Bruno Figueiredo. O reforço “forte no último passe e com excelente meia distância” do Olímpico Montijo

Médio de 22 anos vai jogar no Olímpico Montijo

“Descrevo-me como um jogador inteligente com e sem bola, imprevisível, forte no último passe e com uma excelente meia distância. Pode contar com trabalho, humildade, dedicação e respeito”. Foi assim que um dos reforços do Olímpico Montijo para 2021-22, Bruno Figueiredo, se caracterizou em entrevista a este blogue em outubro do ano passado.

 

Médio ofensivo tal como o pai, que foi internacional angolano, jogou na I Liga ao serviço do Santa Clara e participou no Mundial 2006, está de regresso a um distrito em que fez quase todo o seu trajeto no futebol.

 

Natural de Almada, este centrocampista de 22 anos viveu até aos cinco anos na ilha açoriana de São Miguel, onde o progenitor tanto brilhou, mas desde então que reside em Azeitão. Paralelamente, começou a jogar futebol nos infantis do Benfica, ao lado de jogadores que acabaram por chegar à equipa principal, como Florentino, Gedson Fernandes e Jota. Entre as principais memórias dessa fase, está um torneio em Serpa, de onde saiu com o troféu de vencedor e com o prémio de melhor marcador.

 

Seguiu-se uma passagem pelo principal emblema do distrito de Setúbal, o Vitória. Com a camisola verde e branca sagrou-se campeão distrital de infantis e disputou o campeonato nacional de iniciados.

 

Do Bonfim saiu para o Quinta do Conde, tendo ainda passado por Almada e Pinhalnovense antes de concluir a formação no clube em que também iniciou o seu percurso no futebol sénior em 2018-19, o Fabril. “A transição de júnior para sénior não é fácil e todos sabemos disso, pois estamos habituados a jogar com atletas da nossa idade e no ano seguinte estamos a jogar com atletas mais velhos, com mais experiência, e isso muitas das vezes faz a diferença”, contou Bruno Figueiredo, que ajudou os fabrilistas a conquistar o título distrital e subir ao Campeonato de Portugal.

 

No entanto, não jogou tanto quanto gostaria no Lavradio e viu-se obrigado a encontrar espaço noutras paragens. Experimentou o Oriental Dragon, que também veio a subir ao Campeonato de Portugal, mas acabou por ser no litoral alentejano, ao serviço do O Grandolense, que conseguiu atuar com mais regularidade… até a pandemia suspender as competições.

 

Depois surgiu o convite do Atlético Reguengos. Enquanto a covid-19 permitiu, apontou quatro golos em oito jogos num campeonato em que os leões de Monsaraz estiveram longe do topo da classificação da Divisão de Elite da AF Évora.

 

Vontade de seguir as pisadas do pai

No final de outubro, Bruno Figueiredo esteve em destaque ao apontar um golaço de livre direto ao Sp. Viana do Alentejo. A execução e a trajetória da bola fizeram lembrar um golo do pai frente ao Sporting, em Alvalade e com a camisola do Santa Clara, em 2000, quando o agora médio do Olímpico Montijo ainda era um bebé. “Sempre que bato livres, posiciono-me sempre dessa forma, sendo que a minha inspiração vem da forma como via o meu pai bater livres”, confessou.

 

 

A forma de bater livres não é o único aspeto em que Bruno quer seguir as pisadas do pai, embora não gosta que os comparem. “Não gosto muito que façam comparações, mas acabam por fazer, porque o meu pai foi o meu pai e eu quero ser eu, com trabalho, humildade e querer. Tenho muito orgulho nele e é uma referência para mim. Temos muita coisa em comum, mas gosto que sejam os outros a falar disso”, vincou, revelando que “seria um orgulho” se, tal como o progenitor, viesse a representar a seleção de Angola, país que… nunca visitou.

 

Principal candidato à subida?

Para quem tem acompanhado o mercado de transferências na I Distrital da AF Setúbal, é mais ou menos consensual de que o plantel que o Olímpico Montijo tem construído torna os aldeanos nos principais candidatos ao título.

 

Os montijenses vão ter no plantel jogadores habituados a jogar em patamares acima, como o regressado guarda-redes Diogo Arreigota (ex-Juventude Évora), o central Miguel Ângelo (continua na equipa), o lateral esquerdo Ivan Buha (ex-Coruchense) e Tom (ex-Atlético), além de jovens promissores e alguns destaques das últimas edições dos distritais setubalenses, como o recém-coroado campeão Miguel Matos (ex-Barreirense).

 

É verdade que o Fabril foi o outro clube do distrito que desceu do Campeonato de Portugal e que ainda há as equipas B de Cova da Piedade e Vitória de Setúbal e um Comércio e Indústria que ainda não anunciou reforços, mas as movimentações deste verão apontam para o litoral alentejano em termos de outros candidatos ao título.

 

O Grandolense recrutou um treinador que ainda no ano passado orientava o Fabril no Campeonato de Portugal, João Parreira, os campeões distritais setubalenses Crisanto e Duarte Dias (ambos ex-Barreirense), o campeão distrital scalabitano Marco Véstia (ex-Coruchense) e um jogador que ainda no ano passado competia nas provas nacionais, Jackson Souza (ex-Fabril).

 

Mais a sul, a União de Santiago reteve no comando técnico Pedro Duarte e no plantel alguns dos melhores jogadores da I Distrital da AF Setúbal nos últimos anos, como Lucas Bridey, França, Pedro Pereira e Amândio Ramião.