segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Vice-campeão Barreirense tem "outras exigências" que não a subida

Alfredo Almeida assumiu o comando técnico do Barreirense

Pela história, pelo segundo lugar na época passada e por ser o detentor da Taça AFS, o Barreirense entra na nova época com o estatuto de crónico candidato ao título da I Distrital, mas o treinador Alfredo Almeida garante que não lhe foi exigida a subida ao Campeonato de Portugal.

“As minhas expectativas são de conseguir sorrir no final da temporada com todo o grupo de trabalho, pois é sinal que foi uma época positiva. Cada época, assim como cada jogo, tem a sua história e as suas particularidades. A única promessa desta equipa técnica é uma entrega muito grande e uma dedicação enorme, trabalhando dentro do que sabemos e podemos, para honrar este grande clube todos dias. Esperemos estar todos felizes no final”, começou por dizer o técnico de 35 anos a O Blog do David.


Apesar de ter uma massa adepta exigente, a felicidade no final da época para o emblema do Barreiro não passa necessariamente pela promoção. “Não há exigências de subida de divisão, mas existem outras. Se conseguirmos juntar todas, inclusivamente essa, então melhor para todos”, contou o ainda jovem treinador, que exerce funções há mais de uma década.

Com seis ex-juniores no plantel (Crespo, Barros, Alex, Pendão, Falacho e Rúben Gonçalves), as “outras exigências” passam por “potenciar jogadores, valorizar atletas oriundos das camadas jovens do clube, dignificar o clube em todos os campos, fomentar uma identidade forte de Barreirense e obviamente procurar ganhar em qualquer jogo”.

“Treino e trabalho com os que escolho”

Alfredo Almeida é um conhecedor profundo do futebol do distrito de Setúbal. Antigo lateral direito, passou pela formação do Vitória de Setúbal enquanto jogador e treinador e também representou Sesimbra e Cova da Piedade nas duas funções. Foi ainda atleta de Alcochetense e técnico de Fabril e Alfarim. Apesar dos 35 anos, está entre os mais experientes na I Distrital, tendo orientado equipas em mais de 100 jogos na competição.
 
Alvirrubros foram afastados da Taça de Portugal pelo Oriental
Esse conhecimento, aliado à maior facilidade que encontra no Barreirense em recrutar atletas, permitiram-lhe escolher um plantel que o satisfaz. “É um privilégio ser treinador deste histórico clube. É um facto que se consegue captar atletas com mais facilidade do que no Alfarim, por exemplo, até porque tenho a certeza que não existem muitos jogadores a este nível que não queiram representar o Barreirense, o que torna o processo mais fácil. O plantel foi totalmente formado com o meu aval, em sintonia com a direção, até porque em minha opinião não faz sentido ser de outra forma”, frisou. “Ou treino e trabalho com os que escolho ou se for para treinar jogadores impostos não contem comigo”, vincou o técnico, que na época passada comandou o Alfarim até janeiro e os juniores do Vitória até ao final da temporada.

“Sobe quem tem o maior orçamento e treina mais vezes”

Alfredo Almeida estreou-se nos bancos aos 23 anos, ao leme de um já condenado à descida Estrela de Vendas Novas na II Divisão B, em 2006/07. Na época seguinte, não evitou a despromoção dramática da III Divisão aos distritais, na última jornada e por coeficiente de pontos. Em ambas as temporadas, acumulou as funções de jogador e treinador.

No verão de 2008, mudou-se para o Cova da Piedade, onde encerrou a carreira de futebolista e prosseguiu a de técnico principal. Desde então, passou por Fabril, Sesimbra, Alfarim e Vitória de Setúbal, mas não consegue situar o Barreirense no que concerne a estrutura do futebol e infraestruturas. “Cada clube tem as suas particularidades, vantagens e desvantagens e o Barreirense não foge à regra”, considerou, revelando que ao longo destes anos teve “a sorte de apanhar pessoas muito boas em todos os projetos e ainda mais sorte de apanhar uma minoria” que faz questão de “riscar” da sua “vida pessoal e profissional”.


Apesar da experiência acumulada no futebol distrital, o treinador de 35 anos não faz “prognósticos” em relação aos principais concorrentes do Barreirense na luta pela subida de divisão. “Normalmente sobe de divisão quem tem o maior orçamento e quem treina mais vezes. São factos, mas poderá sempre haver exceções. Por aquilo que conheço, todos os plantéis têm bons jogadores, mas uma boa equipa só veremos com o desenrolar do campeonato”, alertou o antigo defesa, satisfeito pela passagem à fase seguinte da Taça AFS, depois de ter concluído a Série B em segundo lugar, atrás do Palmelense e à frente de Comércio e Indústria, Alcochetense e Lagameças: "A equipa conseguiu o principal objetivo. Os jogadores sabem que a partir de agora não há margem de erro porque serão jogos a eliminar."

















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