“Se eu tivesse nascido feio, ninguém tinha ouvido falar de Pelé”. Recorde George Best
Best representou o Manchester United entre 1963 e 1974
George
Best nasceu para ser uma estrela: era um craque recheado de qualidade
técnica e excêntrico fora dos relvados. Colecionava grandes golos, mulheres
bonitas, capas de jornais e revistas, carros desportivos e frases que ficaram
para a história.
O norte-irlandês jogava no
modesto Cregagh Boys Club quando, aos 15 anos, foi descoberto por um olheiro do
Manchester
United, Bob Bishop, que enviou um telegrama bem explícito para o treinador
Matt Busby: “Acho que descobri um génio.” Rejeitado por um clube local, o
Glentoran, que alegava que o jogador era “demasiado pequeno e leve”, Best
viajou para Manchester, cumpriu os testes e assinou contrato em 1961. Dois anos
depois estreava-se pela equipa principal e teve impacto imediato, exibindo o
seu estilo tecnicista, rápido e rebelde. Estreou-se pelos red
devils em 1963, ano em que os Beatles atingiram o primeiro lugar do top
britânico com o single Please Please Me. A partir daí, ganhou e
consolidou a alcunha de “Quinto Beatle”. Com o número 7 nas costas, foi duas
vezes campeão inglês e viveu o melhor ano da carreira em 1968, quando se sagrou
campeão europeu e venceu a Bola de Ouro. “Costumava sonhar com fintar o
guarda-redes, parar a bola na linha, ajoelhar-me e empurrar para golo de cabeça.
Na final da Taça
dos Campeões Europeus de 1968, com o Benfica,
quase fiz isso. Infelizmente não tive coragem”, contou.
George
Best colocava-se no mesmo plano que os principais futebolistas do seu tempo.
Uma vez, antes de um jogo entre Irlanda
do Norte e Países
Baixos, foi questionado sobre se admitia que Cruyff
era melhor do que ele. “Devem estar a brincar comigo… Para tirar as dúvidas,
vou meter-lhe a bola pelo meio das pernas na primeira oportunidade que tiver”,
respondeu. Assim que subiu ao relvado para disputar esse encontro, em Roterdão,
viu uma loira a aproximar-se da rede com uma rosa, correu até ela, pegou na
rosa e beijou-a. Depois, com o jogo a decorrer, recebeu uma bola a meio-campo,
passou por dois adversários, encontrou Cruyff
e meteu-lhe a bola pelo meio das pernas, foi busca-la do outro lado e correu de
punho no ar.
Com enorme popularidade junto das
mulheres e um estilo de vida boémio, não se curva nem perante o rei do futebol:
“Se eu tivesse nascido feio, vocês nunca teriam ouvido falar de Pelé.” Os problemas com o álcool
encurtaram-lhe a carreira e a vida, tendo morrido em novembro de 2005, quando
tinha apenas 59 anos. Quando estava internado numa cama de hospital, recebeu um
postal: “Do segundo melhor jogador de todos os tempos, Pelé.”
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