Fundado a 11 de julho de 2007, o Clube
Olímpico do Montijo ocupou na sua cidade o lugar deixo vago pelo histórico Clube
Desportivo Montijo, que cessou atividade nesse ano devido às constantes
dificuldades financeiras.
O Olímpico
herdou as cores, as instalações desportivas e até os adeptos do clube original,
que chegou a participar por três vezes na I Divisão durante a década de 1970.
Renascido das cinzas, o emblema
montijense ascendeu à I
Distrital da AF Setúbal logo na temporada de arranque, em 2007-08, subindo
à III Divisão Nacional três anos depois. Seguiram-se cinco anos nos distritais
e o regresso aos palcos nacionais em 2017-18, na primeira de quatro temporadas
consecutivas no Campeonato
de Portugal.
Vale por isso a pena recordar os
11 futebolistas com mais jogos pelos aldeanos
no Campeonato
de Portugal.
11. Bruno Jesus (34 jogos)
Bruno Jesus |
Defesa central natural de Setúbal
e formado no Vitória,
passou o primeiro ano de sénior no Moura, mas no verão de 2018 voltou para
perto de casa para representar o Olímpico
do Montijo.
Na época de estreia no clube
aldeano atuou em 27 partidas (23 a titular) e marcou um golo, ao Amora,
tendo formado uma dupla sólida com Diogo Branco às ordens de David Martins.
Na temporada seguinte, bastante
atribulada para a equipa, que teve três treinadores e salários em atraso,
perdeu espaço para o cabo-verdiano Hidélvis e não foi além de sete jogos,
sempre como titular.
10. Beto (34 jogos)
Beto |
Possante (1,94 m) e talentoso
avançado de origem guineense, só esteve uma época no Campo
da Liberdade, mas foi suficiente para deixar a sua marca e fazer parte da
lista dos jogadores com mais jogos pelo Olímpico
no Campeonato
de Portugal, com o mesmo número de encontros de Bruno Jesus mas mais 187
minutos amealhados em campo – 2851 contra 2664 – do que o central.
Proveniente do União de Tires,
disputou os 34 jogos (30 a titular) da prova em 2018-19 e apontou 21 golos, que
fazem dele o melhor marcador de sempre dos aldeanos
neste patamar competitivo. Vasco da Gama da Vidigueira (três), Sp. Ideal
(cinco), Olhanense,
Redondense (dois), Angrense (dois), Sacavenense, Armacenenses, Casa
Pia (dois), Pinhalnovense
(três) e Oriental foram as vítimas de Beto.
“Vim de baixo e só queria jogar.
Até eu estou algo admirado. Confio no meu valor, mas nunca pensei fazer uma
temporada deste nível, que é igualmente fruto do trabalho dos meus colegas.
Ainda assim, para dizer a verdade, até poderia ter mais golos”, afirmou ao zerozero no final da época.
Depois de uma temporada
sensacional, chegou a prestar provas nos franceses do Lille e viu o Sporting
estar interessado nos seus serviços, mas foi para o Portimonense
que deu o salto.
Zé Lúcio |
9. Zé Lúcio (36 jogos)
Médio ofensivo formado no Sporting
ao lado de jogadores como Domingos Duarte, João Palhinha, Francisco Geraldes, Gelson
Martins, Daniel Podence e Matheus Pereira, passou pelo Vilafranquense e Pinhalnovense
antes de chegar ao Montijo
no verão de 2018.
Ao serviço do Olímpico,
participou em 30 encontros (21 a titular) e apontou um golo ao Amora
no Campeonato
de Portugal em 2018-19.
Na época seguinte mudou-se para o
Loures,
mas haveria de voltar ao Campo
da Liberdade em janeiro deste ano para atuar em seis jogos (três a titular)
e marcar um golo, ao 1º Dezembro.
8. Vumi Mpasi (43 jogos)
Vumi Mpasi |
Jogador possante (1,85 m) e
polivalente, capaz de cobrir várias posições da defesa apesar de atuar
preferencialmente como médio defensivo, chegou ao Olímpico
no verão de 2018 proveniente do Castrense, clube pelo qual tinha descido aos
distritais da AF
Beja.
Na primeira época no Campeonato
de Portugal atuou preferencialmente como lateral direito, tendo disputado
28 jogos (26 a titular) e marcado um golo ao Moura durante a prova.
Na temporada seguinte perdeu
algum espaço, em virtude das contratações de Pinéu para o lado direito da defesa
e de Miranda para o meio-campo defensivo, não indo além de 15 partidas (11 a
titular) em 2019-20.
“Não
foi uma época positiva em termos individuais. Tive várias lesões que não me
permitiram somar muitos jogos e minutos, e na segunda parte do campeonato não
consegui manter a regularidade. Em termos coletivos também não foi fácil,
tivemos várias dificuldades em encaixar-nos e isso não nos deu regularidade
durante o campeonato”, assumiu em recente entrevista a O Blog do David.
“Na
época anterior conseguimos fazer um campeonato tranquilo porque rapidamente nos
soubemos familiarizar dentro de campo e quando isso acontece é muito mais fácil
termos sucesso. Foi isso que não aconteceu este ano e daí surgiram as
dificuldades”, acrescentou o futebolista luso-angolano,
que teve salários em atraso: “Não
foi fácil para ninguém, mas pessoalmente tentei sempre que não influenciasse o
meu desempenho, porque só assim conseguia ultrapassar essa dificuldade.”
Ainda assim, Vumi
Mpasi guarda uma boa imagem do Olímpico.
“Passei
bons momentos no clube, momentos que vou guardar para sempre, e lidei com
pessoas muito boas dentro do clube, como colegas, diretores e funcionários. A
massa adepta adora o clube. Nos sítios onde estive nunca tinha visto algo
assim”, confessou.
Após duas épocas no emblema
aldeano, o jogador já está comprometido com o Mineiro
Aljustrelense para 2020-21.
7. Cami (44 jogos)
Cami |
Extremo com faro goleador, é um
produto da formação do Montijo e depois do Olímpico.
Subiu à equipa principal em 2009-10, desapareceu do mapa durante dois anos e
reapareceu em 2012-13, numa época marcada pela descida à II Distrital.
A partir daí, foi sempre a subir.
Esteve na promoção à I
Distrital em 2014 e dois anos depois contribuiu com 24 golos para a subida
ao então designado por Campeonato
Nacional de Seniores.
No terceiro
escalão do futebol português perdeu algum protagonismo. Em 2017-18 esteve em
25 jogos, mas apenas 14 na condição de titular, tendo apontado nove golos,
marcados diante de Operário, Sp. Ideal (dois), Lusitano
VRSA (dois), Moura, Moncarapachense, Estrela de Vendas Novas e Olhanense.
Na época seguinte não foi além de
19 encontros (somente quatro a titular) e três remates certeiros, apontados
frente a Louletano,
Vasco da Gama da Vidigueira e Oriental.
6. Diogo Arreigota (48 jogos)
Diogo Arreigota |
Guarda-redes que concluiu a
formação no Olímpico,
estreou-se pela equipa principal em maio de 2015, aos 18 anos, mas teve esperar
mais de três anos para se estabelecer como titular na baliza montijense.
Após ter contribuído para a subida
ao Campeonato
de Portugal, viveu na sombra de Rui Dabô e Miguel Lázaro, não indo além de
quatro jogos (todos a titular) em 2017-18, tendo sofrido nove golos.
Na temporada seguinte agarrou a
titularidade, atuando em 26 encontros e sofrendo 27 golos.
Em 2019-20 também começou como
titular, mas ao longo da época perdeu algum espaço perante a concorrência de
Bernardo e Nélson Pinhão, tendo disputado 18 partidas (17 a titular) e sofrido
31 golos.
5. Hélio Roque (50 jogos)
Hélio Roque |
Médio ofensivo/extremo que em
2005 era uma das principais promessas do Benfica
e até do futebol português, passou uma década fora do país, no Chipre e em Angola,
antes de regressar a Portugal pela porta do Olímpico
no verão de 2018, aos 33 anos.
Ainda com andamento para fazer
mossa no Campeonato
de Portugal, disputou 28 jogos (21 a titular) e marcou seis golos na prova,
apontados diante de Sacavenense, Vasco da Gama da Vidigueira, Casa
Pia, Redondense e Moura (dois).
A temporada seguinte não correu
bem à equipa, que beneficiou da paragem das competições devido ao covid-19
para se salvar da despromoção, mas ainda assim Hélio Roque atuou em 22
encontros (todos a titular) e marcou dois golos, ao Alverca
e ao Sacavenense.
Para 2020-21 está já comprometido
com o Oriental.
4. Diogo Branco (50 jogos)
Diogo Branco |
Disputou 50 jogos tal como Hélio
Roque, mas amealhou mais 735 minutos em campo – 4267 contra 3532.
Defesa central proveniente dos
ribatejanos do Coruchense no verão de 2018, estabeleceu-se desde cedo como
titular indiscutível, tendo atuado em 31 jogos (29 a titular) na temporada de
estreia.
Depois deu um salto para o
Estrasburgo, da Ligue 1 francesa, mas continuou no Campo
da Liberdade em 2019-20 por empréstimo dos gauleses, tendo disputado 19
encontros (todos a titular) e apontado dois golos, ao Loures
e ao Armacenenses.
3. André Gomes (55 jogos)
André Gomes |
Jogador polivalente, capaz de
atuar no lado direito da defesa e no meio-campo, chegou ao Olímpico
com idade de júnior e conseguiu estabelecer-se na equipa principal quando ascendeu
a sénior.
Em 2017-18 participou em 19
encontros (18 a titular) e na época seguinte foi mais além, tendo atuado em 23
partidas (18 a titular) e marcado um golo ao Armacenenses.
Depois mudou-se para o Olhanense,
mas não chegou a estrear-se pelos algarvios,
regressando ao Campo
da Liberdade em outubro de 2019, indo a tempo de disputar 12 jogos (sete a
titular) até à pausa das competições.
O pai de André Gomes, Paulo
Gomes, é presidente do Vitória
de Setúbal, clube onde o lateral/médio começou a jogar futebol.
2. Marcelo Castro (80 jogos)
Marcelo Castro |
Marcelo Castro é sinónimo de Olímpico
Montijo. Médio ligado ao clube desde tenra idade, estreou-se na equipa
principal aos 18 anos, em dezembro de 2014, e foi ganhando protagonismo ao
ponto de se tornar capitão e uma das figuras dos aldeanos.
Em 2016-17 foi um dos
protagonistas da conquista
do título distrital da AF Setúbal e nas épocas seguintes manteve o estatuto
no Campeonato
de Portugal. No terceiro
escalão do futebol português, a melhor época foi a primeira, quando atuou
em 25 jogos e marcou oito golos, apontados diante de Lusitano
VRSA (dois), Almancilense, Louletano,
Moncarapachense (dois), Sp. Ideal e Castrense.
Apesar de cobiçado por vários
clubes da I
Liga – Belenenses
SAD, Paços
de Ferreira, Desp. Aves e Feirense foram os emblemas falados -, continuou
no Campo
da Liberdade na temporada que se seguiu, tendo participado em 30 encontros
(26 a titular) e apontado um golo ao Armacenenses.
Em 2019-20 voltou a representar
os montijenses
e esteve em 24 das 25 partidas do campeonato, todas como titular.
1. Pedro Batista (84 jogos)
Pedro Batista |
Lateral esquerdo natural de Setúbal
e formado no Vitória,
chegou ao Olímpico
após a subida ao Campeonato
de Portugal, no verão de 2017.
Pedro Batista, que já tinha
atuado no terceiro
escalão na época com as camisolas de Eléctrico e Atlético, atuou em 28
jogos (todos a titular) e marcou três golos, diante de Sp. Ideal,
Moncarapachense e Estrela de Vendas Novas, em 2017-18.
Na época seguinte participou em
31 encontros (novamente todos a titular) e somou dois remates certeiros,
apontados frente a Moura e Armacenenses.
Em 2019-20 manteve o estatuto e
esteve em 24 partidas, sempre a partir do onze inicial.
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