Dez jogadores que ficaram na história da União de Leiria |
Já consagrada como vencedora da
Série E do Campeonato
de Portugal, a União
Desportiva de Leiria foi a primeira equipa a assegurar uma vaga na fase de
promoção à II
Liga.
Caso venham a regressar ao segundo
escalão após 12 anos de ausência, os leirienses
vão voltar a um patamar no qual competiram por seis vezes, sendo que três delas
culminaram em promoções à I
Liga.
Campeões da chamada Liga
de Honra em 1997-98, o emblema
da cidade do Lis alcançou o segundo lugar em duas ocasiões (1993-94 e
2008-09). Curiosamente, as melhores classificações foram obtidas nas três
derradeiras participações.
Em 204 jogos na II
Liga, a União
de Leiria somou 94 vitórias, 56 empates, 54 derrotas e um saldo de 280-184
em golos.
Ao longo dessas seis presenças, 117
futebolistas jogaram pelos leirienses
na prova. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram mais vezes.
10. Kimmel (62 jogos)
Kimmel |
Médio defensivo alemão que no seu
país chegou a jogar na Bundesliga
ao serviço do Fortuna Düsseldorf, casou com uma filha de emigrantes portugueses
e reforçou a União
de Leiria no verão de 1992.
Nas duas primeiras temporadas na
cidade do Lis jogou na II
Liga, competição em que foi utilizado 62 partidas (todas a titular) e
apontou dois golos, contribuindo para a subida ao primeiro
escalão em 1994.
Seguiram-se duas épocas com a
camisola leiriense
na I
Liga, tendo ajudado a equipa a alcançar honrosas classificações (6.º e 7.º
lugar) em ambas e a atingir as meias-finais da Taça
de Portugal em 1995-96.
No verão de 1996 transferiu-se
para os transmontanos do Vila Real, mas menos de uma década depois regressou ao
clube como treinador das camadas jovens.
9. Pedro Miguel (63 jogos)
Pedro Miguel |
Avançado natural do Barreiro,
internacional jovem português e formado no Sporting
ao lado de Secretário, Amaral
e Cadete, passou por Vila Real e Barreirense
antes de assinar pela União
de Leiria no verão de 1991.
Maioritariamente titular, disputou 29 jogos (23 a titular) no campeonato
e apontou cinco golos, diante de Olhanense,
Rio
Ave, Feirense,
Portimonense
e Académica.
Entretanto estreou-se na I
Liga com a camisola do Salgueiros,
mas voltou à cidade do Lis em 1993-94 para contribuir para a subida ao primeiro
escalão com 12 remates certeiros em 32 encontros (32 a titular). Desp.
Chaves (dois), Campomaiorense, Felgueiras (dois), Torreense,
Académico Viseu (dois), Louletano
(dois), Penafiel
e Leça
foram as vítimas de Pedro Miguel.
Na temporada seguinte ajudou os leirienses
a alcançar aquela que na altura era a melhor classificação de sempre na I
Liga, o 6.º lugar, antes de vivenciar experiências ao serviço de Sp.
Braga, Belenenses
e Feirense.
Em 1997-98 voltou a jogar pela União
de Leiria na II
Liga, mas apenas disputou dois jogos (ambos como suplente utilizado) antes
de se mudar para o Feirense
ainda na janela de verão do mercado de transferências.
8. Chiquinho Carioca (63 jogos)
Chiquinho Carioca |
Disputou o mesmo número de jogos
de Pedro Miguel, mas amealhou mais 696 minutos em campo – 5469 contra 4773.
Extremo/ponta de lança brasileiro
que entrou no futebol português pela porta do Boavista
no verão de 1987, chegou à União
de Leiria quatro anos depois.
Em duas temporadas na cidade do
Lis atuou num total de 63 encontros (todos a titular) e apontou 15 golos na II
Liga.
Depois transferiu-se para o Desp.
Aves.
7. Mário Artur (64 jogos)
Mário Artur |
Polivalente jogador moçambicano
capaz de cobrir várias posições da defesa e do meio-campo, reforçou a União
de Leiria no verão de 1991, proveniente do Campomaiorense.
Embora tenha demorado a fazê-lo,
conquistou o seu espaço e tornou-se numa figura importante dos leirienses
na década de 1990. Nas primeiras três temporadas no clube, todas na II
Liga, disputou um total de 46 jogos (21 a titular) e apontou um golo,
contribuindo para a subida ao primeiro
escalão em 1993-94.
Seguiram três temporadas na I
Liga, nas quais ajudou o emblema
da cidade do Lis a alcançar um honroso 6.º lugar em 1994-95 e a atingir as
meias-finais da Taça
de Portugal na época seguinte, ainda que não tivesse conseguido evitar a
despromoção em 1997.
Em 1997-98 regressou à II
Liga para participar em 18 encontros (14 a titular) e sagrar-se campeão do segundo
escalão. Paralelamente, atingiu uma vez mais as meias-finais da Taça
de Portugal e representou Moçambique na CAN 1998.
Após a subida de divisão
permaneceu mais um ano clube, transferindo-se depois para o Moreirense.
“Vim parar a Leiria sem esperar,
mas fiquei no clube oito anos como jogador. Foi o que mais me marcou. Subimos
duas vezes de divisão e mostrámos o nosso valor na Liga. João Bartolomeu formou
um grande grupo, com bons jogadores, humildes”, afirmou ao Maisfutebol, em jeito de balanço, em
abril de 2017.
Depois de encerrar a carreira de
futebolista iniciou a de treinador, tendo assumido as funções de treinador
adjunto da equipa principal e de técnico principal dos juniores da União
de Leiria entre 2007 e 2009. “Voltei a Leiria para ser adjunto do Paulo
Duarte. Entretanto ele saiu e fui para os juniores”, recordou.
6. Bilro (66 jogos)
Bilro |
Possivelmente o primeiro nome que
nos vem à cabeça quando pensamos em União
de Leiria. Foram muitos os jogadores que representaram o emblema
da cidade do Lis que depois atingiram outros patamares, mas ao longo de
onze anos o onze leiriense
foi composto por Bilro… e mais dez.
Lateral direito internacional
jovem português e formado no Sporting
ao lado de Secretário, Paulo Torres, Amaral
e Abel Xavier, chegou a integrar o plantel principal, mas não conseguiu
estrear-se de leão
ao peito.
No verão de 1993 mudou-se para a União
de Leiria e logo na primeira época foi titular nos 33 jogos que disputou na
II
Liga e alcançou a subida ao primeiro
escalão.
Seguiram-se três anos na I
Liga, nos quais contribuiu para a obtenção do honroso 6.º lugar em 1994-95
e para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1995-96.
Em 1997-98 voltou à II
Liga para se sagrar campeão, numa temporada em que atuou em 33 encontros
(todos a titular) e marcou um golo ao Beira-Mar no campeonato
e em que voltou a atingir as meias-finais da Taça
de Portugal.
Depois foi uma peça importante
não só para fixar os leirienses
no patamar
maior do futebol português, mas também para contribuir para a melhor fase
da história do clube. Em 2002-03 marcou o golo que levou o emblema
da cidade do Lis à única final da Taça
de Portugal da sua história e, tal como em 2000-01, ajudou a equipa a
alcançar um brilhante quinto lugar na I
Liga. Na época seguinte esteve na estreia do clube
da Beira Litoral na Taça
UEFA.
Em janeiro de 2004 deixou a União
de Leiria em litígio com o presidente João Bartolomeu, aventurando-se depois nos açorianos do Lusitânia e no futebol de
praia.
Em 2012-13 regressou ao clube
como treinador da equipa B (que pertencia ao clube, numa altura de litígio com
a SAD), tendo assumindo o comando técnico do plantel principal na época
seguinte.
5. Beto Vidigal (68 jogos)
Em três temporadas na cidade do
Lis disputou um total de 68 jogos (60 a titular) e apontou quatro golos na II
Liga, ajudando a estabilizar a União
no segundo
escalão.
Depois regressou ao O
Elvas.
Quando questionado sobre qual dos
irmãos tinha mais talento para o futebol, o antigo treinador da União
de Leiria, Lito Vidigal, sugeriu o nome de Beto, em entrevista à Tribuna
Expresso: “Não sei, talvez o Beto, o mais velho. Era bom mesmo.”
Haveria de falecer a 19 de
dezembro de 2019, aos 55 anos, vítima de cancro nos intestinos.
4. Álvaro (76 jogos)
Álvaro |
Guarda-redes açoriano, vinha de
várias épocas sem grande utilização no Boavista
e no Estrela
da Amadora quando assinou pela União
de Leiria em 1991, quando já tinha 30 anos
Na cidade do Lis assumiu rapidamente
o estatuto de dono da baliza, tendo disputado um total de 76 jogos (todos a
titular) e sofrido 71 golos, ajudando os leirienses
a alcançar a promoção à I
Liga em 1994.
Após a subida de divisão
permaneceu mais uma temporada no clube, contribuindo para a obtenção do honroso
6.º lugar no primeiro
escalão.
Depois transferiu-se para o
Campomaiorense.
3. Gervino (86 jogos)
Gervino |
Médio argentino de
características defensivas, entrou no futebol português pela porta do Portimonense
em 1991-92, mas na temporada seguinte transferiu-se para a União
de Leiria.
Nas duas primeiras épocas na
cidade do Lis disputou 59 encontros (todos a titular) e apontou dez golos na II
Liga, contribuindo para a promoção à I
Liga em 1993-94.
Seguiram-se três anos a competir
no primeiro
escalão. Nos dois primeiros ajudou os leirienses
a alcançar honrosas classificações (6.º e 7.º lugar) e a atingir as
meias-finais da Taça
de Portugal em 1995-96, mas no terceiro não conseguiu impedir a descida de
divisão.
Em 1997-98, na última temporada
no clube, sagrou-se campeão da II
Liga, competição em que atuou em 27 encontros (14 a titular) e marcou um
golo ao Nacional,
e voltou a participar numa caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal.
No verão de 1998 transferiu-se
para o Paços
de Ferreira.
2. Abel (89 jogos)
Abel |
Médio cabo-verdiano
de características ofensivas, representou clubes como Lusitano
Évora, Académico Viseu, Maia e Boavista
antes de ingressar na União
de Leiria no verão de 1991.
Nas primeiras três temporadas na
cidade do Lis amealhou um total de 89 jogos (77 a titular) e 14 golos na II
Liga, tendo contribuído para a promoção ao primeiro
escalão em 1994.
Seguiram-se mais duas épocas ao
serviço dos leirienses,
mas na I
Liga, tendo contribuído para honrosas classificações (6.º e 7.º lugar) e
para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal em 1995-96.
No verão de 1996 transferiu-se
para o Vila Real na companhia de Kimmel, Pinha e Lavos, reencontrando o
treinador Amândio Barreiras.
1. Leonel (98 jogos)
Leonel |
Lateral esquerdo natural de Torre
Moncorvo e que passou pelas camadas jovens de Benfica
e Sporting,
passou pelo Salgueiros
antes de ingressar na União
de Leiria no verão de 1991.
Com impacto imediato na equipa
leiriense, foi titular nos 98 jogos que disputou na II
Liga e marcou um golo nos primeiros três anos que passou na cidade do Lis,
tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 1994.
Após a subida de divisão
permaneceu mais um ano no clube, conservando o estatuto de titular e ajudando a
formação então orientada por Vítor Manuel a alcançar um honroso 6.º lugar.
Depois transferiu-se para o Desp.
Chaves, tendo ainda jogado no patamar
maior do futebol português com as camisolas de Sp.
Braga e Campomaiorense.
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