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Eduardo Luís disputou 153 jogos pelo FC Porto entre 1982 e 1989 |
É uma figura histórica do
FC
Porto, mas nasceu na capital, no seio do centralismo tantas vezes visado
pelos
dragões,
a cidade de Lisboa, e dividiu a formação entre o Olivais e Moscavide e o
Benfica.
Defesa central – por vezes também
lateral esquerdo – discreto, mas eficaz e com o bigode como imagem de marca,
chegou a sagrar-se campeão nacional pelas
águias
em 1975-76, mas disputou apenas três jogos no campeonato.
A escassa utilização na
Luz
e um desentendimento com Mário Wilson levou-o a procurar ganhar rodagem na ilha
da Madeira, mais precisamente no
Marítimo,
tendo contribuído para a primeira promoção dos
insulares
à
I
Divisão, em 1977. “Aquilo foi uma loucura. O antigo campo do
Marítimo
transbordava de gente, na altura aquilo para as pessoas da ilha foi um feito
extraordinário”, contou ao
Maisfutebol
em fevereiro de 2021.
Em 1982 repetiu a subida de
divisão, depois de quatro épocas a jogar com regularidade nos Barreiros, o que
lhe valeu chamadas para as edições de 1976 e 1977 do Torneio de Toulon e
principalmente a primeira de oito internacionalizações pela
seleção
principal, estreando-se numa derrota em
Itália
em setembro de 1980.
José
Maria Pedroto quis levá-lo para o
FC
Porto em 1980, mas só dois anos depois a mudança se consumou. “Infelizmente
aconteceu aquela confusão do verão quente, o senhor
Pedroto
saiu e tivemos de adiar dois anos a nossa união. Entrei no clube logo a seguir
às eleições que colocaram o senhor
Pinto
da Costa na presidência. Uma semana depois de ele ganhar o sufrágio, teve a
amabilidade de me convidar para ir ao Porto e assinei contrato”, recordou
Eduardo Luís, que viveu “sete anos maravilhosos” nas Antas, entre 1982 e 1989.
Ao longo desse período venceu
três campeonatos (1984-85, 1985-86 e 1987-88), duas
Taças
de Portugal (1983-84 e 1987-88), três
Supertaças
Cândido de Oliveira (1983, 1984 e 1986) e, principalmente, a
Taça
dos Campeões Europeus (1986-87), tendo sido titular na
final
de Viena, diante do Bayern Munique. “É o jogo mais marcante da minha vida.
Fiz um bom jogo ao lado do Celso e depois passei para lateral esquerdo. O
Artur
Jorge tirou o Inácio na parte final, meteu o Frasco, passou-me para a
esquerda e recuou o André. Demos a volta ao jogo depois disso”, contou o antigo
defesa, que em 1983-84 ajudou os
dragões
a atingir a final da Taça das Taças, perdida em Basileia para a
Juventus.
Pelo meio foi convocado para o Euro 1984, mas não foi utilizado.
Em outubro de 1988, disputou o
seu último jogo pelos
azuis
e brancos, tendo formado dupla de centrais com o malogrado Kongolo numa
vitória sobre o HJK em Helsínquia. Dias depois, uma rotura de ligamentos no
joelho afastou-o dos relvados e atirou-o para a lista de dispensas.
Deixou as Antas em final de
contrato, em 1989, como parte da célebre limpeza de balneário promovida por
Artur
Jorge. Viria ainda a jogar um ano no
Rio
Ave e dois na
Ovarense
antes de pendurar as botas, em 1992.
Após encerrar a carreira de futebolista
tornou-se treinador, mas nunca trabalhou como técnico principal na
I
Liga. Orientou os juniores do
FC
Porto em 1994-95 e três equipas na
II
Liga:
Ovarense,
Desp.
Aves e
Maia.
Afastou-se do futebol em 2015 e
chegou a ter um gabinete de massoterapia, mas presentemente é vigilante num
condomínio fechado.
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