André Claro assinou contrato pelo Boavista até 2020 |
À procura de garantir sangue novo
para o ataque, até para colmatar as saídas de jogadores ofensivos como Renato
Santos, Ricardo Clarke, Kuca, Iván Bulos, Rui Pedro ou Leonardo Ruiz, o
Boavista encontrou no mercado a oportunidade de recrutar André
Claro ao Estoril, recém-despromovido à II Liga.
Jorge Simão ganha assim um
futebolista mais do que familiarizado com o principal patamar do futebol
português, no qual já tem cinco épocas de experiência – e não mais um
brasileiro de qualidade duvidosa e habituado a jogar apenas a 10 km/h. Depois
de duas temporadas intermitentes no Arouca (2013/14 e 2014/15), o futebolista agora
de 27 anos viveu no Vitória de Setúbal o melhor período da carreira, no qual
apontou 18 golos em 58 jogos - ninguém marcou tanto nos sadinos quanto ele nesses
18 meses, antes de rumar à Amoreira, onde atuou na última época e meia com um
registo bem inferior: três golos em 37 partidas.
Mas mais do que números, a
formação do Bessa terá agora ao seu dispor um jogador ciente da grandeza do
clube axadrezado – é natural de Vila Nova de Gaia e passou pela formação de
Dragões Sandinenses e FC Porto - e capaz de alinhar em qualquer posição do
ataque. No Bonfim, André
Claro alinhou como extremo – preferencialmente do lado esquerdo, a fazer
diagonais para o meio -, falso ponta de lança e como segundo avançado. Foi
neste último posto, no apoio a Suk,
que mais se notabilizou, tendo feito uma dupla temível com o sul-coreano.
Também pelo emblema canarinho rodou pelas posições da frente de ataque, sem se
fixar propriamente numa.
Com alguma qualidade, mas sem ser
um fora de série, é um atacante com grande facilidade de remate, capaz de
atirar com perigo à baliza adversária a média distância. Não sendo um expoente
máximo nas suas características, é rápido, bom finalizador, bom cabeceador e
dotado tecnicamente. No Vitória de Setúbal, exibiu a sua melhor versão a atuar
solto, como um vagabundo, fazendo a ponte entre o meio-campo e Suk
no 4x1x3x2 de Quim
Machado. Com essa liberdade, mostrou ter apetência para fazer diagonais da
esquerda para o meio, com a bola controlada no pé direito.
Olhando para o habitual 4x3x3 (ou
4x2x3x1) utilizado pelo técnico boavisteiro na temporada passada e para o
modelo de jogo que implementou, não se vislumbra uma posição ideal para o
ex-estorilista. Bem, pelo contrário: pode dar verticalidade pela direita,
profundidade ao ataque como falso ponta de lança, fazer diagonais a partir da
esquerda ou aparecer nas costas do primeiro avançado.
Seja como for, contem com ele
para a execução de grandes penalidades. Tem condições para ser titular a breve
prazo e até para ser bastante útil, mas deverá procurar corrigir a
irregularidade exibicional. Haverá encontros em que será decisivo, mas haverá
outros em que passará ao lado do jogo, e ainda haverá um terceiro tipo de desafios
em que, mesmo passando ao lado do jogo, conseguirá ser decisivo.
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