Equipa do Rio Ave que jogou na II Liga em 1991-92 |
Fundado a 10 de maio de 1939, o Rio
Ave Futebol Clube foi o nome escolhido por um grupo de vila-condenses
para batizar o clube desportivo que estavam a formar, preterindo assim as designações
Vilacondense Futebol Clube e Vila do Conde Sport Club.
A primeira direção do clube teve
pela frente a árdua tarefa de encontrar jogadores, equipamentos e um estádio. A
29 de janeiro do ano seguinte surgiu o primeiro estádio dos rioavistas,
designado de Estádio da Avenida, por se situar na Avenida Baltazar Couto. E já
na década de 1940 apareceram os primeiros títulos, os de campeão promocional da
AF
Porto (1941-42) e de campeão regional da III Divisão da AF
Porto (1942-43).
Nos anos 1950 o Rio
Ave conseguiu pela primeira vez chegar aos campeonatos nacionais, mas foram
quase necessários mais 30 anos para chegar à I
Divisão. Esse feito foi alcançado em 1979 – dois anos antes o clube estava
na III Divisão e seis anos antes participava nas competições distritais.
A década de 1980 ficou marcado
por um dos momentos altos da história dos vila-condenses,
a participação na final da Taça
de Portugal (1983-84), mas também pelo início de um percurso oscilante, com
várias subidas e descidas de divisão.
Porém, após a promoção em 2008
conseguiu estabelecer-se como nunca no patamar
maior do futebol nacional. Desde então que passou a ser sempre um sério
candidato aos lugares de acesso às provas europeias, tendo alcançado já por
três vezes o apuramento para a Liga
Europa. Em 2014 fê-lo através do estatuto de finalista vencido da Taça
de Portugal e em 2016, 2018 e 2020 por via de boas classificações na I
Liga – o sexto lugar no primeiro caso e a quinta posição no segundo e no
terceiro. Pelo meio, foi também finalista vencido da Taça
da Liga e da Supertaça
Cândido de Oliveira em 2014.
Contudo, em 2020-21 os vila-condenses
foram surpreendentemente despromovidos ao segundo
escalão, ao qual regressaram na época que se seguiu para somar a 11.ª
presença e o terceiro título (depois de 1995-96 e 2002-03) na competição – em 2007-08
também alcançaram a promoção à I
Liga, mas na condição de segundo classificado.
10. Miguelito (75 jogos)
Miguelito |
Lateral/médio esquerdo natural da
Póvoa de Varzim e formado no Rio
Ave, transitou para a equipa principal em 1999-00, numa altura em que os vila-condenses
estavam na I
Liga, estreando-se num jogo oficial aos 18 anos e seis meses, curiosamente
uma receção ao Benfica,
clube que viria a representar anos mais tarde.
Na primeira época nos seniores rioavistas
mostrou-se impotente para impedir a despromoção à II
Liga, mas participou na caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal e tornou-se internacional português pelos sub-18 – anos depois,
representou também as seleções nacionais sub-20, sub-21 e B, tendo participado
no Torneio de Toulon de 2001.
Entre 2000 e 2003 totalizou 75
encontros (60 a titular) e quatro golos na II
Liga, ajudando o Rio
Ave a sagrar-se campeão do segundo
escalão em 2002-03.
Haveria de permanecer no clube
até 2005, rumando depois ao Nacional.
9. Emanuel (90 jogos)
Emanuel |
Médio natural de Vila do Conde,
concluiu a formação no Rio
Ave e transitou para a equipa principal em 1993-94.
Entre 1993 e 1996 somou 71
partidas (35 a titular) e cinco golos na II
Liga, tendo celebrado a conquista do título do segundo
escalão e consequente promoção à I
Liga em 1995-96.
Nas três épocas que se seguiram
representou os vila-condenses
no patamar
maior do futebol português, antes de rumar ao Boavista
no verão de 1999.
Em dezembro de 2000 voltou aos rioavistas,
por empréstimo dos axadrezados,
tendo atuado em 19 jogos (15 a titular) na II
Liga durante meia época de caravela ao peito. “Trata-se de um clube pelo
qual nutro um carinho especial, pois é da minha terra e foi nele que me lancei”,
afirmou ao jornal Record
na altura do regresso.
No verão de 2001 transferiu-se
para o Desp.
Aves.
8. Bruno Mendes (93 jogos)
Bruno Mendes |
Defesa central natural do
Carregado, ingressou no Rio
Ave no verão de 2001, proveniente do Campomaiorense,
depois de ter despontado no Vilafranquense.
Entre 2001 e 2003 totalizou 52
encontros (51 a titular) e um golo na II
Liga, tendo celebrado a conquista do título do segundo
escalão e consequente promoção à I
Liga em 2002-03.
Após três épocas no primeiro
escalão com algumas dificuldades em impor-se como titular, em 2005-06 mostrou-se
impotente para impedir a descida à II
Liga, patamar em que somou mais 41 jogos (todos como titular) nas duas
épocas que se seguiram, tendo festejado novamente uma subida à I
Liga em 2007-08.
Haveria de permanecer no emblema
vila-condense até 2010, tendo contribuído para a caminhada até às
meias-finais da Taça
de Portugal em 2009-10.
7. Gabriel Neto (106 jogos)
Gabriel Neto |
Lateral direito natural de Matosinhos
e que concluiu a formação no FC
Porto, mudou-se para o Rio
Ave quando transitou para sénior, no verão de 1991, numa altura em que o
treinador dos vila-condenses
era Augusto Inácio, que havia orientado os juniores dos dragões
na época anterior e que levou para os Arcos outros jogadores oriundos da
formação portista
como Jorge Silva, Rui Jorge, Cao, Tulipa, Bino, Freitas e Gamboa.
Entre 1991 e 1995 amealhou 105
partidas (104 a titular) e oito golos na II
Liga, tendo contribuído para a caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal em 1993-94.
Em 1995-96 esteve ao serviço do Nacional,
mas entre 1996 e 1998 voltou a jogar de caravela ao peito, desta feita na I
Liga.
No verão de 1998 mudou-se para o Desp.
Aves, mas haveria de regressar a Vila do Conde em 2000-01, já após uma
passagem pelo Freamunde,
para disputar um jogo na II
Liga nessa temporada.
No verão de 2001 voltou ao Freamunde.
6. Camberra (110 jogos)
Camberra |
Médio luso-angolano
de características defensivas, ingressou no Rio
Ave no verão de 1992, proveniente do Gil
Vicente, depois de passagens por Atlético
e Ovarense.
Nas quatro primeiras épocas em
Vila do Conde totalizou 110 encontros (97 a titular) e três golos na II
Liga, tendo participado na caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal em 1993-94 e festejado a conquista do título do segundo
escalão e consequente promoção à I
Liga em 1995-96.
Haveria de permanecer no emblema
rioavista até ao final de 1998, quando se transferiu para o Leça.
5. Carlos Brito (126 jogos)
Carlos Brito |
Defesa central que havia jogado
no Boavista
e no Salgueiros,
ingressou no Rio
Ave em 1990-91, época marcada pela obtenção do primeiro lugar na Zona Norte
da II Divisão B e consequente promoção à II
Liga.
Entre 1991 e 1996 amealhou 126
encontros (122 a titular) e quatro golos na II
Liga, tendo participado na caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal em 1993-94 e festejado a conquista do título do segundo
escalão e consequente subida à I
Liga em 1995-96.
Após a promoção ao primeiro
escalão encerrou a carreira de futebolista, aos 32 anos, e iniciou a de
treinador. Começou por ser adjunto da equipa principal, mas depois assumiu
mesmo o comando técnico dos vila-condenses,
tendo dirigido o Rio
Ave em 364 jogos em três períodos (entre janeiro de 1997 e maio de 2000,
entre novembro de 2002 e maio de 2005 e entre novembro de 2008 e maio de 2012),
tendo guiado os rioavistas
ao título da II
Liga em 2002-03 e às meias-finais da Taça
de Portugal em 1999-00 e 2009-10.
4. Gamboa (141 jogos)
Nas primeiras cinco temporadas de
caravela ao peito totalizou 141 partidas (129 a titular) e 21 golos na II
Liga, tendo participado na caminhada até aos quartos de final da Taça
de Portugal em 1993-94 e festejado a conquista do título do segundo
escalão e consequente subida à I
Liga em 1995-96.
Haveria de permanecer em Vila do
Conde até janeiro de 1997, quando se mudou para o Sp.
Braga.
3. Niquinha (141 jogos)
Niquinha |
Disputou o mesmo número de jogos
de Gamboa, mas amealhou mais 982 minutos em campo – 11 773 contra 10 791.
Médio centro brasileiro com
capacidade para jogar a lateral direito, chegou a Vila do Conde em 1997 como um
brasileiro desconhecido proveniente dos campeonatos estaduais do seu país e despediu-se
em 2009 como o “senhor Rio
Ave”.
Titular indiscutível durante praticamente
todos os 12 anos que passou nos Arcos, começou por jogar de caravela ao peito
na I
Liga, mostrando-se impotente para impedir a despromoção em 1999-00, época
também marcada pela caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal.
Entre 2000 e 2003 totalizou 91
encontros (87 a titular) e quatro golos na II
Liga, tendo festejado a conquista do título do segundo
escalão e consequente subida à I
Liga em 2002-03.
Depois de três épocas no patamar
maior do futebol português, somou mais 50 jogos (45 a titular) e três golos
na II
Liga entre 2006 e 2008, tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 2007-08.
Haveria de se despedir do clube
em 2009, à beira de completar 38 anos, tendo depois regressado ao Brasil para
encerrar a carreira. “As boas memórias
do Rio
Ave são todos os dias em que trabalhei com essa camisola”, afirmou ao
jornal O
Jogo em maio de 2022.
“Como posso esquecer as pessoas
que, com carinho, me receberam tão bem, de braços abertos? Quem joga no Rio
Ave jamais esquecerá. Muito obrigado a todos vilacondenses, vocês estarão
sempre no meu coração”, confessou anteriormente, em setembro de 2011, em
entrevista ao blogue Reis
do Ave.
2. Evandro (146 jogos)
Possante atacante brasileiro (1,86
m) capaz de atuar nas alas ou no eixo do ataque, chegou a Vila do Conde no
verão de 2000.
Nas primeiras três temporadas de
caravela ao peito totalizou 90 partidas (75 a titular) e 41 remates certeiros
na II
Liga, tendo festejado a conquista do título do segundo
escalão e consequente subida à I
Liga em 2002-03.
Após três anos no patamar
maior do futebol português, somou mais 56 jogos (53 a titular) e dez golos
na II
Liga entre 2006 e 2008, tendo marcado o golo decisivo, ao Feirense,
que valeu a promoção à I
Liga em 2007-08. “Nunca o esquecerei. Foi um dos melhores momentos que vivi
no futebol. Nunca desistimos e tive a felicidade de fazer o golo que deu uma
grande alegria a todos os rioavistas.
O clube estava numa situação complicada financeiramente e a subida trouxe
tranquilidade para crescer”, afirmou ao jornal O
Jogo em março de 2022.
Haveria de permanecer no emblema
rioavista até meados de 2010, quando já tinha 36 anos, regressando depois
ao Brasil para encerrar a carreira. “Vivi no clube o melhor período da minha
vida, tenho dois filhos portugueses e tenho sempre presente a lembrança do Ri
o Ave e de Vila do Conde”, confessou Evandro, que se despediu após uma época em que os vila-condenses atingiram as meias-finais da Taça de Portugal.
o Ave e de Vila do Conde”, confessou Evandro, que se despediu após uma época em que os vila-condenses atingiram as meias-finais da Taça de Portugal.
1. Gama (229 jogos)
Gama |
Augusto Gama nasceu em Lanhas, no
concelho de Vila Verde, e fez toda a formação no Sp.
Braga, mas foi em Vila do Conde com a camisola do Rio
Ave que se notabilizou. Sem espaço na equipa principal dos bracarenses,
embora tivesse o estatuto de internacional português pelas seleções jovens, o
extremo chegou aos Arcos no verão de 1992 e desde então que tem representado os
rioavistas,
primeiro como jogador e agora como treinador.
As quatro primeiras épocas foram
passadas na II
Liga, patamar em que amealhou 122 encontros (96 a titular) e 26 golos entre
1992 e 1996, tendo celebrado a conquista do título do segundo
escalão e consequente promoção à I
Liga em 1995-96.
Entre 1996 e 2000 jogou de
caravela ao peito no patamar
maior do futebol português, mostrando-se impotente para impedir a
despromoção em 1999-00, época também marcada pela caminhada até às meias-finais
da Taça
de Portugal.
Nas três temporadas que seguiram
somou mais 99 partidas (91 a titular) e 15 remates certeiros na II
Liga, voltando a festejar a conquista do título do segundo
escalão em 2002-03.
Depois de ter voltado à I
Liga entre 2003 e 2006, em 2006-07 atuou em oito partidas (apenas uma a
titular) na II
Liga, naquela que foi a sua última temporada como futebolista profissional,
tendo pendurado as botas aos 37 anos.
Depois iniciou o seu percurso de
treinador, estando desde 2010-11 na equipa técnica do plantel principal, tendo
em 2018-19 assumido interinamente o cargo de treinador principal durante três
jogos, entre a saída de José Gomes e a entrada de Daniel Ramos.
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