segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Os novos adeptos

O Football Manager (antes Championship Manager) veio mesmo a revelar-se um videojogo revolucionário. Não só é um passatempo viciante como tem mudado a mentalidade dos adeptos do futebol.

Qualquer jogador desse game sabe que para conseguir os seus objetivos não pode apenas contratar cegamente bons jogadores que queiram incorporar a sua equipa, escolher uma tática e desligar o computador quando a coisa está a correr mal. Também é obrigado a gerir convenientemente os recursos financeiros do clube, para que possa oferecer um salário de acordo com as exigências dos futebolistas que pretende contratar ou renovar.


Quem joga ou já jogou, sabe como é, é sempre uma chatice ver as finanças do vermelho. É meio caminho andado para o insucesso.

Ora o conceito do videojogo é tão interessante que já não sai da cabeça dos adeptos da… vida real. Cada vez mais, os treinadores de bancadas vão dando lugar aos presidentes de bancada.

Já nem se ficam pela discussão da escolha do onze, mas também pela da balança orçamental. Oiço muitos adeptos a sugerir a venda dos melhores jogadores da sua equipa, como sportinguistas com William Carvalho ou benfiquistas com Nico Gaitán, dando a entender que se preocupam mais com o retorno financeiro dos seus clubes do que com o próprio rendimento desportivo. Levantam problemas não porque quem apoiam perde os seus bons jogadores, mas sim porque o valor em causa não é do agrado.

Se antes os despiques entre adeptos eram sobre quem estava à frente do campeonato ou quem ganha ou tem mais títulos, hoje em dia está na moda o despique sobre quem vendeu mais caro. Uns gabam-se que o Rojo deu mais dinheiro que o Garay, outros que o Fábio Coentrão foi vendido pelo dobro do Cristiano Ronaldo.

Com preocupações mais abrangentes ou com uma paixão menos genuína, ei-los, são os novos adeptos.






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