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Redknapp apurou o Tottenham para a Champions em 2010 |
Harry Redknapp, hoje já retirado,
é uma velha raposa do futebol inglês. É tipicamente britânico e tipicamente velho,
tradicionalista e com hábitos antigos.
Desde que nasceu a 2 de março de
1947, em Londres, que tem tido mais do que tempo para dominar a língua materna,
mas de vez em quando comete uns lapsos linguísticos. Um dia, na tentativa de
defender a fluência em inglês de um seu jogador no
West
Ham, o avançado costa-marfinense Samassi Abou, acabou por cometer uma
gaffe
que talvez o seu atacante, que cresceu a falar francês, não cometeria: “Ele não
falar inglês tanto bem.”
Redknapp era tão tradicionalista
que estranhava a presença de estrangeiros nas equipas que orientava. Não por uma questão de xenofobismo ou de dificuldades de expressão, mas pelos ócios
estranhos que, no entender do treinador, eles tinham. “Com os estrangeiros é
mais difícil. A maioria não quer saber de golfe e não gostam de apostar em
corridas de cavalos. Alguns nem sequer bebem álcool”, afirmou numa ocasião.
O desempenho em campo não era
colocado em causa, mas inaceitável era mesmo não apreciar os velhos hábitos
britânicos. Como assim não gostar de golfe, corridas de cavalos ou álcool?
Outra coisa que Redknapp não
gostava era de receber vídeos de jogadores. Ou melhor, gostava, mas não era
para detetar qualidades: “Recebo centenas de vídeos de jogadores e aproveito-os
para gravar as novelas por cima. São uma porcaria. Assinei com o holandês Marco
Boogers depois de o ver num vídeo. Era completamente maluco e nada no vídeo me
avisava para isso.”
O treinador, pai de Jamie
Redknapp e tio de Frank Lampard, ganhou uma Intertoto pelo
West
Ham em 1999 e uma Taça de Inglaterra pelo
Portsmouth
em 2007-08 e guiou o
Tottenham
à
Liga
dos Campeões em 2010. Nas horas vagas também gostava de tecer comentários
sobre a aparência dos seus jogadores. Aquando da contratação do ponta de lança
Iain Dowie pelos
hammers
ao Crystal Palace, declarou: “Pelo aspeto da cara dele, deve ter cabeceado
muitas bolas na vida.”
Quem, no conceito de beleza de
Redknapp, também não estava muito bem cotado, era… o próprio. “Decidi qual ia
ser a equipa inicial ontem à noite quando estava na cama com a minha mulher.
Acho que quando se tem um marido feio como eu, só se quer falar de futebol na
cama”, afirmou aos jornalistas.
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