Fundado a 28 de maio de 1939 por
um grupo de rapazes da localidade, o Odivelas Futebol Clube teve como primeiro
nome “Odivelas Foot-Ball Os Gatinhos”, tendo adquirido a atual designação em
julho de 1945.
Futebolisticamente a história dos
rubro-negros iniciou em 1947. Quase duas décadas depois, o clube ascendeu pela
primeira vez aos campeonatos nacionais, oscilando entre a II e a III Divisão
até à viragem do milénio. A partir de então estabilizou na primeira metade da
tabela classificativa na II Divisão B, marcando presença nesse patamar
competitivo por 13 vezes, nove delas consecutivas, entre 2001 e 2010, tendo
obtido como melhor classificação o quarto lugar em 2001-02 e 2006-07.
Ao longo dessas temporadas, o
Odivelas Futebol Clube viveu alguns dos melhores momentos da sua história,
tendo tido nas fileiras jogadores como Sílvio, Marco
Silva, Andrade, Tiago Gomes, Dady ou Paulo Vida e treinadores como Paulo
Fonseca ou Daúto Faquirá.
Vale por isso a pena recordar os
dez que futebolistas com mais jogos pelo Odivelas na II Divisão B.
10. Pedro Pereira (89 jogos)
Pedro Pereira |
Defesa central com selo da
formação do Benfica,
jogou nas camadas jovens das águias
ao lado de José Soares, Rogério Matias, Bruno
Caires, Kenedy, Dominguez, mas foi no Belenenses
que se estreou no futebol sénior, em 1993-94.
Entretanto passou por Fanhões,
Oriental, Nacional
e Seixal até chegar pela primeira vez ao Odivelas no verão de 2002. Na primeira
época no Arnaldo Dias disputou 32 jogos (29 a titular) e apontou oito golos. Já
na temporada que se seguiu não foi além de 11 encontros (todos a titular).
Em 2004-05 começou a época ao
serviço do Atlético, mas logo em novembro voltou a vestir de rubro-negro, a
tempo de participar em 18 partidas, sempre a titular, tendo marcado um golo de
cabeça numa eliminatória da Taça
de Portugal renhida com o Sp.
Braga no Arnaldo Dias, em que o Odivelas só foi derrotado no prolongamento.
Na temporada seguinte voltou a
assumir um papel importante, disputando 28 encontros (27 a titular) e apontado
dois golos, marcando presença numa eliminatória espetacular da Taça
de Portugal diante do Marco, que terminou com vitória dos nortenhos por
6-4.
Em 2006-07 continuou no plantel,
mas não efetuou um único jogo. Depois pendurou as botas, aos 33 anos.
9. Dady (93 jogos)
Dady |
Um dos nomes mais sonantes que passou
pelo Arnaldo Dias. Após uma formação dividida por Futebol Benfica, Sporting
e Boavista ganhou embalagem no futebol sénior nos alentejanos do Aldenovense e
no verão de 2002 reforçou o Odivelas.
Avançado luso-cabo-verdiano de
elevada estatura (1,90 m), não foi propriamente um titular indiscutível na
época de estreia, mas mostrou logo créditos, tendo apontado sete golos em 27
jogos (15 a titular). Em 2003-04 foi mais além, marcando por 11 vezes em 33
partidas (24 a titular).
Na terceira e última temporada em
Odivelas manteve o nível, somando oito remates certeiros em 33 encontros (28 a
titular) no campeonato, mas desta feita também brilhou na Taça
de Portugal, marcando um dos golos que eliminou o primodivisionário Gil
Vicente.
Entretanto deu o salto para o Estoril
e depois para o Belenenses,
clube pelo qual foi finalista da Taça
de Portugal e o segundo melhor marcador da I Liga em 2006-07, numa época em
que foi orientado por Jorge
Jesus.
“O Odivelas é um clube que me
marcou muito e onde tenho muitos amigos”, disse ao Record
em fevereiro de 2007, aquando de um jogo para a Taça
entre o Odivelas e o Belenenses.
8. Renato (94 jogos)
Renato |
Defesa central/médio defensivo
formado e catapultado para o futebol sénior pelo Oriental, também chegou ao
Odivelas no verão de 2002, já depois de passagens pelos emblemas madeirenses
Machico e Camacha.
Nas duas primeiras épocas foi bastante abalado por lesões, tendo disputado 17 jogos (15 a
titular) em 2002-03 e 21 partidas (17 a titular) na época seguinte, na qual
marcou dois golos no campeonato.
Em 2004-05 conseguiu ser titular de forma mais regular,
tendo participado em 35 (29 a titular) dos 38 encontros do campeonato, além de
ter contribuído para o tombo do primodivisionário Gil
Vicente no Arnaldo Dias e de ter estado na eliminatória renhida com o Sp.
Braga na Taça
de Portugal.
Na temporada que se seguiu voltou
a ter menos utilização, não indo além de 21 jogos (20 a titular). Ainda assim,
marcou dois golos, frente ao Real
SC e ao Oriental, tendo ainda participado na fantástica eliminatória da Taça
diante do Marco.
7. Cláudio Oeiras (96 jogos)
Cláudio Oeiras |
Nunca jogou na I Liga nem sequer
na II Liga, mas é um nome sonante no futebol português, uma vez que marcou o
golo com que o Torreense eliminou o FC
Porto da Taça
de Portugal em pleno Estádio das Antas em fevereiro de 1999. Entretanto passou
também pelo Benfica
B, por outros clubes da II Divisão B e pelo futebol alemão antes de reforçar o
Odivelas no verão de 2004.
Na primeira época no Arnaldo Dias
confirmou os créditos de goleador, ao somar 18 remates certeiros em 38 jogos
(37 a titular) que fizeram dele o melhor marcador do campeonato na II Divisão B
– Zona Sul, participando também na eliminação do primodivisionário Gil
Vicente e na eliminatória renhida com o Sp.
Braga de Jesualdo
Ferreira na Taça
de Portugal.
Na temporada seguinte voltou a
superar a dezenas de golos, tendo apontado 12 em 28 partidas (27 a titular) no
campeonato, brilhando na Taça
com um hat trick ao Marco, então na
II Liga, numa derrota por 4-6.
Em 2006 mudou-se para o Mafra,
mas voltou a Odivelas no ano seguinte. Já trintão, apontou sete golos em 30
jogos (16 a titular), participando ainda numa eliminatória da Taça
de Portugal em que os rubro-negros quase surpreenderam o Rio
Ave em Vila
do Conde, saindo apenas derrotados no desempate por grandes penalidades.
Depois continuou a jogar nas
divisões secundárias ao serviço de Mafra, Torreense e Pêro Pinheiro, tendo
passado pela II Liga de Chipre pelo meio.
6. Roque (106 jogos)
Roque |
Médio de elevada estatura (1,90
m), chegou ao Odivelas no verão de 2002, proveniente do Vilafranquense,
pelo qual tinha competido nas divisões secundárias ao longo de seis anos.
Logo na primeira época no Arnaldo
Dias se impôs como titular, tendo participado em 36 jogos (27 a titular) e
apontado nove golos. Depois foi perdendo influência: em 2003-04 marcou presença
em 29 encontros (17 a titular) e faturou por duas vezes; na temporada seguinte
disputou 26 partidas (12 a titular) e marcou quatro golos, tendo ainda marcado
um dos golos que eliminou o Gil
Vicente na Taça
de Portugal; e em 2005-06 não foi além de 15 jogos (seis a titular) e um
golo.
“Tínhamos uma grande equipa, com
jogadores da seleção nacional e os resultados falaram por si. Foi lá que joguei
com o Marco
Silva. Tive muitos bons momentos, fui sempre aquele que ficou a arrasar
para subir. Tive várias oportunidades para me tornar profissional, fui adiando
e só com 29 anos é que fui para o Odivelas e tive ali quatro aninhos para
perceber a diferença entre o futebol amador e profissional. Foi muito bom!”,
afirmou ao Notícias
ao Minuto em julho de 2018.
Após quatro anos no Odivelas,
voltou em 2006 à zona de Vila Franca de Xira para as últimas aventuras da
carreira, com as camisolas de Povoense, Santa Iria e Vialonga. Depois tornou-se
treinador, tendo orientado várias equipas nos distritais da AF
Lisboa.
5. Baião (106 jogos)
Baião |
Disputou 106 jogos tal como Roque,
mas esteve em campo durante mais 3590 minutos – 9283 contra 5693. Lateral direito de
posição, reforçou o Odivelas quando o clube se encontrava na III Divisão, em
1992-93, proveniente do Águias Musgueira.
Logo nessa época contribuiu para
a conquista do título nacional da III Divisão e para a caminhada até aos
oitavos de final da Taça
de Portugal, ajudando os rubro negros a afastar o primodivisionário
Salgueiros.
Seguiram-se três anos e meio na
II Divisão B, sempre com grande utilização. Em 1993-94 disputou 32 jogos (todos
a titular) e marcou três golos. Na temporada seguinte participou novamente em 32
encontros, desta vez sem faturar. Em 1995-96 esteve em 30 partidas, sempre a
titular, e apontou quatro golos.
A época que se seguiu também foi
iniciada no Arnaldo Dias, mas depois de 12 jogos (11 a titular) e três golos,
mudou-se para o Samora Correia, ajudando o clube ribatejano a sagrar-se campeão
distrital da AF Santarém.
4. José Carlos (107 jogos)
José Carlos |
Na primeira época esteve quase a
descer da III Divisão aos distritais, mas na temporada seguinte sagrou-se
campeão nacional da III Divisão e ajudou os rubro negros a chegarem aos oitavos
de final da Taça
de Portugal.
Seguiram-se quatro anos na II
Divisão B no Arnaldo Dias, entre 1993 e 1997, tendo cumprindo 107 jogos (105 a
titular) e marcado um golo, ao Louletano, em novembro de 1996, não evitando a
descida de divisão nessa época.
Haveria de continuar no clube até
1999, despedindo-se com a despromoção aos campeonatos distritais da AF
Lisboa.
Entretanto prosseguiu a carreira
em clubes de Lisboa e arredores, como Águias Camarate, Olivais e Moscavide, Malveira,
Loures,
Pêro Pinheiro, Vialonga, Linda-a-Velha e Tojal.
3. Mourato (117 jogos)
Mourato |
Lateral esquerdo que chegou ao
Odivelas no verão de 2004, depois de ter representado Sintrense
e Loures
nas divisões secundárias do futebol português.
Na época de estreia no clube
disputou 34 jogos (32 a titular) no campeonato e participou nos jogos da Taça
de Portugal que levaram o Gil
Vicente a cair no Arnaldo Dias e o Sp.
Braga a necessitar do prolongamento para eliminar os rubro negros.
Em 2005-06 participou em 25
partidas (21 a titular) e na época seguinte em apenas duas, nas duas primeiras
jornadas, contribuindo para a obtenção do quarto lugar, a melhor classificação
de sempre dos odivelenses – a par de 2001-02.
Na temporada que se seguiu esteve
em 27 encontros (22 a titular) e marcou um golo, marcando presença na
eliminatória da Taça
de Portugal em que Odivelas apenas caiu em Vila
do Conde diante do Rio
Ave em novembro de 2007.
Na quinta e última época no
Arnaldo Dias, sob a orientação de Paulo
Fonseca, disputou 29 jogos (27 a titular) e marcou um golo, ao Oriental.
Apesar de ter sido muito
utilizado, prosseguiu a carreira nos campeonatos distritais ao serviço de
clubes como Malveira,
Loures
e Murteirense. Em 2019-20, aos 40 anos, vestiu a camisola do Vila Franca do
Rosário pelo sexto ano consecutivo.
2. Cabral (121 jogos)
Cabral |
Médio que dividiu a formação
entre Sporting,
Tenente Valdez e Estrela
da Amadora, reforçou o Odivelas em 1991-92, depois de se ter estreado no
futebol sénior ao serviço do Amora.
As duas primeiras épocas foram
passadas na III Divisão, sendo que a segunda ficou marcada pelo título de
campeão nacional desse patamar competitivo e pela caminhada até aos oitavos de
final da Taça
de Portugal, que incluiu a eliminação do primodivisionário Salgueiros.
Seguiram-se quatro anos na II
Divisão B, entre 1993 e 1997, nos quais cumpriu 105 jogos (97 a titular), tendo
descido de divisão em 1996-97.
Depois de três anos no Sintrense,
voltou ao Arnaldo Dias em 2000 para reencontrar Daúto Faquirá, que o tinha
orientado em Sintra,
e juntos subiram da III à II Divisão B em 2001. Seguiu-se uma última temporada
no Odivelas, na II B, tendo disputado 16 jogos (11 a titular), contribuindo para
a obtenção do quarto lugar na Zona Centro.
Depois prosseguiu a carreira no Malveira,
na III Divisão.
1. Semedo (170 jogos)
Semedo |
Não só o futebolista com mais
jogos pelo Odivelas como também o jogador com mais golos pelo clube na II
Divisão B: 60. A ligação entre o avançado cabo-verdiano e os rubro negros foi
iniciada em 2001-02, depois de o atacante ter despontado no Futebol Benfica.
Logo na época de estreia no
Arnaldo Dias exibiu créditos, tendo contribuído com 12 golos em 27 jogos (16 a
titular) para a obtenção do quarto lugar – logo na estreia apontou um hat trick
ao Sp. Pombal.
Na temporada seguinte não foi
além de cinco encontros (dois a titular), mas redimiu-se nos anos que se
seguiram: oito golos em 24 jogos (18 a titular) em 2003-04, sete golos em 33
jogos (11 a titular) em 2004-05, sete golos em 27 jogos (16 a titular) em
2005-06, oito golos em 25 jogos (22 a titular) que contribuíram para mais um
quarto lugar em 2006-07 e 18 golos em 29 jogos (27 a titular) em 2007-08, sagrando-se
melhor marcador da Série D nesta última época.
Paralelamente, esteve em momentos
bonitos da Taça
de Portugal, como na eliminação do Gil
Vicente e no jogo renhido de 120 minutos frente ao Sp.
Braga em 2004-05, na caminhada até aos oitavos de final em 2006-07 e no
encontro de Vila
do Conde em que o Rio
Ave só conseguiu bater o Odivelas através do desempate por grandes
penalidades. Nesse jogo com os vila-condenses
marcou um golo e, tal como Sílvio, convenceu o Rio
Ave a contratá-lo no final da época.
“Antes de chegar o convite do Rio
Ave, tinha decidido parar no final dessa época. No futebol não ganhava o
suficiente para subsistir e decidirá acabar. Deve ter sido o destino que me fez
continuar no futebol, não me obrigou a mudar de rumo e a partir dessa altura as
coisas mudaram”, afirmou ao Record
em novembro de 2015.
Entretanto passou pelos
campeonatos de Chipre e Albânia, tendo voltado ao futebol português em 2014
pela porta do 1º Dezembro.
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