Isco tornou-se um dos mais importantes jogadores do Real |
Após três anos na sombra do trio
BBC (Benzema, Bale
e Cristiano),
Isco ganhou algum espaço no onze do Real Madrid durante a época passada, devido
à lesão do galês e à gestão criteriosa da condição física do português, aproveitando
para mostrar todo o seu valor.
Contudo, nem o espaço foi aberto
somente ao espanhol – também a James Rodríguez, que teve um aproveitamento bem
mais baixo – nem este Isco é o mesmo que os merengues
contrataram ao Málaga
por 30 milhões de euros, no verão de 2013. Na altura, já mostrava tratar-se de
um grande talento - o que até lhe valeu o prémio de Golden Boy em 2012 -, mas ainda não era este extraordinário
futebolista e não exibia esta chama. Até a defender tem sido bastante útil, ao
contribuir para uma eficaz pressão alta.
Além de ter evoluído como
executante, desenvolveu a capacidade e a velocidade de ler o jogo, vertente na
qual já é um dos melhores do futebol atual. Mesmo com escassos milésimos de
segundo para pensar, em jogos de alta intensidade – como os dois primeiros
desta época, diante de Manchester
United e Barcelona – e sob a pressão asfixiante da equipa adversária,
consegue tomar as melhores decisões. Não apenas boas decisões. Repito: as
melhores.
Provavelmente o jogador do
plantel mais parecido com o que Zidane era, Isco tem revelado uma enorme
capacidade de atrair os adversários – fazendo jus ao nome – e depois deixar a
bola no espaço que ficou destapado. O autogolo de Piqué no recente clássico de
Camp Nou, a contar para a Supertaça Espanhola, nasceu assim: o malaguenho arrastou
Busquets e Aleix Vidal antes de desmarcar Marcelo pela esquerda.
O n.º 22 merengue é daqueles que sabe quando tem de aumentar o ritmo,
contemporizar quando é preciso diminuir a intensidade, descongestionar em
situações de aperto e em quem e em que momento deve entregar a bola no espaço e
no pé, antecipando a preparação da ação do companheiro em quem deixou o
esférico. Tem uma visão de jogo periférica e uma tomada de decisão que
impressiona na bancada ou através da televisão, mas que na realidade se
expressa com uma bola nos pés e ao nível do relvado, onde tudo é bem mais
difícil de vislumbrar. Não obstante, é um fantasista, um excelente driblador.
Os pés do internacional espanhol
já são local de passagem obrigatória em cada ataque do Real Madrid, que nos
primeiros encontros de 2017/18 apareceu moldado precisamente a Isco, com um
4x4x2 losango que permite extrair o máximo do jogador, na zona onde ele rende
mais: o centro do terreno.
Se a introdução e potenciação de
Casemiro com o intuito de equilibrar a equipa foi a primeira grande obra tática
de Zinédine Zidane no comando dos blanco,
o aumento da preponderância do médio recrutado ao Málaga é a segunda grande
experiência bem-sucedida do laboratório do treinador francês. Não há BBC que
resista. Com o jogador em que Isco se tornou, é ele e mais dez.
Excerto de artigo escrito a 18 de fevereiro de 2013 aqui neste blogue a 18 de fevereiro de 2013, entre uma eliminatória da Liga dos Campeões entre Málaga e FC Porto:
ResponderEliminar"Isco, eleito melhor jovem jogador de 2012, portador de grande criatividade e recorte técnico, deverá ter entrada direta no onze, resta saber se numa faixa lateral, procurando sempre fletir para zonas interiores, ou mesmo para as costas do ponta-de-lança."
https://davidjosepereira.blogspot.pt/2013/02/quem-e-este-malaga.html
Análise individual a Isco neste mesmo blogue, num Málaga-Borussia Dortmund de 3 de abril de 2013:
ResponderEliminar"Isco exibiu o seu fantástico recorte técnico, mostrando maturidade quando opta pelo passe, segurar a bola ou avançar para o drible"