Dez futebolistas emblemáticos na história do Nacional da Madeira |
A presença do emblema
insular entre a elite do futebol português é relativamente recente.
Apareceu na I Divisão no final da década de 1980 e reapareceu em 2002-03, mas
já conquistou, com toda a certeza, o estatuto de histórico dos relvados
nacionais.
Afinal, conseguiu cinco
qualificações europeias e terminou no Top10 por onze vezes entre 2004 e 2015.
Mesmo perante um Sp.
Braga a assumir o papel de quarto grande, alcançou o 4.º lugar em 2003-04 e
2008-09, com Casemiro Mior e Manuel Machado ao leme, respetivamente. Menções
honrosas para a 5ª posição de 2005-06 e 2013-14 (ambas com Machado) e a 6ª de
2010-11 (Jokanovic/Ivo Vieira).
A um clube que animou o inicio do
século XXI no futebol português, faltou a presença numa final. E esteve bem
perto de acontecer por quatro ocasiões, pois os alvinegros
caíram nas meias-finais da Taça
de Portugal em 2008-09, 2011-12
e 2014-15 e nas da Taça
da Liga em 2010-11. Uma falha no palmarés encoberta por uma
gracinha europeia, ao eliminar o Zenit da Liga Europa em 2009-10.
Mesmo sem uma falange de apoio
numerosa, o Nacional
tirou proveito do fator casa como poucas equipas na I Liga. Nevoeiro à parte, a
mítica Choupana
serviu de autêntica fortaleza aos madeirenses.
Em 2003-04, os nacionalistas
terminaram o campeonato com o melhor ataque caseiro da prova, com 43 golos em
17 jornadas (média de 2,53 por jogo), mais quatro do que o FC
Porto de… José
Mourinho. Nessa época, nenhum dos três grandes passou no Estádio da
Madeira, anteriormente denominado Estádio Engenheiro Rui Alves. Apenas duas
derrotas, as mesmas de 2008-09, 2009-10 e 2013-14. E em 2002-03, 2005-06 e 2014-15
foram somente três. Números de equipa poderosa.
Naquela que era considerada uma
das deslocações mais difíceis durante as temporadas dos derradeiros 18 anos, o Benfica
saiu de lá quatro vezes com a derrota (empatou duas), o Sporting
três (empatou oito) e o FC
Porto duas (três empates). Os leões,
inclusivamente, estiveram quase seis anos sem vencer na Choupana,
entre setembro de 2006 e abril
de 2012.
E se contabilizarmos os jogos dos
madeirenses
nos terrenos dos três grandes, também se encontram feitos assinaláveis, como o
encontro que ditou a derrota mais pesada de sempre dos portistas no Estádio
do Dragão (0-4), em 2004-05. Um feito quase repetido três anos mais tarde
(0-3).
Nestas duas últimas décadas,
passaram pelo Nacional
alguns jogadores com registo assinalável. O feito mais visível foi da autoria do
brasileiro Nenê, em 2008-09, que com 20 golos apontados conquistou a Bola de
Prata, o troféu de melhor marcador da I Liga.
Em 19 presenças, 264 futebolistas
representaram o Nacional
da Madeira no patamar maior do futebol português. Vale por isso a pena
recordar os dez que o fizeram por mais vezes.
10. Aly Ghazal (108 jogos)
Aly Ghazal |
Bom recuperador de bolas,
rapidamente conquistou a titularidade, tendo disputado 108 jogos na I Liga (102
como titular), tendo apontado um golo, ao Gil
Vicente, em abril de 2015. Nessa época esteve na caminhada até às
meias-finais da Taça
de Portugal e um ano antes contribuiu para a obtenção do quinto lugar e
consequente apuramento para a Liga
Europa. Paralelamente, em 2014 foi eleito jogador egípcio revelação a atuar
na Europa e tornou-se internacional pelo seu país.
Jogador com muito mercado, foi
apontado a clubes como Sporting,
FC
Porto, Parma, Anderlecht
e Hamburgo nos verões de 2014 e 2015, mas apenas deixou o Nacional
em janeiro de 2017, tendo rumado aos chineses do Guizhou Zhicheng e meio ano
depois aos canadianos
do Vancouver Whitecaps, que competem na Major League Soccer. Em janeiro de
2019 regressou a Portugal para representar o Feirense e desde o verão do ano
passado que veste a camisola dos gregos do Larissa.
9. Mario Rondón (108 jogos)
Mario Rondón |
Logo na época de estreia marcou
10 golos em 29 jogos (26 a titular) no campeonato, tendo contribuindo ainda
para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal. A boa campanha valeu-lhe as primeiras chamadas às
convocatórias da seleção da Venezuela, tendo participado na fase de apuramento
para o Mundial 2014.
Em 2012-13 apontou apenas quatro
golos em 28 jogos (26 a titular), mas na temporada seguinte redimiu-se, com 12
remates certeiros em 30 partidas (27 a titular), ajudando os alvinegros
a obterem o quinto lugar e o consequente apuramento para a Liga
Europa. Já em 2014-15 participou no percurso até às meias-finais da Taça
de Portugal e marcou cinco golos em 21 jogos (17 a titular) na I Liga, mas
em fevereiro mudou-se para os chineses do Shijiazhuang, numa fase em que já
estava a viver na sombra de Lucas
João.
Entretanto voltou à Europa e desde
o verão do ano passado que representa os romenos do Cluj.
8. Diego Barcelos (109 jogos)
Diego Barcelos |
Depois de três golos em sete
jogos (cinco a titular) no campeonato na (meia) época de estreia, contribuiu
para a obtenção do sexto lugar e consequente apuramento europeu em 2010-11,
tendo disputado 24 partidas (23 a titular) e marcado quatro golos, além de ter
ajudado os nacionalistas
a chegar às meias-finais da Taça
da Liga. Na temporada seguinte participou em 26 encontros (23 a titular) e
marcou um golo na I Liga e contribuiu para a caminhada da equipa até às
meias-finais da Taça
de Portugal.
Depois foi perdendo algum espaço.
Em 2012-13 disputou 21 jogos (16 a titular) e marcou quatro golos, entre os
quais um ao Benfica,
e na época que se seguiu competiu em 25 desafios (14 a titular) e somou seis
remates certeiros, entre os quais um ao Sporting,
e contribuiu para a obtenção do quinto lugar e consequente qualificação para a Liga
Europa.
Entretanto passou pelos
campeonatos de Chipre e Tailândia, voltou ao Brasil, passou pelo Varzim e
regressou ao Nacional
no verão de 2017 para representar os insulares
na II Liga. Já sem o fulgor de outrora, deu um pequeno contributo para a subida
de divisão e em 2018-19 voltou a jogar no patamar maior do futebol português,
mas apenas por seis vezes (uma a titular).
“Foram épocas de muitas vitórias,
e é desse Nacional
que sempre irei lembrar. Deixo o clube num momento menos bom, mas com a
consciência tranquila que dei o meu melhor sempre, e assim como num passado
recente, acredito que o clube irá levantar-se e voltará a ocupar os lugares de
onde nunca deveria ter saído! Um obrigado especial aos adeptos, que sempre me
respeitaram, e nunca deixaram de apoiar a equipa”, afirmou, na hora da
despedida, antes de voltar ao Brasil para vestir a camisola do Grêmio Esportivo
Bagé.
7. Alonso (109 jogos)
Alonso |
Embora tenha começado como
suplente de Cleomir, rapidamente conquistou um lugar no onze, indo a tempo de
disputar nove jogos (seis a titular) e marcar três golos no campeonato,
incluindo um numa história vitória por 4-0 no Estádio
do Dragão.
Na época seguinte a concorrência
de Miguelito retirou-lhe protagonismo, mas ainda assim disputou 23 encontros
(19 a titular) e marcou dois golos, contribuindo para o apuramento para a Taça
UEFA.
Depois o português rumou ao Benfica
e Alonso foi dono e senhor do lado esquerdo da defesa nas três épocas que se
seguiram, tendo participado em 77 encontros (76 a titular) e marcado quatro
golos nesse período, ajudando os madeirenses
a apurarem-se para a Liga
Europa em 2009.
Em 2009 mudou-se para o vizinho
Marítimo e dois anos depois voltou ao Brasil.
6. Felipe Lopes (114 jogos)
Felipe Lopes |
Na época seguinte Ricardo
Fernandes rumou ao Rapid Bucareste e Fernando Cardozo ao Marítimo, o que abriu
espaço a Felipe Lopes, que formou uma dupla sólida com Maicon em 2008-09, tendo
participado 25 encontros (24 a titular) e marcado um golo, ao rival Marítimo,
contribuindo para a obtenção do quarto lugar, que valeu o apuramento europeu, e
para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal.
Seguiram-se mais dois anos e meio
na Choupana,
nos quais 66 partidas (todas a titular) no campeonato e apontou três golos,
tendo contribuído para a qualificação para a Liga
Europa em 2011 e para os percursos até às meias-finais de Taça
da Liga em 2010-11 e Taça
de Portugal em 2011-12.
Em janeiro de 2012 mudou-se para
o Wolfsburgo, uma das principais equipas da Alemanha na altura, mas foi pouco
feliz, muito por culpa das constantes lesões, e em 2016 voltou a Portugal pela
porta do Desp. Chaves.
Um ano depois regressou ao Nacional
e, embora sem o fulgor de outrora, contribuiu para a promoção à I Liga em
2017-18, seguindo-se 14 jogos (13 a titular) no primeiro escalão na época
seguinte.
Hoje, aos 32 anos, continua
vinculado aos alvinegros,
mas não disputou qualquer jogo em 2019-20.
5. Mateus (117 jogos)
Mateus Galiano |
Apesar do mau presságio, a sorte
de Mateus e dos clubes que ele representa mudou. Em cinco anos e meio na Choupana,
foi sempre uma peça importante nos alvinegros,
embora os problemas físicos e as chamadas à Taça
das Nações Africanas a meio das épocas lhe quebrassem o ritmo.
Logo na temporada de estreia, em
2008-09, formou uma grande dupla com Nenê, que se sagrou melhor marcador do
campeonato. Já Mateus disputou 28 jogos (19 a titular) e marcou cinco golos na
I Liga, ajudando os nacionalistas
a obter o 4.º lugar na tabela classificativa e consequente apuramento para a Liga
Europa, além de ter contribuído para a caminhada até às meias-finais da Taça
de Portugal.
Na época seguinte sofreu uma
grave lesão em dezembro que o afastou dos relvados durante o resto do
campeonato, tendo apenas participado em oito encontros (seis a titular) e
apontado dois golos.
Em 2010-11 também teve alguns
problemas físicos na fase inicial, mas foi a tempo de competir em 23 partidas
(17 a titular) e a faturar por duas vezes, entre as quais uma ao Sporting,
tendo contribuído para a obtenção do sexto lugar e consequente apuramento
europeu, assim como para a caminhada até às meias-finais da Taça
da Liga.
A temporada que se seguiu foi a
melhor da carreira em termos de números, uma vez que apontou nove golos no
campeonato em 24 desafios (23 a titular), tendo também ajudado o Nacional
a chegar às meias-finais da Taça
de Portugal – pelo meio ainda esteve no CAN
2012.
Em 2012-13 voltou a estar em bom
plano, apontando oito golos em 25 partidas (16 a titular), tendo mais uma vez
participado na Taça
das Nações Africanas a meio da época.
Na sexta e última época na Choupana
só ficou no clube até dezembro, tendo disputado nove jogos (quatro a titular) e
marcado dois golos até rumar aos angolanos
do 1º Agosto, colocando um ponto final numa aventura com a camisola
alvinegra na qual somou 31 remates certeiros na I Liga.
Em janeiro de 2016 regressou a
Portugal para representar o Arouca
e desde 2017-18 que está novamente vinculado ao Boavista.
4. Ávalos (131 jogos)
Ávalos |
Titular indiscutível ao longo de
quatro anos e meio, formou dupla com João Fidalgo, Fernando Cardozo, Ricardo
Fernandes no eixo defensivo dos alvinegros,
tendo disputado 131 encontros (128 a titular) e marcado três golos no
campeonato.
Em 2003-04 desempenhou um papel
importante na obtenção do quarto lugar, que na altura valeu a primeira
qualificação dos insulares
para as competições europeias. Dois anos depois também foi relevante para novo
apuramento para a Taça
UEFA, através da quinta posição na tabela classificativa na I Liga.
Em janeiro de 2008 rumou aos
alemães do Duisburgo, mas haveria de voltar a Portugal. Primeiro para o Belenenses
em 2008-09, depois para a ilha da Madeira. Em 2010-11 representou o Camacha e
entre 2011 e 2014 vestiu as cores do União da Madeira. Nessa altura algumas
vezes perto de voltar ao Nacional,
algo que não chegou a concretizar-se.
Entretanto encerrou a carreira de
jogador em Angola,
no Bravos do Maquis, passando depois para treinador adjunto da formação de Luena.
3. Cléber Monteiro (182 jogos)
Cléber Monteiro |
Peça intocável para treinadores
como Casemiro Mior, João Carlos Pereira, Manuel Machado ou Jokanovic, esteve nas
campanhas que culminaram nos dois quartos lugares da história do clube, em
2003-04 e 2008-09, que valeram o apuramento para as competições europeias, tal
como a quinta posição alcançada em 2005-06. Paralelamente, também foi parte
integrante da equipa que chegou às meias-finais da Taça
de Portugal em 2008-09.
Após sete anos na Choupana,
deixou os nacionalistas
rumo ao Vitória
de Guimarães no verão de 2010, quando já tinha 30 anos. Após uma época no D.
Afonso Henriques passou pelo futebol espanhol e depois regressou ao Brasil,
onde pendurou as botas.
2. João Aurélio (186 jogos)
João Aurélio |
Esteve na Choupana
durante oito anos, atingido o estatuto de capitão e partilhado o balneário
novamente com o irmão Luís, com o qual já não jogava desde os tempos do
Despertar, ainda nas camadas jovens. Enquanto jogador dos alvinegros,
disputou 186 jogos (139 a titular) e marcou seis golos no campeonato, tendo contribuído
para os apuramentos para a Liga
Europa em 2009, 2011 e 2014 e para as campanhas até às meias-finais da Taça
de Portugal em 2008-09, 2011-12
e 2014-15, assim como para o percurso até às meias-finais da Taça
da Liga em 2010-11.
No verão de 2016 deixou o Nacional,
tal como o irmão Luís, mas enquanto o mano rumou ao Feirense, João regressou a Guimarães.
Após duas épocas no Vitória,
mudou-se para o vizinho Moreirense no início da temporada 2018-19.
1. Patacas (227 jogos)
Patacas |
Em nove anos na Choupana,
foi quase sempre titular, tendo apenas começado a perder espaço para Claudemir
na última temporada, 2010-11, quando já tinha 33 anos. Parte integrante do
período mais áureo da história do clube, contribuiu para a obtenção do quarto
lugar, a melhor classificação da história dos alvinegros,
em duas ocasiões, em 2003-04 e 2008-09. Esteve igualmente nos apuramentos
europeus em 2006 e 2011, assim como no percurso até às meias-finais da Taça
de Portugal em 2008-09 e na caminhada até às meias-finais da Taça
da Liga em 2010-11. Em 227 jogos pelos insulares
no campeonato, foi titular em 223, tendo apontado quatro golos.
Após pendurar as botas tornou-se
diretor desportivo dos nacionalistas,
experiência que durou até setembro de 2015.
destes so o joao aurelio e o mateus e que jogam . ja deixaram de jogar de certeza alguns destes grandes lendas .
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