Já lá vão muitos anos,
mas lembro-me da final, ainda que não possa garantir que a tenha
assistido em direto. Creio que apenas fui acompanhando a marcha do
marcador, que teimava em... marchar. Foram nove golos, o último
deles de ouro, porque no início do século XXI vigorava uma regra
que atribuía a vitória à primeira equipa a marcar no
prolongamento. Foi assim, por exemplo, que a França ganhou a final
do Euro 2000 à Itália. Neste caso, sorriu ao Liverpool, que venceu
o Alavés por 5-4 na noite emocionante de 16 de maio de 2001.
Na altura eu ainda era um
iniciante enquanto seguidor de futebol. Para mim os reds eram
favoritos, nem que fosse por terem
eliminado o FC Porto nos quartos de final – Rapid Bucareste,
Slovan Liberec, Olympiacos, Roma e Barcelona foram as outras equipas
que afastaram. Já o Alavés era daqueles clubes que eu só devia
conhecer do FIFA ou de o ter visto na classificação da liga
espanhola em algum jornal desportivo, mas que para chegar ao encontro
decisivo deixou pelo caminho Gaziantepspor, Lillestrøm, Rosenborg,
Inter de Milão, Rayo Vallecano e Kaiserslautern.
A diferença de estatutos
fez-se sentir durante a primeira parte. Um cabeceamento certeiro de
Markus Babbel na resposta a um livre lateral de Gary McAllister (4
minutos) e um remate cruzado de Steven Gerrard a passe de Michael
Owen (16') colocaram o Liverpool a vencer por 2-0. O recém-entrado
Iván Alonso reduziu de cabeça aos 27' após cruzamento de Cosmin
Contra, mas McAllister restabeleceu a vantagem de dois golos para os
ingleses, então orientados pelo francês Gérard Houllier.
Na segunda parte, o
impensável aconteceu. Javi Moreno bisou num curto espaço de tempo
durante os primeiros minutos, primeiro de cabeça a cruzamento de
Contra (48'), depois de livre direto executado de forma rasteira, com
a bola a passar por baixo da barreira (51'). Robbie Fowler devolveu a
vantagem ao Liverpool a passe de McAllister (73'), mas Jordi Cruyff,
filho do lendário Johan, deixou tudo empatado aos 88' na sequência
de um canto na direita.
A decisão ficou guardada
para os últimos minutos do prolongamento, quando Delfí
Geli cabeceou para a própria baliza (117'), dando o golo de ouro ao
Liverpool numa fase em que o Alavés já jogava reduzido a dez, por
expulsões de Magno e do capitão Antonio Karmona.
Na época seguinte a
final voltou a ser emocionante e teve arbitragem do português Vítor
Pereira. A jogar em casa, o Feyenoord bateu o Borussia Dortmund por
3-2, num jogo cuja a minha principal memória foi um grande golo do
gigante avançado checo Jan Koller, que atuava pelos alemães. Foi o
último golo da noite, na qual o ex-benfiquista Van Hooijdonk bisou.
E para o caro leitor, qual é a primeira final da Taça das Cidades com Feira/Taça UEFA/Liga Europa de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes finais da história?
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