A época de 2002/03 não foi
particularmente feliz para os clubes portugueses na Liga dos Campeões. Tanto o Sporting, na condição
de campeão nacional, como Boavista, enquanto segundo classificado do campeonato
da temporada anterior, não foram além da terceira pré-eliminatória, onde caíram
aos pés dos italianos do Inter de Milão e dos franceses do Auxerre,
respetivamente.
Assim sendo, a RTP, que tinha o direito de transmitir
um jogo por jornada, virou agulhas para os dois principais futebolistas
portugueses daquela altura: Luís Figo do Real Madrid e Rui Costa do AC Milan.
Mas o Real Madrid não era só
Figo. Era Zidane, Ronaldo, Raúl e Roberto Carlos, entre outros. E o AC Milan
tão pouco era só Rui Costa. Também era Nesta, Maldini, Pirlo, Seedorf, Inzaghi
e Shevchenko. Ou seja, era caso para dizer que há males que vêm por bem.
Os dois colossos europeus, que
até se cruzaram na segunda fase de grupos, confirmaram o favoritismo ao chegar
às meias-finais. Enquanto o Real Madrid discutia o acesso à final
de Old Trafford com a Juventus, o AC Milan lutava pelo regresso ao jogo
decisivo frente ao rival Inter de Milão. Que é como quem diz: dois encontros
escaldantes no espaço de uma semana em San Siro.
Na primeira mão, os rossoneri jogaram na condição de
visitado e tiveram Rui Costa no onze. Do outro lado, também um português
titular: Sérgio Conceição. Para fazer jus ao preconceito associado ao futebol
italiano, o resultado foi 0-0, embora o AC Milan tenha estado mais perto de
levar a vitória. Valeu aos nerazzurri
Francesco Toldo, um dos primeiros grandes guarda-redes que admirei.
No segundo encontro, os
internacionais portugueses repetiram a titularidade. E voltou a haver um
empate, mas a um golo, o que apurou a formação de Carlo Ancelotti e Rui Costa
para a final
com a Juventus.
Os rossoneri confirmaram as boas indicações dadas uma semana antes no
mesmo palco e inauguraram o marcador no final da primeira parte, por
Shevchenko, que recebeu a bola de Seedorf e contornou Córdoba antes de bater
Toldo.
Os nerazzurri estavam obrigados a marcar por duas vezes, mas só o
conseguiram fazer por duas vezes e já nos minutos finais, por intermédio do
supersónico avançado nigeriano Obafemi Martins (83’), que gostava de festejar os golos com saltos mortais.
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