sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Onze ideal de jogadores que passaram por Barreirense e Oriental

Oriental e Barreirense competem no Campeonato de Portugal
Dois históricos que já viveram melhores dias e que já não disputam a I Divisão desde a década de 1970, Futebol Clube Barreirense e Clube Oriental de Lisboa reeditam por esta altura, no Campeonato de Portugal, um clássico que já teve mais de sete dezenas de edições.
 
Ao longo da história, alvirrubros e guerreiros de Marvila coincidiram por cinco vezes no primeiro escalão, 15 na II Divisão, onze na II Divisão B e, agora, pela segunda vez no anteriormente denominado Campeonato Nacional de Seniores.
 
Paralelamente, o Barreirense tem tido nos seus quadros jogadores que já tinham pertencido ao Oriental e vice-versa.
 
Vale por isso a pena conferir o nosso onze ideal de futebolistas que passaram pelos dois clubes, distribuídos em campo num 4x4x2 losango.
 

Azevedo (guarda-redes)

Azevedo
Começamos em grande, com um dos melhores guarda-redes portugueses de sempre. Nascido no Barreiro, concluiu a formação no Barreirense, depois de ter jogado nos populares do Unidos do Largo das Obras, e estreou-se pela equipa principal aos 17 anos e três meses, em 13 de outubro de 1932.
Apesar do muito talento, esteve sempre tapado por Francisco Câmara, o que levou a mudar-se para o Luso no verão de 1933, após ter arranjado emprego na serração do Rocio.
Após dois anos no Campo da Quinta Pequena, deu o salto para o Sporting, clube que representou entre 1935 e 1952, período no qual conquistou oito campeonatos nacionais, dez Campeonatos de Lisboa, dois Campeonatos de Portugal e quatro Taças de Portugal, tendo ainda chegado à final da Taça Latina em 1949. Paralelamente jogou 17 vezes pela seleção nacional.
Depois de um ano inativo, voltou à atividade com a camisola do Oriental em 1953-54, tendo atuado em 14 jogos e sofrido 34 golos na I Divisão antes de encerrar a carreira depois de ser acusado de disciplina.
Após pendurar as botas tornou-se taxista no Barreiro, tendo posteriormente emigrado para Londres, onde foi motorista de um colégio.
Viria a falecer a 3 de janeiro de 1991, aos 75 anos.
Tem, desde 1997, o seu nome perpetuado numa rua na freguesia barreirense de Santo André, junto a uma rua que tem o nome de um antigo companheiro no Barreirense, no Sporting e na seleção nacional, Pedro Pireza.
 
 

Tomás (defesa central)

Tomás
Defesa central nascido na Guiné-Bissau e formado da cantera do Barreirense, ascendeu à equipa principal em 1993-94 pela mão de Luís Norton de Matos.
Em oito temporadas no Dom Manuel de Mello, sempre na II Divisão B, nem sempre foi propriamente um titular. Afinal, teve a concorrência de centrais que haveriam de atingir um nível mais elevado, como Paulo Fonseca, Duka, Bruno Costa, Hugo Carreira e Kali. Em 1998-99 fez parte da equipa que ficou a apenas um ponto de subir à II Liga.
No verão de 2001 transferiu-se para o Imortal e entre 2002 e 2004 vestiu a camisola do Oriental na II Divisão B.
 
 

Monzelo (defesa central)

Monzelo
Outra vez arroz? É verdade que já tinha incluído Monzelo nos onzes ideais de jogadores que passaram por Barreirense e Imortal e também por Barreirense e Juventude de Évora. Mas foi um jogador marcante dos alvirrubros nas décadas de 1990 e 2000 e não é fácil abdicar dele, sobretudo quando as alternativas não convencem.
Defesa central/médio defensivo natural de Alcochete e formado e revelado pelo Montijo, vestiu a camisola do Oriental em 1996-97, tendo contribuído para um honroso 3.º lugar na Zona Sul da antiga II Divisão B.
De Marvila saiu para o Imortal e de lá para o Barreirense no verão de 1998. Maioritariamente titular no Dom Manuel de Mello durante as seis temporadas que representou o clube na II Divisão B, fez parte das equipas que em 1998-99 e 2003-04 estiveram bastante perto da subida à II Liga.
Em 2004-05 fez uma pausa no futebol, mas voltou à atividade em 2005-06 para representar o Alcochetense, tendo ainda passado por Juventude ÉvoraLusitano ÉvoraAtlético Reguengos e Olímpico Montijo antes de voltar ao Barreiro para encerrar a carreira em 2012-13, coroando a despedida com a subida ao recém-criado Campeonato de Portugal.
 
 
 

Francisco Candeias (lateral direito)

Candeias
Jogador polivalente, capaz de atuar como defesa central e lateral direito, surgiu na equipa principal do Barreirense em 1958-59 e por lá se manteve até 1970-71. Ao longo dessas 13 épocas contribuiu para as promoções à I Divisão em 1959-60, 1961-62, 1964-65, 1966-67 e 1968-69 e somou 42 jogos no primeiro escalão e um na Taça das Cidades com Feiras, a célebre vitória sobre o Dínamo Zagreb no Dom Manuel de Mello.
No verão de 1971 mudou-se para o Oriental, tendo ajudado os guerreiros de Marvila a subir à I Divisão em 1972-73. Na época seguinte, a última no emblema lisboeta, atuou em 19 encontros no primeiro escalão.
 
 
 

Semeano (lateral esquerdo)

Semeano
O que seria este onze ideal sem uma pequena batota? Semeano era um médio ofensivo/extremo canhoto, então, por uma questão de conveniência – devido à falta de laterais esquerdos que tenham jogado nos dois clubes –, surge neste onze ideal no lado esquerdo da defesa.
Natural de Benavente e formado no Benfica ao lado de Kenedy, Dominguez, Brassard, Rui Bento, Rui Costa e Paulo Santos, passou pelos seniores de clubes como AlvercaDesp. Beja e União de Montemor antes de reforçar pela primeira vez o Oriental no verão de 1997.
Nessa primeira passagem pelo Estádio Eng.º Carlos Salema amealhou um total de 81 jogos e cinco golos na II Divisão B, tendo contribuído para o honroso 2.º lugar em 1997-98.
No verão de 2000 transferiu-se para o Barreirense na companhia de Rui Dionísio – já lá vamos… –, tendo passado duas temporadas no emblema alvirrubro.
Depois representou Olivais e Moscavide, Vilafranquense e Rio Maior antes de regressar a Marvila em 2005-06. Nessa temporada atuou em 26 encontros na II B e apontou cinco golos, ainda assim insuficientes para evitar a despromoção.
Após a descida à III Divisão permaneceu no plantel e ajudou a formação lisboeta a sagrar-se campeã da Série da III Divisão em 2007-08. Na época seguinte, a de despedida do clube, disputou 20 partidas e marcou um golo na II B.
 
 

Marco Bicho (médio defensivo)

Marco Bicho
Médio de características defensivas que concluiu a formação no Barreirense, nunca jogou na I Divisão, mas fez uma belíssima carreira nas divisões secundárias, mostrando-se sempre como uma mais-valia das equipas em que jogou tanto na II Liga como na II Divisão B ou no Campeonato de Portugal.
Nas primeiras três épocas na equipa principal dos alvirrubros, entre 1998 e 2001, participou em pouco mais de 30 jogos no campeonato da II Divisão B, tendo feito parte da equipa que esteve a um passo de subir à II Liga em 1998-99.
Sem muito espaço no plantel do conjunto do Barreiro, foi rodar para o Oriental em 2001-02, tendo contribuído para a promoção à II Divisão B.
Haveria de voltar mais forte ao Dom Manuel de Mello, tendo amealhado mais de uma centena de encontros e pelo menos oito golos entre 2002 e 2006, tendo contribuído para a promoção à II Liga em 2004-05. Na época seguinte estreou-se no segundo escalão, ao qual haveria de voltar com outras camisolas vestidas, mas mostrou-se impotente para impedir a descida de divisão.
Depois de passagens por Atlético, Estoril, 1º Dezembro, Cova da Piedade e pelos cipriotas do DOXA e pelos angolanos do 1º de Agosto, representou o Oriental entre fevereiro de 2017 e abril de 2018 no Campeonato de Portugal, tendo totalizado 29 jogos e quatro golos nesta segunda aventura em Marvila.
 
 
 

José Carlos (médio centro)

José Carlos
Médio natural de Riachos, concelho de Torres Novas, passou pelas camadas jovens do Sporting e pelos seniores de Amora, Silves, Seixal, Almada e Vitória de Setúbal antes de ingressar no Barreirense no verão de 1967.
Em quatro épocas no Dom Manuel de Mello festejou a conquista do título nacional da II Divisão em 1968-69 e amealhou 60 jogos e 15 golos na I Divisão nas restantes três temporadas, tendo contribuído para a obtenção do honroso 4.º lugar no primeiro escalão em 1969-70 e participado no duplo confronto frente ao Dínamo Zagreb na Taça das Cidades com Feiras em 1970-71.
No verão de 1971 mudou-se para o Amora e um ano seguinte ingressou no Oriental, clube que representou entre 1972 e 1976, tendo contribuído para subida à I Divisão em 1972-73 e somado 47 partidas e cinco golos no primeiro escalão entre 1973 e 1975.
Viria a falecer em julho de 2009, aos 67 anos.
 
 

Hugo Machado (médio centro)

Hugo Machado
O único elemento deste onze ideal que ainda está no ativo, apesar dos 41 anos.
Médio de características ofensivas internacional sub-15 por Portugal e formado no Sporting, passou vários anos na equipa B dos leões antes de ser emprestado ao Estrela da Amadora e, em 2005-06, ao Barreirense.
Ao serviço do emblema alvirrubro disputou 27 jogos (onze a titular) na II Liga e apontou dois golos, mostrando-se impotente para impedir a despromoção à II Divisão B.
Seguiu-se mais de uma década no estrangeiro – à exceção de uma passagem pela Naval em 2010-11 –, em países como Chipre, Azerbaijão, Irão, Índia e Grécia, antes de regressar a Portugal pela porta do Oriental em 2017-18, época em que disputou 30 jogos, marcou oito golos e ajudou o conjunto lisboeta a alcançar um 2.º lugar na sua série do Campeonato de Portugal.
Depois de aventuras em clubes como Real SC, Loures e Cova da Piedade, regressou a Marvila no verão de 2021. Desde então já somou mais de 70 partidas e 20 golos pelo Oriental, tendo contribuído para a conquista do título distrital da AF Lisboa em 2022-23.
 
 
 
 

João Mendes (médio ofensivo)

João Mendes
Médio de características ofensivas, concluiu a formação no Ramilux e iniciou o percurso como sénior no Palmense antes de representar o Barreirense em 1993-94, época em que os alvirrubros militaram na II Divisão B.
No verão de 1994 assinou pelo Oriental, numa em que ainda era um jovem de 20 anos, e acabou por ficar no Estádio Eng.º Carlos Salema até encerrar a carreira, em 2006.
Ao longo de uma dúzia de anos viveu momentos altos como a obtenção do honroso 2.º lugar na Zona Sul da II Divisão B em 1997-98, a subida à II B em 2002 e a participação num jogo frente ao Benfica no Estádio da Luz em 2004-05, mas também fases menos boas como as descidas à III Divisão em 2001 e 2006.
Durante esse período, amealhou um total de 286 encontros e 15 golos na II Divisão B. E em 2003-04 chegou mesmo a orientar um jogo da equipa principal quando ainda integrava o plantel, tendo assumido o comando técnico de forma interina depois da saída de Carlos Eduardo e antes da chegada de Fernando Chalana.
Após pendurar as botas continuou bastante ligado ao Oriental, tendo em 2015-16 assumido a função de diretor desportivo, função que ainda exerce. Em 2020-21 e 2021-22 chegou a orientar interinamente a equipa principal dos marvilenses.
 
 

Rui Dionísio (avançado)

Rui Dionísio
Avançado natural do Montijo e formado e revelado pelo Clube Desportivo do Montijo, mudou-se para o Barreirense no verão de 1993.
Na primeira época no Dom Manuel de Mello alternou entre o onze inicial e o banco de suplentes, mas nas temporadas seguintes explodiu, perfilando-se como um dos goleadores da II Divisão B – Zona Sul. Ao longo da sua primeira passagem pelos alvirrubros, entre 1993 e 1997, apontou 50 golos no campeonato em 121 jogos.
Já entre 1997 e 2000 representou o Oriental, ajudando os marvilenses a consolidarem-se como uma equipa de lugares cimeiros da tabela classificativa da II Divisão B, tendo contribuído para a obtenção do honroso 2.º lugar na Zona Sul em 1997-98.
Haveria de voltar ao Barreirense em 2000-01 para atuar em 26 encontros e faturar por sete vezes e de regressar ao Oriental em 2001-02 para ajudar a recolocar o emblema lisboeta na II Divisão B.
 
 

Mauro Bastos (avançado)

Mauro Bastos
Avançado lisboeta que começou por jogar futsal, despontou no Fanhões, brilhou no Caldas e passou pelos alemães do FC Schweinfurt antes de ingressar no Barreirense no verão de 2003.
Valorizado pelos nove golos em 20 jogos na primeira metade dessa temporada, deu o salto para o Gil Vicente, então na I Liga, em janeiro de 2004.
Seguiram-se passagens por Olivais e Moscavide, Mafra, Pinhalnovense, Carregado, Fátima, Desp. Chaves, Tondela e Sertanense, assim como pelos espanhóis do Burgos e os angolanos do Recreativo da Caála, antes de assinar pelo Oriental em janeiro de 2013.
Em dois anos e meio em Marvila amealhou 86 encontros e 25 golos, ajudando em 2013-14 o conjunto lisboeta a subir à II Liga, patamar em que voltou a jogar na época seguinte, aos 35 anos.
Após encerrar a carreira de futebolista iniciou a de treinador, tendo tido uma passagem pelo comando técnico da equipa principal do Oriental entre fevereiro e novembro de 2021.
 
 
 

Joseph Szabo (treinador)

Joseph Szabo
Antigo médio húngaro que tinha terminado a carreira no FC Porto, tornou-se num treinador muito bem-sucedido, graças ao seu caráter disciplinador e extremamente rigoroso, tendo conquistado um Campeonato de Portugal e um campeonato da I Divisão ao comando do FC Porto e outro Campeonato de Portugal, dois campeonatos da I Divisão e duas Taças de Portugal ao leme do Sporting.
Em 1949-50 assumiu o comando técnico do Oriental, numa fase em que também já tinha orientado Sp. Braga, Farense, Olhanense e Portimonense, tendo guiado os marvilenses à primeira promoção de sempre à I Divisão.
Depois de regressos ao Sp. Braga, ao Sporting e ao Portimonense e de passagens por Atlético, Caldas, Leixões e Torreense, comandou o Barreirense entre 1962 e 1964, não conseguindo impedir a descida à II Divisão em 1963-64.










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