terça-feira, 30 de maio de 2017

A escolha óbvia para o banco ‘culé’

Valverde atinge, aos 53 anos, o ponto mais alto da carreira
“Tem uma forma de trabalhar muito própria do Barcelona”. Foi com estas palavras – e mais algumas, sempre em tom elogioso – que o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, descreveu o recém-anunciado e contratado treinador dos catalães, Ernesto Valverde.

Olhando para a filosofia culé e para os nomes disponíveis, a escolha do técnico espanhol de 53 anos, ex-Athletic Bilbao, acaba por ser uma escolha natural. Além de antigo jogador blaugrana (1988 a 1990, sob orientação de Johan Cruijff) e conhecedor da realidade do clube, Valverde tem realizado muito bons trabalhos na maioria das equipas que tem dirigido.


Afinal, levou o modesto Espanhol a uma final da então Taça UEFA (2006/07), foi campeão grego pelo Olympiakos em três ocasiões (2008/09, 2010/11 e 2011/12), qualificou o Athletic para a Liga dos Campeões pela primeira vez em mais de 25 anos (2013/14) e deu o primeiro troféu aos Leones de San Mamés (Supertaça, 2015) em três décadas.  

Em Bilbau, conseguiu estabilizar a equipa no primeiro terço da tabela, tendo dois invejáveis 7.º lugares como os piores registos nos quatro anos lá passados – o melhor foi o 4.º, em 2013/14. Urge recordar que, nas temporadas anteriores, os bascos vinham a oscilar entre qualificações europeias e posições ligeiramente acima da linha de água.

Contudo, convém não analisar o percurso do treinador apenas pela frieza dos números. Ao leme de um clube com uma identidade muito própria e um estilo de jogo vincado há anos, projetou para o interior das quatro linhas uma equipa a fazer lembrar… o Barcelona. Na verdade, o gosto pelo futebol apoiado, pela posse de bola, a aposta na cantera e o representar de uma região com uma cultura distinta e até com vozes independentistas [País Basco] fazem do Athletic Bilbao uma espécie de mini-Barça.

E quem faz um belíssimo trabalho no tal mini-Barça, acaba por ter o perfil desejado para encaixar no colosso da Catalunha. Não é de agora. A ponte responsável pela travessia San Mamés-Camp Nou já funciona há décadas e teve Alexanko (1980) e Zubizarreta (1986) como primeiros clientes.







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