sexta-feira, 9 de agosto de 2024

O avançado austríaco que deixou boa imagem em Portugal. Quem se lembra de Roland Linz?

Linz brilhou com as camisolas de Sp. Braga e Boavista
Já era um internacional A pela Áustria desde 2002, mas ninguém o conhecia em Portugal quando reforçou o Boavista no verão de 2006, numa altura em que os axadrezados estavam a apostar no mercado da Europa Central – os polacos Kazmierczak e Grzelak, e Peter Jehle, guarda-redes da seleção do Liechtenstein, também foram contratados.
 
Com o estatuto de melhor marcador do campeonato austríaco, no qual se havia sagrado campeão ao serviço do Áustria Viena, começou a justificar a contratação logo na pré-época, com um bis ao Coventry e um golo ao Celta de Vigo no jogo de apresentação. Desde cedo mostrou que não era um primor de técnica, mas que era batalhador e tinha instinto matador.
 
E quando a bola começou a rolar oficialmente, confirmou os predicados, tendo bisado na vitória sobre o Benfica (3-0) na segunda jornada. Foram os dois primeiros de dez golos no campeonato em 2006-07 – apenas o sportinguista Liedson (15), o belenense Dady (12), o benfiquista Simão (11) e o portista Adriano (11) fizeram melhor.
 
 
 
 
A cobiça não se fez esperar. O Boavista já não era o Boavistão da viragem do milénio e o passo seguinte de Linz foi rumar, numa transferência avaliada em dois milhões de euros, ao Sp. Braga, que na altura estava a consolidar o estatuto de quarta potência do futebol português. O austríaco voltou a não desapontar e faturou por 16 vezes – 11 no campeonato e cinco na Taça UEFA – em 38 partidas oficiais durante a temporada 2007-08. Na I Liga só o portista Lisandro López (24), o benfiquista Óscar Cardozo (13) e o belenense Weldon (13) fizeram melhor. Com naturalidade, foi convocado pela seleção da Áustria para o Euro 2008, tendo participado em dois jogos no torneio em que o seu país foi coanfitrião (juntamente com a Suíça).
 
 
Em 2008-09, às ordens de Jorge Jesus, a época também começou a correr muito bem. Marcou um golo em cada um dos quatro primeiros encontros oficiais e ajudou o Sp. Braga a ganhar a Taça Intertoto. Contudo, não manteve a cadência goleadora e foi perdendo espaço. Na 3.ª jornada, reagiu mal à substituição durante uma derrota em Matosinhos diante do Leixões, pontapeou uma bola para a bancada, viu o cartão amarelo e foi suspenso pelo clube e afastado da equipa até à conclusão do processo disciplinar que lhe havia sido instaurado. Haveria de voltar aos relvados quase um mês depois, mas a saída tornou-se inevitável e foi consumada em janeiro de 2009, quando foi emprestado aos suíços do Grasshoppers.
 
 
 
Depois de uma curta passagem pelos turcos do Gaziantepspor e de ter sido desejado pelo Vitória de Guimarães em janeiro de 2010, regressou ao Áustria Viena, onde se reencontrou com os golos, ao ponto de se ter sagrado novamente melhor marcador do campeonato austríaco em 2010-11.
 
Após uma aventura no futebol tailandês, regressou a Portugal pela porta do Belenenses em janeiro de 2014. Mas, aos 32 anos, sem ritmo depois de mais de sete meses sem jogar e numa equipa que lutava contra a despromoção, revelou-se um flop: cinco jogos e zero golos.
 
No início da época seguinte ainda se falou de um possível regresso ao Boavista, mas Linz acabou mesmo por encerrar a carreira. Após pendurar as botas, dedicou-se ao ramo imobiliário.



 





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