O Sporting conquistou hoje uma vitória importantíssima, no dificílimo campo da Mata Real, frente ao Paços de Ferreira, por 3-2, após ter estado a perder por 0-2.
O Paços de Ferreira apresentou o seguinte onze: Cássio; Filipe Anunciação, Cohene, Fábio Faria e Nuno Santos; André Leão, Vítor (Luiz Carlos) e Manuel José; Caetano (Bacar), Michel e Luisinho.
Já o Sporting: Rui Patrício; João Pereira, Rodríguez, Onyewu e Insúa; Rinaudo, Schaars (Izmailov) e Elias; Pereirinha (Rubio), Bojinov (Wolfswinkel) e Capel.
Os leões entraram para o jogo com nove reforços, e oito alterações tendo em conta o onze inicial que defrontou o Marítimo, ainda que dessas alterações, tenhamos tido o regresso de um trinco que merece a titularidade como Rinaudo, de Insúa que vem tirar o lugar ao desapontante Evaldo, Elias é reforço, Bojinov e Rodriguez vieram de lesões e estão agora preparados para jogar de inicio, portanto, se formos a ver bem, as alterações foram muitas mas a base da equipa talvez não tenha mexido assim tanto, tendo em conta o planeado para esta temporada, e aquilo, que para a generalidade das pessoas, é o melhor onze do Sporting.
No entanto, tudo parece acontecer aos «verde e brancos», que após uma infantilidade de Rui Patrício, ao agarrar uma bola após um atraso legítimo com os pés de Rodriguez, vê o árbitro assinalar um livre indirecto dentro da grande área, que viria a dar no golo do Paços de Ferreira, por intermédio de Michel, estavam decorridos cinco minutos.
Penso que Patrício deveria relembrar-se do porquê de hoje ser titular do Sporting e o porquê de o ser já há quatro anos. Lembram-se de Stojkovic? Polga atrasou-lhe a bola (esse sim um atraso muito menos legitimo…) em pleno Estádio do Dragão no inicio da época 2007/2008 e o guarda-redes sérvio agarrou-a, possibilitando ao árbitro marcar um livre indirecto dentro da área sportinguistas que Raúl Meireles viria a converter em golo. Foi o primeiro episódio da tumultuosa relação entre Stojkovic e Paulo Bento, visto que o agora seleccionar português criticou o seu jogador, e como resultado disso, não demorou muito tempo até a titularidade da baliza leonina ser atribuída ao então muito jovem Rui Patrício.
Pois é, o Sporting jogava um jogo com cariz decisivo, que era o primeiro do resto da temporada, e como Domingos diz: “Tudo acontece a este Sporting!”.
A equipa leonina demorou a reagir, ficou abatida com o golo, no entanto, lentamente foi assumindo o jogo, foi jogando no meio-campo do Paços de Ferreira e empurrou os «castores» para perto da sua grande área. O Sporting criou oportunidades de golo, de todo o modo, cruzamentos, jogadas pelo meio e sobretudo bolas paradas, um livre de Bojinov passou a centímetros do poste e outro de Schaars bateu em cheio na trave.
Perto do final da primeira parte, já acusando alguma frustração, o Sporting foi perdendo este poderio dominador, algo que também se reflectiu num começo de segundo tempo que pareceu pouco ambicioso por parte dos lisboetas, demorando a criar oportunidades de golo, e acabou por sofrer o 2-0 após um livre batido perto da linha de meio-campo por Manuel José, em que Michel responde com um cabeceamento à entrada da área perante a passividade de Rodríguez, estavam decorridos 55 minutos.
A partir daí, o Sporting desmoralizou perante o desespero de Domingos Paciência, que vê a sua equipa sofrer dois golos em que as responsabilidades caíram por inteiro nos jogadores, e com fortes possibilidades de ficar a 10 pontos do líder quando ainda se está à 4ª Jornada. Essa desmoralização foi de tal forma evidente que o Paços até esteve perto do 3-0 por Michel.
No entanto, a cerca de 20 minutos do fim, dá-se o momento crucial do jogo. Nuno Santos, defesa-esquerdo dos pacenses é expulso após acumulação de amarelos, e a equipa da casa a partir daí desorienta-se e nunca mais é a mesma. A partir daqui, começa o festival de golos do Sporting.
Primeiro aos 76’, por Izmailov, num golo em que teve bastante sorte, visto que a bola tabelou em jogadores do Paços antes de entrar. Depois, dois minutos volvidos, Rinaudo com um passe de génio encontra Elias que com toda a calma empata o jogo. Finalmente, aos 84’, um grande cruzamento de Insúa encontra uma finalização à ponta-de-lança de Ricky Van Wolfswinkel, que possibilitou ao Sporting dar a cambalhota no marcador.
A partir daí, foi sofrer a bom sofrer, até ao apito final do árbitro que viria a dar aos leões a primeira vitória no campeonato.
Analisando as equipas, o Sporting apresentou muitas mexidas face às equipas que tem apresentado, e vendo bem o jogo, devo dizer que gostei do que vi. Pereirinha foi uma agradável surpresa, Onyewu esteve bem e acho que vai ser muito útil em alguns jogos, Rodriguez teve uma paragem cerebral no segundo golo mas é o melhor central do plantel, Insúa teve as suas falhas mas mostrou algo que supera muito a qualidade (ou falta dela…) de Evaldo, Rinaudo esteve ao seu nível, Schaars fez dos seus melhores jogos até agora, Elias precisa de se entrosar mais porque ando um pouco perdido (mas gosto do seu estilo em vir buscar jogo atrás, participar nas movimentações do meio-campo, alimentar o ataque e até aparecer em zonas de finalização), Capel procurou demasiado o drible em vez de optar por soluções mais simples, Bojinov ainda mostrou pouco mas há que dar o benefício da dúvida, Wolfswinkel finalmente mostrou golos e Izmailov mostrou que tem de jogar de inicio porque faz toda a diferença.
Rui Patrício à excepção daquela infantilidade esteve sempre bem.
Creio que este onze aproximou-se do melhor que o Sporting pode apresentar, alterava apenas Schaars por Izmailov, Pereirinha por Jeffren e quanto ao ponta-de-lança, colocaria Bojinov, Rubio ou Wolfswinkel tendo em conta o tipo de jogo que se está a disputar. Em Paços, por exemplo, nos últimos 20 minutos, com o Sporting a jogar de uma forma mais directa, fazia sentido ter Wolfswinkel e isso resultou, tendo o holandês marcado o golo da vitória.
Quanto ao Paços, foi uma equipa com a personalidade que nos tem habituado sempre quando joga em casa. Muito combativa, muito forte, aguerrida e com muita alma, com jogadores com capacidade de fazer a cabeça em água aos defesas sportinguistas.
De entre todos, destaco Caetano (Ai rapaz! Ainda estou traumatizado por teres falhado aquele golo ao Brasil!) e sobretudo Michel, um jogador que já ando a seguir desde Janeiro, quando fui a Alvalade ver o Sporting – Penafiel para a Taça da Liga e fiquei bastante impressionado pelo poderio técnico e físico deste jogador, a quem chamavam na altura de “Hulk de Penafiel”. Recordo que este jogador esteve para ser vendido ao Sporting de Braga, mas os durienses pediram demasiado dinheiro, no entanto, num daqueles negócios que ninguém percebe, foi vendido ao Paços por uma verba muito inferior. Mas não tenho dúvidas que em Janeiro ou no final da época dê um salto na carreira!
Quanto ao árbitro, sinceramente, achei que teve um critério que não entendi, com algum excesso de cartões na primeira parte, depois tornou-se menos rigoroso na segunda, e foi mostrando ou não amarelos conforme lhe dava na cabeça, deixando passar em claro faltas agressivas e ao mesmo tempo sendo excessivamente rigoroso em situações normais. Não consegue ser tão mau como Bruno Paixão, mas Paulo Baptista mostrou não estar muito a altura da situação.
Já agora, falando de arbitragens, que raio foi aquilo no Estádio da Luz?