O brasileiro importado por Vítor Urbano que brilhou nos rivais minhotos. Quem se lembra de Riva?
Riva passou quatro anos em Guimarães e dois em Braga
Riva ficou na memória dos seguidores
do futebol português por ter ajudado o Vitória
de Guimarães a alcançar dois apuramentos europeus consecutivos e um lugar
no pódio da I Divisão em 1997-98 e o Sp.
Braga a ficar à frente do Benfica
em 2000-01, mas foi o Paços
de Ferreira a sua porta de entrada em Portugal, em 1993-94.
“Olha, surgi para o futebol no
Valério Doce de Itabira, e fui considerado o melhor jogador de base de Minas
Gerais. Aí, o Cruzeiro
me contratou para disputar o campeonato brasileiro. Depois do campeonato
terminar, o empresário Adelson, junto com mister Vitor Urbano do Paços
de Ferreira, me contratou por empréstimo”, contou ao portal Prémio Carreira
em dezembro de 2016. Na época de estreia no futebol
luso não conseguiu impedir que os pacenses
descessem à II
Liga e depois acabou por voltar ao Brasil para representar o América
do Rio de Janeiro, mas Vítor Urbano manteve-o debaixo de olho. Quando o
treinador natural de Aveiro orientava o Desp.
Chaves, em 1995-96, recrutou novamente o extremo brasileiro. “Num belo dia,
depois do treino, chegou o meu grande amigo mister Urbano e perguntou-me: ‘Quer
voltar para Portugal mais uma vez para trabalhar comigo?’ Na mesma hora
aceitei. O mister Urbano ajudou-me muito”, revelou. A nova parceria Urbano-Riva nem chegou
a durar meia época, porque o treinador deixou o cargo antes do final de 1995,
mas o atacante ajudou os flavienses
a assegurar a permanência na I
Divisão e conseguiu valorizar-se, tendo dado o salto para o Vitória
de Guimarães, uma das equipas às quais tinha faturado pelos transmontanos,
no verão de 1996. “Você jogar por dois clubes que disputavam a permanência na I
Liga e receber um convite de um grande clube como o Vitória
de Guimarães, que disputa competição europeia... aceitei na hora! Devo
muito ao Paços
e ao Chaves o meu crescimento como atleta, e os adeptos deles têm o meu carinho
e respeito, mas o Vitória
era uma grande oportunidade”, lembrou. Seguiram-se quatro temporadas de “grandes
jogos” e “grandes golos” no Dom Afonso Henriques ao lado de jogadores como Neno, José
Carlos, Fernando Meira, Vítor
Paneira, Capucho, Edinho, Gilmar, Pedro Espinha, Fredrik Söderström, Edmilson
e Brandão. Entre 1996 e 2000 atuou em 117 jogos pelos vimaranenses
e somou 20 remates certeiros, quase metade em 1999-00, às ordens de Quinito,
que lhe deu mais liberdade para atacar. “Clube grande, adeptos fantásticos,
cidade belíssima. Joguei ao lado de jogadores consagrados. Fui muito feliz lá”,
frisou, destacando a vitória sobre o Parma
de Buffon,
Thuram, Zola, Chiesa e Cannavaro em Guimarães como o encontro mais marcante
desse período.
Apesar de ter acabado de viver a
época mais produtiva da carreira, no verão de 2000 foi dispensado, assim como
os companheiros de ataque Edmilson e Brandão, pelo treinador Paulo Autuori. Riva decidiu então rumar ao
vizinho e rival Sp.
Braga, tal como Edmilson, ajudando os bracarenses
alcançar um (na altura brilhante, hoje banal…) quarto lugar no campeonato em
2000-01, às ordens de Manuel
Cajuda. Nessa época os arsenalistas
acabaram à frente do Benfica,
que terminou na sexta posição, e tinham no plantel jogadores como Quim, Luís
Filipe, Castanheira, José Nuno Azevedo, Miki
Fehér, Zé Roberto, Ricardo Rocha, Tiago, Andrade e Barroso. Em dois anos no
Estádio 1º de Maio totalizou 55 partidas e seis golos, despedindo-se do futebol
português em meados de 2002, à beira de comemorar o 32.º aniversário.
No rescaldo da carreira, Riva
recorda uma “passagem maravilhosa” por Portugal e deixa muitos elogios ao povo
e ao futebol do nosso país, mas só há uma coisa de que o antigo extremo
brasileiro não sente saudades: “Viajar para a ilha da Madeira era difícil,
tinha medo! A malta ria de mim demais. Gostava de andar de avião, mas a pista
lá era pequena.”
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