sábado, 15 de outubro de 2011

Taça de Portugal | Portimonense 0-2 Benfica



O Benfica foi ontem a Portimão derrotar o Portimonense por 2-0, num jogo a contar para a 3ª eliminatória da Taça de Portugal.


Eis a constituição das equipas:

Portimonense



Quando voltou à Orangina no inicio deste ano, chegou a haver a ameaça de acabar com o futebol profissional, no entanto, isso não se cumpriu mas notou-se um menor investimento, tanto que o clube de Portimão ocupa a última posição da II Liga Portuguesa, onde são igualmente a pior defesa (10 sofridos), embora no ataque até sejam das equipas que marquem mais golos (7 marcados), especialmente por intermédio de Simmy, Traoré e Rafa, um trio de jogadores de características ofensivas à disposição de João Bastos que leva dois golos cada.
Do Portimonense versão 2011/2012, é apenas isso que conheço, a estatística.


Benfica



O Benfica apresenta um onze inédito esta temporada, com Jorge Jesus a poupar alguns jogadores, especialmente aqueles que a meio da semana tiveram compromissos nas selecções.
Artur cedeu o seu lugar a Eduardo, Miguel Vítor e Capdevilla ocupam as laterais normalmente frequentadas por Maxi Pereira e Emerson, Matic e David Simão surgem no meio-campo onde costuma actuar Javi Garcia e Witsel, Bruno César e Nolito jogam em simultâneo em vez de Gaitán e um deles como geralmente acontece, e na frente de ataque, nem Aimar como “10” nem Cardozo como “9” nem Saviola, mas sim Rodrigo e Nélson Oliveira a formarem a dupla de pontas-de-lança.
Os encarnados apresentavam-se aqui com uma versão menos rodada, mas que com certeza iria manter competitividade.


O jogo começou muito fechado, com o Portimonense a fazer uma abordagem bastante defensiva ao jogo, apresentando apenas três jogadores de características ofensivas (Vitor Gonçalves e Rafa nas alas e Fabrício, médio-ofensivo de origem, a jogar no eixo do ataque) e três elementos no meio-campo que pouco ou nada sobem no terreno, fazendo uma primeira barreira perante o jogo do Benfica.

O Benfica durante toda a primeira parte esmagou completamente na posse de bola (cerca de 75%), mas em termos de jogo ofensivo organizado não teve muitas oportunidades para marcar, sendo de longe algumas das principais ocasiões de golo, especialmente por Capdevila aos 17’ na sequência de um livre indirecto a enviar a bola ao poste, e também por Matic, com um remate forte aos 27’ permitindo uma grande defesa a Goda.
Foi muito difícil ao Benfica conseguir furar por cerca de sete jogadores muito defensivos, ainda que desse a entender que se aumentasse a intensidade de jogo poderia conseguir expressar de uma forma mais evidente a superioridade sobre a turma algarvia.
Tal era a enorme posse de bola que os encarnados apresentavam e tal era a forma como estavam instalados no meio-campo que muitas vezes pareciam estar a jogar em 3-5-2, com Matic a jogar entre os centrais que abriam nesse momento, e Miguel Vítor e Capdevila a jogarem muito adiantados no terreno nos respectivos flancos.
No meio, David Simão fez, e até com alguma qualidade, a função que geralmente cabe a Aimar que é guiar o jogo ofensivo do Benfica pelo centro do terreno. Mostrou ter uma boa qualidade técnica e é daqueles jogadores que se jogar regularmente (não necessariamente no Benfica) pode vir a ter uma grande carreira.

Quanto ao Portimonense, foi apostando nas suas armas ofensivas, que são os seus extremos rapidíssimos, assim que o Benfica permitia situações de contra-ataque. Rafa então foi uma dor de cabeça para Miguel Vítor, do outro lado Vítor Gonçalves não foi tão incomodativo para Capdevila. No entanto, foi pelo seu homem do eixo do ataque que a equipa de Portimão criou a sua principal ocasião de golo, num remate fortíssimo de Fabrício (124 km/h) que foi desviado para canto por Eduardo aos 15’.


Para a segunda parte, esperava-se um Benfica que iria tentar aumentar a intensidade do seu jogo, e uma equipa do Portimonense, que aos poucos e poucos, se fosse aguentando o 0-0, ganhar alguma confiança e daí surtirem efeitos, positivos ou negativos.

A utilização dos jogadores menos rodados do Benfica estava a resultar em alguma falta de entrosamento e de qualidade, e ao intervalo Jesus começou por trocar Nélson Oliveira por Saviola, no entanto, após 10 minutos sem grandes oportunidades, o treinador das águas volta a mexer, desta vez colocando Witsel em campo para o lugar de David Simão.

Logo depois, na transformação de um livre directo na direita, Bruno César faz golo, estavam decorridos 58 minutos.

Com o golo sofrido, o Portimonense teve de mexer na equipa e subir no terreno, e o seu treinador rapidamente colocou Simmy e Traoré em campo, dois jogadores de características ofensivas, no entanto, ao abrir o jogo contra uma equipa com o Benfica, já se sabe que arrisca-se a sofrer, e foi isso que os encarnados fizeram por intermédio de Rodrigo, aos 72’, após um excelente passe de Bruno César.

A partir daí, o jogo foi muito tranquilo, o Benfica já tinha praticamente o jogo ganho, e os minutos que se seguiram foi apenas para passar tempo, ainda que tenham havido algumas oportunidades de golo, as equipas estavam conformadas com o resultado, os encarnados porque tinham a sua vantagem assegurada e o Portimonense porque não tinha grandes argumentos para recuperar.


Analisando as equipas, o Portimonense não foi muito inferior a outras equipas da 1ª Divisão que jogam contra os grandes. Mostrou solidez a defender sobretudo na 1ª parte, no entanto, ofensivamente criou poucas ocasiões.
Tem alguns jogadores que mereciam talvez jogar no primeiro escalão, como o caso do capitão Ricardo Pessoa, e alguns jovens que podem chegar lá como Rafa, Wakaso ou Vítor Gonçalves, sendo que o primeiro é o que provavelmente chegará aos grandes palcos mais cedo, já que está emprestado pelo Vitória de Guimarães.

Quanto ao Benfica, a segunda linha não tremeu mas também não teve assim tantos argumentos para desbloquear o empate.
Eduardo praticamente foi um espectador, Luisão e Garay foram sólidos, Miguel Vítor revelou algumas fragilidades porque foi por aí que o Portimonense mais atacou e Capdevila mostrou argumentos para disputar a titularidade com Emerson.
Matic esteve ao seu nível, David Simão é um jogador corajoso e que tem qualidade mas precisa de jogar com mais regularidade, Nolito esteve algo apagado e amuou quando lhe foi atribuído o cartão amarelo. Bruno César foi a figura do jogo, tendo feito um golo e uma grande assistência. Nélson Oliveira precisa de ritmo de jogo e Rodrigo ganhou certamente confiança com o golo apontado, um golo só para alguém com dotes de goleador. Saviola mexeu com o jogo, e de resto, quando Witsel entrou, foi numa fase do jogo que o Benfica colocou-se em vantagem e que de uma forma tranquila foi gerindo a vantagem, mesmo não apresentando a tal nota artística a que Jorge Jesus gosta de se referir.


Com esta vitória, o Benfica apura-se para a 4ª eliminatória da Taça de Portugal.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Qualificação EURO 2012 | Dinamarca 2-1 Portugal



Portugal, esta noite, viveu uma das noites de maior desilusão nos últimos anos ao perder por 2-1 em Copenhaga frente à Dinamarca, hipotecando as hipóteses de se qualificar directamente para o EURO 2012.


Eis a constituição das equipas:

Dinamarca



Da Dinamarca como equipa pouco conheço, mas sei, como é óbvio, da qualidade dos seus jogadores. Sorensen (Stoke City), por exemplo, é um conhecido e experiente guarda-redes com algum nome em Inglaterra onde fez grande parte da sua carreira. Eriksen (Ajax) é um jovem de 19 anos que já é uma das figuras do seu clube e da sua selecção, e que poderá dar que falar. Bendtner (Sunderland por empréstimo do Arsenal) é um avançado muito talentoso e de um porte físico intimidador que durante este defeso foi diversas vezes apontado como potencial reforço dos três grandes de Portugal. Rommedahl (Brondby) como se sabe é um avançado muito experiente (33 anos) que ao longo da sua carreira tem jogado em alguns clubes importantes como o PSV, Ajax e Olympiakos, e parece estar de pé quente, pois marcou dois dos quatro golos da Dinamarca em Chipre. De resto, há outros jogadores com menos nome mas que jogam ou já jogaram recentemente em alguns dos principais campeonatos europeus, em clubes que habitualmente ocupam as posições do meio da tabela para cima.


Portugal



Paulo Bento não mexe no onze titular que derrotou a Islândia. Sílvio recuperou da sua lesão, no entanto, a exibição de Eliseu na passada sexta-feira foi convincente para manter o lugar.
De resto, sem novidades, mantendo o sistema de jogo que o seleccionador tem imposto desde que chegou ao comando da equipa AA de Portugal e que de facto melhor se adequa às características dos melhores jogadores do país.


A selecção portuguesa entrou algo apática no jogo, com pouca ambição, e como se isso não bastasse, os dinamarqueses entraram muito fortes, e acabaram por marcar logo aos 4’, mas o golo foi anulado. Após um livre na direita, Rommedahl parece estar em fora de jogo e desvia a bola para Rui Patrício que não consegue agarrar a bola, até por acção de um jogador dinamarquês que a empurra com o joelho para a baliza. Não se percebeu ao certo se o lance foi invalidado por fora-de-jogo ou por falta, mas a verdade é que não contou. Apesar de ser português, há que admitir que a decisão do árbitro deixou muitas dúvidas, não só a mim, como ao próprio que numa primeira instância tinha validado o golo e sem qualquer indicação dos seus assistentes voltou com a palavra atrás e anulou-o.

A Dinamarca continuou por cima e acabou mesmo por marcar a contar aos 13’, por Krohn-Dehli, que após um lance individual em que fez uma diagonal da esquerda para o meio, viu o seu remate tabelar em Rolando em entrar caprichosamente na baliza de Rui Patrício que pouco pôde fazer.

Como se não bastasse, da Suécia surgiu más noticias. A selecção escandinava estava a vencer a Holanda e isso significava que Portugal perdendo já não se poderia qualificar como melhor segundo classificado.

Entretanto, a equipa das quinas foi assentando o seu jogo, foi aumentando a posse de bola e circulando-a mais vezes no meio-campo adversário, e embora com tentativas inconsequentes, os portugueses foram-se aproximando mais da baliza de Sorensen e foram crescendo no jogo, chegando ao intervalo dando a ideia que na segunda parte as coisas poderiam mudar. Da Suécia surgiu novas noticias, a Holanda tinha empatado e Portugal se os jogos terminassem assim, estava qualificado para o EURO 2012.


A segunda parte começou novamente com a Dinamarca ao ataque e de Estocolmo surgiram novas noticias: a Holanda fez 2-1, mas rapidamente a Suécia conseguiu dar a volta aos acontecimentos e colocar o resultado em 3-2.

Portugal, sempre esforçado mais sem criar situações de golo, não conseguia empatar o jogo nem ter oportunidades que permitissem aos jogadores pensar que o tento haveria de chegar, e acabou mesmo por sofrer o segundo golo, num lance de contra-ataque em que Rommedahl do lado direito ultrapassa Eliseu em velocidade e assiste Bendtner que à boca da baliza marcou. Estavam decorridos 63 minutos.

Nesta altura, Paulo Bento tirou Eliseu e Carlos Martins (que já se sabe que só dura cerca de 60/70 minutos por jogo) e colocou Miguel Veloso e Quaresma. Com esta alteração, o seleccionar deveria estar a pensar que o jogador do Génova poderia ser útil na marcação de bolas paradas (um lance que apesar da desinspiração colectiva de uma equipa pode desbloquear um resultado negativo) e com a entrada do extremo do Besiktas, procurou continuar a ter jogadores criativos nas alas, mas ao mesmo tempo aproveitar a capacidade de finalização de Cristiano Ronaldo, que se mudou para o centro do ataque.
Mas as coisas saíram completamente ao contrário, Quaresma foi sempre esforçado mas inconsequente e Ronaldo que apesar da dedicação (não esquecer que estava a jogar condicionado por uma lesão) continuava sem brilho e até desapareceu definitivamente do jogo colectivo da equipa.
Por esta altura, tanto eu como os comentadores da RTP, acreditavam que se Portugal se apurasse esta noite para o EURO 2012, mais depressa seria por um resultado em Estocolmo que não desse os três pontos à Suécia do que propriamente por uma reviravolta nos acontecimentos em Copenhaga.

Nos últimos 15 minutos, na sequência de dois cantos, Rolando (de cabeça) e Meireles (de pé esquerdo) em remates completamente desajeitados atiraram para fora, e praticamente esses foram os pontos de exclamação que acabaram por sentenciar a partida.

A partir daí, a Dinamarca até esteve mais próxima do 3-0, e se não o fez, os portugueses bem podem agradecer ao controverso Rui Patrício, que com três grandes defesas evitou golos de Bendtner, Rommedahl e Simon Poulsen.

Quando já ninguém acreditava e o jogo na Suécia já tinha acabado com vitória para a selecção local por 3-2, Cristiano Ronaldo de livre directo fez o 1-2 aos 90+2’.
Faltavam dois minutos de compensação para jogar mas já era tarde, Portugal falhou a qualificação directa e vai precisar de um “Play-Off” para poder (ou não) qualificar-se para a maior competição entre selecções nacionais europeias.


Analisando as equipas, creio que ganhou a que mostrou mais organização, garra e força de vontade, embora como é visível, a que tinha menos atributos técnicos.
Penso que todos os jogadores da Dinamarca estiveram em grande nível, Sorensen esteve sempre seguro, na defesa Kjaer fez uma grande exibição, mostrando ser feito de betão, e o resto do sector também esteve muito bem, não deixando Portugal criar grandes ocasiões para marcar.
Os centro-campistas anularam bem o jogo dos portugueses pelo meio, os extremos, especialmente Krohn-Dehli, estiveram sempre muito irrequietos, tal como Rommedahl que jogou ao lado de um mais posicional Bendtner, que cumpriu a sua missão, que é como quem diz: marcar, resolver jogos. Dos que entraram, destaco uma excelente jogada individual do esquerdino Simon Poulsen que proporcionou uma grande defesa a Patrício na fase final do jogo.

Já a equipa das quinas, colectivamente desiludiu, naquele que foi muito provavelmente o pior jogo e o mais desolador da “Era Paulo Bento”.
Rui Patrício não esteve muito bem na fotografia naquele golo anulado aos dinamarqueses, mas de resto esteve em bom nível. De resto, Rolando mostrou má leitura de jogo e falta de talento para atacar os lances, tanto defensiva como ofensivamente. Bruno Alves também ficou mal na fotografia em algumas jogadas, tal como João Pereira e Eliseu, os responsáveis pelas aberturas de espaço a Krohn-Dehli e a Rommedahl nos golos dinamarqueses.
Meireles esteve algo apagado, Moutinho mostrou-se esforçado mas pouco mais poderia fazer, Carlos Martins lutou mas já se sabe que não é jogador para 90 minutos, Nani, Ronaldo e Quaresma apesar da vontade, foram inconsequentes e estiveram ofuscados.
Já Postiga, alguém deu por ele? Que péssima exibição! Creio que Nuno Gomes mexeu-se mais e procurou ajudar mais a equipa no pouquíssimo tempo que esteve em campo.


Enfim, nada está perdido, creio que este foi apenas um acidente no percurso para já incontestável da selecção desde que Paulo Bento assumiu o cargo de seleccionador, e que isso irá ser demonstrado no “Play-Off”, se o sorteio, obviamente, também ajudar.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

WSW na Quinta do Conde (09-10-2011) - Análise e Reportagem



No último domingo (09 de Outubro) desloquei-me à localidade da Quinta do Conde, concelho de Sesimbra, para assistir a um espectáculo da World Stars of Wrestling (WSW).

Desta vez o espectáculo só começou com 20 minutos de atraso (estava previsto começar às 16:30) e como cheguei mais cedo decidi tirar umas fotografias a mais gravuras expostas nos camiões de apoio ao espectáculo. Vejam só as imagens que podem ter levado as pessoas a interessar-se pelo evento…....

domingo, 9 de outubro de 2011

WSW na Quinta do Conde (08-10-2011) - Análise e Reportagem



No último sábado (08 de Outubro) desloquei-me à localidade da Quinta do Conde, concelho de Sesimbra, para assistir a um espectáculo da World Stars of Wrestling (WSW).

O evento estava programado começar às 21:00 mas só começou perto das 22:00, o que me deu tempo suficiente para ver e fotografar as imagens gravadas no edifício da bilheteira e nos carros de apoio ao evento.......

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Qualificação EURO 2012 | Portugal 5-3 Islândia



Portugal venceu esta noite a Islândia por 5-3 no Estádio do Dragão, no Porto, e deu um passo de gigante para confirmar a sua presença no EURO 2012.


Eis a constituição das equipas:

Portugal



Portugal, como se sabe, teve de preparar este jogo com algumas baixas, sobretudo na defesa onde Pepe, Fábio Coentrão e Sílvio se encontram lesionados, Ricardo Carvalho está suspenso dos jogos da selecção e Bosingwa continua (inexplicavelmente) a não ser chamado.
Para os seus lugares, e completando o quarteto defensivo como João Pereira, entram Bruno Alves, Rolando e Eliseu.
De resto, mantém-se o onze que tem jogado a titular nos últimos jogos oficiais, ainda que alguns suplentes importantes como Danny e Hugo Almeida fossem também baixas devido a lesão.


Islândia



A selecção da Islândia, da qual conheço muito pouco, já se sabia que não podia contar com Gudjohnsen, o seu jogador mais popular, ex-atleta de Chelsea e Barcelona, entre outros.
Para além dele, também jogadores importantes como Helguson (Queen Park Rangers) e Sightórsson (Ajax) estarão ausentes desta partida devido a lesão.


Portugal não entrou tão forte como se esperava, talvez com demasiada confiança, com a ideia de que mais cedo ou mais tarde haveria de marcar e abrir caminho para a vitória, e até foram os islandeses os primeiros a criar perigo, na sequência de um lançamento lateral Solvi Jonsson cabeceou para uma defesa fantástica de Rui Patrício.

A equipa das quinas aprendeu com o erro e foi subindo no terreno, e mesmo sem a justificar, chegou à vantagem. Canto de Moutinho na esquerda batido de uma forma curta para Eliseu que colocou a bola na cabeça de Nani, que desta forma fez golo aos 13’.

O mais difícil já estava feito, e a partir daí Portugal tornou-se completamente dominador e controlador das operações do jogo, assim como assumiu uma postura mais pressionante e intensa, e foi até mesmo devido a essa maior pressão que chegou pouco depois ao 2-0, após um mau atraso de Solvi Jonsson para o seu guarda-redes, Nani interceptou a bola e praticamente na marca de grande penalidade atirou para a baliza com relativa facilidade. Estavam decorridos 21 minutos.

Depois do segundo golo, um senhor chamado Cristiano Ronaldo (que estava muito apagado) decidiu aparecer no jogo e não ficar atrás do seu antigo colega dos tempos do Manchester United e tentou por algumas vezes o golo. Os jogadores do meio-campo, sobretudo Carlos Martins, foram também aparecendo mais no jogo, numa altura em que a Islândia parecia já estar conformada com a derrota.

Mas apesar da insistência do astro do Real Madrid e do maior protagonismo dos centro-campistas, foi Hélder Postiga a conseguir marcar, após um cruzamento de Bruno Alves na direita na sequência de um pontapé de canto, o avançado do Saragoça consegue desviar a bola que caprichosamente acabou por entrar na baliza islandesa.

Pelo meio, um grande susto para os portugueses, não por um remate perigoso da Islândia, mas sim devido a um choque entre o joelho de Rui Patrício e a cabeça de Rolando, fazendo este segundo ficar combalido, e penso que perder os sentidos. No entanto, o central do FC Porto regressou à partida com normalidade.


Na segunda parte, o objectivo era gerir o esforço e a vantagem, tendo em vista o compromisso de terça-feira na Dinamarca.

Portugal até entrou bem no recomeço, com um remate poderoso de Ronaldo após uma diagonal a embater na trave.

No entanto, minutos depois, foi a Islândia quem marcou, através de Jonasson que à boca da baliza desviou um cabeceamento de Solvi Jonsson.

Se o golo dos nórdicos foi encarado com alguma naturalidade porque de certa forma era justo e porque o ritmo do jogo estava pouco intenso, e ainda eram dois golos de vantagem e Portugal continuava a criar situações de perigo, aos 67’ surge os islandeses fizeram o segundo, novamente após assistência de Solvi Jonsson para Jonasson que de forma habilidosa fez o 3-2. Fiquei com algumas dúvidas se não houve pé em riste sobre Moutinho, mas aceita-se a decisão do árbitro.

Apesar da vantagem curtíssima, a equipa das quinas não tremeu e não apanhou grandes sustos, e marcou até mais dois golos com alguma naturalidade, primeiro por João Moutinho, num remate à entrada da área após uma assistência de Eliseu pela esquerda.
A falar no lateral do Málaga, foi ele que marcou o 5-2! Após recuperar a bola no seu flanco rematou em jeito de pé direito e fez um golo de belo efeito, estavam decorridos 87 minutos.

A vitória já estava garantida, no entanto, os islandeses ainda marcaram mais um, na marcação de uma grande penalidade, por Gylfi Sigurdsson, aos 90+3’.

Esta vitória coloca a selecção portuguesa com um pé na fase final do EURO 2012, ficando à distância apenas de um empate na Dinamarca, ou então, de uma derrota caso Suécia, Croácia e Grécia não acabem no seu grupo em 2º com mais pontos que Portugal. Mas há condições para vencer na Escandinávia claramente!


Analisando as equipas, creio que Portugal não entrou no jogo como lhe competia, nunca teve uma mudança alta engrenada, no entanto, marcou cinco golos, criou oportunidades para fazer mais e acabou por cumprir o objectivo.
Rui Patrício não tremeu e até fez boas defesas, João Pereira passou despercebido, Rolando falhou nos dois primeiros golos da Islândia mas foi muitas vezes decisivo pela positiva, Bruno Alves esteve bem a defender e até a atacar e Eliseu fez um jogo muito bom, fechou bem na defesa apesar de algumas percas de bola, e apareceu bem no ataque fazendo duas assistências e ainda um golaço! Foi o homem do jogo! É para manter nas convocatórias!
Moutinho e sobretudo Meireles estiveram discretos, e Carlos Martins esteve bem, surpreendeu-me a mim porque não o esperava em tão bom plano.
Nani fez mais um grande jogo, Ronaldo quando apareceu proporcionou grandes momentos de futebol e Postiga, mesmo sem grandes oportunidades, lá marcou o seu golo como de costume.
Os suplentes que entraram tiveram bem, Ruben Micael e Veloso ajudaram à circulação de bola e Nuno Gomes não teve tempo para nada.

No que concerne à Islândia, embora desfalcada mostrou poucos argumentos técnicos, mas mostrou que tem algumas armas, sobretudo o jogo aéreo, e que sabe explorar o que tem de bom para criar situações de perigo.
É uma selecção abaixo da média europeia, que muito dificilmente conseguirá apuramentos para fase finais nos próximos anos, e que é “goleável” por qualquer equipa que tenha a mesma qualidade que a portuguesa.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Qualificação EURO 2013 (Sub-21) | Portugal 1-1 Polónia



Esta noite, a selecção portuguesa de Sub-21 não foi além de um empate a uma bola frente à Polónia, num jogo disputado em Rio Maior.


Eis a constituição das equipas:

Portugal (Sub-21)



Confesso que já há muito tempo não via um jogo dos Sub-21, talvez desde o EURO 2006 em Portugal. No entanto, vi alguns jogos do Mundial Sub-20 do presente ano e fico contente por saber que há alguns vice-campeões do Mundo entre os convocados, especialmente Mika, Cédric, Mário Rui e Saná. Em relação às equipas que participaram nos campeonatos europeus de 2002, 2004 e 2006, actualmente os jogadores da selecção de esperanças não são titulares nas principais equipas de Portugal. Lembro-me de ver Quaresma, Ronaldo, Hugo Viana, Miguel Garcia, Lourenço, Moutinho, Veloso e Custódio a serem presença assídua nos Sub-21 enquanto tinham destaque no Sporting, assim como outros jogadores como Moreira, Raúl Meireles, Jorge Ribeiro, Caneira e Bosingwa, por exemplo, em outros clubes. Actualmente isso pouco acontece, dos titulares desta noite, os jogadores com relações aos grandes de Portugal ou são habituais não convocados (ex: Mika e André Martins) ou estão emprestados (ex: Wilson Eduardo, Cédric e Pedro Mendes). Nota-se um progresso negativo que tem como principais causas o excessivo número de estrangeiros nos grandes clubes (ainda que compreenda, já que traz maior competitividade) mas especialmente o término das equipas B, um conceito que espero que regresse em força na próxima temporada.
Mas tenho esperança quanto a um futuro melhor, estão aqui vice-campeões do Mundo de Sub-20 e Rui Jorge tem conseguido resultados muito positivos.


Polónia (Sub-21)



Quanto a esta selecção polaca, é total desconhecida para mim.


O jogo começou muito dividido, Portugal foi dando o “sinal +” mas essencialmente as equipas estavam a tentar encaixar ainda uma na outra, no entanto, a equipa das quinas chegou ao golo logo aos 9’, através de um livre de Josué do lado direito que encontrou na área a cabeça de Pedro Mendes, estava feito o 1-0.

Quatro minutos depois, oportunidade para ampliar a vantagem, após boa jogada individual de Saná no meio-campo, este assiste Wilson Eduardo que teve um bom movimento fugindo aos defesas polacos, mas acabou rematando ao lado.

O jogo foi passando e os polacos foram revelando interesse em chegar ao empate, aproximando-se muito mais da baliza de Mika, embora, até a essa altura, sem criar situações de perigo evidente.

Aos 32’, nova oportunidade para Portugal, com André Martins a cabecear à trave após cruzamento na esquerda por Mário Rui.

Como quem não marca arrisca-se a sofrer, três minutos depois a Polónia marcou mesmo, após um cruzamento no lado direito, a bola sobra para Kucharczyk, que sozinho à entrada da área, não perdoou e fez o 1-1.

Perto do intervalo, Portugal volta a ter uma grande oportunidade. Wilson Eduardo surge isolado após um mau passe de um jogador polaco, no entanto, é derrubado à entrada da área pelo guardião Filip Kurto. O árbitro assinala grande penalidade e expulsa o guarda-redes da Polónia, no entanto, na conversão, o avançado do Olhanense atirou ao poste e assim terminou a primeira parte.


Foram 45 minutos sem grande espectáculo técnico, com duas equipas que pela distribuição dos seus jogadores no terreno actuavam com jogadores muito perto dos seus marcadores e por isso foram frequentes as perdas da bola, poucos passes seguidos e faltas. E se os portugueses ainda tentavam dar um ar da sua graça fruto da sua superioridade técnica, tentando trocar a bola, os polacos respondiam com dureza, com algumas faltas de cariz violento. Houve também muitas situações de parte a parte em que foi visível a falta de maturidade e entrosamento entre os jogadores, algo habitual em selecções jovens.

Na segunda parte, Portugal intensificou a pressão, aumentou a posse de bola, foi trocando o esférico muito mais perto da área da Polónia e fez uso da sua superioridade numérica para aumentar a sua capacidade ofensiva, ao mesmo tempo que mantinha o número de homens no sector defensivo.
Dado o tipo de jogo que se estava a ver, em que só dava Portugal, Rui Jorge resolveu alterar o seu 4-4-2 losango com os avançados muito abertos (com Rui Fonte a aparecer muitas vezes no lado direito para cruzar e Wilson Eduardo na esquerda para as diagonais) para um 4-3-3, fazendo entrar Nélson Oliveira para a saída de Saná.
Com esta alteração, Nélson Oliveira, Rui Fonte e Wilson Eduardo formaram o trio de ataque, alterando muitas vezes o seu posicionamento, começando primeiro o avançado do Olhanense na direita, o do Benfica na esquerda e o do Espanhol no meio, mas variando muitas vezes ao longo da segunda parte, com o intuito de tentar todas as soluções possíveis mas também de confundir a defesa polaca.
Wilson acusou desgaste e foi substituído por Diogo Viana, e André Martins por David Simão, no entanto, mesmo com todas estas alterações, o esforço exercido pelos jogadores, ora por jogadas a partir de diagonais, cruzamentos, tentativas de furar pelo meio e bolas paradas, o 2-1 não foi conseguido e a selecção portuguesa até apanhou um grande susto a aos 79’ quando Kupisz surgiu com espaço isolado perante Mika, no entanto, não conseguiu ultrapassar o guarda-redes português e acabou por rematar ao lado.

Terminou então com um empate este jogo onde se exigiam os três pontos à equipa das quinas, pois todos os jogos em casa são para vencer obrigatoriamente, sobretudo quando se trata de um potencial adversário directo como a Polónia.


A equipa portuguesa mostrou qualidade técnica e muito esforço e vontade sobretudo na segunda parte, embora faltasse maturidade e entrosamento como é normal neste tipo de situações.
Mika foi sempre muito seguro e foi fundamental a dificultar a acção de Kupisz quando este teve próximo de desempatar o jogo quando este caminhava para o final.
A defesa esteve sólida à excepção do golo sofrido e do tal susto aos 79’, no entanto, os centrais mostraram muita capacidade, tanto defensiva como ofensiva, como se viu pelo golo de Pedro Mendes. Estamos bem servidos nesse posto, até porque ainda há Roderick e Nuno Reis que foram os titulares no Mundial de Sub-20.
Os laterais envolveram-se bem no jogo ofensivo e também defenderam bem, estando Cédric alguns furos acima de Mário Rui.
No meio-campo, houve pouco espaço para os portugueses brilharem, pois tiveram de fazer um jogo de muita luta e em que a sua capacidade técnica não foi muito evidente, no entanto, destaco uma arrancada de Saná a meio da primeira parte, colocando a bola para Wilson Eduardo que atirou ao lado e o pé esquerdo de Josué muito utilizado nas bolas paradas.
Wilson, Rui Fonte e Nélson Oliveira estiveram muito empenhados em marcar, mas não o conseguiram, mas pela qualidade que têm, certamente que noutro jogo conseguirão facturar, como têm feito recentemente nas selecções jovens.

Quanto à selecção polaca, utilizou as suas armas. Procurou o golo quando esteve em desvantagem e assim que reduzido a dez elementos tentou fechar ao máximo para aguentar o empate. Pouco conhecia desta equipa e dada a pouca popularidade e dificuldade de pronúncia do nome dos seus jogadores, pouco melhor fiquei esclarecido, apenas posso dizer que não é superior a Portugal e que tem um estilo de jogo demasiado agressivo, chegando mesmo a atingir um nível violento.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

domingo, 2 de outubro de 2011

Liga ZON Sagres | Vit. Guimarães 0-1 Sporting



O Sporting venceu neste final de tarde o Vitória de Guimarães por 1-0, no Minho, num jogo muito complicado para os leões, sobretudo por terem jogado 3/4 do jogo com menos uma unidade.


Eis a constituição das equipas:

Vitória de Guimarães



Ainda só vi um jogo completo dos vitorianos, foi frente ao Benfica no Estádio da Luz, já eram treinados por Rui Vitória. Tiveram azar nesse jogo devido aos três penaltys a que os encarnados tiveram direito nesse jogo, dois dos quais inexistentes, e mostraram algum atrevimento, assustando mesmo os vice-campeões nacionais.
É uma equipa com jogadores de muita qualidade, no entanto, parece-me que ainda não se encontrou ao ponto de conseguir resultados positivos, que de um momento para o outro podem surgir. Edgar é um ponta-de-lança muito bom que aponta cerca de dezena de golos por temporada, de Nuno Assis já sabemos o que esperar, e ainda tem outros jogadores muito bons. Era de esperar um Vitória a tentar reverter a situação que atravessa no campeonato.


Sporting



O Sporting não apresentou grandes novidades. Rodríguez está lesionado e teve de ceder o seu lugar a Polga e Elias regressou ao onze depois de um jogo a meio da semana para a Liga Europa onde não pode jogar. De resto, tudo na mesma, os leões procuravam a 6ª vitória consecutiva, num dos jogos teoricamente mais difíceis até agora na temporada.


Os vimaranenses já sabem o que a casa gasta e por isso evitaram um inicio forte do Sporting, circulando bem a bola longe dos jogadores da equipa leonina nos primeiros minutos, tendo uma elevadíssima percentagem de posse de bola nesse momento do jogo, mas já se sabe que os leões são superiores e ter bola na zona defensiva perante a pressão alta do Sporting é um risco sério, e um sabor desagradável que Freire teve de provar quando perdeu o esférico para Schaars que assistiu Capel que entrou na área e rematou forte e colocado sem hipóteses para Nilson, estava feito o 0-1 aos 7’.
Notou-se claramente nos festejos que o espanhol ansiava este momento, já o tinha percebido em outros jogos, após ter falhado tantos golos.

O Sporting a partir daí foi assumindo mais o jogo, foi tendo a posse de bola mas teve de enfrentar uma contrariedade quando Rinaudo foi expulso a meio da primeira parte de uma forma muito forçada por Bruno Paixão. Confesso que sobre este árbitro podia escrever um artigo completo, mas vou deixar a minha opinião de uma forma resumida sobre o mesmo lá mais para o fim desta análise.

Os leões tiveram de adoptar um novo desenho táctico, em que Elias jogou a 6 e Capel jogou numa posição mais interior, e diga-se de passagem que ambos se deram muito bem com essa tarefa. O brasileiro foi um exímio recuperador de bolas e com a sua qualidade técnica conseguiu desembaraçar-se bem da pressão a que foi alvo no seu meio-campo defensivo e colocar a bola em homens mais avançados. Já o espanhol, embora se fosse desgastando muito, foi o principal condutor de jogo da equipa, aparecendo tanto na esquerda, na direita ou no meio.
Os jogadores conseguiram desdobrar-se bem, não fazer notar a inferioridade numérica, foram tendo mais posse de bola e tendo um volume de jogo semelhante ao que tinham com Rinaudo em campo, no entanto, já se sabe, jogaram na quinta-feira e mais cedo ou mais tarde iriam acusar desgaste.

O Vitória ía aparecendo mais vezes na área contrária, com destaque para um cabeceamento de Edgar que passou perto da baliza de Patrício. Perto do intervalo, Rui Vitória retirou Freire e colocou Barrientos, povoando mais o meio-campo ofensivo da sua equipa, procurando criar desequilíbrios, evitar as subidas dos laterais e obrigar Schaars a apoiar mais a sua defesa.


Na segunda parte, Domingos retirou Carrillo e colocou André Santos, com a intenção de organizar melhor a equipa defensivamente, uma vez que jogavam com um homem a menos e acusavam desgaste pelo facto de terem tido um jogo na quinta-feira em que tiveram de lutar muito até ao final e também com menos uma unidade.

O Sporting pouco atacou e muito menos rematou no segundo tempo, a preocupação foi sempre fechar todas as formas do Vitória conseguir criar perigo, de tal forma que Capel foi substituído por Evaldo, e o brasileiro em conjunto que Insúa que jogava à sua frente, foram fechando o flanco esquerdo com muita qualidade.

Os vimaranenses criaram algum perigo, mas diga-se de passagem que apesar de todo o sofrimento que foi a segunda parte, nunca foram capazes de criar sustos para a equipa de Domingos Paciência, na verdadeira acepção da palavra.
Os leões foram aguentar, a defesa esteve sempre muito concentrada, não cometeu erros, houve muito coração, muito espírito de sacrifício e o tempo foi passando, lentamente, mas a vitória acabou por ser conseguida.


Analisando as equipas, creio que o Vitória de Guimarães tem jogadores de muita qualidade, ocupam uma posição que de todo que não é a sua, e tenho a certeza que mais cedo ou mais tarde irão ascender na tabela classificativa rumo a um lugar na primeira metade da tabela.
Nuno Assim, ainda não estando na plenitude da sua forma, é uma dor de cabeça para qualquer defesa, e depois, com um ponta-de-lança como Edgar e homens como Toscano a apoiá-lo, estou convicto que os resultados irão acabar por aparecer, até porque relembro, à 7ª Jornada os minhotos já defrontaram Sporting, Benfica, FC Porto e Sp. Braga.

Já o Sporting, não foi tão espectacular como de costume, porque basicamente o primeiro remate que fez resultou em golo, e no período em que o jogo seu jogo estava a assentar num campo difícil (isto nos dois sentidos: relvado péssimo e estádio com ambiente muito complicado), viu-se reduzido a dez unidades. Para além desse “handicap”, os jogadores acusaram o desgaste de um jogo intenso ocorrido a menos de 72 horas com a Lazio e a segunda parte foi em gestão de esforço, onde a equipa praticamente se limitou a defender e a fechar todos os caminhos possíveis do Vitória criar perigo.
Daí devo dizer que o sector defensivo está de parabéns, estiveram os cinco muito concentrados (estou a incluir Rui Patrício) e nem se deu pela ausência de Rodríguez.
No meio-campo, de Rinaudo não há muito a dizer, Schaars esteve muito bem em todas as funções que lhe foram incumbidas e Elias fez de tudo, jogou como médio-interior, a trinco, a ala e a ponta-de-lança, e em todas as posições que jogou fê-lo com muita qualidade, organizou e criou jogo, destruiu ataques do adversário, ganhou faltas, foi um autêntico “Todo-o-terreno”, demonstrou um espírito de sacrifício enorme e na minha opinião foi o melhor jogador em campo. Capel esteve muito bem e para Carrillo também tenho uma apreciação positiva, embora pense que ele esteja a ganhar demasiada confiança, talvez a concorrência de Jeffren no futuro o faça colocar de novo os pés em terra.
Wolfswinkel esteve menos vistoso do que costume, não marcou, não teve oportunidades e ainda teve um choque com um adversário em que parecia ter perdido os sentidos, exactamente na mesma zona onde há quase oito anos ocorreu uma tragédia naquele mesmo estádio. Evaldo, Carriço e André Santos estiveram bem quando entraram, embora eu tenha ficado com a ideia de que o médio internacional português esteja com a moral em baixo porque perdeu o lugar na equipa e não foi convocado para a selecção.

Tal como prometido, guarda também algumas palavras para o árbitro, Bruno Paixão.
A minha opinião sobre ele já vem de há muito, creio que é alguém que não tem categoria para estar onde está.
Quem conhece as minhas análises sabe que não costumo comentar arbitragens, penso que um árbitro não se pode julgar por um lance ou outro que é iludido, (acontece, a intensidade é muito alta e se não houvesse a possibilidade do árbitro poder ser iludido, não haveriam jogadores a simular faltas) mas sim pela gestão que faz do jogo, pela forma como deixa que o jogo se decida pelo que os jogadores fazem em campo com a bola, que saiba contribuir para um espectáculo que por algum motivo é conhecido como “Desporto Rei” e nesse campo este árbitro é muito mau.
Não sabe passar discreto, gosta de ser ele a dar espectáculo, de encher ego com uma autoridade muito exagerada que tem, pela forma como interrompe o jogo demasiadas vezes e distribui cartões amarelos e até vermelhos. A entrada de Rinaudo foi dura, mas o argentino tentou disputar a bola, e nem foi a pés juntos, foi uma atitude exagerada deste juiz que aí estragou o espectáculo. A segunda parte foi demasiado táctica e nem sempre bem jogada, por culpa de o Sporting ter um homem a menos, se calhar, noutras condições, os leões tinham marcado mais golos, ou então, porque não teriam tantas preocupações a defender, podia ser que o Vitória tivesse mais espaços e menos portas fechadas para chegar à grande área contrária, podíamos ter visto um espectáculo melhor por parte destas duas boas equipas e em grande parte a culpa recai neste árbitro.
Espero que nunca o coloquem a arbitrar um Benfica vs. FC Porto, porque actualmente é o jogo mais intenso e de maior rivalidade no futebol português, em que já é raro acabar 11 de cada lado, imaginem com Bruno Paixão, o meu prognóstico era o jogo acabar com as equipas acabarem o jogo com tantos elementos como as suas equipas de Andebol.
Fora com este indivíduo da arbitragem!

sábado, 1 de outubro de 2011

Liga ZON Sagres | Benfica 4-1 Paços de Ferreira



O Benfica venceu esta noite o Paços de Ferreira por 4-1, no Estádio da Luz, num jogo a contar para a 7ª jornada da Liga ZON Sagres.


Eis a constituição das equipas:

Benfica



Já se sabia que os encarnados não podiam contar com Javi Garcia, por isso, é Matic quem ocupa naturalmente a sua posição. O Benfica apresenta-se de uma forma diferente do que aquela que actuou no Estádio do Dragão, voltando com o 4-4-2 losango tal como no ano da conquista do título, com Saviola e Cardozo a formarem um dueto na frente de ataque, e com Matic a ser o único médio-defensivo, com Gaitán e Bruno César nas alas, relegando Witsel e Nolito para o banco de suplentes. De resto, não há novidades.


Paços de Ferreira



No que concerne aos pacenses, com as sete ausências já conhecidas, o que me surpreende é a não inclusão de Michel no onze inicial, quando este já o demonstrou várias vezes, inclusivé no jogo frente ao Sporting, que é o jogador mais perigoso da equipa. De resto, um 4-3-3 virado para o contra-ataque.


O jogo começou equilibrado, no entanto, aos 6’, o Benfica viu um golo seu ser duvidosamente anulado, por intermédio de Cardozo.

O jogo não foi disputado de uma forma muito intensa, o Benfica esteve sempre muito tranquilo, e o Paços de Ferreira não foi aquele tipo de equipa atrevida que aparecem de 15 em 15 dias na Luz. Os encarnados foram controlando e chegaram ao golo aos 21’, numa jogada em que Maxi Pereira subiu pelo seu flanco, cruzou a bola para a área onde Cardozo se cabeça assiste Saviola para o 1-0.

O jogo manteve-se com o mesmo ritmo, o Paços manteve-se pouco atrevido e jogou quase como se estivesse 0-0. Aos 35’, escreveu-se direito por linhas tortas e William, lesionado, deu o lugar a Michel, um jogador que mostra uma qualidade acima da média, que pode jogar em várias posições e que estranhamente surgiu no banco de suplentes.

Apesar da alteração, foi mesmo o Benfica que chegou ao golo, novamente por Saviola, após um canto de Bruno César na direita, o argentino surgiu sozinho e rematou de primeira para o fundo das redes de Cássio, um belo golo aos 42’.


Para a segunda parte, a dúvida estava na atitude do Paços, se iam procurar explorar as fragilidades físicas de um Benfica que teve dois jogos muito intensos na última semana, ou se se iam dar por vencidos dada a dificuldade em poder conseguir pelo menos o empate.

Bem, o Benfica entrou forte após o descanso, criou algumas situações de golo que mostravam que a equipa queria despachar o assunto, no entanto, por ironia, foi o Paços quem marcou, através de uma grande penalidade convertida por Michel, aos 49’.

O jogo que aparentemente estava controlado tornou-se algo instável para os encarnados, sobretudo quando Melgarejo cabeceou para uma defesa incrível de Artur, minutos depois

Os vice-campeões nacionais perceberam então que a melhor forma de defender era atacando, e foi assim que chegaram ao 3-1, com Luisão completamente à vontade a dar de cabeça sequência a um livre marcado a meio do meio-campo pacense por Aimar.

Ainda os adeptos benfiquistas estavam a festejar o golo, Nolito (que tinha entrado para o lugar de Bruno César), na sequência de uma jogada individual em que os defesas do Paços de Ferreira ficaram especados a olhar, conseguiu fazer o 4-1, estavam decorridos 67 minutos.

O Benfica que tinha acelerado após a entrada do espanhol, volta a reduzir a velocidade, mas desta vez, com três golos de vantagem e com 20 minutos para se jogar, não havia perigo, a vitória estava garantida.


Com esta vitória, os encarnados passam a somar 17 pontos e tornam-se líderes isolados do campeonato, ainda que com mais um jogo que FC Porto e Sp. Braga, que só amanhã cumprem o seu jogo da 7ª jornada.


Analisando as equipas, começando pelos homens da casa, o Benfica pareceu-me algo cansado, em gestão de esforço, mas ao mesmo tempo muito tranquilos e confiantes de que o golo haveria de aparecer, e tanto assim foi que ao intervalo ganhavam por 2-0, e foi com alguma injustiça que apanharam o susto quando o Paços reduziu.
Artur volta a ser batido, tal como todos os outros jogos do campeonato, embora seja sempre das melhores unidades em campo. Do sector defensivo não há nada a dizer, no meio-campo Matic trouxe mais centímetros e qualidade técnica, mas peca por não ter a velocidade, garra, entrosamento e cultura táctica de Javi Garcia. Nas alas, Bruno César e Gaitán não foram tão exuberantes como de costume, e parece mentira que geralmente quando Jorge Jesus opta por dar a titularidade a Bruno César, é o suplente Nolito que aparece para dar algo a mais à equipa (como foi o exemplo de hoje) mas quando acontece o contrário, é o brasileiro quem joga melhor e traz mais utilidade (como no Estádio do Dragão). Uma dor de cabeça que todos os treinadores gostariam de ter. Saviola fez o que lhe foi pedido, e mesmo não marcando, Cardozo esteve muito bem no primeiro golo, é preciso ter muita cultura táctica e técnica para fazer a assistência que ele fez.

Quanto ao Paços, ainda que sejam sete as ausências, não gostei da atitude da equipa, que se continuar com desempenhos do género, será uma séria candidata à descida de divisão.
A defesa tinha telhados de vidro, falharam muitas vezes na marcação e é incompreensível como no golo anulado ao Benfica, na jogada seguinte em que Cardozo criou muito perigo e no golo de Luisão, os jogadores encarnados estavam completamente sozinhos, o central brasileiro então nem preciso de saltar para cabecear.
As transições ofensivas foram uma nulidade, a equipa não conseguia sair a jogar colectivamente, e foram chegando à área contrária através, sobretudo, de algumas jogadas individuais, quer no primeiro como no segundo tempo, ainda que na segunda parte, com Michel em campo, esses lances individuais fossem mais fortes. É inacreditável como nem conseguiram fazer cinco remates e não exploraram melhor o contra-ataque.

Premier League | Manchester United 2-0 Norwich




O Manchester United venceu esta tarde o Norwich por 2-0, em Old Trafford, a contar para a 7ª Jornada da Premier League, num jogo complicadíssimo para a turma de Alex Ferguson.


Eis a constituição das equipas:

Manchester United



Destaque para a rotatividade dos “red devils”. Alguns titulares em outros jogos como De Gea, Ferdinand, Carrick e Giggs ficam no banco, dando lugar a atletas que não jogam tão regularmente de inicio como Lindegaard, Anderson e Park Ji-Sung. No entanto, já se sabe, estamos a falar do Manchester United, das melhores equipas do mundo, e rotatividade não significa perca de qualidade.
Ainda assim, o MU veio de dois jogos seguidos sem vencer, primeiro no último fim-de-semana, frente ao Stoke City, para a Premier League, e na terça-feira frente ao Basileia, empatando ambos os jogos.


Norwich



Do Norwich pouco ou nada conhecia. É uma equipa que subiu este ano à Premier League, e que há dois anos estava no terceiro escalão inglês, sendo promovida por duas vezes consecutivas.
Ainda assim, veio de duas vitórias consecutivas no principal escalão e ocupa uma posição para já tranquila a meio da tabela.


O jogo na primeira parte foi pobre em ocasiões de golo, apenas houve uma, num cabeceamento de Wayne Rooney por volta dos 35’.

O United parece não estar a atravessar um bom momento de forma, depois dos dois empates, entrou com pouca intensidade, imaginação e até mesmo garra, e ainda que se fizesse notar a sua claríssima superioridade em termos técnicos, não conseguiu transformá-la em situações perigosas. Nani, através de algumas diagonais, ainda tentou a sua sorte, mas sem grande perigo.

Já o Norwich, esteve sempre organizadíssimo durante o primeiro tempo, fechando bem o centro do terreno e obrigando os campeões ingleses a procurar o jogo directo, tipo de jogo que não os favorecia visto que no ataque jogava o não muito alto Rooney e sobretudo Chicharito. Se sem bola os canários estavam concentradíssimos, com bola mostraram que não têm estrelas nem de perto nem de longe, não houve um jogador que desse muitos nas vistas, no entanto, jogaram sempre pela certa, cada jogador tinha sempre uma linha de passe e a verdade é que conseguiram manter uma percentagem de posse de bola semelhante à do United. E se não contra-atacaram mais, não foi por apresentarem um futebol negativo, mas sim porque os “red devils” arriscaram muito pouco e a sua linha defensiva jogava bastante mais recuada que o habitual.
Mérito para os jogadores que estiveram sempre concentradíssimos, mas também para Paul Lambert, treinador do Norwich, que organizou muitíssimo bem a sua equipa.


Na segunda parte, o jogo foi muito mais intenso e partido, com o United a fazer subir as suas linhas, jogando mais perto da área do Norwich, mas ao mesmo tempo, sendo mais permeável lá atrás, e os canários lá iam aproveitando as situações de contra-ataque para criar perigo.
Basicamente, assistimos a um jogo “à inglesa” nos últimos 45 minutos, em que num minuto ambas as equipas têm oportunidades de chegar ao golo, tendo a situação mais evidente ocorrido aos 66’, em que Pilkington está pertíssimo de jogar e no mesmo minuto, após um canto de Giggs e uma série de cabeceamentos, primeiro de Jones, depois de Rooney e finalmente de Anderson, a bola entra na baliza e estava feito o 1-0 para a formação da casa, numa altura em que Nani já tinha sido substituído pelo galês e Chicharito por Welbeck.

Depois, o Norwich foi à procura do empate como lhe competia, sempre com muita concentração e garra de todos os jogadores, mas na hora de rematar à baliza, faltava sempre engenho e arte para empatar a partida. No entanto, o United não se livrou de alguns sustos, e neste capitulo falo em especial de um remate de Pilkington, desviado pelas costas de Anderson e que embateu no poste da baliza de Lindegaard. Estavam decorridos 75 minutos.

Após alguns minutos muito intensos em que parecia que tudo poderia acontecer, o MU fez o 2-0, através de uma excelente combinação entre Park e Welbeck, na qual o coreano assistiu o jovem avançado inglês para uma finalização à boca da baliza. Foi a estocada final.


Os campeões ingleses continuam assim na liderança da Premier League, com os mesmo pontos que o seu rival da mesma cidade, o Manchester City, que esta tarde também venceu, no terreno do Blackburn, por 4-0.
Ainda assim, a exibição dos homens de encarnado não foi muito convincente (também por culpa do adversário é verdade), com muito pouca intensidade, sobretudo na primeira parte, e pelo que vejo nas partidas que já assisti do United, parece-me que acima de tudo são eficazes, porque nem na Luz, nem com o Chelsea, nem esta tarde com o Norwich criaram muitos situações para marcar, mas tiveram sorte de concretizar as poucas que tiveram, apesar do pouco brilhantismo.
Devo dar uma palavra de apreço ao sector mais recuado, no qual Jones e Evans fizeram excelentes exibições, fizeram cortes fundamentais, dificultaram ao máximo a acção dos atacantes contrários, e dada a sua juventude, e como já é conhecido o gosto de Alex Ferguson em trabalhar com jovens, parece-me que esta época Ferdinand e Vidic vão-se sentar muitas vezes no banco, mesmo quando estiverem em plena forma. Estes dois têm grande futuro, tal como Smalling, que hoje não jogou devido a lesão, mas que tem feito boas exibições.
No meio-campo, Anderson que nem estava a fazer um grande jogo acabou por marcar o golo que rompeu com o empate, Fletcher esteve discreto como sempre, Nani esteve menos exuberante que habitual e Giggs foi bem mais útil à equipa. Park embora também não muito interventivo, trabalhou bem e participou na jogada do 2-0.
No ataque, já se sabe que Rooney não sabe jogar mal, Chicharito esteve apagado, até porque este tipo de jogo não o favoreceu, e Welbeck continua com a veia goleadora esta época, apesar do período em que esteve afastado da competição devido a lesão.

No Norwich é difícil destacar nomes, mais uma vez reforço a ideia de que é uma equipa sem estrelas mas com um colectivo muito forte, e tem como principais virtudes a concentração, a entreajuda e o bom posicionamento.
Morison, avançado galês, como homem mais adiantado dos canários foi talvez quem esteve mais vezes presente em situações de perigo, no entanto, não teve um desempenho superior ao dos colegas.
Por fim, deixo uma palavra de elogio ao seu treinador, Paul Lambert, que pelo sucesso que tem tido, não me admiro que se daqui a uns anos estiver num clube maior da Premier League.

sábado, 24 de setembro de 2011

Liga ZON Sagres | Sporting 3-0 Vit. Setúbal



O Sporting conseguiu hoje vencer pela primeira em casa esta temporada para o campeonato naquela que foi a exibição mais consistente até agora, batendo o Vitória de Setúbal por expressivos 3-0.


Eis a constituição das equipas:

Sporting



Domingos Paciência volta a apostar nos mesmos onze que começou o jogo com o Rio Ave. Pereirinha, Jeffren e Izmailov estão lesionados, e no meu entender esta é a melhor equipa do Sporting de entre os jogadores que estão disponíveis.
Sobre este jogo, há três curiosidades: se Rui Patrício se iria apresentar mais tranquilo, se Wolfswinkel ía conseguir a sua melhor sequência de sempre e marcar em quatro jogos consecutivos (conseguindo também o seu primeiro em Alvalade) e se a equipa leonina ía conseguir derrotar uma formação com que no ano passado perdeu duas vezes em três encontros disputados, incluindo um jogo que valeu a eliminação da Taça de Portugal.


Vitória de Setúbal



Do Vitória, só tinha assistido a um jogo esta temporada, quando me desloquei ao Bonfim para ver o jogo frente ao Sporting de Braga.
Parece-me melhor que a generalidade do ano passado, manteve as peças nucleares (Diego, Neca e Pitbull), reforçou-se bem e acredito que possa fazer um campeonato tranquilo.
A grande surpresa no “onze” na minha opinião é a ausência de Neca, no entanto, mais pelo que tenho lido nos jornais, parece que Zé Pedro está a fazer um bom inicio de temporada e por isso é o ex-Belenenses a merecer a confiança de Bruno Ribeiro.


O Sporting mais uma vez entrou a vencer no jogo, logo aos 2’, numa grande arrancada de Carrillo começada ainda antes da linha de meio-campo, o peruano foi progredindo no terreno, rematou perante a passividade de Anderson do Ó que (para não libertar João Pereira que estava na direita) não abordou o lance, Diego defende para a frente e Schaars na recarga empurra a bola para dentro da baliza sadina.

Poucos minutos depois, foi o Vitória a quase marcar, após um mau alívio de Rui Patrício (que começou nervoso mas que foi ganhando confiança no decorrer da primeira parte), a bola bate no braço de João Silva, o árbitro nada assinala, no entanto na sequência do lance Rinaudo consegue interceptar a bola perto da linha de baliza. Após esse lance, os homens de Setúbal voltaram a criar perigo, novamente por João Silva, mas desta vez Patrício respondeu com uma grande defesa.

No minuto seguinte, João Pereira faz um grande passe em profundidade para Wolfswinkel, que completamente desmarcado e sem oposição de nenhum defesa, rematou forte e fez o 2-0, estavam decorridos 7 minutos.

O Vitória entretanto respondeu num livre directo de Pitbull que enviou a bola à trave, aos 10’, estávamos a assistir a um grande jogo.

Aos 14’, o Sporting voltaria a marcar! Canto marcado na direita para o centro da área, a bola vai para Elias que subtilmente a endossa para Wolfswinkel que num remate colocado, consegue o 3-0 ainda que o esférico tenha acertado na trave antes de bater nas redes de Diego.

A partir daí, mesmo mantendo um ritmo muito forte, a equipa leonina arrefeceu um pouco o jogo, mas desta vez, jogando muito mais longe da sua baliza, praticando um futebol nada passivo, mas sim muito vistoso, com algumas jogadas bonitas e ao primeiro toque. Em jeito de brincadeira, posso dizer que o Sporting jogou com “Nota Artística”, como diria Jorge Jesus.
Mas há que dizer que também o fez devido à passividade dos setubalenses a defender, pois houve lentidão e pouca agressividade na abordagem dos lances, provavelmente efeitos da veterania de muitos dos seus jogadores.

Na segunda parte, o mesmo filme. O Sporting aprendeu com os erros de Vila do Conde e tentou a ampliar um resultado em vez de jogar de forma passiva, e por diversas vezes esteve perto do 4-0. Wolfswinkel esteve diversas vezes perto do “hat-trick”, no entanto, nunca o conseguiu, por algum demérito é verdade, mas sobretudo por mérito de Diego, grande guarda-redes do Vitória, que esteja a equipa bem ou mal, é sempre dos melhores, é raro falhar e é um caso curioso um “goleiro” desta categoria, com a idade que tem, estar a jogar num clube sem grandes ambições. É dos melhores desta Liga, senão mesmo o melhor, tem reflexos extraordinários e é muito completo!

Os leões só acabaram por abrandar nos últimos 15 minutos, quando já pouco tempo havia para jogar, os jogadores vitorianos estavam desgastados e pouco acreditavam num resultado que lhes pudesse dar pontos. Foi nesse período de jogo que a qualidade técnica de homens como Zé Pedro e Neca (entrou ao intervalo) se fez mais notar, no entanto, nada a fazer, nem um golo sequer. Vitória justíssima do Sporting, que só pecou por escassa.


Analisando as equipas, começando pelo Sporting, penso que dentro dos disponíveis foi apresentado o melhor “onze”. São jogadores que já começam a ganhar algum entrosamento e que têm muita qualidade. Izmailov e Jeffren estão lesionados, no entanto, Carrillo e Schaars melhoram de jogo para jogo, é impressionante! Hoje o peruano esteve muito bem, mostra que tem qualidade técnica, que certamente acrescentará muito mais do que Yannick Djaló e que vai fazer Jeffren esforçar-se muito para recuperar o seu lugar na equipa.
Rui Patrício foi ganhando confiança ao longo deste jogo, os centrais estiveram bem, Insúa esteve ao nível que nos tem habituado e João Pereira esteve endiabrado.
Rinaudo é uma autêntica “dona de casa”, varre todas as jogadas ofensivas dos adversários que passam perto de si. Elias na minha opinião, fez o seu melhor jogo de leão ao peito, com momentos fantásticos e erros muito escassos. Schaars está cada vez melhor e está a formar uma dupla terrível no lado esquerdo do meio-campo com Capel que continuou com o nível exibido frente ao Rio Ave, ainda que se note algum desespero para marcar golos, eles hão-de aparecer! A falar em golos, Wolfswinkel é o novo “homem-golo” do Sporting, bateu o seu recorde de jogos consecutivos a marcar (4), leva um registo que faz lembrar Liedson e parece posicionar-se melhor e conseguir melhores oportunidades de jogo para jogo, procurou o “hat-trick” a todo o custo, mas infelizmente para ele, não conseguiu.
Quanto aos suplentes que entraram, Polga fez esquecer que Rodríguez tinha jogado na primeira parte (saiu devido a lesão ao intervalo), Matías mostra ser uma alternativa no meio-campo e estou convicto de que será titular diante da Lazio (Elias não pode jogar nas competições europeias e Bojinov precisa de golos para ganhar confiança, um pouco à imagem do que se sucedeu com Wolfswinkel.

No que diz respeito ao Vitória de Setúbal, penso que a linha defensiva é muito lenta, fruto da idade avançada que os seus jogadores têm. Dos 11 titulares, 7 são trintões (!) e os outros quatro são atletas de características mais ofensivas. Apenas João Silva tem menos de 27 anos na equipa sadina. Foram diversas as vezes que os defesas do Vitória foram ultrapassados em velocidade, e face a esse “handicap” muitas vezes adoptaram por alguma violência, especialmente Ricardo Silva, que coloca o chamado agressivo Bruno Alves a um canto nesse aspecto. O meio-campo também foi pouco pressionante, até porque os seus jogadores tinham características mais ofensivas, e não haja dúvidas que ofensivamente os sadinos têm qualidade, fizeram muitos remates, têm jogadores com muito bom toque de bola, com muita qualidade de passe e facilidade de remate, certamente que apesar dos números de hoje e do jogo há duas semanas no Dragão farão um campeonato tranquilo.


Com esta vitória, o Sporting fica a três pontos de FC Porto, Benfica e Braga (que hoje venceu o Nacional), as três equipas que partilham a liderança da Liga.
Já o Vitória de Setúbal, tem sete pontos e vai ocupando uma posição folgada na tabela classificativa.

Liga ZON Sagres | FC Porto 2-2 Benfica



Na abertura da 6ª Jornada da Liga ZON Sagres, FC Porto e Benfica empataram 2-2 no primeiro clássico da temporada, disputado no Estádio do Dragão.


Eis a constituição das equipas:

FC Porto



Já se sabia que James Rodríguez, para mim o melhor jogador do FC Porto esta época, estupidamente expulso no jogo com o Feirense, não poderia dar o seu contributo à equipa, e creio que Vitor Pereira apostou no “onze” que dá mais garantias. Havia a dúvida entre Otamendi e Maicon, confesso que gosto mais de Maicon, parece-me um jogador mais completo, sobretudo a jogar com os pés, e num jogo em que qualquer erro pode ser fatal, o brasileiro, não tão bom nesse aspecto, poderia comprometer. Maicon tinha a seu favor a altura, e o facto de poder lidar melhor com o jogo aéreo de Cardozo, no entanto, nada que os centrais dos dragões, se se mantiverem concentrados, fiquem a perder.
A outra dúvida era entre Varela e Cristián Rodríguez, a escolha acabou por recair pelo português e creio que pode-se revelar acertada, creio que é mais explosivo, certamente estará motivado, até porque quer fazer uma grande exibição e agarrar o lugar. Parece-me também que tem mais ritmo de jogo.
No meio-campo, embora não houvessem grandes dúvidas sobre isso, Guarín é titular em detrimento de Defour ou Belluschi. Creio que Defour é muito bom jogador, no entanto, acrescenta pouco ao que João Moutinho pode fazer, e com Guarín, o FC Porto ganha capacidade de recuperação de bola em zonas longe da sua baliza e claro, um pontapé-canhão que pode revelar-se útil a longa distância. Belluschi não entrou bem esta época, no entanto, é um jogador que cumpre em qualquer jogo, e certamente que se as coisas não estiverem a correr bem, será chamado ao jogo, porque é um jogador muito criativo, no entanto, num jogo em que são precisas muitas cautelas, Guarín é um jogador que defende melhor e que também ataca bem.
De resto, o onze é aquele que tem sido geralmente utilizado esta época.


Benfica



Desta vez, Jorge Jesus não inventou!
O Benfica apresenta aquele que para a generalidade das pessoas é o seu melhor onze, ainda que durante a semana se tenha falado da possibilidade de Ruben Amorim jogar no flanco direito, à frente de Maxi, tal como fez frente ao Manchester.
No entanto, o treinador benfiquista decidiu colocar Nolito no “onze”, aproveitando o excelente momento de forma com o espanhol que bisou frente à Académica. Num jogo que se decidirá certamente por detalhes, a veia goleadora e eficácia que o ex-Barcelona B revela podem ser decisivas, e é ao mesmo tempo uma atitude que dá confiança à equipa, pois o treinador mostra crença de que o Benfica é superior ao FC Porto e se jogar ao seu nível pode vencer no Dragão, e afinal de contas, no meio-campo já existem dois “pivots” defensivos, ainda que Witsel tenha um papel criativo algo importante no jogo ofensivo da equipa.
A confiança de Jesus é tão grande que mantém-se a aposta em Cardozo, um avançado mais posicional, num jogo em que vai ser preciso todos os jogadores lutarem muito, jogarem de forma coesa como equipa, e em que provavelmente não terão muitas oportunidades de encostar o FC Porto lá atrás. Uma aposta em Saviola poderia ser mais útil em momento do jogo em que Cardozo poderá ter um papel equivalente a zero, dadas as suas características, no entanto, acrescenta centímetros, capacidade de finalização e utilidade em livres directos.
No banco, ainda há um Bruno César em excelente momento de forma e Ruben Amorim que poderá ser muito útil se a equipa precisar de defender.


O FC Porto entrou mais forte no jogo, no entanto, sem entrar fortíssimo e em impor um ritmo de jogo muito elevado.
Foi dominando territorialmente, foi tendo mais posse de bola, foi atacando mais e foi estando mais próximo de criar perigo, ainda que durante toda a primeira parte só tenha tido três verdadeiras ocasiões, uma das quais o golo, mas já lá vamos.
O Benfica jogou com alguma contenção, Witsel e Javi Garcia estavam a impedir completamente que João Moutinho e Guarín pudessem ser criativos, no entanto, devido a essa situação, o belga não pode participar no jogo ofensivo da equipa, e Javi nem sequer teve hipótese de começar a primeira fase de construção.
Com um flanco central cheio de gente, a solução estava nos flancos, e aí a força do FC Porto fez-se sentir, atacando mais, tendo mais bola nas alas, e daí surgiu a primeira grande situação de golo do jogo, a partir do flanco direito, Hulk (que esteve endiabrado!) fez uma diagonal das suas e rematou muito forte para uma grande defesa de Artur. Emerson não teve descanso!

A segunda grande oportunidade voltou a sair de um flanco, desta vez do lado esquerdo, com Varela a colocar a bola redondinha em Fucile, que no entanto, com a baliza à sua mercê, permite uma grande defesa de Artur, no entanto, muito demérito para o lateral uruguaio.

Costuma-se dizer que à terceira foi de vez, e assim o foi! Desta vez, numa bola parada apontada por Guarín do lado esquerdo, a meio do meio-campo benfiquista, cruzando a bola para a grande área onde apareceu Kléber para desviar para a baliza, estavam decorridos 37 minutos. Assim o FC Porto colocou-se em vantagem, perto do intervalo.

Durante todo a primeira parte tínhamos assistido praticamente a uma luta de 9 vs. 9, porque os pontas-de-lança, muito posicionais, não se envolviam no jogo colectivo, no entanto, como estava um de cada lado com as mesmas características, isso não provocou desequilíbrios.
Kléber muito provavelmente não tocou mais que duas ou três vezes na bola antes de marcar, e Cardozo até ao descanso poucos mais toques tinha feito. Basicamente, são jogadores que pouco contribuem para o jogo colectivo da equipa mas que podem resolver o jogo a qualquer instante, o que torna-se um pau de dois bicos, sobretudo para Jorge Jesus que tem um muito mais móvel Saviola no banco. O FC Porto, como se sabe, não tem alternativas a Kléber, não tem um avançado mais móvel como era Falcao.
O centro do terreno, esteve fechado durante a maioria do tempo de jogo na primeira parte, e a diferença entre o volume de jogo das equipas esteve nos flancos onde o FC Porto simplesmente foi mais forte, Hulk e Varela tiveram mais bola, Nolito e Gaitán não a tiveram tantas vezes.

Na segunda parte o Benfica teria de arriscar mais, provavelmente Witsel terá de jogar mais avançado no terreno, e isso pode ser benéfico para os encarnados, como pode também dar mais espaço a João Moutinho e a Guarín para serem criativos.


No segundo tempo, o Benfica entrou praticamente entrou a vencer, perante a passividade da defesa azul e branca, Nolito assiste Cardozo para recolocar a igualdade no marcador.

No entanto, o FC Porto rapidamente voltou a colocar-se em vantagem, ao surpreender a marcar um canto à maneira curta, a defesa à zona do Benfica desmontou-se, Varela recebeu a bola na direita, e assistiu Otamendi para fazer o 2-1 à boca da baliza, estavam decorridos 50 minutos.

Nesta fase, o jogo tornou-se muito equilibrado, o Benfica foi ascendendo em termos de posse de bola, e foi subindo mais no terreno, no entanto, o FC Porto mantinha o domínio territorial, ainda que ambas as equipas não criassem muitas oportunidades.
As mais flagrantes até aos dez minutos finais surgiram no mesmo minuto, entre os 61’ e 62’, Guarín de fora da área tenta o chapéu a Artur mas este responde com uma defesa para canto, e na sequência do canto, o Benfica faz um contra-ataque rapidíssimo, onde é inexplicável como o FC Porto a ganhar fica tão desprotegido na sua defesa, e Cardozo falha o golo na cara de Helton, que saiu bem da sua baliza para fazer a mancha.

Jesus mexeu na sua equipa e retirou Nolito e Aimar em detrimento de Bruno César e Saviola, com o intuito de dar mais apoio a Cardozo, o Benfica estava a mostrar alguma ambição, no entanto, sem criar oportunidades de golo, até que Saviola colocou a bola em Gaitán que surge na esquerda e remate forte, fazendo a bola embater na trave e entrar na baliza. Estava reposta a igualdade, 2-2, um autêntico balde de água fria no Dragão.

Vitor Pereira, que tinha retirado o seu ponta-de-lança (Kléber) para fazer entrar Cristián Rodríguez, mostrando apostar no contra-ataque, viu-se obrigado a colocar outro jogador com características semelhantes, Walter, para retirar um extremo, no caso Varela, no entanto, sem conseguir fazer mudar o resultado até final.


Creio que foi um jogado a um bom ritmo, foi intenso, no entanto, fiquei satisfeito por ter sido dos mais calmos a nível de ânimos dos jogadores dos últimos anos, teve as suas picardias mas penso que em termos gerais os atletas mostraram respeito uns pelos outros. Parece que com os 5-0, a conquista do campeonato e a reviravolta na Taça de Portugal a vingança do FC Porto está feita e já não há muita raiva acumulada. Espero que dentro de meses, na Luz, se assista a um embate ao mesmo nível. Os próprios adeptos continuaram a levar isqueiros, bolas de golfe e alguns objectos de arremesso, no entanto, reparei que foram em menor quantidade e sem condicionar o jogo. De louvar esta melhoria de comportamento.

O jogo não teve muitas oportunidades de golo, diria que talvez umas cinco para o Porto e quatro para o Benfica, no entanto, na hora de atirar à baliza houve eficácia e acabámos para assistir a um dos clássicos mais equilibrados e ao mesmo tempo com mais golos dos últimos anos. O empate aceita-se, pode-se dizer que teve alguma justiça, no entanto, se houvesse um vencedor pela atitude que demonstrou durante os 90 minutos, foi o FC Porto sem dúvida, que dominou por completo na primeira parte, e quando arrefeceu na segunda, não foi dominado, mas assistiu-se sim a um período do jogo mais equilibrado.

Analisando as equipas, creio que tal como se esperava num jogo destes, os pontas-de-lança mais posicionais desaparecem durante o jogo, mas aparecem geralmente para criar perigo ou para marcar como foi o caso de Kléber e Cardozo neste jogo, que praticamente nem tocaram na bola durante a primeira parte.

De resto, creio que o FC Porto apresentou a sua melhor formação, no entanto, tal como o Shakhtar Donetsk, tirou cedo o pé do acelerador e não conseguiu construir uma vantagem mais folgada, embora fosse controlando o jogo. É o único erro que posso apontar a uma equipa que face ao impasse que se assistia na luta entre meio-campos, foi ganhando por mérito próprio na luta pelos flancos, sobretudo na primeira parte em que o jogo esteve mais fechado, e fê-lo não por ter uma melhor estratégia mas sim pela qualidade individual dos seus jogadores, sobretudo Hulk na direita perante Emerson.

Sobre o Benfica, como disse, colocar Cardozo em campo é um pau de dois bicos. Por um lado, com Saviola seria um jogador a mais que até podia desbloquear o impasse do jogo dos encarnados no meio-campo, já que é um jogador mais móvel e mais prestável ao colectivo do que o paraguaio, no entanto já se sabe que Cardozo é um ponta-de-lança com características que o podem levar a resolver um jogo a qualquer momento.
A escolha entre Bruno César e Nolito é sempre uma dor de cabeça que qualquer treinador gostaria de ter, creio que o brasileiro acabou por ser mais útil à equipa, ainda que se perceba a intenção na titularidade do espanhol, que não se impôs, nem na esquerda nem na direita.
Uma palavra também para Gaitán, que com as tantas poupanças a que Aimar é alvo, acaba pro ser o melhor jogador da equipa em termos gerais, um autêntico dínamo, um jogador muito bom tecnicamente e também muito veloz, dos melhores extremos a actuar em Portugal.


Com este empate, ambos continuam empatados na liderança da Liga ZON Sagres com 14 pontos e quem pode aproveitar é o Sp. Braga que se amanhã vencer alcança-os, e também o Sporting, que se conseguir uma vitória diante do Vitória de Setúbal, fica apenas a três pontos dos rivais.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Liga BBVA | Valência 2-2 Barcelona



Hoje, no Mestalla, Valência e Barcelona não foram além de um empate a duas bolas num desafio muito bem jogado.


Eis a constituição das equipas:

Valência



Esta temporada do Valência só tinha acompanhado o jogo em Alvalade, onde venceram o Sporting por 3-0, demonstrando grande poder de contra-atacar e muita eficácia. À entrada para estar jornada ocupavam a liderança da Liga Espanhola e certamente que iria ser um osso duro de roer para este Barcelona. Nos últimos anos perderam Villa, Joaquin, Mata, David Silva e outros, no entanto, vão arranjando sempre argumentos para continuar a ser a terceira equipa espanhola.


Barcelona



O Barcelona surpreende no «onze inicial» sobretudo com a ausência de David Villa, que fica no banco de suplentes. Iniesta, Alexis e Piqué estavam indisponíveis e era de prever menor capacidade de posse de bola para os catalães.


Estava curioso para ver o posicionamento dos homens do ataque “blaugrana”, já que não tinham um extremo de raiz. Bem, Fabregas aparece como extremo, no entanto, não foi o que Pedro, Villa e Alexis costumam ser, ocupou maioritariamente a zona mais central do terreno, muitas vezes Pedro aparecia muitas vezes na esquerda e era Daniel Alves, que muitas das vezes funcionava como extremo do lado direito.
Messi já se sabe, vinha buscar jogo atrás e funcionava como falso ponta-de-lança como de costume.
Basicamente, o Barcelona em diversos momentos do jogo desdobrou-se várias vezes tacticamente, utilizando preferencialmente um 4-3-3, mas também um 4-4-2 losango, e uma espécie de 3-4-3.

O Valência, na primeira parte, apresentou-se com um 4-4-2 que também se desdobrava em 4-4-1-1, com Canales a jogar um pouco mais recuado que Sodaldo, apoiando-o a ele e também ao meio-campo.

O jogo começou muito intenso, embora não muito bem jogado, várias perdas de bola de parte a parte, devido ao ritmo forte a que se jogava, e embora não de uma forma muito evidente, o Barcelona ía tendo mais posse de bola, e o Valência apostava mais em contra-ataque.
E foi num contra-ataque que equipa de Unai Emery chegou ao 1-0, com um cruzamento algo atabalhoado de Mathieu na esquerda a encontrar o pé de Abidal, que fez auto-golo, estavam decorridos 12 minutos.

No entanto, o Barcelona provou mais uma vez que é a melhor equipa do planeta, ou melhor, que é uma equipa de outro planeta, e pouco tempo depois de o jogo recomeçar, numa fantástica jogada que envolveu Fabregas, Messi e Pedro, este último não perdoou no cara-a-cara com o guarda-redes.

A partir deste momento o jogo tornou-se mais fluído, não a um nível tão intenso como nos primeiros minutos (ainda que se jogasse com bastante intensidade), e viu-se um Valência que em ataque organizado e especialmente em contra-ataque mostrava que queria ganhar o jogo e que não ía jogar encolhido e com medo dos campeões nacionais e europeus.
O Barcelona, pelo estatuto que tem, também foi procurando chegar perto da área contrária, no entanto, com menos argumentos do que o costume. Em termos de posse de bola os catalães estavam em vantagem, no entanto, não “golearam” nesse aspecto como de costume, a falta que Iniesta faz! Keita não tem a mesma capacidade de passe e de posse de bola e isso fez toda a diferença, as coisas não estavam a sair bem aos catalães, e a defesa também ia tremendo.

A meio da primeira parte, os “ché” voltaram a colocar-se em vantagem, numa jogada com construção semelhante à do primeiro golo, mas desta vez foi Canales a conduzir a bola na esquerda e a centrar rasteiro, Abidal volta a estar mal ao não conseguir cortar e o esférico sobra para Pablo Hernandéz que fez o 2-1.

Até ao descanso, nada mudou, as equipas continuaram com a mesma atitude, o Barcelona com mais posse de bola, no entanto, sem ser esmagador, havendo mesmo jogadores a mostrar alguma passividade, tanto que os cerca de 55% de posse com que chegaram ao intervalo devem ser dos piores registos dos últimos anos.
O Valência manteve-se atrevido, mas desta vez, também procurou segurar a vantagem, com todos os seus jogadores a cumprirem muito bem as suas funções tacticamente, fechando bem as linhas de passes e espaços por onde o Barça poderia progredir no terreno e contra-atacando bem, e em mais uma jogada de contra-ataque, pela esquerda, tal como nos dois golos dos valencianos, Mathieu centra rasteiro, Valdés desvia a bola, no entanto esta sobra para Sodaldo que em esforço atira ao lado. Foi a maior perdida do jogo, podia ter dado o 3-1, no entanto, o ponta-de-lança espanhol não quis ficar atrás do compatriota Fernando Torres e quis ser notícia pelos golos que falha clamorosamente, estavam decorridos 41 minutos.


Na segunda parte, as equipas vieram com a mesma atitude com que deixaram o campo após os primeiros 45 minutos. O Barcelona estava pouco agressivo, e isso revelava-se em todos os aspectos: no bom número de passes seguidos bem sucedidos do Valência (a dar a provar aos catalães do seu próprio veneno) sem grande oposição, na falta de volume de jogo ofensivo e até na quantidade de faltas cometidas, que aos 63’, era apenas de uma, e que no final do jogo não deve ter ultrapassado as três.

Guardiola fez entrar Villa para o lugar de Pedro, o que me causou alguma surpresa, porque Pedrito estava a ser o mais irrequieto dos “culé”, embora se tivesse apagado na segunda parte.
Também Adriano entrou para o lugar de Keita.
Neste momento do jogo, o Barça desdobrou-se menos e jogou sempre na fórmula que tanto sucesso tem dado, o 4-3-3, com Fabregas a recuar para o meio-campo, ocupando os espaços antes ocupados por Keita, e na frente, Villa posicionou-se na ala esquerda como de costume, e Adriano na ala direita, uma posição na qual eu penso que o brasileiro não tem grandes rotinas. Com estas alterações, o Barcelona ganha mais profundidade e capacidade ofensiva, fruto de ter jogadores com características mais próprias para as posições, que permitiria à equipa criar mais ocasiões de golo já que havia mais soluções para procurar a baliza de Guaita. Os movimentos em que Villa parte do flanco esquerdo para o meio para rematar são conhecidíssimos, já marcou muitos golos assim, e de Adriano no lado direito, tendo ele no seu pé esquerdo o seu forte, esperava-se o mesmo. Assim havia também mais apoio a Messi, e Daniel Alves deixou de precisar tanto de subir, e recorde-se que os dois golos do Valência ocorreram exactamente no lado do lateral brasileiro.
Mesmo com Messi não muito inspirado, estas alterações abanaram os “blaugrana” que a partir daí foram mais perigosos, foram encostando o Valência ao seu meio-campo ofensivo numa altura em que o resultado parecia estar mais perto do 3-1 do que do 2-2, e dado o valor dos jogadores, não foi de estranhar que o empate surgisse mais cedo ou mais tarde, algo que acabou por acontecer aos 77’, por Fabregas, após um passe de ruptura extraordinário de Lionel Messi.

Daí em diante, foi o Barça que esteve mais perto de vencer, parecendo-se mais com o Barcelona que estamos habituados a ver, e os últimos minutos foram de muita intensidade e dramatismo, no entanto, tarde de mais! O jogo (e que jogo!) terminou empatado.


Analisando as equipas, creio que o Valência tacticamente fez um jogo que roçou a perfeição. Sem grandes craques do ponto de vista técnico, cada jogador cumpriu a sua função, a equipa foi sempre muito coesa, funcionou como uma unidade durante os 90 minutos, e pelo jogo que fez, se alguém tivesse que vencer pela atitude que teve, os “ché” teriam vencido.
Concentrados a defender e rápidos e perigosos a (contra) -atacar, estiveram todos muito bem, parabéns para o treinador que organizou e trabalho esta equipa, e a todos os jogadores pelo mérito que tiveram em cumprir o que lhes foi pedido.
Soldado, que levava 5 golos em três jogos, acabou por ser quem não cumpriu com a tarefa que lhe era incutida: finalizar! Fazer golos! E foram vários os falhanços do ponta-de-lança espanhol, sobretudo quando o jogo estava em 2-1.
Destaco Canales, jovem de 20 anos emprestado pelo Real Madrid que foi o mais irrequieto da equipa, jogando no apoio ao ponta-de-lança, foi o “dínamo” da equipa, um verdadeiro quebra-cabeças para a defesa do Barcelona. Certamente terá um futuro brilhante pela frente, não tenho dúvidas!
O guarda-redes Guaita, mostrou segurança, tanto nas saídas aos pés dos jogadores (destaco uma a Messi quando o jogo ainda estava 2-1), como nos cruzamentos e pela forma como pontapeava a bola em momentos que esta lhe era dirigida. Mostrou qualidades, ainda que no primeiro golo do Barcelona o seu posicionamento não fosse o melhor.

Já o Barcelona, continuo sem compreender como gastaram tanto dinheiro em dois jogadores de características ofensivas e não investiram em nenhum defesa. Desde o arranque da época, que Puyol e Piqué têm falhado jogos devido a lesão, e não houve nunca uma alternativa à altura destes dois, Mascherano é um bom recuperador, no entanto, não pode jogar ali, e muito menos Abidal, que embora hoje fosse defesa-esquerdo (e fez um jogo muito desinspirado, estando mal na fotografia nos dois golos sofridos), foi muitas vezes utilizado como central. A “cantera” continua a produzir jogadores de características ofensivas de grande qualidade, no entanto, a nível defensivo, há poucas alternativas para os titulares, que por curiosidade, são os que mais tempo passaram lesionados durante esta época que ainda vai curta. O meio-campo foi pouco agressivo, não fez pressão alta de uma forma muito intensa e mostrou passividade, possibilitando ao Valência muitas das vezes fazer muitos passes sucessivos, algo bastante raro quando se joga contra o Barça.
A táctica inicial não estava a resultar, não percebo como Guardiola colocou Fabregas como extremo, desdobrando-se para situações em que aparecia como médio-interior-esquerdo, Pedro aparecia como extremo desse lado e Daniel Alves fazia todo o flanco direito, aparecendo como extremo. No entanto, devido às subidas do lateral brasileiro, foram pelo seu lado os contra-ataques rápidos que originaram os golos dos valencianos.
As alterações na segunda parte fizeram todo o sentido, e a equipa ressentiu-se disso com um maior volume de jogo ofensivo.
Messi esteve muito desinspirado, no entanto, é um jogador tão bom que quando as coisas lhe correm menos bem faz duas assistências, impressionante!
O melhor em campo, na minha opinião, foi Fabregas que esteve nos dois golos, jogou sempre muito bem, raramente falhou passes, e esteve bem na construção e em guiar a bola para os homens da frente, finalizando ainda sem qualquer tipo de problemas, quando surgiu isolado perante o Guaita.

Com este empate, o Valência mantém-se na liderança (ainda que à condição, porque pode ser ultrapassado pelo Bétis amanhã) e o Barcelona desperdiçou uma oportunidade de luxo para se distanciar do Real Madrid e ao mesmo tempo ultrapassar a equipa de Unai Emery na tabela classificativa.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...