinguetá, Náutico e aos norte-americanos do Orlando City.

Impôs-se já com Tiago Nunes como homem do leme e foi um dos esteios da equipa que venceu a Copa Sul-Americana, mostrando-se como peixe na água no estilo tecnicista do emblema de Curitiba. Bastante seguro e confortável com a bola nos pés, sai muito bem a jogar, chegando a entrar no meio-campo ofensivo com a bola dominada, à procura de criar desequilíbrios, e a jogar diretamente para os avançados. E como no processo ofensivo do Athletico Paranaense os centrais abrem bastante e os laterais estão projetados no ataque, chega a confundir-se como um lateral pela forma como aparece no lado esquerdo a dar uma linha de passe ou mesmo a cruzar.

No fundo, exibindo as qualidades futebolísticas necessárias para integrar equipas grandes, que na sua larga maioria têm na posse de bola e no domínio territorial algumas das diretrizes da filosofia de jogo. Porém, Léo Pereira tem uma característica muito interessante, que é juntar essas competências ao facto de ser canhoto, o que em tese é uma vantagem para ocupar a vaga de central do lado esquerdo tanto num sistema de quatro defesas como de três centrais. Curiosamente, um dos que clubes que se tem mostrado interessado na sua contratação, o FC Porto, tem quatro destros nas principais soluções para o eixo defensivo na época que está a terminar: Éder Militão, Felipe, Pepe e Mbemba. E como o primeiro vai rumar ao Real Madrid e o segundo poderá mudar de ares este verão, os dragões terão mesmo de ir ao mercado para colmatar essas saídas.


Os azuis e brancos não estão sozinhos na corrida, pois os franceses do Lyon, os italianos do Inter de Milão e os alemães do Wolfsburgo também estão atentos, mas esse interesse não se esgota pela qualidade do jogador com a bola nos pés. A forma como impõe o seu 1,86 m nas duas áreas, a asserto posicional e a rapidez de reação são outras das características bem visíveis no zagueiro.

Com contrato até 2022, existe a expetativa por parte do clube em encaixar cerca de seis milhões de euros com o jogador. Se a qualidade futebolística dele é inquestionável, resta saber como se adaptará a outro país e se integrará noutra equipa.























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