Dez jogadores importantes na história do Feirense |
Fundado a 18 de março de 1918,
o Clube
Desportivo Feirense foi criado por quatro feirenses de gema, Luís Amorim,
Artur Bastos, Luís Cadilon e Artur Lima, que pretendiam a erguer na então
designada Vila da Feira um clube desportivo.
Inicialmente denominado por Associação
Desportiva Feirense e com o vermelho e preto como cores dominantes, os fogaceiros
tiveram o seu primeiro campo de jogos na mata, lugar de Picalhos, próximo da
linha férrea do vale do Vouga, tendo transitado em 1926 para o Lugar do
Montinho, mais próximo do centro da vila.
Em 1930-31 o Feirense
participou pela primeira vez num campeonato, o da promoção de Aveiro, e estreou
a camisola azul, ainda que na altura utilizasse calções e meias de cor preta.
Só em 1955, já com Marcolino de Castro na presidência, é que a equipa se
estreou em campeonatos nacionais e passou a usar calções brancos.
No início da década de 1960, foi
inaugurado o atual estádio Marcolino de Castro e alcançada pela primeira vez a
promoção à I
Divisão, patamar em que os azuis
da Feira se estrearam em 1962-63. No entanto, a equipa acabou por ser
despromovida ao fim de um ano no primeiro
escalão, tal como nas três participações que se seguiram, em 1977-78,
1989-90 e 2011-12.
Foi preciso esperar até à
temporada em que o Feirense
comemorou o 99.º aniversário, em 2016-17, para que o clube conseguisse pela
primeira vez assegurar a permanência entre a elite
do futebol português. Nessa época os fogaceiros
também obtiveram a sua melhor classificação de sempre no patamar
maior do futebol português, o 8.º lugar.
Em termos de Taça
de Portugal, o melhor que conseguiu foi atingir as meias-finais em 1990-91,
tendo ainda chegado aos quartos de final em 2018-19.
Relativamente à II
Liga, o emblema
de Santa Maria da Feira está a competir no segundo
escalão pela 23.ª vez – só Penafiel
e Desp.
Aves têm mais participações –, e tem como melhor classificação o 2.º lugar
obtido em 2010-11.
11. Márcio (136 jogos)
Márcio |
Lateral direito nascido em São João de Ver, localidade do concelho de
Santa Maria da Feira, fez a formação no Feirense,
tendo transitado para a equipa principal em 2001-02.
Na época seguinte sagrou-se
campeão da Zona Centro da II Divisão B e alcançou a consequente promoção à II
Liga, patamar em que disputou 136 jogos (124 a titular) e apontou nove golos
ao serviço dos fogaceiros
entre 2003 e 2008.
No verão de 2008 transferiu-se
para a União
de Leiria. Apesar de muito pouco utilizado, ajudou os leirienses
a alcançar a subida à I
Liga.
10. Ícaro (137 jogos)
Na época seguinte representou o Desp.
Chaves, mas em 2015-16 regressou a Santa Maria da Feira para contribuir
para a promoção à I
Liga, numa campanha em que atuou em atuou em 36 encontros (todos a titular)
e marcou um golo ao Mafra.
Após três anos no primeiro
escalão, um ao serviço dos fogaceiros
e dois com a camisola do Tondela, Ícaro regressou ao Feirense
no verão de 2019. Desde então soma 69 partidas (todas como titular) e cinco
golos na II
Liga.
9. Mamadi (145 jogos)
Mamadi |
Central internacional guineense,
mas desde 1998 radicado em Portugal, passou por Beneditense e Fátima
antes de ingressar no Feirense
em 2003-04, precisamente na época de regresso dos fogaceiros
à II
Liga após quatro anos de ausência.
Entre 2003 e 2009 totalizou 145 encontros (133 a titular) e sete golos
pelo conjunto
de Santa Maria da Feira no segundo
escalão.
Em 2009-10 esteve emprestado ao Fátima
e depois terminou em definitivo a ligação ao emblema
do distrito de Aveiro, rumando ao Pinhalnovense.
8. Vitinha (151 jogos)
Vitinha |
Atacante brasileiro que no seu país tinha representado o Campinense,
chegou ao Feirense
em 2001-02, tendo na época seguinte conquistado o título de campeão da Zona
Centro da II Divisão B.
Entre 2003 e 2007 totalizou 122 encontros (103
a titular) e 15 remates certeiros na II
Liga.
Em 2007-08 dividiu a temporada entre Beira-Mar,
Avanca e os brasileiros da União Rondonópolis, mas na época seguinte voltou a
Santa Maria da Feira para participar em 29 jogos (21 a titular) no segundo
escalão e apontar cinco golos, diante de Estoril,
Beira-Mar,
Freamunde, Desp.
Aves e Portimonense.
No verão de 2009 transferiu-se para o Vizela.
7. Artur (152 jogos)
Para a equipa principal transitou em 1982-82, tendo, por isso,
participado na subida à I
Divisão em 1989 e competido no primeiro
escalão em 1989-90.
Após a estreia no patamar
maior do futebol português, amealhou 90 partidas (87 a titular) e oito
golos na II
Liga entre 1990 e 1993, mostrando-se impotente para evitar a despromoção em
1992-93.
Porém, em 1993-94 sagrou-se campeão da Zona Centro da II Divisão B e
alcançou a consequente subida ao segundo
escalão, patamar em que totalizou 62 encontros (58 a titular) e oito
remates certeiros entre 1994 e 1997.
Em 1997 encerrou a carreira, aos 34 anos.
6. Luciano (165 jogos)
Luciano |
Defesa central brasileiro recrutado ao Caxias, ingressou na equipa do Feirense
em 2006-07.
Entre 2006 e 2011 amealhou 132 jogos (127 a titular) e dez golos na II
Liga, tendo contribuído para a promoção ao patamar
maior do futebol português em 2010-11, época em que ajudou os fogaceiros
a alcançar a melhor classificação de sempre no segundo
escalão, o 2.º lugar.
Depois de um ano na I
Liga, voltou à II
Liga com a camisola do emblema
de Santa Maria da Feira em 2012-13 para atuar em 33 encontros (32 a
titular) e marcar um golo à União da Madeira.
No verão de 2013 transferiu-se para a Oliveirense.
“A vontade de vencer, o espirito lutador e guerreiro que sempre o caracterizou,
valeu-lhe a braçadeira de capitão, que envergou durante grande parte das épocas
em que foi atleta do nosso clube”, escreveu o Feirense
nas redes
sociais, na hora da despedida.
5. Sérgio Barge (168 jogos)
Sérgio Barge |
Defesa lateral nascido no concelho de Ovar, jogou ao lado de Bruno Vale e
Fábio
Espinho nas camadas jovens do FC
Porto antes de ingressar nos juniores do Feirense
em 2001-02.
Em 2003-04 transitou para a equipa principal, mas nas duas primeiras
épocas de sénior não foi além de 16 jogos (cinco a titular) na II
Liga, o que o levou a ser emprestado à Sanjoanense
em 2005-06 para ganhar rodagem competitiva.
No regresso a Santa Maria da Feira amealhou 36 encontros (20 a titular) e
três golos no segundo
escalão entre 2006 e 2008, antes de rumar ao Estoril.
Depois de se estrear na I
Liga ao serviço do Belenenses
e de passar pela Oliveirense
e pelos cipriotas do Alki Larnaca, voltou aos fogaceiros
em 2013-14. Entre 2013 e 2016 totalizou 116 partidas (114 a titular) e dois
golos na II
Liga, tendo contribuído para a promoção ao primeiro
escalão em 2015-16.
Após duas épocas com a camisola do Feirense
no patamar
maior do futebol português, Sérgio Barge encerrou a carreira de futebolista
e iniciou a de dirigente, tendo assumido as funções de team manager e posteriormente de diretor desportivo, entre 2018 e
2021.
4. Armando Santos (190 jogos)
Armando Santos |
Defesa natural de Vila Nova de Gaia, passou meia dúzia de anos nos
Dragões Sandinenses e uma época na Sanjoanense
antes de ingressar no Feirense
no verão de 1991.
Nas duas primeiras temporadas em Santa Maria da Feira amealhou 64
partidas (todas como titular) na II
Liga, mas mostrou-se impotente para evitar a despromoção à II Divisão B em
1993.
Em 1993-94 sagrou-se campeão da Zona Centro da II Divisão B e o
consequente regresso ao segundo
escalão, patamar em que totalizou 126 encontros (124 a titular) e onze
golos nas quatro épocas que se seguiram.
No verão de 1998 transferiu-se para o Desp.
Aves, mas, após passagens por Freamunde e Ovarense,
regressou aos fogaceiros
em 2002-03 para contribuir para mais um título de campeão da Zona Centro da II
Divisão B.
3. Quitó (192 jogos)
Quitó |
Extremo natural de Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, fez toda
a formação e todo o percurso como sénior no Feirense,
numa ligação de duas décadas.
Seguiram-se três épocas em que amealhou 64 encontros (52 a titular) e
seis golos na II
Liga, mostrando-se impotente para evitar a descida à II Divisão B em 1993.
Porém, em 1993-94 sagrou-se campeão da Zona Centro da II Divisão B e o
consequente regresso ao segundo
escalão, nível competitivo em que totalizou 128 partidas (98 a titular) e
dez golos entre 1994 e 1999, despedindo-se dos relvados com mais uma
despromoção à II B.
2. Júlio Sérgio (194 jogos)
Júlio Sérgio |
Médio internacional jovem português que concluiu a formação no FC
Porto e que chegou a jogar pela equipa principal dos portistas
em 1983-84, passou por Varzim, Desp.
Chaves, Boavista
e União da Madeira antes de ingressar no Feirense
no verão de 1990.
Após uma passagem pelo Desp.
Aves, voltou aos fogaceiros
no verão de 1994 para somar mais 138 encontros (126 a titular) e 18 remates
certeiros no segundo
escalão. Ainda assim, mostrou-se impotente para evitar a despromoção em
1998-99, numa temporada em que chegou a assumir o comando técnico da equipa.
A seguir à descida de divisão permaneceu mais um ano no clube como
jogador, despedindo-se dos relvados em 2000, à beira de comemorar o 35.º
aniversário.
1. Cris (220 jogos)
Cris |
Um histórico do Feirense,
com cerca de duas décadas de ligação ao clube.
Natural de Fajões, concelho de Oliveira de Azeméis, Cris entrou para a
formação dos fogaceiros
no final da década de 1990, estreou-se pela equipa principal em 2003 (aos 19
anos) e esteve fora entre 2007 e 2011, quando representou a Académica e
os gregos do Asteras Tripolis, mas voltou a casa em 2011-12.
A sua transição para a equipa principal coincidiu precisamente com o
regresso à II
Liga, patamar em que o médio amealhou 102 jogos (91 a titular) e dois golos
entre 2003 e 2007, antes de se transferir para a formação
de Coimbra.
Contudo, no verão de 2013 voltou a casa para somar mais 108 partidas (91
a titular) e dois remates certeiros ao longo de três épocas, tendo contribuído
para a promoção ao primeiro
escalão em 2015-16.
Depois de três anos a competir no patamar
maior do futebol português, em 2019 mostrou-se impotente para evitar o
regresso à II
Liga, nível competitivo em que atuou em mais dez partidas (cinco a titular)
até pendurar as botas em 2021, aos 37 anos.
“O futebol mudou bastante e há cada vez menos exemplos de jogadores que
fazem toda a carreira, ou praticamente toda, no mesmo clube. O meu trajeto
orgulha-me muito. Tive a felicidade de saltar dos juniores para a equipa
principal e ser logo titular nessa época”, afirmou o capitão, em declarações
reproduzidas pelas plataformas digitais do Feirense
em agosto de 2020.
“Festejei uma subida de divisão, duas permanências históricas na I
Liga, uma delas com um 8.º lugar... Ganhei ao FC
Porto e ao Sporting.
Estive nos quartos-de-final da Taça
de Portugal e duas vezes muito próximo da final four da Taça
da Liga. Principalmente nestes últimos anos, as conquistas têm sido
incríveis. Ficou um amargo de boca em não ir um pouco mais longe nessas três
ocasiões nas duas taças. Não sendo o nosso grande objetivo das épocas, mas
todos gostaríamos de ter dado essa alegria aos nossos adeptos e de ter levado o
nome do Feirense
a uma fase tão avançada de uma competição”, acrescentou.
Mamadi não foi emprestado ao Fátima pelo Feirense. Assinou pelo Leiria em 2009 e o Leiria é que o emprestou ao Fátima...
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