FC Porto, Benfica e Sporting vão estar na Champions em 2021-22 |
A abertura da Liga
dos Campeões a equipas não campeãs das principais ligas após a mudança de
formato, em 1992, dificultou ainda mais a missão das equipas portuguesas, sem os
mesmos argumentos de alguns dos principais emblemas de Inglaterra,
Espanha,
Itália
e Alemanha.
No entanto, os clubes lusos também têm tido os seus momentos de brilho, com
destaque para a conquista do título europeu por parte do FC
Porto em 2003-04.
Os dragões,
que vão para a 27.ª presença, estão entre os emblemas com mais assíduos na
competição. O Benfica
está prestes a iniciar a 18.ª presença, ao passo que o Sp. Braga vai para a terceira. O Sporting contabiliza dez e o Boavista
duas.
Vale por isso a pena conferir a
nossa lista de dez jogos mais marcantes de equipas portuguesas na fase de
grupos da Champions.
30 de março de 1994 – 5.ª
jornada do Grupo B
Numa fase em que o modelo Liga
dos Campeões, com fase de grupos, dava os primeiros passos, em 1993-94 o
formato consistiu numa pré-eliminatória com os países menos cotados no ranking
da UEFA e duas eliminatórias já com os pesos pesados antes de as últimas oito
equipas serem distribuídos por dois grupos, com os dois primeiros de cada
agrupamento a passarem às meias-finais.
Os dragões,
que afastaram os malteses do Floriana (agregado de 2-0) e os holandeses do
Feyenoord (1-0), ficaram inseridos no Grupo B, com AC
Milan, Werder Bremen e Anderlecht.
À entrada para a penúltima jornada, numa altura em que o triunfo ainda valia
apenas dois pontos, os italianos
lideravam o grupo com seis pontos, seguido dos portistas
com quatro e dos alemães e dos belgas
com três.
Antes da decisiva visita ao Werder Bremen de Otto Rehhagel, sobravam
motivos para se considerar os germânicos favoritos. Afinal, eram os campeões da
Alemanha
e dois anos antes tinham conquistado a Taça das Taças, curiosamente numa final
disputada no Estádio da Luz. E nunca uma equipa portuguesa tinha vencido na Alemanha.
No entanto, o FC
Porto de Bobby Robson surpreendeu tudo e todos ao arrancar uma vitória
demolidora por 5-0.
O golo inaugural foi apontado pelo malogrado Rui Filipe, aos 11 minutos,
pouco tempo depois de ter entrado para o lugar do lesionado Paulinho Santos. Os
alemães reagiram e colocaram Vítor Baía à prova, mas o guarda-redes manteve-se
seguro. Na frente de ataque, Kostadinov, isolado por Drulovic, apontou o
segundo golo dos azuis
e brancos aos 35’.
No segundo tempo, o FC
Porto começou por resistir aos ataques do Werder Bremen, fazendo-os
desacreditar na reviravolta. Depois construiu um resultado com contornos de
goleada, com Secretário a aumentar a fazer o 3-0 (70’). O recém-entrado Domingos
fez o quarto golo após bonita jogada individual (74’) e Timofte fechou a
contagem na conversão de uma grande penalidade (90’).
11 de setembro de 1996 – 1.ª
jornada do Grupo D
Mais uma jornada gloriosa da história europeia do FC
Porto, no terreno de um AC
Milan orientado pelo uruguaio Óscar Tabárez e que desde 1988 tinham
conquistado cinco campeonatos de Itália,
quatro Supertaças de Itália,
três Taças/Ligas
dos Campeões Europeus, três Supertaças Europeias e duas Taças
Intercontinentais. Para termos a noção da força dos rossoneri
nessa altura, vale a pena mencionar alguns dos elementos que compunham o
plantel: Christian Panucci, Alessandro Costacurta, Franco Baresi, Michael
Reiziger, Paolo Maldini, Marcel Desailly, Demetrio Albertini, Zvonimir Boban, George
Weah, Roberto Baggio, Edgar Davids e Christophe Dugarry. Coisa pouca.
E os dragões,
então comandados por António Oliveira, até estiveram a perder por duas vezes.
Aos 14 minutos, Marco Simone colocou os italianos
em vantagem em San Siro, a passe de Roberto Baggio. Artur empatou para os azuis
e brancos no início do segundo tempo, após cruzamento de Fernando Mendes.
Mas os milaneses
voltaram a colocar-se em vantagem a cerca de 20 minutos do fim, por Weah, que
respondeu da melhor forma a um cruzamento tenso de Simone, aproveitando também
o falhanço do guarda-redes portista
Wozniak.
Tudo parecia estar a decorrer
conforme expectável, mas o FC
Porto tinha lançado após a hora de jogo um goleador capaz do inesperado:
Mário Jardel. O ponta de lança brasileiro, recém-contratado ao Grêmio,
bisou no espaço de oito minutos (75’ e 83’), tendo sido assistido por Zahovic
em ambos os golos, e deu a vitória à equipa portuguesa.
11 de setembro de 2001 – 1.ª
jornada do Grupo B
Nos meses anteriores, os reds
de Gérard Houllier tinham vencido Taça
UEFA, Taça de Inglaterra,
Taça da Liga, Charity Shield e Supertaça
Europeia, e contavam ainda com o jogador que haveria de vencer a Bola de
Ouro nesse ano, Michael Owen. No entanto, nada disso inibiu o pistoleiro Elpídio
Silva, que combinou rapidamente com Alexandre Goulart antes de disparar
para o fundo da baliza de Dudek logo aos três minutos.
Owen, a estrela de uma equipa
onde também atuavam jogadores como Sami Hyypia, Dietmar Hamann, Steven Gerrard
e Emile Heskey, empatou aos 29 minutos, mas não evitou uma surpreendente perda
de pontos, em casa, ante os axadrezados
de Jaime Pacheco.
7 de dezembro de 2004 – 6.ª
jornada do Grupo H
7 de dezembro de 2005 – 6.ª
jornada do Grupo D
12 de setembro de 2006 – 1.ª
jornada do Grupo B
Seis anos depois, o Sporting regressava à Liga dos Campeões e o novo Estádio
José Alvalade estreava-se na competição. Pela frente estava o Inter de Milão, que tinha empatado a zero naquele mesmo
palco um mês antes, no jogo de apresentação dos leões, e que tinha uma equipa de luxo: Toldo, Córdoba, Samuel, Maicon, Grosso,
Patrick Vieira, Dacourt, Stankovic, Figo, Ibrahimovic e Adriano no onze; Júlio
César, Javier Zanetti, Materazzi, Maxwell, Mariano González, Solari e Crespo no
banco.
Apesar do poderio do adversário, que na altura estava a começar um
período de hegemonia em Itália,
um Sporting bastante jovem, com jogadores como Miguel Veloso, João Moutinho, Nani e Yannick Djaló no onze, susteve o ímpeto dos nerazzurri e venceu por 1-0, com um grande golo do improvável Marco Caneira aos 64
minutos.
23 de novembro de 2010 – 5.ª
jornada do Grupo H
Ao cabo de quatro jornadas, o Arsenal
liderava o grupo com os mesmos nove pontos do Shakhtar Donetsk. O Sp.
Braga, que tinha sido goleado no Emirates
Stadium na estreia na Champions
(0-6), somava seis, todos obtidos frente aos sérvios do Partizan, e ainda alimentava
a possibilidade de garantir o apuramento para os oitavos de final, apesar de
lhe restar uma receção aos poderosos gunners
e uma visita aos ucranianos, que um ano e meio antes tinham vencido a Taça
UEFA.
Ainda sem grandes feitos a nível europeu, os bracarenses
de Domingos
Paciência tinham poucas hipóteses de sucesso diante dos londrinos
de Arsène
Wenger, mas o que parecia pouco provável acabou mesmo por acontecer.
Frente a Tomás Rosicky, Cesc Fàbregas, Theo Walcott e companhia, os dois
golos minhotos
surgiram já nos minutos finais, ambos da autoria do brasileiro Matheus, ambos
após corridas desenfreadas para a baliza de Fabianski (83’ e 90+3’).
30 de setembro de 2015 – 2.ª
jornada do Grupo C
Longe de estar época positiva, já com duas derrotas nas primeiras seis
jornadas da I
Liga, Rui Vitória não estava a ter uns primeiros meses fáceis à frente do Benfica,
apesar de ter iniciado a Liga
dos Campeões com uma vitória caseira sobre o Astana (2-0).
Na visita ao Atlético
Madrid, vice-campeão europeu e campeão espanhol em 2013-14, os colchoneros
eram favoritos e até marcaram primeiro, por Ángel Correa, aos 23 minutos.
No entanto, o Benfica
agigantou-se e deu a volta o resultado na capital espanhola, com Gaitán a
empatar ainda na primeira parte, na sequência de um cruzamento de Nélson Semedo
ainda desviado por um defesa rojiblanco
(36’), e Gonçalo Guedes a marcar o golo da vitória no início do segundo tempo,
a passe de Gaitán (51’).
14 de setembro de 2016 – 1.ª
jornada do Grupo F
Nem só de vitórias se faz a lista dos jogos mais marcantes de equipas
portuguesas na fase de grupos da Liga
dos Campeões.
De regresso à Champions
após uma época de ausência, o Sporting
de Jorge
Jesus arrancou a competição com uma visita ao campeão europeu Real
Madrid, que tinha nas suas fileiras jogadores como Cristiano
Ronaldo, Benzema,
Bale,
Modric,
Kroos, Sergio Ramos e Marcelo, todos eles no auge das suas carreiras.
Após terem ido para intervalo com um empate a zero, os leões
gelaram o Santiago Bernabéu quando se adiantaram no marcador aos 48 minutos,
através de um remate certeiro de Bruno César.
A vantagem leonina
durou até aos 89 minutos, quando Cristiano
Ronaldo empatou o encontro através de um livre direto. Seria o Sporting
capaz de pelo menos segurar um ponto na capital espanhola? Também não. Morata
fez o 2-1 os merengues
aos 90+4’, após cruzamento de James Rodríguez.
23 de novembro de 2016 – 5.ª
jornada do Grupo B
Besiktas 3-3 Benfica
Líder do grupo à entrada para a 5.ª jornada, com dez pontos, o Benfica
estava à frente de Nápoles (sete pontos), Besiktas (seis) e Dínamo Kiev (um).
A precisar de apenas um ponto na
visita a Istambul para carimbar o apuramento para os oitavos de final, as águias
orientadas por Rui Vitória gelaram os adeptos turcos durante a primeira parte,
saindo para o intervalo a vencer por 0-3, com golos de Gonçalo Guedes (10
minutos), Nélson Semedo (25’) e Fejsa (31’).
No entanto, o Besiktas nunca
atirou a toalha ao chão e respondeu na mesma moeda na segunda parte. Depois de Cenk
Tosun (58’) e Quaresma
(83’, g.p.) terem reduzido a desvantagem, coube a um avançado emprestado pelo FC
Porto, Aboubakar, marcar o golo do empate (89’).
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