O avançado austríaco que deixou boa imagem em Portugal. Quem se lembra de Roland Linz?
Linz brilhou com as camisolas de Sp. Braga e Boavista
Já era um internacional A pela Áustria
desde 2002, mas ninguém o conhecia em Portugal quando reforçou o Boavista
no verão de 2006, numa altura em que os axadrezados
estavam a apostar no mercado da Europa Central – os polacos Kazmierczak e Grzelak,
e Peter Jehle, guarda-redes da seleção do Liechtenstein, também foram contratados.
Com o estatuto de melhor marcador
do campeonato austríaco, no qual se havia sagrado campeão ao serviço do Áustria
Viena, começou a justificar a contratação logo na pré-época, com um bis ao
Coventry e um golo ao Celta
de Vigo no jogo de apresentação. Desde cedo mostrou que não era um primor
de técnica, mas que era batalhador e tinha instinto matador. E quando a bola começou a rolar
oficialmente, confirmou os predicados, tendo bisado na vitória sobre o Benfica
(3-0) na segunda jornada. Foram os dois primeiros de dez golos no campeonato em
2006-07 – apenas o sportinguista
Liedson (15), o belenense
Dady (12), o benfiquista
Simão (11) e o portista
Adriano (11) fizeram melhor.
A cobiça não se fez esperar. O Boavista
já não era o Boavistão
da viragem do milénio e o passo seguinte de Linz foi rumar, numa transferência
avaliada em dois milhões de euros, ao Sp.
Braga, que na altura estava a consolidar o estatuto de quarta potência do
futebol português. O austríaco voltou a não desapontar e faturou por 16 vezes –
11 no campeonato e cinco na Taça
UEFA – em 38 partidas oficiais durante a temporada 2007-08. Na I
Liga só o portistaLisandro
López (24), o benfiquista
Óscar Cardozo (13) e o belenenseWeldon
(13) fizeram melhor. Com naturalidade, foi convocado pela seleção
da Áustria para o Euro
2008, tendo participado em dois jogos no torneio em que o seu país foi coanfitrião
(juntamente com a Suíça).
Em 2008-09, às ordens de Jorge
Jesus, a época também começou a correr muito bem. Marcou um golo em cada um
dos quatro primeiros encontros oficiais e ajudou o Sp.
Braga a ganhar a Taça Intertoto. Contudo, não manteve a cadência goleadora
e foi perdendo espaço. Na 3.ª jornada, reagiu mal à substituição durante uma
derrota em Matosinhos diante do Leixões,
pontapeou uma bola para a bancada, viu o cartão amarelo e foi suspenso pelo clube
e afastado da equipa até à conclusão do processo disciplinar que lhe havia sido
instaurado. Haveria de voltar aos relvados quase um mês depois, mas a saída
tornou-se inevitável e foi consumada em janeiro de 2009, quando foi emprestado
aos suíços do Grasshoppers.
Depois de uma curta passagem
pelos turcos do Gaziantepspor e de ter sido desejado pelo Vitória de Guimarães em janeiro de 2010, regressou ao Áustria
Viena, onde se reencontrou com os golos, ao ponto de se ter sagrado novamente
melhor marcador do campeonato austríaco em 2010-11. Após uma aventura no futebol tailandês,
regressou a Portugal pela porta do Belenenses
em janeiro de 2014. Mas, aos 32 anos, sem ritmo depois de mais de sete meses sem
jogar e numa equipa que lutava contra a despromoção, revelou-se um flop: cinco jogos
e zero golos. No início da época seguinte ainda
se falou de um possível regresso ao Boavista,
mas Linz acabou mesmo por encerrar a carreira. Após pendurar as botas,
dedicou-se ao ramo imobiliário.
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