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domingo, 4 de março de 2012

Liga BBVA | Real Madrid 5-0 Espanhol



Esta noite, na capital espanhola, o Real Madrid goleou o Espanhol por 5-0, numa partida a contar para a Liga BBVA. Cristiano Ronaldo, Khedira, Higuaín (2) e Kaká fizeram os golos.

domingo, 6 de novembro de 2011

Liga BBVA | Real Madrid 7-1 Osasuna



O Real Madrid goleou esta manhã o Osasuna por 7-1, num jogo em que Cristiano Rolando fez um "hat-trick" e mostrou a sua Bota de Ouro aos adeptos.


Eis a constituição das equipas:

Real Madrid



Não vejo um jogo completo do Real Madrid desde os duelos com o Barcelona para a Supertaça Espanhola, no entanto, parece-me ser uma formação mais consistente do que a do ano passado e prova disso é a liderança na Liga Espanhola, no grupo da Liga dos Campeões e actual série de 9 vitórias consecutivas.
O trio Ronaldo/Benzema/Higuaín tem sido o mais produtivo dos principais campeonatos europeus, no entanto, só o Bi-Bota de Ouro e o argentino foram titulares esta manhã.
Nuri Sahin estreia-se nos convocados.


Osasuna



O Osasuna era o 8º classificado antes deste jogo, uma posição confortável na tabela classificativa, no entanto, procuravam hoje a primeira vitória fora.
Na visita ao Barcelona, foram goleados por 8-0 e certamente que a formação de Pamplona tentaria não permitir resultado semelhante frente ao outro colosso espanhol.
Devo dizer também que esta temporada ainda não vi nenhum jogo desta equipa.


O Real Madrid entrou forte, com uma boa dinâmica colectiva, fazendo bons passes tanto curtos como longos e assumindo uma elevada posse de bola, ainda que face à intensidade exercida em pouco espaço (meio-campo adversário) muitas vezes os “merengues” perdessem o esférico e foram então obrigados a reduzir o ritmo, voltando a aumentá-lo por volta dos 20 minutos, conseguindo aí surpreender os homens de Pamplona e ter oportunidades de golo.
Primeiro Cristiano Ronaldo ameaçou num remate de pé esquerdo que foi desviado por um defesa para canto, mas aos 23’, o português elevou-se e desviou de cabeça para a baliza um cruzamento milimétrico de Di María.

Tudo parecia bem encaminhado, no minuto seguinte o antigo extremo argentino do Benfica teve uma grande arrancada mas finalizou mal, e parecia uma questão de tempo até a vantagem ser aumentada.

No entanto, 1-0 é sempre um resultado perigoso e o Osasuna podia empatar a qualquer momento. Primeiro ameaçou com um remate de longe de Nekounam que não passou longe da baliza de Casillas. No entanto, aos 31’, num livre marcado muito rapidamente em que os jogadores do Real foram apanhados desprevenidos, Raúl Garcia colocou a bola em Ibrahima que isolado atirou para o fundo das redes, empatando a partida.

Mas a resposta dos homens de branco não se fez tardar e quatro minutos depois, Di María faz mais um cruzamento fantástico que é concluído com um cabeceamento de Pepe para o 2-1.

Este golo voltava a dar vantagem à equipa de José Mourinho, no entanto, ainda era curta e perigosa, e por isso aos 40’, após uma grande jogada que envolveu todo o flanco esquerdo, Di María (que neste período do jogo tinha trocado de alas com Ronaldo) com um passe curto colocou a bola em Higuaín que apontou um belo golo.

O extremo argentino tinha feito as três assistências para os três golos do Real, mas não se quis ficar por aqui e quando regressou à direita fez mais um cruzamento fantástico, mas que foi desviado pelo guarda-redes Andrés para o poste.


Chegava o intervalo e o Real estava com uma vantagem mais tranquila, e entrou na segunda metade com ideias de controlar o jogo, fazer circular a bola, diminuir o ritmo embora se possível marcar mais, mas logo no inicio dos últimos 45 minutos, teve uma grande contrariedade quando Di María se lesionou, teve de ser substituído por Benzema e ser transportado para fora das quatro linhas numa maca.

Ainda assim, aos 54’, Satrústegui derrubou Ozil dentro da grande área e foi expulso. Na conversão da grande penalidade Cristiano Ronaldo não vacilou e fez o 4-1.

Quatro minutos depois, o pouco ofensivo Arbeloa subiu pelo flanco direito e após combinação com Ozil fez um cruzamento que foi desviado pela cabeça de Ronaldo para a baliza de Andrés.

Nesta altura os jogadores do Real cheios de ambição quiseram construir mais uma goleada para gládio dos seus adeptos e com a facilidade que tinham pela sua qualidade e pela desmoralização e inferioridade numérica do Osasuna, não demoraram muito a conseguir o sexto, por intermédio de Benzema, após uma grande jogada e cruzamento de Coentrão pela esquerda, pouco depois de chegarmos à hora de jogo.

Depois do 6-1 a formação de Madrid diminuiu a intensidade, foi controlando a partida com tranquilidade, jogando bonito e nesta fase José Mourinho aproveitou para dar minutos a Nuri Sahin (estreia do turco que está lesionado desde que chegou ao clube) e Callejón (pouco utilizado face à forte concorrência) que tiveram as suas oportunidades de brilhar.

Após um período sem grandes ocasiões de golo, aos 81’, o Real fez o 7-1, depois de Arbeloa ter pressionado o jogador do Osasuna que tinha a bola em sua posse, o espanhol recuperou-a e assistiu Benzema que com uma grande finalização concluiu o lance.

Até ao final do jogo não houve mais golos mas Ronaldo ainda atirou à trave.


Com esta vitória, o Real Madrid continua isolado na liderança da Liga Espanhola, com quatro pontos de vantagem sobre o Barcelona que esta tarde vai ao País Basco defrontar o Athletic Bilbau.


Em relação às equipas, é objectivo dizer que os “merengues” estão num grande momento de forma, tenho pena de não acompanhar mais os seus jogos.
Têm jogadores completíssimos da defesa ao ataque, velozes, com grande capacidade de passe e drible e cada vez mais, pela mão de Mourinho, bastante disciplinados tacticamente.
Casillas foi chamado poucas vezes mas esteve bem, Arbeloa não é muito ofensivo mas até deu para fazer duas assistências, Pepe marcou e defensivamente não deu hipóteses, Sergio Ramos não fez certamente um dos seus melhores jogos com algumas escorregadelas e Fábio Coentrão esteve muito bem, envolveu-se no jogo ofensivo da equipa e fez uma assistência.
Xabi Alonso e Khedira fizeram a circulação de bola mas já se sabe que não são jogadores de aparecer muito, Ozil talvez não esteja na sua melhor forma mas ainda assim envolveu-se em muitas e boas jogadas, incluindo algumas que deram origem a golos. Di María fez uma grande exibição com três assistências e foi pena a lesão, Ronaldo fez um “hat-trick” e penso que isso diz tudo, Higuaín e Benzema marcaram e causam cada vez mais uma dor de cabeça positiva a José Mourinho. Nuri Sahin e Callejón não se viram muito no jogo, mas o turco fez os primeiros minutos da época e certamente que com mais tempo aparecerá e será uma figura importante neste Real.

Quanto ao Osasuna, há pouco a dizer, a formação de Pamplona não teve o esférico durante muito tempo (nem chegou a ter 30% de posse de bola), creio que nem fez sequer cinco remates, atacou muito pouco e nem consigo destacar alguém, tanto pela positiva como pela negativa. Penso que a qualidade do Real Madrid é demasiada e quando as coisas acontecem, nem se pode falar em demérito das outras equipas, mas sim mérito dos “merengues” que têm jogadores com uma capacidade incrível.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Liga BBVA | Athletic Bilbao 3-0 Atlético Madrid

Esta noite, o Athletic Bilbau venceu no País Basco o Atlético Madrid por 3-0, num jogo a contar para a Liga BBVA.
Eis a constituição das equipas:
Athletic Bilbao
O pouco que sei sobre o Athletic é que tem alguns jogadores da selecção espanhola como Iraola, Javi Martínez e Llorente (melhor marcador da equipa), todos eles titulares esta noite.
Ocupava o 12º lugar à entrada para este jogo, com 9 pontos, fruto de duas vitórias, três empates e três derrotas, e um “score” de 11-11 em golos. Na Liga Europa, lideram o seu grupo que conta ainda com Paris SG, Salzburgo e Slovan Bratislava.


Atlético Madrid

O Atlético Madrid está uma posição acima que o Athletic à entrada para este jogo, no 11º lugar, com 10 pontos, derivado de duas vitórias, quatro empates e duas derrotas, e um saldo de 9-7 em golos, seis dos quais apontados por Radamel Falcao, o melhor marcador da equipa, confirmado os dotes de goleador que já tinha mostrado no FC Porto. Na Liga Europa ocupam o 2º lugar do seu grupo que é liderado pela Udinese e tem ainda Celtic e Rennes.
Ainda não vi nenhum jogo desta temporada, no entanto, conheço de perto alguns jogadores por terem actuado no campeonato português, que para além de Falcao na equipa titular do Atleti são Sílvio, Paulo Assunção, Diego e Reyes.

Com duas equipas que não estão a ter desempenhos que satisfaçam os seus adeptos, o jogo na primeira parte foi essencialmente disputado a meio-campo e sem grandes momentos de brilhantismo.

As primeiras oportunidades até pertenceram aos “colchoneros”, primeiro José Antonio Reyes, que fez uma diagonal da direita para o meio e atirou de pé esquerdo um pouco por cima da trave.

Poucos minutos depois, foi Radamel Falcao a aparecer em velocidade a flectir da esquerda para uma posição central mas o seu remate foi defendido por Iraizoz.

Aos 17’, Amoerebieta saiu lesionado e deu o seu lugar a San José e a por volta desta altura os bascos acordaram e começaram a aproximar-se da área contrária, tendo como principal referência no ataque o internacional espanhol Fernando Llorente que rematou forte de fora da área permitindo uma defesa a Courtois, que acabou por não ser vista pelo árbitro e que por isso foi marcado um pontapé de baliza.

O jogo continuava essencialmente disputado a meio-campo, no entanto, se numa primeira fase parecia ligeiramente inclinado para os homens da capital espanhola, neste período inclinou-se mais para o lado do Athletic que conseguia chegar com mais facilidade à baliza contrária, e ainda antes do intervalo, De Marcos, á entrada da área, rematou forte para a grande defesa de Courtois.

Na segunda parte, previa-se que ambas as equipas procurassem desbloquear o resultado mas nos primeiros 15/20 minutos foram sempre inconsequentes, proporcionaram um jogo morno, sem grandes motivos de interesse e em que permanecia o impasse e a monotonia, sendo que a primeira ocasião de golo digna desse nome no segundo tempo, só apareceu praticamente quando se assinalou uma hora de jogo, através de um cabeceamento de De Marcos ao lado ao dar sequência a um cruzamento de Aurtenetxe.

Finalmente, aos 67, um golo! Os jogadores do Athletic conseguiram recuperar uma bola do lado esquerdo á entrada da área dos “madrileños”, e Susaeta consegue colocar a bola em Llorente que a desviou para a baliza beneficiando de um ressalto em Filipe Luis.

O Atleti acusou o golo sofrido e poucos minutos depois viria a sofrer o 0-2, após um cruzamento milimétrico na direita de Toquero (entrou na segunda parte), Llorente antecipa-se aos defesas adversários e num cabeceamento de cima para baixo conseguiu bisar no encontro.

No entanto, a festa não terminara aqui, e aos 74’, após um livre na esquerda batido com o pé direito por Ander Herrera, Toquero desviou de cabeça para o 3-0. Três golos em sete minutos dos homens de Bilbao! Jogo resolvido em pouco tempo quando parecia monótono e sem rumo.

Com um vencedor encontrado, até ao final do jogo o Athletic tirou o pé do acelerador e a antiga equipa de Paulo Futre foi chegando algumas vezes junto da área adversária para tentar o golo de honra, especialmente por um remate de Salvio aos 90+2’, no entanto, o resultado não sofreu alterações.

Com esta vitória os bascos conseguiram ultrapassar o seu oponente desta noite na tabela classificativa e ficaram mais próximos dos lugares que dão acesso às competições europeias.

Analisando as equipas, posso começar por dizer que o árbitro deste encontro é tão mau ou pior como muitos dos que se vêem em Portugal, e em Espanha as criticas á arbitragem começam-se a tornar cada vez mais usuais.

Em relação ao Athletic Bilbao, foi uma formação a quem as substituições fizeram bem, que está numa boa série de resultados (sete jogos sem perder, cinco deles para o campeonato) e que pode fazer coisas boas neste campeonato ainda que tenha sentido bastantes dificuldades para desbloquear o resultado.
É um clube com cultura, só jogam lá jogadores bascos (e aqui inclui-se atletas com descendência basca ou que vivam nessa região há alguns anos) e que maioritariamente são oriundos dos seus próprios escalões de formação, mas mesmo assim, apesar das limitações de recruta de talento, nunca desceu de divisão e geralmente não tem dificuldades em manter-se no principal escalão espanhol e até qualificar-se para as competições europeias. A nível de jogadores, esta noite tenho que destacar acima de tudo Llorente que é a grande referência da equipa, um ponta-de-lança de muito valor, um goleador que nos últimos trinta metros é um perigo à solta. De Marcos também me pareceu um jogador muito irrequieto, e porque não falar de Gaizka Toquero que entrou na segunda parte e ainda foi a tempo de fazer uma grande assistência e um golo?

Quanto ao Atlético Madrid, é indiscutível que há talento naquela equipa em todos os sectores, especialmente no ataque. A qualidade de Falcao é incontestável e os homens que jogam atrás de si são de nomeada, o problema está na conexão entre o ponta-de-lança colombiano e os três médios mais ofensivos. O ex-goleador do FC Porto parece estar sempre muito desapoiado porque Diego vai buscar jogo muito atrás, e Reyes e Arda Turan apesar das muitas diagonais geralmente acabam por optar pelo remate, e quando a bola é colocada em Falcao, há muito pouco espaço para trabalhar e conseguir levar perigo á baliza adversária.
Pergunto-me porque razão em vez de tantas diagonais, os extremos do Atlético não tenham indicações para serem mais verticais, percorrem os corredores e tentarem através de cruzamentos apostar no jogo directo no qual “El Tigre” já demonstrou no FC Porto que é muito forte?
O meio-campo é muito bom, é forte na circulação de bola ainda que não sei até que ponto não será exagerado ter dois “pivots” defensivos em vez de um trinco e um “box to box”, mantendo Diego numa posição mais ofensiva no centro do terreno mas talvez mais descaída para um dos lados, que seriam alternados por ele e compensados pelo tal “box to box”.
Parece faltar algo a esta equipa, mas não é de agora, é já de há alguns anos! Há talento sem dúvida, há lá jogadores que deixaram marcas nos grandes clubes em que jogaram e outros que quando saem do Atlético continuam a ter sucesso (ex: Agüero), no entanto, parece faltar uma mentalidade ganhadora, um entrosamento que permita que o clube consiga estabilizar nos lugares de acesso às competições europeias e ser mais regular. Esta noite apresentaram um futebol q.b. nos primeiros 15/20 minutos, onde pareciam ter o campo ligeiramente inclinado a seu favor, mas depois, foram perdendo gradualmente esse ascendente e nunca mais se levantaram.
Quanto aos portugueses em campo, fiquei com a noção de que Sílvio fez um bom trabalho, no entanto, merecia ter sido expulso após uma entrada duríssima já no final do jogo que nem lhe valeu sequer um cartão amarelo. Já Pizzi entrou para jogar os último quarto de hora e pouco ou nada se viu dele.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Liga BBVA | Valência 2-2 Barcelona



Hoje, no Mestalla, Valência e Barcelona não foram além de um empate a duas bolas num desafio muito bem jogado.


Eis a constituição das equipas:

Valência



Esta temporada do Valência só tinha acompanhado o jogo em Alvalade, onde venceram o Sporting por 3-0, demonstrando grande poder de contra-atacar e muita eficácia. À entrada para estar jornada ocupavam a liderança da Liga Espanhola e certamente que iria ser um osso duro de roer para este Barcelona. Nos últimos anos perderam Villa, Joaquin, Mata, David Silva e outros, no entanto, vão arranjando sempre argumentos para continuar a ser a terceira equipa espanhola.


Barcelona



O Barcelona surpreende no «onze inicial» sobretudo com a ausência de David Villa, que fica no banco de suplentes. Iniesta, Alexis e Piqué estavam indisponíveis e era de prever menor capacidade de posse de bola para os catalães.


Estava curioso para ver o posicionamento dos homens do ataque “blaugrana”, já que não tinham um extremo de raiz. Bem, Fabregas aparece como extremo, no entanto, não foi o que Pedro, Villa e Alexis costumam ser, ocupou maioritariamente a zona mais central do terreno, muitas vezes Pedro aparecia muitas vezes na esquerda e era Daniel Alves, que muitas das vezes funcionava como extremo do lado direito.
Messi já se sabe, vinha buscar jogo atrás e funcionava como falso ponta-de-lança como de costume.
Basicamente, o Barcelona em diversos momentos do jogo desdobrou-se várias vezes tacticamente, utilizando preferencialmente um 4-3-3, mas também um 4-4-2 losango, e uma espécie de 3-4-3.

O Valência, na primeira parte, apresentou-se com um 4-4-2 que também se desdobrava em 4-4-1-1, com Canales a jogar um pouco mais recuado que Sodaldo, apoiando-o a ele e também ao meio-campo.

O jogo começou muito intenso, embora não muito bem jogado, várias perdas de bola de parte a parte, devido ao ritmo forte a que se jogava, e embora não de uma forma muito evidente, o Barcelona ía tendo mais posse de bola, e o Valência apostava mais em contra-ataque.
E foi num contra-ataque que equipa de Unai Emery chegou ao 1-0, com um cruzamento algo atabalhoado de Mathieu na esquerda a encontrar o pé de Abidal, que fez auto-golo, estavam decorridos 12 minutos.

No entanto, o Barcelona provou mais uma vez que é a melhor equipa do planeta, ou melhor, que é uma equipa de outro planeta, e pouco tempo depois de o jogo recomeçar, numa fantástica jogada que envolveu Fabregas, Messi e Pedro, este último não perdoou no cara-a-cara com o guarda-redes.

A partir deste momento o jogo tornou-se mais fluído, não a um nível tão intenso como nos primeiros minutos (ainda que se jogasse com bastante intensidade), e viu-se um Valência que em ataque organizado e especialmente em contra-ataque mostrava que queria ganhar o jogo e que não ía jogar encolhido e com medo dos campeões nacionais e europeus.
O Barcelona, pelo estatuto que tem, também foi procurando chegar perto da área contrária, no entanto, com menos argumentos do que o costume. Em termos de posse de bola os catalães estavam em vantagem, no entanto, não “golearam” nesse aspecto como de costume, a falta que Iniesta faz! Keita não tem a mesma capacidade de passe e de posse de bola e isso fez toda a diferença, as coisas não estavam a sair bem aos catalães, e a defesa também ia tremendo.

A meio da primeira parte, os “ché” voltaram a colocar-se em vantagem, numa jogada com construção semelhante à do primeiro golo, mas desta vez foi Canales a conduzir a bola na esquerda e a centrar rasteiro, Abidal volta a estar mal ao não conseguir cortar e o esférico sobra para Pablo Hernandéz que fez o 2-1.

Até ao descanso, nada mudou, as equipas continuaram com a mesma atitude, o Barcelona com mais posse de bola, no entanto, sem ser esmagador, havendo mesmo jogadores a mostrar alguma passividade, tanto que os cerca de 55% de posse com que chegaram ao intervalo devem ser dos piores registos dos últimos anos.
O Valência manteve-se atrevido, mas desta vez, também procurou segurar a vantagem, com todos os seus jogadores a cumprirem muito bem as suas funções tacticamente, fechando bem as linhas de passes e espaços por onde o Barça poderia progredir no terreno e contra-atacando bem, e em mais uma jogada de contra-ataque, pela esquerda, tal como nos dois golos dos valencianos, Mathieu centra rasteiro, Valdés desvia a bola, no entanto esta sobra para Sodaldo que em esforço atira ao lado. Foi a maior perdida do jogo, podia ter dado o 3-1, no entanto, o ponta-de-lança espanhol não quis ficar atrás do compatriota Fernando Torres e quis ser notícia pelos golos que falha clamorosamente, estavam decorridos 41 minutos.


Na segunda parte, as equipas vieram com a mesma atitude com que deixaram o campo após os primeiros 45 minutos. O Barcelona estava pouco agressivo, e isso revelava-se em todos os aspectos: no bom número de passes seguidos bem sucedidos do Valência (a dar a provar aos catalães do seu próprio veneno) sem grande oposição, na falta de volume de jogo ofensivo e até na quantidade de faltas cometidas, que aos 63’, era apenas de uma, e que no final do jogo não deve ter ultrapassado as três.

Guardiola fez entrar Villa para o lugar de Pedro, o que me causou alguma surpresa, porque Pedrito estava a ser o mais irrequieto dos “culé”, embora se tivesse apagado na segunda parte.
Também Adriano entrou para o lugar de Keita.
Neste momento do jogo, o Barça desdobrou-se menos e jogou sempre na fórmula que tanto sucesso tem dado, o 4-3-3, com Fabregas a recuar para o meio-campo, ocupando os espaços antes ocupados por Keita, e na frente, Villa posicionou-se na ala esquerda como de costume, e Adriano na ala direita, uma posição na qual eu penso que o brasileiro não tem grandes rotinas. Com estas alterações, o Barcelona ganha mais profundidade e capacidade ofensiva, fruto de ter jogadores com características mais próprias para as posições, que permitiria à equipa criar mais ocasiões de golo já que havia mais soluções para procurar a baliza de Guaita. Os movimentos em que Villa parte do flanco esquerdo para o meio para rematar são conhecidíssimos, já marcou muitos golos assim, e de Adriano no lado direito, tendo ele no seu pé esquerdo o seu forte, esperava-se o mesmo. Assim havia também mais apoio a Messi, e Daniel Alves deixou de precisar tanto de subir, e recorde-se que os dois golos do Valência ocorreram exactamente no lado do lateral brasileiro.
Mesmo com Messi não muito inspirado, estas alterações abanaram os “blaugrana” que a partir daí foram mais perigosos, foram encostando o Valência ao seu meio-campo ofensivo numa altura em que o resultado parecia estar mais perto do 3-1 do que do 2-2, e dado o valor dos jogadores, não foi de estranhar que o empate surgisse mais cedo ou mais tarde, algo que acabou por acontecer aos 77’, por Fabregas, após um passe de ruptura extraordinário de Lionel Messi.

Daí em diante, foi o Barça que esteve mais perto de vencer, parecendo-se mais com o Barcelona que estamos habituados a ver, e os últimos minutos foram de muita intensidade e dramatismo, no entanto, tarde de mais! O jogo (e que jogo!) terminou empatado.


Analisando as equipas, creio que o Valência tacticamente fez um jogo que roçou a perfeição. Sem grandes craques do ponto de vista técnico, cada jogador cumpriu a sua função, a equipa foi sempre muito coesa, funcionou como uma unidade durante os 90 minutos, e pelo jogo que fez, se alguém tivesse que vencer pela atitude que teve, os “ché” teriam vencido.
Concentrados a defender e rápidos e perigosos a (contra) -atacar, estiveram todos muito bem, parabéns para o treinador que organizou e trabalho esta equipa, e a todos os jogadores pelo mérito que tiveram em cumprir o que lhes foi pedido.
Soldado, que levava 5 golos em três jogos, acabou por ser quem não cumpriu com a tarefa que lhe era incutida: finalizar! Fazer golos! E foram vários os falhanços do ponta-de-lança espanhol, sobretudo quando o jogo estava em 2-1.
Destaco Canales, jovem de 20 anos emprestado pelo Real Madrid que foi o mais irrequieto da equipa, jogando no apoio ao ponta-de-lança, foi o “dínamo” da equipa, um verdadeiro quebra-cabeças para a defesa do Barcelona. Certamente terá um futuro brilhante pela frente, não tenho dúvidas!
O guarda-redes Guaita, mostrou segurança, tanto nas saídas aos pés dos jogadores (destaco uma a Messi quando o jogo ainda estava 2-1), como nos cruzamentos e pela forma como pontapeava a bola em momentos que esta lhe era dirigida. Mostrou qualidades, ainda que no primeiro golo do Barcelona o seu posicionamento não fosse o melhor.

Já o Barcelona, continuo sem compreender como gastaram tanto dinheiro em dois jogadores de características ofensivas e não investiram em nenhum defesa. Desde o arranque da época, que Puyol e Piqué têm falhado jogos devido a lesão, e não houve nunca uma alternativa à altura destes dois, Mascherano é um bom recuperador, no entanto, não pode jogar ali, e muito menos Abidal, que embora hoje fosse defesa-esquerdo (e fez um jogo muito desinspirado, estando mal na fotografia nos dois golos sofridos), foi muitas vezes utilizado como central. A “cantera” continua a produzir jogadores de características ofensivas de grande qualidade, no entanto, a nível defensivo, há poucas alternativas para os titulares, que por curiosidade, são os que mais tempo passaram lesionados durante esta época que ainda vai curta. O meio-campo foi pouco agressivo, não fez pressão alta de uma forma muito intensa e mostrou passividade, possibilitando ao Valência muitas das vezes fazer muitos passes sucessivos, algo bastante raro quando se joga contra o Barça.
A táctica inicial não estava a resultar, não percebo como Guardiola colocou Fabregas como extremo, desdobrando-se para situações em que aparecia como médio-interior-esquerdo, Pedro aparecia como extremo desse lado e Daniel Alves fazia todo o flanco direito, aparecendo como extremo. No entanto, devido às subidas do lateral brasileiro, foram pelo seu lado os contra-ataques rápidos que originaram os golos dos valencianos.
As alterações na segunda parte fizeram todo o sentido, e a equipa ressentiu-se disso com um maior volume de jogo ofensivo.
Messi esteve muito desinspirado, no entanto, é um jogador tão bom que quando as coisas lhe correm menos bem faz duas assistências, impressionante!
O melhor em campo, na minha opinião, foi Fabregas que esteve nos dois golos, jogou sempre muito bem, raramente falhou passes, e esteve bem na construção e em guiar a bola para os homens da frente, finalizando ainda sem qualquer tipo de problemas, quando surgiu isolado perante o Guaita.

Com este empate, o Valência mantém-se na liderança (ainda que à condição, porque pode ser ultrapassado pelo Bétis amanhã) e o Barcelona desperdiçou uma oportunidade de luxo para se distanciar do Real Madrid e ao mesmo tempo ultrapassar a equipa de Unai Emery na tabela classificativa.
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