Há quase seis anos em Portugal, Ryan
Gauld vinha a mostrar-se essencialmente um jogador tecnicista, evidenciando um pé
esquerdo requintado e uma forma muito ortodoxa de conduzir a bola, passá-la e
desenvencilhar-se de situações complicadas, com classe e alguns pormenores
deliciosos.
Na temporada passada voltou a ver
uma
boa sequência de jogos, desta vez ao serviço do Farense de Rui Duarte, ser
interrompida com uma nova cedência, aos escoceses do Hibernian, pelos quais não
foi feliz.
Demasiados passos em falso
levaram-no a perder algum valor de mercado e a ganhar o rótulo de promessa
adiada. O Sporting desistiu dele, facilitou a rescisão e Ryan
Gauld decidiu voltar ao Farense.
No regresso ao São
Luís, mostrou o melhor que já se tinha visto dele em termos técnicos e o
melhor que ainda não se tinha visto dele em termos de comportamentos defensivos
e de finalização. Ryan
Gauld perdeu definitivamente aquele jeito de menino tímido e já cerra o
punho e range os dentes. Se com a bola nos pés trata-a com carinho, sem bola
luta por ela até à exaustão, sobretudo quando atua em posições que lhe exigem
mais responsabilidade defensiva, como segundo médio ou ala. É incrível a
melhoria que revela nesse aspeto.
Porém, o baixinho
escocês (1,65 m) que chegou a apelidado – e marcado por essa comparação –
de Baby Messi não melhorou apenas
defensivamente. Também tem vindo a encher o peito e a assumir cada vez mais a condução
e definição das jogadas, revelando uma veia goleadora que ainda não tinha exibido
em Portugal. Nesta época leva já nove golos em 21 jogos na II Liga, seis dos
quais nas derradeiras três partidas do campeonato – e oito nas últimas sete -, tendo
bisado na visita ao Vilafranquense e apontado um hat trick na receção ao Académico Viseu. É o melhor marcador do Farense
e o sexto melhor da competição. Aos 24 anos, já envergou a braçadeira de capitão e caminha para a definitiva
afirmação.
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