O FC Porto foi hoje à Marinha Grande, casa empresta da União de Leiria, bater o seu adversário por uns esclarecedores 5-2.
Eis a constituição das equipas:
União de Leiria: Gottardi; Ivo Pinto, Diego Gaúcho, Edson e Shaffer; Manuel Curto (Marcos Paulo), André Almeida, Maykon e Elvis (Cacá); Bruno Moraes (Robinho) e Djaniny.
FC Porto: Helton; Fucile, Rolando, Maicon e Alvaro Pereira; Fernando (Souza), João Moutinho (Defour) e Belluschi; Hulk (Varela), James e Kléber.
Vitor Pereira não foi de meias medidas e mudou meia equipa em relação ao «onze» inicial que tinha defrontado o Barcelona para a Supertaça Europeia há uma semana e meia. Saiu Sapunaru, Otamendi, Souza, Guarin e Cristián Rodriguez e entraram para os seus lugares Alvaro Pereira, Maicon, Fernando, Belluschi e James, respectivamente.
A União de Leiria entrou com uma atitude bastante positiva no jogo, assumindo as despesas da partida, olhou o FC Porto nos olhos e em determinados momentos do jogo conseguiu encostar os dragões à sua defesa por instantes, fazendo uma boa pressão alta e jogando muitas vezes no meio-campo adversário, chegando mesmo a ter em determinada fase do jogo mais remates que os portistas e estavam a golear em cantos.
O FC Porto não estava a conseguir fluir o seu jogo, não conseguia assumir as despesas, e procurava sobretudo aproveitar a pressão alta dos leirienses para os apanhar desprevenidos com contra-ataques rápidos, mas em determinadas ocasiões, por falta de engenho e arte mas também por culpa de um relvado mal tratado, que não beneficia quem gosta de jogar com a bola nos pés e de pé para pé, as coisas não estavam a sair bem aos jogadores azuis-e-brancos.
Mas tudo mudou aos 28’, num minuto em que a União esteve quase a marcar após um cruzamento perigoso da direita em que Helton não ficou nada bem na fotografia, o FC Porto iniciou o contra-ataque numa transição bastante rápida, culminando num golo de James de pé esquerdo, a passe de Moutinho.
Cerca de sete minutos depois, com a formação de Leiria a ir à procura do empate, mas mostrando algum desalento por já se encontrar em desvantagem, face à pressão alta do FC Porto, Manuel Curto perdeu a bola junto à sua grande área para Belluschi, que progride no terreno e assiste Kléber, possibilitando o primeiro golo em jogos oficiais do brasileiro pelo seu novo clube.
Assim foi o jogo para intervalo, com a vitória praticamente entregue ao FC Porto, que não costuma vacilar nestas situações, e que face à atitude ofensiva dos leirienses, não me surpreenderia se na segunda parte os dragões aumentassem a vantagem.
No inicio da segunda parte, a União surpreendeu ao conseguir reduzir de um modo algo afortunado, após um corte da defensiva do FC Porto num canto a favor dos leirienses, André Almeida faz o 1-2, depois de um desvio de Maicon para a própria baliza.
Aos 57’, momento caricato no jogo, regista-se um apagão na Marinha Grande que durou um quarto de hora, curiosamente o segundo envolvendo o FC Porto em cinco meses (o outro foi em Abril no Estádio da Luz), e mais uma vez, os dragões provaram que quando há apagões têm sucesso e poucos minutos depois do jogo ter sido reatado, fazem o 3-1 por intermédio de James, um golo que encostou o Leiria às cordas definitivamente.
Depois, veio o 4-1 por Kléber aos 74’, os leirienses reduziram poucos minutos depois, no entanto, perto do fim, Varela sentenciou o resultado em 5-2, dando a terceira vitória em três jogos para os dragões, e a terceira derrota nos mesmos jogos para a União de Leiria.
Analisando o jogo, penso que o FC Porto jogou praticamente com aquela que é a sua melhor formação, excepção feita a Maicon que na minha opinião é inferior a Otamendi. Penso que os dragões entraram pouco agressivos, permitiram que a União assumisse o jogo nos primeiros 25/30 minutos, no entanto, também o podem ter feito de forma a apanhar a equipa da Beira Litoral desprevenida e lançar contra-ataques venenosos.
Nesse aspecto foi bastante importante o papel de Belluschi, sendo por diversas vezes o motor ofensivo da equipa, e claro, a qualidade de James, que se não acontecer nada de extraordinário será certamente dentro de anos dos melhores jogadores do planeta, marcando dois golos e dinamizando o ataque, que grande jogador! Kléber, não sendo um prodígio e não tendo a capacidade de marcar golos como Falcao, bisou e deu conta do recado, ainda que em certos momentos da temporada não me admirava nada se a sua falta de mobilidade fosse contestada, um pouco à imagem de Cardozo no Benfica.
Quando entraram, Defour e Varela cumpriram o seu trabalho, tendo os dois feito assistências para o golo, sendo que o segundo acabou mesmo por marcar.
Já o Leiria, mostrou ambição, garra e vontade, e até alguma capacidade para jogar no meio-campo do adversário, no entanto, em termos defensivos especialmente há muito trabalho a fazer, foram cometidos muitos erros, a equipa errou nas transições, os jogadores estavam mal posicionados quando o FC Porto atacava, e prova disso foi o espaço que alguns jogadores portistas tiveram para rematar à baliza.
Com esta vitória, o FC Porto torna-se o primeiro líder isolado do campeonato, e a União de Leiria é cada vez mais a “lanterna vermelha”.