terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Lucas Evangelista rima com cerebral e artista

Lucas Evangelista está no Estoril por empréstimo da Udinese
A chegada de Ivo Vieira trouxe uma alma renovada à formação do Estoril. Mesmo em zona perigosa na tabela classificativa, a equipa passou a praticar um futebol apoiado, de toque e posse, desde o guarda-redes – sobretudo desde a contratação de Renan Ribeiro – até aos atacantes. O estilo, atrativo e arrojado, expõe a qualidade técnica de cada jogador. Os menos capazes veem as suas fragilidades ficarem mais visíveis, mas os mais habilidosos conseguem valorizar-se. E no plantel canarinho, não falta quem tenha habilidade.

Entre todos, vai sobressaindo o talento do médio internacional jovem brasileiro Lucas Evangelista, cedido pelos italianos da Udinese. Esquerdino e ainda com grande margem de progressão – tem 23 anos -, vai mostrando características que facilmente o podem rotular de futebolista de clube grande.

Só a forma como trata a bola, com aquele jeito açucarado tão típico dos nativos de terras de Vera Cruz, deixa água na boca. Os seus passes precisos, a capacidade para proteger a redondinha e o rendilhado drible curto deliciam quem assiste aos jogos do conjunto do concelho de Cascais. Mais: é um especialista em remates de meia distância – tem três golos (e que golos!) de fora da área na I Liga -, livres diretos incluídos.

Lucas Evangelista tem, sem dúvida, uma veia artística, mas também muita inteligência. À tal precisão de passe, acrescenta um critério que visa a progressão no terreno e a entrada da bola no espaço vazio. Às já referidas capacidades de drible, remate e para segurar a bola, junta o discernimento necessário para decidir entre acelerar ou pausar o jogo, queimar linhas ou contemporizar, mastigar um pouco mais os ataques ou alvejar a baliza. Por outras palavras, é igualmente um jogador cerebral.

E até porque também trabalha muito defensivamente, pressionando e condicionando os médios adversários, não surpreende que o Benfica tenha pensado nele na janela de janeiro do mercado de transferências, quando perdeu Krovinovic por lesão. As suas características teriam tudo, a julgar por estas impressões, para encaixar no meio-campo do 4x3x3 de Rui Vitória, ao lado de Pizzi.

Porém, o brasileiro permaneceu na Amoreira e em boa hora para os estorilistas, pois brilhou na recente vitória sobre o Sporting (2-0). Já nos derradeiros minutos dessa partida, Ivo Vieira substituiu-o para o ouvir os aplausos dos adeptos, mas estes foram além da salva de palmas e refletiram toda a admiração pelo médio através de um cântico que diz tudo: “Muito obrigado!






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