A um ano do início do Campeonato do Mundo
de 2014, a realizar no Brasil, Luiz Felipe Scolari parece já ter escolhido a
sua equipa-base para a sua caminhada rumo ao ‘hexa’.
As semelhanças com a chegada Felipão para
comandar Portugal no EURO 2004 são algumas: Em primeiro lugar, tomou o controlo
de duas seleções que iriam a disputar grandes competições na condição de
anfitriãs, e que não foram bem-sucedidas nas suas últimas aventuras. Depois,
tratou de unir o povo em redor da equipa nacional e escolher onze-bases pouco
sujeitos a alterações, curiosamente ambos dispostos em 4x2x3x1.
Há quem lhe chame persistência, há quem
lhe chame teimosia. Existem treinadores com ideias muito vincadas e que gostam
de as levar até ao fim, apostando num onze-ideal de forma contínua e declinando
para fora da convocatória jogadores de algum nome. Scolari é assim. Já o tinha
mostrado quando deixou de fora Romário e Jardel em 2002, Vítor Baía, Sérgio
Conceição e João Pinto em 2004, e agora Ramires ou Kaká.
No comando da seleção das quinas, Scolari
enfrentou grande parte dos jogos de preparação com estes onze: Ricardo; Paulo
Ferreira, Fernando Couto, Jorge Andrade e Rui Jorge; Costinha e Petit; Figo,
Rui Costa e Simão; Pauleta. Em cima do risco, convocou o há muito desaparecido
das convocatórias Maniche, que entrou direto na equipa por troca por Petit. Depois
da derrota com a Grécia, foi a vez de Miguel, Ricardo Carvalho, Nuno Valente e
Deco aparecerem, e só na 3ª jornada da fase de grupos do EURO 2004, foi pela
primeira vez titular um tal… Cristiano Ronaldo.
Depois de vários insucessos em amigáveis,
o técnico brasileiro apostou no seguinte onze diante da França, uma semana
antes da Taça das Confederações: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David
Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo e Paulinho; Hulk, Oscar e Neymar; Fred. O
resultado foi uma vitória por 3-0 diante dos gauleses e por isso este conjunto
de jogadores foram os titulares em toda a competição, à exceção do encontro
diante de Itália em que o lesionado Paulinho cedeu o seu lugar a Hernanes. Os
bons resultados continuaram e estes parecem mesmo ser os eleitos para enfrentar
a caminhada até ao hexa-campeonato.
Júlio César estava há algum tempo afastado do
escrete, e coletivamente a época também não lhe tinha corrido bem, já que o seu
clube, o Queens Park Rangers, foi despromovido ao segundo escalão inglês. Uma
aposta persistente de Scolari apesar das críticas que propunham outros homens
para a baliza.
Sem surpresa, Daniel Alves é o dono
do lado direito da defesa, numa altura da sua carreira em que está menos
espetacular, menos ofensivo, mas que tudo o que faz, faz bem. No flanco oposto,
e apesar de uma temporada marcada por algumas lesões e até excesso de peso, Marcelo
assumiu-se como titular e deu vida ao corredor esquerdo.
O eixo defensivo é dos melhores que pode
existir na atualidade: Thiago Silva e David Luiz. São dois centrais
modernos, ágeis, elegantes e rápidos, sendo o primeiro melhor no desarme, não
sentindo tanta necessidade de recorrer à falta, e o segundo mais forte a sair a
jogar. Mesmo o suplente Dante não fica nada atrás.
O duplo pivot é constituído pelos volantes Luiz Gustavo e Paulinho.
O médio do Bayern é mais posicional, com características mais defensivas, funções
de cobertura e noção de ocupação dos espaços. Já o reforço do Tottenham é um box-to-box que tanto ajuda nas tarefas
defensivas, como aparece na área adversária, em zona de finalização, sendo
dotada de qualidade de passe e remate e qualidade para ligar setores. Em caso
de ausência de um ou de outro, avança Hernanes, um organizador de jogo
sem espaço na posição “10” devido à presença de Óscar.
Na ala direita, aparece Hulk, um
jogador mais maduro do que aquele que vimos atuar no FC Porto. Trabalha mais para
o coletivo, não se agarra tanto à bola e fecha o flanco quando necessário em
missão defensiva, no entanto, parece ser menos explosivo. Tem conquistado os
adeptos brasileiros que tanto reclamavam por Lucas Moura, a alternativa à
posição, um médio de ataque que pode jogar no meio ou no flanco, com muita
qualidade.
Na esquerda está o novo ídolo dos
brasileiros: Neymar. O prodígio sul-americano não só transporta o samba
para dentro das quatro linhas com o seu futebol rendilhado como remata muito
bem, é inteligente e vai-se mostrando resistente às cargas dos adversários.
Ao meio, Óscar, outro artista, umas
vezes com mais brilho que outras, é o playmaker
que vai ligando o jogo do escrete e cria situações de último passe/finalização.
Ninguém sentiu a falta de Kaká e Ronaldinho…
finalmente existe organização e maturidade a nesta nova seleção.
ResponderEliminarate a pouco tempo achava que esta seleção nao teria qual quer hipotese no mundial mas apos exibiçoes de posse e de concentraçao posso dizer sem problemas que sao de novo candidatos.
so acho e que lucas e kaka deviam ter mais minutos para jogar
Se o Ancelotti recuperar o Kaká nesta época no Real Madrid, ele ficará com as portas da seleção brasileira escancaradas...
Eliminarso digo isto porque o kaka tem grande experiencia no fut europeu e podera trazer experiencia a uma seleção que julgo ser jovem demais a nivel de maturidade ( neste caso imaturidade ).
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