Depois de um percurso
ascendente na temporada transata, com Rui Gomes ao leme, esta época, sob o
comando de Luís Castro, o FC Porto B tem sido uma das equipas em destaque no
segundo escalão português.
Com algumas dispensas e empréstimos
à mistura, a formação secundária dragões manteve algumas das principais
unidades de 2012/13, numa espécie de triagem à qual foi adicionado espaço para
jovens provenientes (ou até mesmo ainda pertencentes) aos juniores do clube.
No entanto, tem existido uma
prioridade de utilização a elementos da equipa principal, que por via da forte
concorrência ou para ganhar experiência no futebol português, têm sido
utilizados nos bês. Reyes, Fucile, Herrera, Carlos Eduardo, Tiago Rodrigues,
Kelvin e Ricardo são exemplos. Mas não se tratam de excedentários (como noutras
paragens), mas sim de jogadores com os quais o treinador e a estrutura portista
contam, seja a curto ou médio-prazo.
O único que poderá
eventualmente ter um perfil de excedentário é Kléber, que apesar de convites
aliciantes, preferiu ficar na equipa B, começar do zero e provar que tem valor
para voltar a ocupar um lugar que já foi seu, e que o levou inclusivamente a
ser convocado para a seleção brasileira.
Paulo Fonseca é presença
habitual na bancada, para assistir aos jogos e tirar notas, procurando fazer
com que as duas formações seniores funcionem praticamente como uma só, o que no
fundo, é o real propósito dos bês.
Para já, 14 pontos nos
primeiros seis jogos é um registo que nenhum conjunto da Liga2 Cabovisão
conseguiu, e que evidencia toda a qualidade dos azuis e brancos.
Na baliza mora habitualmente Fabiano,
guarda-redes contratado ao Olhanense no começo da época passada, muito alto,
seguro e fortíssimo nas saídas a cruzamentos, tendo como principal lacuna o
desconforto em jogar com os pés. Curiosamente, essa é uma das principais
qualidades de Kadú, o outro guardião que tem sido utilizado.
Salvo se o experiente Fucile
precise de ritmo, o dono da lateral direita é Víctor García, um
venezuelano de muita qualidade, veloz e capaz de dar profundidade ao corredor.
No eixo defensivo, o reforço Diego
Reyes tem vindo a ganhar alguma experiência de futebol português, exibindo
elegância nas suas intervenções. No entanto, ao longo da época, especialmente
quando o mexicano for mais utilizado no plantel principal, os mais utilizados
deverão ser Zé António e Tiago Ferreira. O primeiro é um veterano
já muito rodado, que vem dar maturidade a esta equipa e funcionar um pouco como
ponto de equilíbrio emocional para quando os seus colegas se deslumbrarem,
conformarem ou desanimarem, assim como corrigir aspetos técnico ou táticos, uma
espécie de treinador dentro de campo. O segundo é uma promessa, internacional
sub-21, e de quem se diz ser o próximo central “à Porto”, na linha de Fernando
Couto, Jorge Costa ou Ricardo Carvalho, pela serenidade e impetuosidade
exibidas.
No lado esquerdo da defesa,
geralmente atua o cafetero Quiñones,
também ele, à imagem de Víctor García, de pendor ofensivo. A alternativa é Rafa,
titular da seleção portuguesa de sub-19 que chegou às meias-finais do último
Campeonato da Europa, procurando nestes primeiros jogos ser essencialmente
assertivo.
Tal como o FC Porto A, no
meio-campo também se privilegia a utilização de um duplo pivot. Herrera, em processo de adaptação ao futebol português,
tem sido utilizado, revelando qualidade na construção de jogo e agressividade
na disputa da bola. Carlos Eduardo, médio de ligação, também tem jogado,
quando não é chamado para o plantel principal. Mikel, um centro-campista
de cobertura, mais forte a destruir que a construir, também tem sido opção para
esse setor, tal como Pedro Moreira, que pode fazer as posições “6”, “8”
e “10”, estando ainda à procura do melhor ritmo, depois de uma lesão grave. Tomás
Podstawski e Leandro Silva vão, gradualmente, ganhando alguns
minutos.
O flanco canhoto, no setor
ofensivo, tem sido entregue a Tozé, um jogador muito dinâmico, de ritmo
elevado, de qualidade técnica, de passe e com remate espontâneo, que só a forte
concorrência pode justificar não ser chamado frequentemente aos trabalhos
orientados por Paulo Fonseca. Os seus movimentos diagonais são típicos dos
extremos portistas, podendo também ser utilizado atrás do ponta-de-lança. É difícil
compreender como não teve um papel mais ativo, por exemplo, na seleção de
sub-20 que disputou o Mundial na Turquia.
Na direita, Kelvin, que
pode também jogar como ponta-de-lança, dando profundidade ao ataque, não tem
confirmado neste início de época ou final de temporada de bom rendimento que
ajudou o FC Porto a sagrar-se campeão nacional, apontando o tento decisivo
diante do Benfica. O internacional sub-21 Ricardo, quando não é
convocado para o plantel principal, também é opção para o lugar. O ainda júnior
Ivo Rodrigues também vai tendo algumas oportunidades, mas sem apresentar
grande nível exibicional.
Como “10”, depois do empréstimo
de Tiago Rodrigues ao Vitória de Guimarães, Pedro Moreira, Tozé e o próprio Ivo
Rodrigues devem alternar na posição.
Como ponta-de-lança, há várias
possibilidades. Para além da já citada polivalência de Kelvin, há Kléber
a tentar ganhar o seu espaço e provar que pode dar um contributo aos AA, tendo
mostrado empenho no jogo que já disputou, apesar da falta de ritmo. Caballero
tem tido algum destaque no início de época, sendo um avançado com grande poder
de desmarcação e que aproveita bem o espaço nas costas da defesa contrária. Vion
é outra opção válida, sendo atualmente campeão mundial de sub-20 pela França, com
capacidade para fazer todas as posições do ataque, tal como André Silva,
outro jovem que vai fazer pela vida para continuar de azul e branco nos próximos
anos.
Sem comentários:
Enviar um comentário