Esta noite o Sporting Versão 2011/2012 apresentou-se aos seus sócios, e pela primeira vez, desiludiu e perdeu por 3-0 com o Valência perante quase 49.000 adeptos, uma das maiores enchentes que o novo Estádio de Alvalade já viu.
Os leões começaram mal, não conseguindo assumir o controlo do jogo, não conseguindo criar jogadas de perigo, e fruto de jogar com uma linha defensiva muito avançada e da velocidade dos homens da frente do Valência, acabaram por primeiro apanhar um susto com uma bola enviada ao poste e depois sofrendo mesmo um golo, isto à passagem dos cinco minutos de jogo.
O Sporting foi reagindo, lentamente, embora apresentando fragilidades defensivas, e criaram duas oportunidades de chegar ao empate, primeiro por um remate de Postiga de fora da área para grande defesa do guarda-redes espanhol Diego Alves, e depois por uma iniciativa de Diego Rubio, que apanhou-se isolado perante o guardião contrário e acabou por atirar ao poste.
Até ao intervalo, dois golos do Valência decidiram qual era a equipa que iria sair do jogo como vencedor.
No descanso, o Sporting (que na primeira parte tinha apresentado Rui Patrício; João Pereira, Daniel Carriço, Onyewu e Evaldo; Rinaudo, Schaars, Izmailov e Yannick Djaló; Diego Rubio e Hélder Postiga) fez entrar ao longo do segundo tempo praticamente uma equipa nova: Marcelo Boeck, Bruno Pereirinha, Rodriguez, Polga, André Santos, André Martins, Diego Capel, Carrillo, Luis Aguiar e Wolfswinkel.
Na segunda parte, o Sporting mostrou mais energia, melhorando com as alterações, tanto defensiva como ofensivamente, onde destaco os bons pormenores de Diego Capel, Carrillo e André Martins, no entanto, nada de especial, apenas pormenores, não havendo grandes ocasiões de golo.
O que há a reter é que o Sporting entrou com a estratégia errada para o tipo de adversário porque certamente em 80% dos jogos que irá fazer durante a temporada, a equipa leonina terá que jogar com esta estratégia, porque é a melhor equipa, a favorita, porque tem de pressionar, porque tem mais argumentos que o adversário, porque é a que tem de ir em busca de um melhor resultado e a intenção de Domingos foi que se começasse a assimilar esses princípios de jogo, olhando para um Valência como se estivesse a olhar para um Feirense ou Rio Ave.
Porque se este jogo fosse para a Liga Europa por exemplo, penso que seria lógico que aí a linha defensiva teria de estar mais recuada, e que se calhar em vez de um defesa-central como Onyewu mais alto mas menos móvel, jogaria um Rodriguez, que apresenta maior velocidade e que poderia acompanhar melhor os velozes dianteiros do Valência, e isso faz-me dormir de certa forma algo descansado, porque percebi a intenção. No entanto, é preocupante sofrer-se dois golos na sequência de lançamentos laterais.
É igualmente preocupante a escassez de ocasiões criadas, e ainda que se possa dizer que os criativos Capel e Carrillo tiveram poucos minutos de jogo, que Izmailov e Luis Aguiar estão com alguma falta de ritmo devido a lesões recentes e Matías Fernandez ainda não chegou, a verdade é que ofensivamente a equipa desiludiu.
Os três avançados mostraram muito pouco e duvido que qualquer um deles marque mais de 10 golos no campeonato, no entanto, a único aspecto que me traz algum entusiasmo é a diversidade de estilos dos pontas-de-lança, porque se pouco ou nada vi de bom de Wolfswinkel, é igualmente verdade que ainda não vi o Sporting a jogar num estilo de jogo mais directo.
Ficou igualmente provado também que em jogos contra equipas de valor como o Valência, Rinaudo não pode ser o único trinco e que deverá ter o apoio de André Santos, tanto para recuperar bolas, como na primeira fase de construção.
De resto, Pereirinha a mim não me diz nada, Yannick Djaló não pode ser titular numa equipa como o Sporting e Evaldo é no máximo um bom suplente, espero ver coisas bastante boas de Bojinov e Turan, que ainda não vi jogar de leão ao peito.