Dez jogadores que ficaram na história do Paços de Ferreira |
Fundado a 5 de abril de 1950, o
Futebol Clube Vasco da Gama competiu nas divisões secundárias da Associação
de Futebol do Porto durante mais de uma década até ganhar a designação
atual: Futebol
Clube Paços de Ferreira.
Por essa altura, também mudaram
as cores do clube. O amarelo deu lugar a um equipamento em tudo semelhante ao
do FC
Porto, algo que vigorou até 15 de março de 1981, quando os sócios decidiram
mudar novamente as cores para o amarelo e verde do concelho. Nessa fase, já os pacenses
tinham alcançado os campeonatos nacionais, tendo subido à III Divisão e à II
Divisão em anos consecutivos, em 1973 e 1974.
Porém, ainda havia bastante
espaço para crescer. Depois de uma década e meia na II Divisão – Zona Norte, o Paços
de Ferreira não só participou na edição inaugural da II
Liga, em 1990-91, como se sagrou campeão e, consequentemente, foi promovido
ao patamar
maior do futebol português.
Os castores
voltariam a competir no segundo
escalão entre 1994 e 2000, em 2004-05 e em 2018-19, voltando a terminar o
campeonato em primeiro lugar 1999-00, 2004-05 e 2018-19. Com quatro títulos, o
emblema da Capital
do Móvel é a recordista de conquistas na II
Liga.
Relativamente a futebolistas,
foram 176 os que jogaram com a camisola amarela na II
Liga. Vale a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
10. Paulito (65 jogos)
Paulito |
Disputou o mesmo número de jogos
que Carlos Miguel, mas amealhou mais 105 minutos em campo – 5485 contra 5380.
Defesa natural de Coimbra e capaz
de cobrir todas as posições do setor mais recuado, jogou na I
Divisão ao serviço de Farense,
Boavista,
Nacional
e União
de Leiria antes de reforçar o Paços
de Ferreira no verão de 1998.
Na primeira época na Mata
Real foi utilizado nas 34 jornadas da II
Liga, sempre na condição de titular, numa campanha em que os pacenses
não foram além do 11.º lugar.
No entanto, em 1999-00 foi um dos
esteios da equipa que, com José Mota ao leme, se sagrou campeã do segundo
escalão e recolocou os castores
na I
Liga após meia dúzia de anos de ausência, tendo atuado em 31 encontros (28
a titular) no campeonato. “Optei pelo Paços
de Ferreira na II
Liga, fomos campeões, subimos de divisão e cá estamos de novo na divisão
onde está a elite do futebol. É sempre uma sensação diferente”, afirmou em
dezembro de 2000.
Paulito haveria de permanecer
mais dois anos no clube, tendo encerrado a carreira em 2002, aos 34 anos.
9. José Alves (72 jogos)
Na
primeira época em Paços de Ferreira
disputou 27 jogos, todos na condição de titular, e ajudou os castores a alcançar o
5.º lugar na II Liga.
Nas
temporadas que se seguiram as classificações foram mais modestas e José Alves
também perdeu algum espaço na equipa, não indo além de 22 partidas (18 a
titular) em 1996-97 e 23 (17 a titular) na época que se seguiu.
No
verão de 1998 transferiu-se para o Moreirense.
8. Ricardo Jorge (79 jogos)
Ricardo Jorge |
Lateral esquerdo internacional
jovem português formado e revelado pelo Montijo,
mas que jogou ao lado de Paulo Madeira e Paulo Sousa nos juniores do Benfica,
passou ainda por Barreirense
e Vitória
de Guimarães antes de reforçar o Paços
de Ferreira no verão de 1994.
Com impacto imediato na equipa,
foi maioritariamente titular na primeira época na Mata
Real, tendo disputado 23 jogos (todos no onze inicial) numa campanha em que
os pacenses
ficaram a dois pontos da subida à I
Liga.
Em 1995-96 manteve o estatuto,
participando em 29 partidas (sempre a titular) na caminhada dos castores
até ao 5.º lugar, a cinco pontos da zona de promoção.
Na temporada que se seguiu foi
perdendo algum espaço, mas ainda assim amealhou 20 encontros (todos a titular).
Já em 1997-98 não foi além de
apenas sete jogos (três a titular) e no final dessa época rumou ao Portimonense.
7. Monteiro (82 jogos)
Pedro Monteiro |
Lateral direito natural de
Lousada, ingressou no Paços
de Ferreira ainda júnior, em 1983, tendo chegado à equipa principal menos
de dois anos depois.
Após seis anos na antiga II
Divisão Nacional, fez parte da equipa que em 1990-91 se sagrou campeã da edição
inaugural da II
Liga sob o comando técnico de Vítor Oliveira, tendo nessa campanha disputado
36 jogos (todos a titular) no campeonato e apontado três golos, diante de
Freamunde, Feirense e Varzim.
Depois de três anos na I
Liga, regressou ao segundo
escalão em 1994-95 para atuar em onze partidas (todos a titular), ficando
perto de nova subida de divisão.
Na temporada que se seguiu
participou em 23 encontros (sempre a titular) e marcou um golo ao Beira-Mar.
Por fim, em 1996-97 marcou
presença em 12 jogos (todos no onze inicial), rumando ao vizinho Freamunde no
final dessa época.
Um dos seus filhos, Pedro
Monteiro, passou pela formação dos castores
entre 2005 e 2007 e jogou na equipa principal dos pacenses
em 2016-17 por empréstimo do Sp.
Braga.
6. César Vaz (85 jogos)
César Vaz |
Defesa central lisboeta formado
no Belenenses,
passou por Olhanense,
Atlético,
Vitória
de Guimarães, Benfica Castelo Branco e União
de Leiria, assinou pelo Paços
de Ferreira no verão de 1994, aquando da descida à II
Liga.
Na primeira época na Mata
Real disputou 18 jogos (todos a titular) no segundo
escalão, falhando por dois pontos a subida à I
Liga.
Em 1995-96 ganhou protagonismo,
tendo atuado em 26 encontros (25 a titular), mas voltou a não conseguir ajudar
os pacenses
a regressar ao patamar
maior do futebol português.
Na temporada que se seguiu foi
ainda mais utilizado, tendo contabilizado 30 encontros (todos a inicial) e um
golo ao União da Madeira.
Por fim, em 1997-98, não foi além
de onze jogos (todos a titular) e um golo ao Penafiel
logo na jornada inaugural.
Após quatro anos na Capital
do Móvel, mudou-se no verão de 1998 para o Portimonense
na companhia de Ricardo Jorge, tendo reencontrado o treinador Bernardino
Pedroto, que já o tinha orientado em Castelo Branco e Guimarães.
5. Carlos Carneiro (93 jogos)
Carlos Carneiro |
A eterna arma secreta dos pacenses,
que na maioria das vezes ia a jogo na condição de suplente utilizado.
Ponta de lança natural de Paços
de Ferreira formado no clube da terra, chegou a integrar o plantel
principal em 1994-95, mas só se estreou na época seguinte, tendo disputado 27
jogos (sete a titular) e apontado quatro golos na II
Liga, diante de Ovarense,
Rio
Ave, Estoril
e Penafiel.
Em 1996-97 foi utilizado em 25
encontros (nove a titular) e faturou por três vezes, frente a Desp.
Beja, Penafiel
e Desp.
Aves.
Na época seguinte começou a época
na Mata
Real, tendo atuado em 12 partidas (quatro a titular) e marcado um golo ao Torreense,
mas em janeiro mudou-se para o Sp.
Covilhã, tendo permanecido na Beira Baixa durante ano e meio.
No verão de 1999 regressou a casa
para festejar a conquista do título de campeão da II
Liga e consequente promoção ao primeiro
escalão, tendo contribuído com quatro golos, diante de Naval, Freamunde, Moreirense
e Esposende,
em 29 partidas (11 a titular).
Entre 2000 e 2003 e em 2008 e
2009 representou o Paços
de Ferreira na I
Liga, tendo pelo meio representado Vitória
de Guimarães, Gil
Vicente, os gregos do Panionios e os ingleses do Walsall. Em 2008-09 ajudou
os pacenses
a atingir pela primeira (e por enquanto única) vez a final da Taça
de Portugal.
Após pendurar as botas tornou-se
dirigente. Entre 2010-11 e 2013-14 foi diretor desportivo dos castores,
voltando a assumir o cargo a partir de maio de 2019.
4. Yulian (100 jogos)
Yulian Spassov |
Médio ofensivo/extremo búlgaro,
chegou à Mata
Real no verão de 1989, na companhia do irmão, o malogrado goleador Nicola
Spassov.
Na segunda época em Paços
de Ferreira ajudou o clube a tornar-se no campeão da edição inaugural da II
Liga, numa campanha em que disputou 27 jogos (17 a titular) e apontou três
golos, diante de Freamunde, Barreirense
e União
de Leiria.
Nos três anos que se seguiram
competiu na I
Liga, mas regressou ao segundo
escalão em 1994-95, tendo atuado em 19 partidas (15 a titular) e faturou
por três vezes, frente a Portimonense
(dois) e Nacional,
falhando por dois pontos o regresso ao patamar
maior do futebol português.
Na época seguinte atuou em 27
encontros (20 a titular) e marcou cinco golos, diante de Penafiel,
Rio
Ave, Moreirense
e Ovarense
(dois).
Por fim, em 1996-97 foi utilizado
novamente em 27 partidas (19 a titular) e somou seis remates certeiros,
apontados a União de Lamas, Sp.
Covilhã, Varzim (dois), Tirsense
e Desp.
Aves.
Apesar dos bons registos, em 1997
deixou a Capital
do Móvel rumo à Lusitânia de Lourosa, numa altura em que já tinha 34 anos.
3. Ricardo António (124 jogos)
Ricardo António |
Defesa central natural de Azurém
e formado no Vitória
de Guimarães ao lado de Quim Berto, passou por clubes como Benfica Castelo
Branco e Vizela
antes de reforçar o Paços
de Ferreira no verão de 1995.
Com impacto imediato na equipa,
disputou 32 jogos (todos a titular) e marcou um golo ao Alverca,
numa campanha em que os pacenses
concluíram a II
Liga em 5.º lugar.
Nas temporadas seguintes
apresentou números idênticos: 32 jogos em 1996-97, 29 e um golo ao Estoril
em 1997-98 e 31 em 1998-99. Em todos esses 124 encontros, Ricardo António foi
titular.
Apesar do estatuto de titular
indiscutível, transferiu-se no verão de 1999 para o Sp.
Covilhã, reencontrando o treinador António Jesus, com o qual já tinha
trabalhado na Mata
Real.
2. Pedro (156 jogos)
Pedro |
Desde que começou a jogar futebol
nos infantis até ao encerramento da carreira, o guarda-redes Pedro passou 24
anos consecutivos na Mata
Real, entre 1985 e 2009. Nesse período, participou em quase 300 jogos, o
que faz dele o segundo futebolista com mais encontros com a camisola pacense
em toda a história, contabilizando todas as competições.
Campeão da II
Liga em 1999-00 e 2004-05, disputou 156 encontros no segundo
escalão e sofreu 164 golos.
Também no patamar
maior do futebol português defendeu a baliza dos castores
mais de uma centena de vezes, acumulando 120 partidas e 162 golos sofridos.
Entre 1996 e 2006 foi
maioritariamente o guardião titular na Capital
do Móvel, tendo roubado a titularidade a Tomás e perdido a mesmo para
Peçanha, ainda que em 2001-02 e 2002-03 tenha dividido protagonismo com Pinho.
Após pendurar as luvas continuou
ligado ao clube enquanto treinador de guarda-redes até 2014.
1. Adalberto (189 jogos)
Adalberto |
O sr. Paços
de Ferreira, o futebolista com mais jogos pelo clube em toda a história.
Emblemático capitão, esteve nas três primeiras subidas à I
Liga dos pacenses,
em 1990-91, 1999-00 e 2004-05.
Defesa central natural de Lordelo
e formado no Paços
de Ferreira, subiu à equipa principal à 1988, quando ainda não existia II
Liga e numa altura em que os castores
não se tinham estreado no patamar
maior do futebol português, e por lá permaneceu até 2005.
Em 189 jogos no segundo
escalão, foi titular em 164 e apontou 15 golos. Benfica Castelo Branco em
1990-91, Torreense
(dois) e Ovarense
em 1994-95, Académica
em 1995-96, Tirsense
em 1996-97, Beira-Mar e Penafiel
em 1997-98, União da Madeira, Sp. Espinho, Esposende
e Desp.
Aves em 1998-99 e Beira-Mar, Imortal
e Sp. Espinho em 1999-00 foram as vítimas de Adalberto.
Após encerrar a carreira com a
conquista do título de campeão da II
Liga continuou ligado aos pacenses
nas funções de observador. No total, foram três décadas ao serviço dos castores.
Hoje é treinador dos veteranos do
Paços
de Ferreira, mas desde março de 2017 que trabalha como motorista numa
empresa de transportes.
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