Dez figuras importantes da história recente da Sanjoanense |
Fundado a 25 de fevereiro de
1924, quando São João da Madeira ainda fazia parte do concelho de Oliveira de
Azeméis, a Associação
Desportiva Sanjoanense participou por quatro vezes na I Divisão, em 1946-47
e entre 1966 e 1969.
Ainda assim, o emblema
alvinegro é talvez mais conhecido pelo ecletismo especialmente expressivo
em modalidades como andebol, basquetebol, atletismo e hóquei em patins, e por
uma formação que é um autêntico viveiro de talentos: Rui Correia, Litos,
Vermelhinho, Adelino Teixeira, Secretário, João Alves, António Sousa, Antonio
Veloso, Cândido Costa, Ricardo Sousa e mais recentemente Xadas, Gil Dias, David
Carmo e João Mário são alguns desses exemplos.
Presença assídua nas competições
nacionais, a Sanjoanense
milita presentemente na Liga 3, depois de sete participações consecutivas no Campeonato
de Portugal, entre 2014 e 2021, sempre sem conseguir o apuramento para a
fase de promoção à II
Liga.
Vale por isso a pena conferir a
lista de dez jogadores com mais jogos pela Sanjoanense
no Campeonato
de Portugal.
10. Godinho (48 jogos)
Godinho |
Defesa central/médio defensivo nascido em Oliveira de Azeméis e formado
na Oliveirense,
jogou na II
Liga ao serviço dos unionistas,
da Naval e do Santa
Clara antes de ingressar na Sanjoanense
durante o verão de 2019, quando já tinha 34 anos.
“O meu contrato com a Oliveirense
terminou e não houve interesse por parte dos responsáveis do clube em que eu
continuasse. Depois surgiu o convite da Sanjoanense,
falei com os responsáveis da SAD e conseguiram convencer-me a assinar pelo
clube. O projeto era bom e as pessoas demonstraram uma grande vontade em contar
comigo, o que foi fundamental para que eu assinasse pela Sanjoanense”,
explicou, em entrevista a O
Blog do David.
Em duas temporadas em São João da Madeira amealhou 48 jogos (45 a
titular) e um golo (ao São
João de Ver, em maio de 2021) no Campeonato
de Portugal. “Gosto muito do clube, das pessoas ligadas ao clube e dos
adeptos. O grupo de trabalho é bom, tem qualidade, é malta humilde e
trabalhadora. Sinto-me a desfrutar e a ter prazer em jogar o jogo como há muito
não sentia. O meu trabalho é valorizado e isso faz-me sentir muito bem”,
afirmou, em abril de 2021.
Após a passagem pela Sanjoanense,
decidiu encerrar a carreira.
9. Danilo Almeida (50 jogos)
Danilo Almeida |
Médio natural de Viseu que concluiu a formação no Leixões,
tem feito praticamente toda a carreira no distrito de Aveiro.
Após uma passagem de ano e meio pelo Sp. Espinho, Danilo Almeida
representou a Sanjoanense
entre 2015 e 2017, tendo ao longo desse período totalizado 50 partidas (47 a
titular) e dois golos no Campeonato
de Portugal, contribuindo ainda para a caminhada até aos oitavos de final
da Taça
de Portugal em 2016-17.
Depois de duas épocas em São João da Madeira, transferiu-se para o
Cesarense.
8. Cauê (52 jogos)
Cauê |
Lateral esquerdo brasileiro, entrou no futebol português precisamente
pela porta da Sanjoanense
no verão de 2016, tendo desde cedo conquistado o estatuto de titular.
Em 2016-17 atuou em 20 partidas (17 a titular) pela formação
de São João da Madeira no Campeonato
de Portugal e ajudou a equipa a atingir os oitavos de final da Taça
de Portugal.
Na época seguinte representou Cesarense, mas em 2018-19 regressou à Sanjoanense
para participar em 32 jogos (26 a titular) no anteriormente denominado Campeonato
Nacional de Seniores.
7. Catarino (54 jogos)
Catarino |
Extremo nascido em Pigeiros, concelho de Santa Maria da Feira, e que
jogou ao lado de André Gomes, Gonçalo
Paciência e Mikel
Agu nas camadas jovens do FC
Porto, passou pelos seniores de Gondomar e São
João de Ver antes de ingressar na Sanjoanense
no verão de 2013.
Na primeira época em São João da Madeira sagrou-se campeão distrital da
AF Aveiro e alcançou a consequente promoção ao Campeonato
de Portugal, patamar em que nas duas épocas que se seguiram amealhou 54
jogos (33 a titular) e cinco golos.
Apesar da muita utilização, em 2016 regressou aos distritais aveirenses
para representar o Bustelo.
6. Diogo Barbosa (55 jogos)
Diogo Barbosa |
Médio defensivo nascido em Lobão, no concelho de Santa Maria da Feira,
ingressou nos juvenis da Sanjoanense
em 2013-14, tendo feito a estreia na equipa principal duas épocas depois, quando
tinha apenas 17 anos e três meses.
Nessa temporada, foi utilizado em sete partidas (sempre como titular) no Campeonato
de Portugal.
Valorizado, deu o salto para o Paços
de Ferreira, onde cumpriu o segundo ano de júnior, tendo voltado a São João
da Madeira em 2017-18, época em que acabou por ser utilizado na Taça
de Portugal devido a uma grave lesão no ligamento cruzado anterior de um
joelho.
“Talvez a lesão e o facto de estar um ano parado me tenha feito valorizar
a oportunidade de poder jogar e fez-me também perceber que não podemos
facilitar. Devemos trabalhar sempre no limite porque uma situação pontual pode
tirar-nos uma época”, afirmou ao portal Cem Oportunidades.
Na época seguinte esteve emprestado ao Esmoriz, mas entre 2019 e 2021
vestiu a camisola
alvinegra por 48 vezes (43 a titular) e apontou sete golos no Campeonato
de Portugal, enquanto exercia a profissão de jardineiro.
No verão de 2021 transferiu-se para o São
João de Ver.
5. Murilo (56 jogos)
Murilo |
Médio defensivo brasileiro que passou pelas camadas jovens do Corinthians,
entrou no futebol português precisamente pela porta da Sanjoanense
no verão de 2016.
Em duas temporadas em São João da Madeira amealhou 56 encontros (48 a
titular) e oito golos no Campeonato
de Portugal, tendo ainda contribuído para a caminhada até aos oitavos de
final da Taça
de Portugal em 2016-17.
No verão de 2018 transferiu-se para o Lusitano Vildemoinhos.
4. Júlio Santos (65 jogos)
Júlio Santos |
Médio ofensivo natural de Ermesinde, no concelho de Valongo, e que jogou
ao lado de André Gomes, Gonçalo
Paciência e Mikel
Agu na formação do FC
Porto, passou pelos seniores do Gondomar antes de ingressar na Sanjoanense
no verão de 2015.
Em quatro temporadas de alvinegro
amealhou 65 partidas (39 a titular) e três remates certeiros no Campeonato
de Portugal, apesar de ter sido muito fustigado por lesões, tendo
contribuído para a caminhada até aos oitavos de final da Taça
de Portugal.
Após quase meia década em São João da Madeira, transferiu-se para o Alpendorada, último clube que representou.
3. Rúben Pereira (65 jogos)
Ao longo de três temporadas em São João da Madeira totalizou 65 partidas
(60 a titular) no Campeonato
de Portugal.
Valorizado pelas boas campanha de alvinegro,
deu o salto para o Desp.
Chaves, mas tem atuado sobretudo pelo clube-satélite, o Juventude de Pedras
Salgadas.
2. Pardal (83 jogos)
Pardal |
Lateral/extremo direito nascido em São João da Madeira, começou a jogar
futebol na Sanjoanense,
clube do qual o avô Sidónio Pardal foi um dos sócios fundadores, quando tinha
apenas sete anos. “Um antigo treinador da Sanjoanense
chamado Zequinha viu-me a jogar na rua e, como conhecia o meu pai, disse-lhe
para eu ir fazer uns treinos lá e foi assim que comecei”, contou ao O
Blog do David em maio de 2021.
Em 2011-12 transitou para a equipa principal, algo “excelente, apesar de
ter sido uma época pouco feliz a nível desportivo devido a uma lesão” e pela
despromoção aos distritais da AF Aveiro. Infelizmente, o avô já não estava vivo
para o ver representar os seniores. “Faleceu a meio do meu último ano de
júnior, mas tenho a certeza que está orgulhoso do trajeto que tenho vindo a
percorrer no clube...”, confessou ao zerozero
em setembro de 2016.
Na época seguinte foi ganhar rodagem para o Carregosense, tendo
regressado ao emblema
alvinegro em 2013-14 para, às ordens de Pepa, saborear a conquista do
título distrital. “Essa época foi incrível, conseguimos atingir os objetivos
propostos pelo clube, que era recolocar a Sanjoanense
onde merece estar, que é nos campeonatos nacionais”, recordou ao O
Blog do David, nostálgico.
Seguiram-se três temporadas ao serviço da Sanjoanense
no Campeonato
de Portugal, patamar em que amealhou 83 partidas (68 a titular) e nove
golos entre 2014 e 2017, tendo contribuído para a caminhada até aos oitavos de
final da Taça
de Portugal em 2016-17.
No verão de 2017 transferiu-se para o Cesarense, uma aventura que
antecedeu uma passagem de três anos pelos franceses do Créteil-Lusitanos.
Em 2021-22 voltou ao “clube do coração”, a Sanjoanense,
desta feita para competir na Liga 3.
1. Diogo Almeida (109 jogos)
Após concluir a formação no emblema mais representativo de São João da
Madeira, Diogo Almeida passou pelos seniores do Esmoriz e do Gondomar antes de
ingressar na equipa principal da Sanjoanense
em 2013-14, época marcada pela conquista do título distrital da AF Aveiro.
“Foi um sonho para o qual fui trabalhando. Quando era mais novo via os
jogos da Sanjoanense
e sempre sonhei chegar à posição dos guarda-redes que por aqui passavam. E aos
poucos fui-me apercebendo que esse sonho podia tornar-se real. Ainda nos
juniores tive oportunidade de ser chamado à equipa sénior, numa altura em que o
Pedro Justo e o João estavam lesionados, e fui trabalhando com eles. Mas no
último ano de júnior, apesar de terem falado comigo para continuar, acabaram
por surgir novas oportunidades. Saí da Sanjoanense
com muita mágoa, mas sabia que poderia voltar um dia para representar a equipa
principal”, afirmou em 2016, em entrevista ao site
oficial do clube.
“Vi vontade nas pessoas que me convidaram, na altura o mister Pepa e o
Luis Vargas, que já encabeçava a direção. Foi o momento certo para voltar a São
João da Madeira. Comecei sem jogar, tive que trabalhar bastante e acabei por
beneficiar de um momento menos bom do Pedro Justo, que infelizmente se
lesionou, para agarrar o lugar. Terminámos o ano como campeões e vencedores da
Taça de Aveiro e isso devolveu-me a felicidade e a alegria de jogar futebol que
vinha perdendo nos anos anteriores”, acrescentou.
Nas duas temporadas que se seguiram amealhou 57 encontros e 56 golos
sofridos no Campeonato
de Portugal, rumando depois ao Gafanha.
Após uma passagem de dois anos pelo Cesarense, regressou ao clube
alvinegro no verão de 2019 para somar mais 52 partidas e 48 golos sofridos
no anteriormente denominado Campeonato
Nacional de Seniores, tendo chegado a partilhar o balneário com o irmão
João Almeida, também ele guarda-redes. “Se me dissessem há 10 anos atrás que ia
trabalhar com ele não acreditava. É um menino com potencial que está num ano
complicado. É a transição da formação para o futebol sénior, um contexto onde
as oportunidades são escassas. Quando não jogamos temos de pensar que
continuamos a trabalhar para nós e acreditar que a nossa oportunidade vai
aparecer”, disse ao portal Cem Oportunidades.
No verão de 2021 transferiu-se para o Beira-Mar.
“Agradeço e devo tudo o que sou hoje a este enorme clube, Associação
Desportiva Sanjoanense. Aqui conheci grandes profissionais e acima de tudo
amigos que levarei para a minha vida, o futebol é isto mesmo, as amizades que
levamos. Saio desta casa de cabeça erguida, que sempre fiz tudo para honrar a
camisola que vestia e sempre deixei tudo dentro de campo por este clube e por
todos os meus companheiros, equipa técnica, equipa médica, Sr. José, D. Lurdes,
Paulo, Bruno e a toda a direção. Obrigado Sanjoanense
por mais uma vez me dares a oportunidade de fazer história neste clube, e que
história tão bonita, só nós sabemos. Obrigado aos adeptos e a Força Negra pelo
carinho dado durante estas duas épocas e pelas outras tantas que aqui passei.”,
escreveu
nas redes sociais, na hora da despedida.
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