sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Um dos centrais titulares do FC Porto campeão europeu em 1987. Quem se lembra de Eduardo Luís?

Eduardo Luís disputou 153 jogos pelo FC Porto entre 1982 e 1989
É uma figura histórica do FC Porto, mas nasceu na capital, no seio do centralismo tantas vezes visado pelos dragões, a cidade de Lisboa, e dividiu a formação entre o Olivais e Moscavide e o Benfica.
 
Defesa central – por vezes também lateral esquerdo – discreto, mas eficaz e com o bigode como imagem de marca, chegou a sagrar-se campeão nacional pelas águias em 1975-76, mas disputou apenas três jogos no campeonato.
 
A escassa utilização na Luz e um desentendimento com Mário Wilson levou-o a procurar ganhar rodagem na ilha da Madeira, mais precisamente no Marítimo, tendo contribuído para a primeira promoção dos insulares à I Divisão, em 1977. “Aquilo foi uma loucura. O antigo campo do Marítimo transbordava de gente, na altura aquilo para as pessoas da ilha foi um feito extraordinário”, contou ao Maisfutebol em fevereiro de 2021.
 
Em 1982 repetiu a subida de divisão, depois de quatro épocas a jogar com regularidade nos Barreiros, o que lhe valeu chamadas para as edições de 1976 e 1977 do Torneio de Toulon e principalmente a primeira de oito internacionalizações pela seleção principal, estreando-se numa derrota em Itália em setembro de 1980.
 
José Maria Pedroto quis levá-lo para o FC Porto em 1980, mas só dois anos depois a mudança se consumou. “Infelizmente aconteceu aquela confusão do verão quente, o senhor Pedroto saiu e tivemos de adiar dois anos a nossa união. Entrei no clube logo a seguir às eleições que colocaram o senhor Pinto da Costa na presidência. Uma semana depois de ele ganhar o sufrágio, teve a amabilidade de me convidar para ir ao Porto e assinei contrato”, recordou Eduardo Luís, que viveu “sete anos maravilhosos” nas Antas, entre 1982 e 1989.
 
Ao longo desse período venceu três campeonatos (1984-85, 1985-86 e 1987-88), duas Taças de Portugal (1983-84 e 1987-88), três Supertaças Cândido de Oliveira (1983, 1984 e 1986) e, principalmente, a Taça dos Campeões Europeus (1986-87), tendo sido titular na final de Viena, diante do Bayern Munique. “É o jogo mais marcante da minha vida. Fiz um bom jogo ao lado do Celso e depois passei para lateral esquerdo. O Artur Jorge tirou o Inácio na parte final, meteu o Frasco, passou-me para a esquerda e recuou o André. Demos a volta ao jogo depois disso”, contou o antigo defesa, que em 1983-84 ajudou os dragões a atingir a final da Taça das Taças, perdida em Basileia para a Juventus. Pelo meio foi convocado para o Euro 1984, mas não foi utilizado.

 
Em outubro de 1988, disputou o seu último jogo pelos azuis e brancos, tendo formado dupla de centrais com o malogrado Kongolo numa vitória sobre o HJK em Helsínquia. Dias depois, uma rotura de ligamentos no joelho afastou-o dos relvados e atirou-o para a lista de dispensas.
 
Deixou as Antas em final de contrato, em 1989, como parte da célebre limpeza de balneário promovida por Artur Jorge. Viria ainda a jogar um ano no Rio Ave e dois na Ovarense antes de pendurar as botas, em 1992.
 
Após encerrar a carreira de futebolista tornou-se treinador, mas nunca trabalhou como técnico principal na I Liga. Orientou os juniores do FC Porto em 1994-95 e três equipas na II Liga: Ovarense, Desp. Aves e Maia.
 
Afastou-se do futebol em 2015 e chegou a ter um gabinete de massoterapia, mas presentemente é vigilante num condomínio fechado. 







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