Avançado angolano
há cinco anos em Portugal, Rui Társio foi a figura do Alcochetense
e um dos principais destaques da I
Divisão Distrital da AF Setúbal na última época. Com 13 golos no campeonato
e 19 em todas as competições, fez sonhar a equipa de Alcochete,
apesar de ter sido o Oriental
Dragon a terminar em primeiro lugar.
A ausência de lesões e a
especialização nas funções de ponta de lança permitiram-lhe estabilizar o seu
futebol e apresentar os melhores registos da carreira, quando tem apenas 23
anos.
Em entrevista, o avançado não
garante a permanência no Alcochetense,
mas promete ponderação na hora de escolher em que clube vai jogar na próxima
temporada e fazer de tudo para um dia cumprir o sonho de representar a seleção
angolana.
ROMILSON TEIXEIRA - O Rui Társio apontou 19 golos pelo Alcochetense
na época que recentemente terminou, 13 deles no campeonato da I
Divisão Distrital da AF Setúbal. Que balanço faz desta época em termos
individuais?
RUI TÁRSIO - Em termos
individuais foi a minha melhor época até agora, não só pelos golos, mas também pela
forma como cresci como jogador. Foi uma pena ter terminado da forma que
terminou, ainda tínhamos muita coisa para conquistar.
Esta foi a sua segunda época que ao serviço do Alcochetense.
Na primeira marcou apenas cinco golos. O que mudou de um ano para o outro?
Evolui muito como jogador, o
grupo de trabalho era fantástico e tinha todas as condições para que isso
acontecesse. Essa época joguei apenas numa posição e graças a Deus não tive
lesões. Na minha primeira temporada em Alcochete
falhei alguns jogos por culpa de algumas pequenas lesões. A regularidade e a
consistência foram palavras-chave da minha última temporada.
Durante algum tempo foi o melhor marcador da I
Divisão Distrital da AF Setúbal. Sentiu-se dececionado quando foi
ultrapassado por Márcio Madeira (Vasco
da Gama de Sines) e Bruninho
(Oriental
Dragon)?
Sim, fui o jogador que mais tempo
ficou no topo da lista e fui ultrapassado já nas últimas jornadas. Mérito para
o Márcio e para o Bruninho.
Acredito que qualquer um de nós poderia estar em primeiro, segundo ou terceiro
nessa lista. Não fiquei dececionado porque acabei a temporada com a consciência
de que tudo fiz para me manter entre os melhores.
Considera estar a viver a melhor fase da sua carreira?
Foi uma época muito boa, tal como
todas as outras. Existiu claramente uma diferença em termos de números, mas,
como jogador dentro e fora do campo, foi tão boa quanto as outras.
Sente que os campeonatos distritais já são um patamar baixo para a sua
qualidade?
O campeonato distrital é um
campeonato muito bom. Dá-nos algum tipo de experiência e aprendemos muitas
coisas que levamos para a vida. Quero estar sempre a evoluir, e se tiver de
sair para uma divisão mais acima irei. Gosto de novos desafios.
“Continuar em Alcochete? Futebol exige-nos muita cautela…”
Que perspetivas tem para a próxima época? Espera sair para uma divisão
superior ou deverá manter-se no Alcochetense?
Para a próxima época tenho um
desafio, que é o de ser melhor do que ontem, seja em que divisão for ou em que
clube for. O futebol exige-nos muita cautela na hora de tomar qualquer tipo de
decisão.
O que o Alcochetense
significa para o Rui? Como tem sido a relação com a massa associativa?
O Alcochetense
significa muito para mim, conheci excelentes pessoas, que muito fizeram por mim
durante estas duas temporadas. Dou-me bem com todos os que fazem parte do clube:
adeptos, dirigentes, treinadores, jogadores, roupeiros, tratador da relva... Todos
me receberam muito bem e sempre cuidaram muito bem de mim.
“Parabéns ao Oriental
Dragon pelo 1.º lugar”
Rui Társio em ação num jogo frente ao Cova da Piedade B |
O que acha que faltou ao Alcochetense
para disputar de forma mais renhida o 1.º lugar com o Oriental
Dragon?
Existem onze jogadores do outro
lado que estão lá para fazer o trabalho deles e dificultar-nos ao máximo porque
também querem ganhar o jogo. Perdemos pontos que nos custaram a liderança, mas
aprendemos muito com toda essa situação e parabéns ao Oriental
Dragon pelo primeiro lugar.
O seu treinador nos últimos dois anos, Pedro
Duarte, vai para o Barreirense.
Que importância teve Pedro
Duarte para si e para a sua carreira? Como é ele como treinador?
O mister Pedro é um excelente
treinador, sempre foi amigo, aplaudiu e chamou à atenção. Aprendi muito com ele
e só tenho de agradecer por toda a confiança depositada em mim e desejar-lhe
sorte no seu regresso ao Barreirense.
Acha que na próxima época o Barreirense
será ainda mais difícil de bater com o novo treinador? Quais poderão ser os
principais adversários do Alcochetense
na luta pela subida ao Campeonato de Portugal?
O Barreirense
é sempre uma equipa difícil de defrontar, pois tem sempre bons treinadores e
bons jogadores e na próxima época não será diferente. Vão receber uma equipa
técnica muito capacitada e de certeza que vão lutar pela subida tal como o Alcochetense
e todos aqueles que investirem e traçarem a subida de divisão como meta.
“Quarentena? Treinos puxados não me têm faltado”
Como tem estado a viver este período de pandemia? Como tem mantido a
forma?
Está a ser uma fase muito
agridoce. É aborrecido estar em casa, mas só tenho a agradecer porque muitos
queriam estar em casa e não podem. Tenho treinado, faço parte da Kinesian Move
e eles cuidam da minha parte física. Treinos puxados não me têm faltado.
Falando mais do Rui. Nasceu em Angola,
mas está há muito tempo em Portugal. Como foi a sua infância e como nasceu a
paixão pelo futebol?
A minha infância foi muito, mas
muito boa mesmo. Cresci no golfe 2, na vila Estoril, e os meus dias eram
passados a jogar futebol e a fazer todo o tipo de brincadeiras que uma criança angolana
faz. Amo futebol desde que me conheço como pessoa, jogava futebol todos os
dias, na escola, no bairro, dentro de casa, em todo lado. A paixão está no
sangue, o meu pai e quase todos os meus tios jogaram futebol.
Como chegou aos juniores do Mafra
em 2015-16? Quais foram as principais dificuldades que enfrentou nesta fase?
Já havia estado em Mafra
para uma experiência em 2012, se não me falha a memória, ainda era juvenil de
primeiro ano, mas não podia ficar em Portugal porque a minha mãe ainda não era
a favor da ideia de eu morar cá sozinho. Retornei em 2014 para o meu primeiro
ano de juniores, mas não joguei porque tive uma lesão grave e só pude jogar na
época a seguir. A maior dificuldade foi a questão tática, mas com o tempo fui
aprendendo e tudo correu bem.
Rui Társio ao seu estilo, a fletir da esquerda para o meio com a bola |
Seguiu-se uma aventura pelo Prainha, nos distritais dos Açores. Como
descreve a sua passagem pelo futebol açoriano e que recordações guarda desta
fase?
A minha passagem pelo Prainha foi
muito boa. A ilha do Pico é muito bonita e tal como em todos os clubes que
passei fui muito bem-recebido e acolhido lá. Fiz grandes amigos que levo para a
vida, tive um excelente treinador [João Frazão] e vivi experiências desportivas
muito boas.
Como se define como futebolista?
Como futebolista procuro sempre
ser eu mesmo, juntar as orientações do mister ao meu estilo de jogo e nunca perder
a minha essência.
Tem empresário ou alguém que o ajude na gestão da carreira?
Não tenho empresário. O meu pai
ajuda-me muito a tomar certas decisões.
Que futuro perspetiva para a sua carreira futebolística?
O futuro a Deus pertence. A única
coisa que posso dizer é que irei trabalhar para concretizar tudo aquilo que
sempre sonhei.
Qual é o seu maior sonho no mundo do futebol?
São vários os grandes sonhos,
vários mesmo. Deus queira que realize todos com o mesmo prazer e felicidade que
sempre tive a jogar futebol.
Fã de Ronaldinho, Ronaldo fenómeno, Quaresma e Neymar
Quais são as suas maiores inspirações enquanto futebolista?
Sempre fui fã daquilo a que
chamamos de futebol arte. Sempre gostei muito do Ronaldinho e do Ronaldo
fenómeno. Para mim, eram o tipo de jogador que toda criança sonhava ser e imitar.
O Quaresma
também me inspirou muito, sempre gostei de o ver a jogar futebol. Mas hoje a
minha principal referência é o Neymar.
“Seleção de Angola? Todos os jogadores sonham representar o seu país”
O que significaria para si representar a seleção
angolana? Sente que a Federação
Angolana de Futebol (FAF) está atenta ao seu trabalho?
Todos os jogadores sonham
representar o seu país, isso significa muito para mim. Nunca houve contacto
algum com a FAF,
por isso continuarei a trabalhar para que não faltem motivos para me
contactarem.
Acompanho quando posso, mas estou
sempre atento à classificação e aos jogadores que se estão a destacar no
campeonato. Há muitos bons jogadores angolanos,
não faltam talentos no nosso país. Gosto de ver o Gelson Dala a jogar, tem um
enorme potencial.
Entrevista realizada por Romilson Teixeira
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