Basileia com pé e meio nas ‘meias’
Esta noite, no Saint Jakob Park, em
Basileia, o Basileia derrotou o Valencia por 3-0, na primeira-mão dos
quartos-de-final da Liga Europa. Matías Delgado (2) e Stocker apontaram os
golos.
Eis a constituição das equipas:
Basileia
Os helvéticos
nunca conseguiram derrotar o Valencia.
O jogo será
disputado à porta fechada, devido aos desacatos que os adeptos suíços causaram
na 2ª mão dos Oitavos-de-final, em Salzburgo.
Depois de ter
ficado em 3º no seu grupo da Liga dos Campeões, atrás de Chelsea e Schalke 04 e
à frente do Steaua Bucareste, o Basileia foi repescado para a Liga Europa, onde
já eliminaram o Maccabi Telavive e o Red Bull Salzburgo.
O campeonato
nacional também tem corrido bem, liderando a tabela classificativa com mais
três pontos que o Grasshoppers.
Suchy e Sio
estão castigados e Ivanov, Streller, Voser, Safari e Ajeti lesionados.
Valencia
O Valencia já conquistou a Liga Europa, quando esta ainda era
denominada Taça das Cidades com Feira (1961/62 e 1962/63) e Taça UEFA
(2003/04).
Nesta edição, depois de superarem a fase de grupos, onde defrontaram
Swansea City, St. Gallen e Kuban, afastaram Dínamo Kiev e Ludogorets Razgrad na
fase a eliminar.
No campeonato espanhol, a prestação tem sido dececionante, ocupando um
modesto 9º lugar, a nove pontos da zona europeia.
Os portugueses Rúben Vezo, João Pereira e Ricardo Costa integram o
plantel.
Diego Alves, Victor Ruiz, Ricardo Costa e Senderos estão lesionados e
Javi Fuego castigado.
Cronómetro:
Mesmo à porta fechada, o Basileia iniciou o jogo exercendo pressão alta.
Ascendente dos helvéticos nos minutos iniciais.
Basileia estava a conseguir dominar o meio-campo, devido à
superioridade numérica neste setor. No entanto, faltava um finalizador, para,
pelo menos, ser a referência do ataque e ser procurado pelos restantes colegas.
Ao intervalo, Fabian Frei rendeu Philipp Degen.
Valencia melhor no segundo tempo, a correr atrás do prejuízo.
Com esta alteração, o Basileia inverteu o triângulo do seu meio-campo,
com Serey Die e El Neny no duplo pivot defensivo, e Marcelo Díaz um pouco mais
adiantado. Fabian Frei passava a ocupar o eixo do ataque.
90+1’ Stocker, em lance de
contra-ataque, ultrapassou Barragán e fez um chapéu perfeito a Guaita.
Sem mais ocorrências até final, confirmou-se o triunfo do Basileia.
Análise:
Quem pensava que o Basileia, sem adeptos no seu estádio, não
conseguisse tirar proveito do “fator casa”, enganou-se. Os helvéticos entraram
muito ofensivos, intensos e pressionantes, com o objetivo de levar a questão
praticamente resolvida para o Mestalla.
A primeira infelicidade da noite até foi para um suíço, mas a jogar
pelo Valencia, o central Senderos, que se lesionou a meio da primeira parte.
Sem melhores opções no banco, Pizzi improvisou Barragán no eixo defensivo, e
aposta correu mal, tal como correu mal a presença de apenas dois homens no
meio-campo (Parejo e Seydou Keita), sempre em inferioridade numérica perante
três médios do Basileia.
Sem Streller e Sio, Murat Yakin foi obrigado a lançar Matías Delgado
para a posição de ponta-de-lança, embora se tratasse de um médio de origem. Se
durante algum tempo parecia que faltava um finalizador à equipa, o argentino
provou que tal estava errado, já que em quatro minutos bisou e colocou a sua
formação em vantagem com um confortável 2-0.
No segundo tempo os valencianos estiveram melhores, até porque os
campeões helvéticos não conseguiram manter o ritmo. No entanto, o conjunto che nunca foi incisivo o suficiente, com
bastante desinspiração dos seus atacantes, e o golo não chegou a apareceu.
Com os espanhóis balanceados no ataque, quem aproveitou foi Stocker,
já nos descontos, para arrancar pelo meio-campo adversário e culminar a sua
progressão com um bonito chapéu a Guaita, estabelecendo o resultado final em
3-0.
Analisando os atletas em campo, começando pelos do Basileia…
Sommer funcionou
várias vezes como líbero, saindo da sua área para participar na primeira fase
de construção, e ainda exibiu reflexos apurados entre os postes;
Philipp Degen
fez a assistência para o 1-0; Schär gosta de sair a jogar e fê-lo com
alguma frequência, entrando até no meio-campo contrário com a bola dominava, no
entanto, foi substituído já nos últimos vinte minutos devido a lesão; Sauro
é rápido, forte ano jogo aéreo e ainda dobrou de forma eficiente o seu
lateral-esquerdo; e Aliji foi talvez o elemento com um rendimento menos
bom no quarteto defensivo, já que foi pelo seu corredor que os valencianos
criaram boa parte das suas ocasiões;
Serey Die, Taulant
Xhaka (recuou para lateral-direito após a saída de Philipp Degen) e Marcelo
Díaz, trio de centro-campistas intenso e com capacidade técnica, dominou a
zona intermédia, fruto também da superioridade numérica dos suíços no miolo;
David Degen e Stocker
(capitão) jogaram com bastante liberdade, aparecendo um pouco pelas três faixas
junto à área adversária, na procura de desequilibrios, tendo o segundo feito o
cruzamento para o 2-0 e apontado o 3-0, através de um magnífico chapéu; e Matías
Delgado (saiu lesionado na segunda parte) jogou adaptado a ponta-de-lança,
devido à ausência de Streller, mas isso não o impediu de bisar, atuando como
“falso 9” ,
fugindo do eixo do ataque para colaborar na construção dos ataques;
Fabian Frei foi
lançado para o meio-campo e posteriormente para o eixo do ataque e até para o
centro da defesa, e curiosamente foi quando esteve no miolo que o Valencia teve
a sua fase de maior ascendente no encontro; El Neny refrescou a zona
intermediária; e Embolo (jovem de apenas 17 anos) teve direito a mais
alguns minutos na Liga Europa.
Quanto aos jogadores do Valencia…
Guaita
substituiu o lesionado Diego Alves na baliza che, sem culpa nos golos sofridos;
João Pereira viu
o 2-0 nascer numa perda de bola de sua autoria a meio do seu próprio meio-campo;
Senderos teve um regresso pouco afortunado ao seu país, já que saiu
lesionado a meio da primeira parte; Mathieu, corpulento mas algo lento a
reagir, não chegou a tempo para aliviar o cruzamento de Stocker que Matías
Delgado transformou no segundo tento dos helvéticos; e Juan Bernat deu
profundidade ao seu corredor;
Parejo (homem
das bolas paradas) e Seydou Keita, perderam a batalha do meio-campo,
naquele que foi sempre um handicap de
2 vs. 3; Feghouli deu verticalidade ao flanco direito, embora lhe fosse
faltando alguma velocidade; e Fede teve uma participação discreta no
encontro;
Vargas e Paco
Alcácer estiveram desinspirados;
Barragán,
habitual lateral-direito, foi lançado para o eixo da defesa para suprimir a
lesão de Senderos, e a experiência não correu bem, já que os golos do Basileia
exatamente após a sua entrada em campo; e Piatti pouco ou nada
acrescentou.
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