sábado, 12 de setembro de 2020

Os 10 jogadores portugueses com mais jogos na Liga Holandesa

Dez futebolistas portugueses que passaram pela Eredivise
De regresso ao ativo após cinco meses de interrupção o que levou a que a temporada passada fosse precocemente dada como concluída, a sempre espetacular Liga Holandesa foi fundada em 1956, quando foi abandonado o sistema de eliminatórias que definia o campeão nacional desde 1898.

A Eredivisie já foi disputada por 53 clubes e coroou 10 como campeões: Ajax (26), PSV Eindhoven (21), Feyenoord (10), AZ Alkmaar (dois), Sparta Roterdão, Willem II, FC Twente, DOS, DWS e Rapid JC (todos um) foram as equipas que venceram a competição.

Para encontrar pela primeira vez a presença de um jogador português na Liga Holandesa é preciso recuar até 1991-92, quando o central luso-cabo-verdiano David Nascimento trocou o Benfica Castelo Branco pelo RKC Waalwijk, tendo ainda representado Roda, Utrecht e Roosendaal até 2003.

No total, 22 futebolistas portugueses atuaram na Eredivisie e dois venceram a prova: Dani e Bruno Varela (ambos pelo Ajax).

Vale por isso a pena recordar os 10 jogadores portugueses com mais jogos no campeonato holandês.


10. Jorge Chula (24 jogos)

Jorge Chula
Extremo que concluiu a formação no FC Porto ao lado de Ivo Pinto, Josué e Sérgio Oliveira e foi internacional português pelas seleções jovens, foi emprestado ao VVV-Venlo em 2010-11 tal como Josué e Diogo Viana.
Na Liga Holandesa disputou um total de 24 partidas (11 a titular) e marcou um golo ao NAC Breda, ajudando o clube a assegurar a permanência, tendo tido como companheiro de equipa o internacional nigeriano Ahmed Musa. “A minha adaptação à cidade e ao país foi um pouco atribulada no inicio, devido aos hábitos e costumes. É tudo completamente diferente, não tanto a língua, pois também se usa muito o inglês”, afirmou a meio da época ao blogue do futebol de formação do Benavente, clube onde iniciou a sua formação.
Apesar de ter sido muito utilizado nessa temporada, no regresso a Portugal nunca se conseguiu afirmar na I Liga, tendo atuado sobretudo nas divisões secundárias.



Diogo Viana

9. Diogo Viana (26 jogos)

Mais um extremo com carimbo de seleções jovens nacionais que chegou ao VVV-Venlo por empréstimo do FC Porto, para onde se transferiu proveniente do Sporting, no âmbito do negócio que levou Hélder Postiga para Alvalade.
Porém, Diogo Viana até foi cedido pela primeira vez ao emblema holandês na época anterior, em 2009-10, tendo disputado 16 jogos (três a titular) no campeonato. Na temporada seguinte ficou na Holanda até final de dezembro, participando em mais dez encontros (seis a titular) e marcando um golo na deslocação ao terreno do Willem II.
Depois voltou a Portugal para defender a camisola do Desp. Aves na II Liga.



8. Edgar Marcelino (26 jogos)

Edgar Marcelino
Disputou 26 jogos tal como Diogo Viana, mas amealhou mais 575 minutos em campo – 1492 contra 917.
Mais um extremo com carimbo das seleções jovens nacionais e que chegou à Holanda por empréstimo, mas por parte do Sporting, tendo iniciado precisamente no país das tulipas um percurso como um autêntico globetrotter do futebol: jogou em oito países estrangeiros.
A antiga promessa leonina esteve cedido ao Roosendaal em 2005-06, tendo atuado em 26 partidas (17 a titular), mas sem conseguir evitar uma despromoção previsível, uma vez que a equipa laranja somou apenas nove pontos em 34 jornadas.
“A adaptação foi difícil. Lembro-me de ir com o Carlos Gonçalves, o meu empresário, no avião a treinar palavras em inglês. Só tinha tido inglês na escola. Tive três meses de adaptação, mas o futebol é uma linguagem universal. Perceber, percebia bem, mas falar era mentira e como na Holanda toda a gente fala um inglês que se mistura com o holandês, foi um bocado difícil. Mas foi um ano que desportivamente me correu bem, apesar da equipa ter descido de divisão. Depois do treino vinha para casa e como tínhamos o miúdo pequenino levei o meu carro para podermos passear e não estarmos sempre em casa”, contou à Tribuna Expresso.
“O campeonato não era tão competitivo como era o português na altura. Era bom para mim porque todas as equipas queriam atacar, atacar, atacar. Lembro-me que marcávamos muitos golos, mas sofríamos sempre mais. Recordo que nesse ano ganhámos um jogo e empatámos 10 jogos, mas para mim acabou por ser bom porque quando estávamos a chegar ao Natal, falou-se no interesse de vários clubes de lá. Só que quando se dizia que eu era um dos ativos do Sporting e se me acontecesse alguma coisa tinham que pagar... acabei por ficar no Roosendaal até ao fim”, acrescentou.
Depois voltou a Portugal, rescindiu com o Sporting e assinou pelo Vitória de Guimarães.


7. Eduardo (27 jogos)

Eduardo
Eduardo era já um guarda-redes em fim de carreira, aos 36 anos, que foi emprestado pelo Chelsea ao Vitesse, já depois de se ter sagrado campeão europeu pela seleção nacional e após ter marcado presença em dois Mundiais e dois Campeonatos da Europa.
Pelo emblema de Arnhem disputou 27 jogos e sofreu 39 golos no campeonato de 2018-19, ficando perto de contribuir para o apuramento para a Liga Europa – depois do quinto lugar na fase regular, perdeu a final do playoff de qualificação para o Utrecht. “Antes de voltar a Braga estive no Vitesse, um clube da primeira divisão da Holanda onde fui muito feliz”, contou ao site oficial do Sp. Braga.
Depois regressou ao Sp. Braga para encerrar o seu trajeto como futebolista.



6. Danilo Pereira (31 jogos)

Danilo Pereira
Médio defensivo que fez parte da seleção vice-campeã mundial de sub-20 em 2011, não encontrou espaço no Benfica após subir a sénior e rumou aos italianos do Parma. Porém, também não teve vida fácil no Ennio Tardini e, após praticamente dois anos sem jogar em Itália, foi cedido aos holandeses do Roda em 2012-13.
Nessa temporada participou em 31 jogos na Liga Holandesa e marcou um golo ao Heracles Almelo, ajudando a formação de Kerkrade a assegurar a permanência.
Depois voltou a Portugal pela porta do Marítimo, clube pelo qual se estreou na I Liga portuguesa.



5. Bernardo Vasconcelos (32 jogos)

Bernardo Vasconcelos
Avançado que passou sem grande sucesso pelo Alverca na II Liga, mas que tinha marcado golos em catadupa ao serviço do Torreense na II Divisão B, tentou a sorte no futebol holandês em janeiro de 2004, quando se mudou para o RKC Waalwijk.
Até final dessa temporada foi quase sempre opção na equipa, tendo atuado em 17 jogos e marcado quatro golos, um ao ADO Den Haag, outro ao FC Twente e dois ao NAC Breda, sob a orientação de Martin Jol.
Na primeira metade da época seguinte esteve ao serviço da União de Leiria, mas não foi feliz e voltou ao RKC Waalwijk, tendo atuou em 15 partidas e apontado um golo ao Feyenoord no que restou de 2004-05. Juntamente com companheiros de equipa como Thomas Vermaelen e Khalid Boulahrouz, contribuiu para a obtenção de um honroso 9.º lugar.
Depois voltou a Portugal para representar o Estoril, na II Liga.


4. Mica Pinto (38 jogos)

Mica Pinto
Lateral esquerdo nascido no Luxemburgo, mas radicado desde tenra idade em Portugal e com carimbo das seleções jovens nacionais, chegou à Holanda em janeiro de 2018 para reforçar o Fortuna Sittard depois de não ter conseguido vingar no Sporting nem no Belenenses.
Na primeira meia época em solo holandês contribuiu para a promoção à I Liga holandesa, tendo na temporada seguinte disputado 28 jogos na Eredivisie ao lado dos compatriotas André Vidigal e Lisandro Semedo, ajudando os fortunezen a assegurar a permanência.
“O clube estava há 16 anos sem subir. Nas três épocas anteriores o Fortuna até esteve quase a descer, e de repente conseguirmos subir foi um feito incrível. Vivemos momentos fantásticos na cidade, foi uma loucura, por isso as decisões que fui tomando ao longo do tempo foram acertadas. Arrisquei ao vir para a segunda liga holandesa, que naquele momento não era conhecida, mas olhando para trás foi uma decisão muito acertada. Ajudou-me muito como jogador e deu-me a oportunidade de jogar na Eredivisie, que me abriu muitas portas”, contou ao Maisfutebol.
Em 2019-20 começou no Fortuna, mas após sete jogos até janeiro rumou ao Sparta Roterdão, clube pelo qual atuou em mais três partidas até à suspensão do campeonato devido à pandemia de covid-19.
“A decisão [de mudar de clube] foi muito fácil. Estava em final de contrato e já tinha tido vários contactos de outros clubes para assinar livre logo em janeiro. Quando surgiu o Sparta fui falar com o presidente do Fortuna. Queria sair a bem, queria dar lucro, porque me deram a oportunidade de jogar ao mais alto nível. Fui sincero, expliquei a situação e disse que não ia renovar porque não estávamos a conseguir chegar a acordo. Disse para fazermos o negócio: ganhava o Fortuna e eu podia dar um salto, porque o Sparta é um dos clubes com mais nome na Holanda, é o mais antigo e já foi o clube com mais títulos. Foi claramente um passo em frente para mim. No início houve alguma confusão, as pessoas perguntavam porque é que eu, que era o capitão, ia ser vendido, mas foi simples: não chegámos a acordo para a renovação, sentámo-nos e pensámos no melhor para o clube e para mim”, explicou.



3. Janio Bikel (68 jogos)

Janio Bikel
Médio nascido em Bissau e sem qualquer passagem por clubes portugueses – apenas jogou à bola nas ruas de Massamá –, saiu do anonimato em Portugal no verão de 2015 quando foi convocado pela seleção nacional de sub-20 para o Campeonato do Mundo da categoria.
Por essa altura já tinha disputado seis jogos na Eredivisie com a camisola do Heerenveen. “Aproveitei a lesão de um colega e deram-me uma oportunidade. Na semana seguinte estava a jogar contra o Ajax, o maior clube holandês”, confessou, aquando do Mundial.
Depois mudou-se para o NEC, clube pelo qual disputou 62 jogos e marcou dois golos no campeonato, diante de Zwolle e Feyenoord, entre 2015 e 2017.
Porém, em 2017 não evitou a despromoção à II Liga, tendo jogado uma época no segundo escalão holandês antes de se transferir para os búlgaros do CSKA Sófia. “Esta última época no NEC não correu muito bem, já que descemos de divisão. Estou há 5 anos na Holanda, evoluí como jogador e aprendi muitas coisas”, disse ao Record na altura.



2. Dani (72 jogos)

Dani
Uma enorme promessa do futebol português que não esteve à altura das expetativas geradas em torno dele. Após ter despontado no Sporting e de ter estado emprestado aos ingleses do West Ham, transferiu-se para o Ajax no verão de 1996, aos 19 anos e já internacional português.
“Desde o Mundial [de sub-20] do Qatar [em 1995] que o olheiro do Ajax andava a seguir-me, só que o Sporting nunca tinha posto a hipótese de vender-me. Até essa altura. Como a minha imagem estava estragada no Sporting e em Inglaterra as coisas acabaram por não correr bem também, deixaram-me sair para o Ajax”, contou à Tribuna Expresso.
No emblema de Amesterdão, que nas épocas anteriores tinha jogado duas finais consecutivas da Liga dos Campeões, totalizou 72 jogos (52 a titular) e 12 golos no campeonato entre 1996 e 2000, tendo conquistado o título holandês em 1997-98 e a Taça da Holanda em 1997-98 e 1998-99. Willem II, NEC e Vitesse (dois) em 1996-97, MVV, Feyenoord e Sparta Roterdão na época seguinte, AZ Alkmaar em 1998-99 e MVV, Cambuur, Willem II e De Graafschap foram as vítimas deste médio ofensivo.  
No Ajax chegou a ser comparado com Johan Cruyff - que o chegou a elogiar -, teve como companheiros de equipa figuras como Van der Sar, Danny Blind, os irmãos De Boer, Litmanen, Overmars e Kluivert e foi orientado por Louis van Gaal.
“Claro que era um orgulho enorme, mas eu vivia muito pouco essas coisas e se calhar nem tive a noção da grandeza daquele momento. Eu vivia muito, estava habituado a ter grandes emoções e sinceramente só tive a noção da grandeza dessa comparação mais tarde. Pela reação das pessoas”, explicou, quando questionado sobre os elogios de Cruyff.
Sobre Van Gaal, recordou que o treinador o fez aprender holandês, mas que as aulas não correram da forma que o técnico esperava. “Foi um grande entusiasmo do Van Gaal [risos], que me compreendeu bem e pôs-me a aprender holandês com uma professora lindíssima. É verdade. A equipa tinha vários jogadores estrangeiros, georgianos, nigerianos, dinamarqueses, argentinos, brasileiros - parecia a ONU. Muitos desses jogadores não falavam sequer inglês. Eu falava inglês perfeitamente e compreendia as indicações que o Van Gaal dava no treino e por isso tive alguma dificuldade em querer aprender o holandês. Os estrangeiros tinham uma aula em conjunto com um professor holandês. Só que eu, assim que acabava o treino, almoçava no clube e em vez de seguir para essa aula, pirava-me. O Van Gaal resolveu então contratar uma loiraça para me dar aulas, para eu me entusiasmar com o holandês [risos]. Só que, um dia, ele entra na sala e apanha-nos a combinar um jantar. Saiu a barafustar: ‘Desisto, eu desisto’ [risos]. Acabei por aprender holandês por mim próprio, com as amizades que fui fazendo”, lembrou.
Numa fase em que já estava com a cabeça mais na vida social de Amesterdão do que no futebol, transferiu-se para o Benfica no verão de 2000. “Foi espetacular viver em Amesterdão, foi espetacular jogar no Ajax, foi espetacular jogar na Liga dos Campeões, com jogadores e homens fantásticos, treinadores também extraordinários. Pessoas com quem ainda hoje mantenho contacto. Vou muitas vezes a Amesterdão a aniversários de amigos, casamentos, às vezes de férias, ver jogos”, recordou.



1. Virgílio Teixeira (162 jogos)

Virgílio Teixeira
Defesa central com ascendência portuguesa, mas nascido em Den Haag, na Holanda, fez toda a carreira no futebol holandês.
Após ter jogado pelo ADO Den Haag nas divisões secundárias, atuou entre 1998 e 2007 na Eredivisie ao serviço do RKC Waalwijk, tendo disputado 161 jogos e marcado quatro golos no campeonato nesse período ­– NAC Breda, Groningen e PSV em 2003-04 e Feyenoord duas épocas depois foram as vítimas de Virgílio Teixeira, que jogou ao lado de jogadores como Khalid Boulahrouz, Thomas Vermaelen e Tarik Sektioui, não tendo indo além de um 7.º lugar em 2000-01.
Após a despromoção, em 2007, voltou ao ADO Den Haag, clube pelo disputou um jogo no campeonato em 2008-09.
Entretanto tornou-se treinador e tem trabalhado em clubes como o NEC e o ADO Den Haag, tendo ainda passado pela federação holandesa em 2017 e 2018.















14 comentários:

  1. david maior parte do people nao sabe algumas historias daqui . sera que ha mais detalhes e aonde estao alguns destes jogadores . bom artigo mais um ...
    .

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  2. Hi! I found valuable football match video.
    Twente Enschede FC against Vitesse Arnhem 1995/1996.
    Famous player Mols,Bruggink,Bosvelt,Makaay.
    https://www.youtube.com/watch?v=2fCgdPgLv8c

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