O guardião que chegou a destronar Damas no Sporting e foi bicampeão no FC Porto. Quem se lembra de Rui Correia?
Rui Correia disputou um total de 264 jogos na I Divisão
A carreira de um futebolista é
feita de altos e baixos e o guarda-redes Rui Correia que o diga. O mesmo que
ainda muito jovem chegou a destronar Vítor Damas no Sporting
e mais tarde foi convocado para o Euro 1996 quando defendia a baliza do Sp.
Braga e conquistou dois títulos nacionais pelo FC
Porto viveu três anos de quase completa inatividade no Vitória
de Setúbal, dois sem um único minuto de competição quando ainda pertencia
aos dragões
e desceu de divisão pelo Salgueiros.
Guarda-redes de baixa estatura
(1,79 m) natural de São João da Madeira, começou a jogar futebol nas camadas
jovens da Sanjoanense,
de onde saltou para os juniores do Sporting
em 1984-85. Duas épocas depois foi integrado no plantel principal dos leões,
mas só fez a estreia em 1987-88, temporada em que dividiu a titularidade com
Vítor Damas – ambos disputaram 19 jogos, mas o mítico guardião leonino
foi o dono da baliza nos últimos jogos, já com António Morais no comando
técnico. O então promissor guarda-redes
prosseguiu a carreira no Vitória
de Setúbal, mas passou praticamente três anos em branco no Bonfim,
uma vez que não foi além de três jogos pelos sadinos
entre 1988 e 1991, na sombra de Mészáros
e Jorge
Martins.
Acabou por reencontrar a felicidade
no Desp.
Chaves em 1991-92 e sobretudo no Sp.
Braga entre 1992 e 1997, tendo optado por assinar pelos arsenalistas
em detrimento de Bordéus e Rayo Vallecano.
Ao serviço dos bracarenses
amealhou 167 jogos ao longo de cinco anos, tendo contribuído para a obtenção de
um muito honroso quarto lugar em 1996-97. Os bons desempenhos no Minho
permitiram-lhe estrear-se pela seleção
nacional A em agosto de 1995, numa goleada no Liechtenstein (0-7), ser
convocado para o Euro 1996 e dar o salto para o FC
Porto.
Entre agosto de 1997 e janeiro de
1999 foi dono e senhor da baliza dos dragões,
tendo vencido dois campeonatos e uma Taça
de Portugal nesse período, mas depois perdeu a baliza para o regressado
Vítor Baía e experimentou mais um longo período de inatividade.
Só voltou a jogar futebol em
agosto de 2001, à beira do 34.º aniversário, ao serviço do Salgueiros,
mas não conseguiu impedir a despromoção do emblema
de Paranhos à II
Liga. Pelo meio chegou a assinar pelo Sp.
Braga, mas perante a permanência de Quim optou por se mudar para os salgueiristas.
“Não foi só a parte de descer que foi má, foi uma época terrível. Havia uma
grande falta de condições de trabalho, ordenados em atraso, 11 meses ou 10
meses. Eu em 11 meses recebi um ou dois, não tenho bem a precisão já. Toda a
envolvência que houve essa época não foi positiva. Troca de treinadores, as
condições más que nós tínhamos para trabalhar. Balneários algo deficientes,
fracos. A descida foi o pior marco, uma equipa que desce é sempre negativa e
temos depois que levar com todas as críticas e foi o que veio a acontecer.
Mesmo que a gente possa ter algumas atenuantes, as mesmas deixam de fazer
sentido, porque os associados não pensam nisso. Foi isso que aconteceu”,
afirmou ao portal Bola
na Rede em abril de 2024.
Seguiram-se experiências nas
divisões secundárias ao serviço de Feirense,
Ovarense
e Estoril,
tendo pendurado as luvas em 2007, quando estava prestes a completar 40 anos de
vida. Depois tornou-se treinador de
guarda-redes, tendo voltado a trabalhar no Sp.
Braga (2011-12), no Sporting
(2017 a 2019) e no FC
Porto (2020 a 2023). Atualmente desempenha essa função no Lusitânia
de Lourosa.
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