Fundado a 1 de setembro de 1948,
o Clube
Desportivo Montijo nasceu da junção de três outros clubes da terra, o Onze
Unidos, o Avenida e o Aldegalense, e viveu o período de maior fulgor durante a
década de 1970, quando somou três participações na I
Divisão.
Além das presenças no primeiro
escalão, o Montijo
tem no palmarés dois títulos de campeão nacional da III Divisão (1965-66 e
1989-90) e venceu por uma vez a II Divisão – Zona Sul (1971-72).
Após muitas glórias e dissabores,
o clube cessou atividade devido a dificuldades financeiras em 2007. No mesmo
ano foi fundado o Olímpico
Montijo, herdeiro dos adeptos, da imagem e das instalações desportivas do
antecessor.
Durante três participações
na I
Divisão, 51 futebolistas representaram o Montijo.
Vale por isso a pena recordar os 10 que o fizeram por mais vezes.
10. Patrício (31 jogos)
Patrício |
Lateral direito que fez grande
parte da carreira no Montijo,
estreou-se na I
Divisão naquela que também foi a época de estreia no clube, 1973-74.
Nessa temporada atuou em 20
partidas (18 a titular) e marcou um golo ao Benfica,
não evitando o último lugar e a consequente despromoção.
Porém, continuou no clube,
contribuiu para a subida de divisão em 1975-76 e na época seguinte voltou a
jogar no primeiro
escalão, somando mais 11 jogos (oito a titular), voltando a ser
despromovido.
Haveria de permanecer nos aldeanos
até 1981, quando se mudou para o Barreirense,
mas voltou em 1983 para mais quatro anos no Campo Luís de Almeida Fidalgo.
Rangel |
9. Rangel (36 jogos)
Atacante natural de Setúbal
e formado no Vitória,
transitou para o Montijo
em 1969 e esteve na promoção à I
Divisão em 1971-72.
Seguiram-se duas temporadas no primeiro
escalão no futebol português. Na primeira época disputou 20 jogos (14 a
titular) e marcou dois golos, ao Barreirense
e ao FC
Porto, ajudando a assegurar a permanência. Na segunda atuou em 16 partidas
(13 a titular) e foi impotente para evitar a despromoção.
8. Rachão (47 jogos)
José Rachão |
Centrocampista que dava nas
vistas pela farta cabeleira, jogou ao lado de Bastos Lopes, Shéu, João Alves e
Jordão na formação do Benfica,
mas foi no Peniche que iniciou o seu trajeto no futebol sénior em 1971-72,
tendo transitado para o Montijo,
então recém-promovido à I
Divisão, na época seguinte.
“Hoje [o Montijo]
é a minha segunda cidade. Vivo aqui há quarenta e muitos anos. As minhas filhas
são daqui, a minha mulher é daqui e os meus netos são daqui. Esta terra está no
meu coração”, contou ao Maisfutebol
em novembro de 2017.
Na primeira temporada no Campo Luís
de Almeida Fidalgo foi utilizado nas 30 jornadas, 29 das quais na condição de
titular, e marcou três golos, diante de Atlético, Leixões e Barreirense.
Em 1973-74 perdeu algum espaço, tendo disputado 17 encontros (cinco a titular),
não evitando a despromoção.
Haveria de continuar no clube por
mais dois anos, contribuindo para a promoção à I
Divisão em 1975-76, e depois transferiu-se para a Académica. “Nessa altura,
entre o Montijo
e a Académica, para onde saí em 1976, ganhava 5 contos”, recordou.
Entretanto tornou-se treinador e
em 2019-20 chegou a orientar o Olímpico
Montijo, mas sem grande sucesso.
7. Carolino (49 jogos)
Carolina |
Defesa central natural de Pinhal
Novo e formado no vizinho Pinhalnovense,
também foi formado no Benfica,
tendo feito parte da geração de Artur Correia, Humberto Coelho, Vítor Martins e
Nené. Porém, fez a estreia no futebol sénior com a camisola do Peniche, clube
ao qual foi contratado pelo Montijo
no verão de 1972, tal como José Rachão.
Em duas temporadas no emblema
aldeano, ambas na I
Divisão, disputou um total de 49 jogos – 22 na primeira e 27 na segunda -,
tendo apontado um golo à Académica em 1973-74, não evitando a despromoção.
Apesar da descida de divisão,
saiu valorizado e rumou ao Boavista,
indo a tempo de vencer duas Taças
de Portugal pelos axadrezados
e somar dois jogos pela seleção nacional AA.
Após pendurar as botas tornou-se
treinador e veio a falecer em agosto de 2001, aos 50 anos.
6. Moreira (49 jogos)
Moreira |
Disputou 49 jogos tal como
Carolino, mas amealhou mais 166 minutos – 4344 contra 4178.
Defesa central que jogou nos
juniores do Benfica
ao lado de José Henrique e Simões, fez a estreia na I
Divisão ao serviço da Académica e passou pelos moçambicanos do Sporting de
Lourenço Marques antes de reforçar o Montijo
em 1969.
Fez parte da equipa que conseguiu
a primeira promoção de sempre dos aldeanos
ao primeiro
escalão, em 1971-72, tendo atuado entre a elite
do futebol português nas duas épocas seguintes.
Na primeira temporada não fez a
coisa por menos e foi totalista da competição, cumprindo os 2700 minutos
referentes às 30 jornadas e marcado um golo ao Boavista.
Em 1972-73 perdeu espaço, não indo além de 15 jogos (14 a titular),
mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão
continuou no clube, contribuindo para nova promoção em 1975-76, seguindo-se uma
época em que disputou apenas quatro partidas (todas como titular) e marcou um
golo ao Beira-Mar.
José Martins |
5. José Martins (51 jogos)
Guarda-redes natural de Setúbal,
iniciou a carreira nos juniores do Vitória,
passou por União
de Santiago do Cacém e regressou aos sadinos
antes de chegar ao Montijo,
tendo contribuído para a subida à I
Divisão em 1971-72.
Seguiram-se duas épocas no primeiro
escalão, nas quais disputou um total de 51 encontros e sofreu 81 golos,
ajudando a assegurar a permanência em 1972-73, numa temporada em que foi
totalista no campeonato, tendo atuado nos 2700 minutos referentes às 30
jornadas.
Haveria ainda de voltar à I
Divisão pela porta do seu Vitória
de Setúbal, mas sem grande sucesso, tendo depois representado Sesimbra
e Amora.
4. Francisco Mário (55 jogos)
Francisco Mário |
Extremo natural de Sesimbra,
começou a jogar no clube
da terra, de onde saltou para o Montijo
no verão de 1972, para se estrear na I
Divisão.
Em duas temporadas bastante
positivas a nível individual ao serviço dos aldeanos
amealhou 55 jogos na I
Divisão (52 a titular) e apontou 13 golos, ajudando a assegurar a
permanência em 1972-73, mas sem conseguir evitar a despromoção na época
seguinte. Relativamente aos remates certeiros, Atlético (dois), Beira-Mar,
União de Coimbra e Barreirense
na primeira época e CUF,
Beira-Mar, Boavista
(dois), Leixões (dois), Oriental
e Farense
em 1973-74 foram as vítimas de Francisco Mário.
Após a descida de divisão rumou
ao Boavista,
clube pelo qual venceu duas Taças
de Portugal e que lhe deu a possibilidade de somar quatro
internacionalizações pela seleção nacional “AA”.
3. Louceiro (63 jogos)
Louceiro |
Médio natural do Montijo,
começou a jogar no clube da terra, depois passou pelos juniores do Benfica,
foi internacional sub-18 e regressou aos aldeanos
para ficar.
Em 1969 iniciou o trajeto na
equipa sénior, tendo contribuído para a promoção à I
Divisão em 1971-72.
Seguiram-se duas temporadas no primeiro
escalão. Na primeira não foi além de nove partidas (duas como titular),
porém, redimiu-se na segunda, quando atuou em 25 jogos (23 a titular) e marcou
dois golos, ambos na goleada por 8-1 ao Oriental,
mas ainda assim insuficientes para evitar a despromoção.
Haveria de continuar no clube,
contribuir para nova promoção em 1976 e disputar 29 encontros (27 a titular) na
I
Divisão em 1976-77, voltando a ser relegado.
Após a despromoção permaneceu no
clube até 1981, quando esteve uma temporada ao serviço do vizinho Alcochetense.
Porém, regressou ao Campo Luís de Almeida Fidalgo para mais dois anos ao
serviço dos montijenses,
numa fase em que a equipa já tinha caído na III Divisão.
Em 1984 pendurou as botas, mas à
beira dos 40 anos regressou ao ativo para jogar duas épocas com a camisola do
Águias Negras nos distritais
da AF Setúbal.
2. Gijo (72 jogos)
Gijo |
Avançado franco-brasileiro com
grande parte da carreira feita em Portugal, nomeadamente em clubes do distrito
de Setúbal, transferiu-se do Sport Recife para o Montijo
no verão de 1972.
Na primeira época nos aldeanos,
na I
Divisão, disputou 24 jogos (todos a titular) e apontou oito golos, frente a
Leixões, União de Coimbra, Barreirense,
Farense
(dois), Vitória
de Setúbal e União
de Tomar (dois).
Em 1973-74 voltou a ser utilizado
em 24 partidas (22 a titular) e faturou por quatro vezes, diante de Vitória
de Setúbal, Vitória
de Guimarães, Sporting
e Olhanense,
não evitando a despromoção.
Após a descida de divisão
continuou ao serviço dos montijenses,
tendo contribuído para a promoção ao primeiro
escalão em 1975-76 e atuado em 23 partidas (15 a titular) e marcado dois
golos entre a elite,
diante de Sporting
e Académica, na temporada seguinte.
1. Celestino (74 jogos)
Celestino |
Lateral algarvio,
natural de São Brás de Alportel, começou a jogar nas camadas jovens do Montijo
ainda no final da década de 1950, tendo ascendido à equipa principal em 1960,
permanecendo até 1965, sempre na II Divisão.
Entretanto jogou na I
Divisão com as camisolas de Académica e Sporting,
foi campeão, tornou-se internacional “B” e em 1971 voltou ao Campo Luís de
Almeida Fidalgo para contribuir para a promoção ao primeiro
escalão em 1972.
Seguiram-se duas épocas entre a elite
do futebol português, nas quais disputou um total de 47 partidas (todas a
titular) e marcou sete golos. Atlético, Sporting
e União
de Tomar em 1972-73 e Beira-Mar, FC
Porto, Académica e Farense
na temporada seguinte foram as vítimas de Celestino.
Haveria de continuar no clube
após a descida de divisão e contribuir para a promoção ao patamar
maior do futebol nacional em 1976, amealhando mais 27 encontros (26 a
titular) e dois golos, apontados a Beira-Mar e Portimonense.
Após mais uma despromoção
permaneceu nos montijenses
por mais um ano, tendo representado ainda os açorianos dos Oliveirenses e os alentejanos
do Estrela de Vendas Novas antes de pendurar as botas.
Mais tarde, orientou a equipa na
II Divisão durante dois meses, entre dezembro de 1988 e em fevereiro de 1989.
O seu filho, Ricardo Jorge, jogou
no Montijo
entre 1988 e 1990, entre 1991 e 1993 e entre 2000 e 2003.
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