quarta-feira, 23 de outubro de 2019

A minha primeira memória de... um jogo entre FC Porto e Rangers

Pepe bisou em Glasgow mas o FC Porto não teve motivos para festejar
Aqui não havia muito por onde escolher. A minha primeira memória de um jogo entre o FC Porto e o Rangers teria de remontar a 1983 ou a 2005, anos em que as duas equipas se defrontaram. Mas como só nasci em 1992, só poderia mesmo ser a segunda opção.


Ao contrário do que acontece em 2019, em que ambas se defrontam na Liga Europa e com os escoceses afastados da ribalta há vários anos, em 2005 os encontros entre as duas formações aconteceram na Liga dos Campeões e com o conjunto de Glasgow a gozar de um estatuto superior no panorama continental. Afinal, era campeão da Escócia, tinha vencido 13 dos 17 últimos campeonatos e era presença assídua na Champions, nem que fosse na última pré-eliminatória.

No histórico emblema da Escócia, então orientado pelo antigo internacional escocês e atual selecionador Alex McLeish, atuavam jogadores com algum nome como o guarda-redes internacional holandês Ronald Waterreus, o central internacional grego Sotirios Kyrgiakos, os vice-campeões europeus pelo Mónaco em 2003-04 Julien Rodríguez e Dado Prso, o defesa/médio internacional holandês Fernando Ricksen, o ex-Arsenal Francis Jeffers e o guarda-redes campeão europeu pelo Borussia Dortmund em 1996-97 Stefan Klos.

Já o FC Porto, orientado por Co Adriaanse, pouco ou nada já tinha a ver com o que tinha conquistado a Champions menos de um ano e meio antes. Dos habituais titulares, Vítor Baía era o único que mantinha o estatuto. Depois havia Ricardo Costa, Pedro Emanuel e César Peixoto, que beneficiaram das saídas de Jorge Costa, Ricardo Carvalho e Nuno Valente para terem mais oportunidades. Era uma equipa renovada, com Pepe, Lucho González, Quaresma e Diego com alguns das principais figuras.

O primeiro jogo entre as duas equipas, referente à fase de grupos da Liga dos Campeões, foi em Glasgow, a 13 de setembro de 2005. Recordo-me de ir espreitando o encontro de vez em quando na minha televisão no quarto no intervalo dos meus jogos na Playstation, mas já não me lembrava do resultado nem tão pouco dos autores dos golos ou da marcha do marcador. Felizmente existe a Internet para me avivar a memória.


Os escoceses abriram o ativo aos 35 minutos, por Peter Lovenkrands, avançado dinamarquês com passagens por Schalke 04 e Newcastle, que bateu Vítor Baía através de um grande remate de pé esquerdo, numa jogada tipicamente britânica de kick and rush.

No início da segunda parte, Pepe empatou de cabeça, na resposta de um canto muito bem executado por César Peixoto no lado esquerdo (47'). Porém, o escoceses voltaram a colocar-se em vantagem à passagem da hora de jogo, em mais um lance de chutões e repelões em que Vítor Baía acaba mal batido, desta vez com Dado Prso como autor do golo.

Pepe voltou a restabelecer a igualdade, num golo algo atabalhoado de Pepe com o peito na sequência de mais um canto de César Peixoto (71'). No entanto, Kyrgiakos surpreendeu Baía com um cabeceamento certeiro após bola bombeada por Barry Ferguson e devolveu a vantagem aos gers (85').

O FC Porto entrou na 14.ª edição da Liga dos Campeões aos tropeções. Esteve a perder e empatou, voltou a sofrer um golo e, quando parecia ter voltado a recompor-se, sofreu o terceiro (3-2), que pode vir a ser definitivo nas contas finais do Grupo H. Co Adriaanse baralhou a equipa e saiu do estádio Ibrox, em Glasgow, com a primeira derrota oficial da temporada. A saída airosa dos portistas esteve por um triz, mas este jogo ficará na Hall of Fame do Rangers”, escreveu o Público.


Sobre segundo jogo entre ambos, a contar para a 5.ª jornada da fase de grupos, confesso que não tenho qualquer recordação. Nem mesmo depois de ver o golo de cabeça de Lisandro López (60') ou o do empate por parte de Ross McCormack (83') a minha memória ficou avivada. O que me lembro é que este foi mais um episódio de uma fase de grupos desastrosa para o FC Porto, que não conseguiu sequer ser repescado para a Taça UEFA.

Os jogadores do FC Porto tiveram muito tempo a bola nos pés – os números oficiais confirmam-no (63 por cento, contra 37 por cento do seu adversário) –, mas só a breves espaços é que souberam o que fazer com ela. Muito por culpa própria – não conseguiram sobretudo encontrar soluções – mas também pela capacidade evidenciada pelos escoceses na defesa da sua grande área – quase sempre com nove homens atrás da linha da bola”, pode ler-se na crónica do Record.

























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