Dez brasileiros que deixaram a sua marca no Estoril Praia |
Ao longo dos anos o Grupo
Desportivo Estoril Praia foi ganhando a alcunha de canarinhos pelo
amarelo a azul do equipamento, idêntico ao da seleção brasileira. As cores
dos estorilistas justificam-se
pelo amarelo do sol e o azul do mar, baluartes da zona da Linha
de Cascais, mas se há algo que se tem tornado uma constante nas últimas
décadas é a presença de futebolistas brasileiros no clube
da Amoreira.
10. Maurício (45 jogos)
Maurício |
Defesa central internacional jovem pelo Brasil, participou no Mundial de
sub-17 em 1985 e no Campeonato do Mundo de sub-20 em 1987. Em termos de clubes
passou por emblemas importantes no seu país como Internacional
e Botafogo
antes de ingressar no Estoril
Praia no verão de 1992.
Em duas temporadas no António Coimbra da Mota amealhou 45 jogos (38 a
titular) e três golos na I
Divisão, não conseguindo evitar a despromoção à II
Liga em 1994.Após a descida de divisão permaneceu mais um ano no emblema canarinho, rumando depois aos açorianos do União Micaelense.
9. Léo Bonatini (48 jogos)
Léo Bonatini |
Avançado bem constituído fisicamente (1,85 m), batalhador, rápido, com
alguma qualidade técnica e killer
instinct, representou as seleções jovens brasileiras e passou pela formação
de Cruzeiro
e Juventus
(sim, a de Itália)
antes de ingressar no Estoril
Praia em janeiro de 2015.
Na primeira meia época no António Coimbra da Mota, deixou uma pequena
amostra do seu valor, ao atuar em 15 jogos (onze a titular) e apontar quatro
golos na I
Liga, diante de Arouca,
Académica,
Penafiel
e Boavista.Na temporada seguinte explodiu, ao somar 20 golos em todas as competições, entre os quais 17 no campeonato – apenas os benfiquistas Jonas (32) e Mitroglou (20) e o sportinguista Slimani (27) fizeram melhor – em 33 partidas, todas na condição de titular. Moreirense, Sp. Braga, Tondela, União da Madeira, Académica, Nacional, Boavista, Marítimo (dois), Belenenses (dois), Benfica, Vitória de Setúbal (três), Rio Ave e Sporting foram as vítimas de Léo Bonatini.
Valorizadíssimo pelo seu percurso nos canarinhos, transferiu-se para os sauditas do Al Hilal por 5,5 milhões de euros em julho de 2016. “Muito obrigado ao Estoril. Foi uma temporada e meia de muita aprendizagem, recordes quebrados, de novas amizades e podem ter certeza que levarei este clube e a cidade no meu coração. Fiz o meu melhor, sempre trabalhei no meu máximo para que pudesse alcançar os meus objetivos pessoais e coletivos. Muito obrigado ao Estoril por ter me preparado e ter me dado condições para partir para essa nova caminhada”, escreveu nas redes sociais, na hora da despedida.
8. Sebá (52 jogos)
Sebá |
Extremo internacional jovem brasileiro e formado no Cruzeiro
tal como Léo Bonatini, passou pelo FC
Porto – foi campeão pela equipa principal, mas jogou muito mais pelos bês –
antes de ingressar no Estoril
Praia no verão de 2013.
Em pouco mais de duas temporadas no António Coimbra da Mota totalizou 52
jogos (49 a titular) e oito golos na I
Liga, tendo contribuído para a obtenção de um brilhante quarto lugar e do
consequente apuramento para a Liga
Europa em 2014.No final do mercado de verão de 2015 deu o salto para os gregos do Olympiacos, então orientados por Marco Silva, numa transferência que rendeu 1,8 milhões de euros aos cofres estorilistas.
7. Mattheus Oliveira (53 jogos)
Mattheus Oliveira |
Mattheus Oliveira tinha apenas dois dias de vida quando se tornou
mundialmente famoso porque o seu pai, Bebeto, decidiu simular estar a embalar
um bebé durante os festejos de um golo do Brasil à Holanda nos quartos de final
do Mundial 1994.
Entretanto, o bebé de 1994 cresceu, seguiu as pisadas do pai, fez toda a
formação no Flamengo
e tornou-se internacional jovem pelo Brasil antes de chegar ao Estoril
Praia em fevereiro de 2015 por empréstimo do mengão.Em duas temporadas e meia no emblema da Linha de Cascais – o último ano já nos canarinhos a título definitivo – totalizou 53 encontros (44 a titular) e seis golos na I Liga.
Depois de uma boa ponta final em 2016-17, que incluiu uma recuperação na tabela classificativa desde o 15.º ao 10.º lugar e a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal, deu o salto para o Sporting, numa transferência que rendeu dois milhões de euros aos estorilistas.
“Tinha 19 anos, era muito jovem e estava há muitos anos no Flamengo. Podia ter ido antes para Itália, mas achei que era muito cedo. Em 2015, uma pessoa do Flamengo falou comigo, disse que o tinham procurado e aconselhou-me a aceitar. O Estoril tinha jogado a Liga Europa, era um clube bem organizado, a cidade era magnífica e, depois de falar com a minha família, aceitei. Eu queria ir para a Europa e desvincular-me do nome do meu pai, porque no Brasil as comparações não paravam. ‘Ah, se jogar dez por cento do pai já é bom’. Chateava-me um bocado. Agora já encaro isso bem, mas quando somos mais novos não é fácil. Ainda bem que fui, o casamento foi ótimo e guardo lembranças incríveis do ‘Mágico Estoril’. Seria uma ingratidão não falar bem do Estoril, o clube que me abriu as portas da Europa. Fui muito feliz lá e foi lá que consegui sair para o Sporting”, afirmou, em entrevista ao Maisfutebol, em abril de 2021.
6. Evandro (53 jogos)
Evandro |
Disputou o mesmo número de jogos de Mattheus Oliveira, mas amealhou mais
561 minutos em campo – 4366 contra 3805.
Mais um internacional jovem brasileiro, que passou em clubes importantes
do seu país como Atlético
Paranaense, Palmeiras
e Atlético
Mineiro e ainda num emblema prestigiado a nível europeu como o Estrela
Vermelha de Belgrado antes de se vincular ao então recém-promovido Estoril
Praia no verão de 2012.Em duas temporadas no António Coimbra da Mota alcançou outros tantos apuramentos para a Liga Europa, tendo nesse período totalizado 53 encontros (51 a titular) e 14 golos na I Liga. Em 2013-14 apontou mesmo onze golos no campeonato, um registo fantástico para um médio.
Valorizado pelas boas campanhas na Linha de Cascais, transferiu-se para o FC Porto no verão de 2014 por 2,35 milhões de euros.
5. Clésio (56 jogos)
Clésio |
Seguiram-se duas épocas na I Divisão, nas quais amealhou 56 encontros (51 a titular) e 19 golos que ajudaram os estorilistas a alcançar em ambas as temporadas a permanência no patamar maior do futebol português.
No verão de 1977 transferiu-se para o Belenenses.
4. Eduardo (58 jogos)
Eduardo Teixeira |
Médio de características ofensivas que passou por emblemas importantes no
seu país como Fluminense
e Bahia, chegou ao Estoril
Praia no verão de 2016 por empréstimo do tricolor
carioca.
Ao longo de duas temporadas no António Coimbra da Mota, a segunda da qual
já vinculado exclusivamente aos canarinhos,
amealhou 58 encontros (42 a titular) e três golos na I
Liga. Na primeira época contribuiu para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal, mas na segunda mostrou-se impotente para evitar a despromoção.“A chegada foi bem tranquila. O time tem muitos brasileiros e foi bem fácil me adaptar. O futebol é um pouco diferente, um pouco mais corrido. O clube é bem organizado”, afirmou ao portal ESPN em março de 2017.
Apesar da descida de divisão, valorizou-se e deu o salto para o Sp. Braga, numa transferência que rendeu 1,26 milhões de euros aos cofres estorilistas.
3. Kléber (64 jogos)
Kléber |
Ponta de lança formado no Atlético
Mineiro, com passagem por FC
Porto e Palmeiras
e inclusivamente com duas internacionalizações pela seleção principal do
Brasil, ingressou pela primeira vez no Estoril
Praia em 2014-15, por empréstimo dos dragões.
Nessa época, disputou 21 jogos (19 a titular) no campeonato e apontou
oito golos, diante de Moreirense,
Vitória
de Setúbal, Boavista
(dois), Vitória
de Guimarães, Belenenses,
Gil
Vicente e Benfica.Entretanto transferiu-se para os chineses do Beijing Guoan, mas voltou ao António Coimbra da Mota no verão de 2016. Nas duas primeiras temporadas após o regresso amealhou 43 partidas (34 a titular) e 14 golos na I Liga, ajudando na caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 2016-17, mas sem conseguir evitar a descida de divisão na época seguinte, num percurso ainda assim muito atrapalhado por lesões.
Em 2018-19 chegou a jogar pelos estorilistas na II Liga, mas rumou aos japoneses do JEF United no mercado de inverno.
2. Vágner (67 jogos)
Vágner |
Guarda-redes muito acarinhado pelos adeptos estorilistas,
demorou a conquistar o seu espaço na baliza da formação canarinha.
Chegou ao António Coimbra da Mota nos primeiros meses de 2010,
inicialmente cedido pelo Desportivo Brasil, tendo vivido na sombra do
internacional português Paulo Santos e do compatriota Cléber no primeiro ano e
meio na equipa.Em 2011-12 começou como suplente do internacional cabo-verdiano Ernesto, mas ganhou a titularidade à 3.ª jornada da II Liga e não mais a perdeu, tendo vencido o prémio de melhor guarda-redes do segundo escalão numa campanha que culminou com a conquista do título e consequente promoção à I Liga.
Nos três anos que se seguiram mostrou toda a sua qualidade entre a elite do futebol português, tendo ajudado o Estoril Praia a assegurar dois apuramentos consecutivos para a Liga Europa, ainda que tivesse deixado o clube pela porta pequena. Ao longo desse período amealhou 67 encontros (todos como titular) e 82 golos sofridos no primeiro escalão.
1. Anderson Luís (83 jogos)
Anderson Luís |
Lateral direito que chegou ao Estoril no
verão de 2010 por empréstimo do Figueirense, foi um dos rostos do período de
fulgor que os canarinhos viveram
na segunda década do século XXI.
Após ter destronado o habitual titular Marco
Silva e contribuído para a conquista do título de campeão da II
Liga e consequente promoção à I
Liga, permaneceu mais quatro no clube, todos no primeiro
escalão, tendo desempenhado um papel importante para os apuramentos para a Liga
Europa em 2013 e 2014.Entre 2012 e 2016 totalizou 83 encontros (81 a titular) e dois golos no patamar maior do futebol português, rumando depois ao Arouca. “Se existe um clube que vai estar sempre no meu coração é o Estoril”, afirmou ao Record, em maio de 2018.
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