Hoje, em Aveiro, Beira Mar e Sporting não foram além de um empate a zero, num jogo em que o melhor em campo, foi mesmo o árbitro, uma improvável figura no jogo.
O Beira-Mar apresentou a seguinte constituição: Rui Rego; Pedro Moreira, Jaime, Hugo e André Marques; Rui Sampaio e Yohan Tavares; Artur, Nildo Petronlina e Cristiano; Zhang.
Já o Sporting, apresentou um onze que na minha opinião já se vai aproximando do modelo ofensivo que equipa leonina tem de apresentar: Rui Patrício; João Pereira, Polga, Rodriguez (Carriço) e Evaldo; Rinaudo, Matías (Izmailov) e Schaars; Yannick Djaló (Postiga), Diego Capel e Wolfswinkel.
Um dos jogos mais insólitos de que tenho memória no futebol português, devido a toda a polémica em redor do árbitro, sobre o qual nada se sabia, nem a sua categoria, nem como foi encontrado, apenas o seu nome, Fernando Martins.
O jogo na primeira parte foi sempre muito equilibrado e sobretudo mal jogado e sonolento, com pouquíssimos remates de parte a parte, passes falhados, pedia-se, sobretudo ao Sporting, que apenas fez dois remates, o primeiro foi aos 29 minutos, por Yannick Djaló, levando algum perigo, e o segundo por Schaars cerca de 10 minutos depois, ainda que esse remate pudesse ser confundido com um remate de râguebi, que aí sim, teria dado três pontos à equipa leonina.
Face à pouca produtividade ofensiva da equipa, Domingos quis mexer no onze pouco depois da meia hora, fazendo uma dupla substituição, retirando Matias (que ainda não está com ritmo) e Yannick (que embora tecnicamente seja aquilo que se sabe, até estava a ser dos mais irrequietos), colocando em campo Izmailov e Hélder Postiga.
Surpreendeu-me imenso Wolfswinkel ter ficado em campo, porque num tipo de jogo em que o Sporting não consegue encostar o adversário às cordas e fazer cruzamentos para o “9” finalizar, não vale a pena jogar, é um jogador a menos. No entanto, o que mais critico nem é o holandês ter ficado em campo, porque a qualquer Domingos acreditou que com as alterações o Sporting pudesse encostar os aveirenses lá atrás e aí fazer jogo directo, o que critico é dar-lhe a titularidade quando já se previa que a equipa leonina não iria conseguir fazer esse tipo de jogo, até porque o jogo é fora de casa, e o Beira-Mar tem algumas responsabilidades em discutir o jogo, e por isso, era de prever que os de Aveiro fossem atrevidos e tentassem a sua sorte.
E se rapidamente o Sporting teve que fazer duas alterações, não demorou muito mais tempo a ter de as esgotar, com Rodriguez a ter de sair devido a lesão muscular ao intervalo, para dar lugar a Daniel Carriço.
E tendo em conta que na primeira parte João Pereira apresentou algumas queixas na zona lombar, previa-se um segundo tempo muito difícil para o Sporting, que com o lateral português a meio gás e um tipo de jogo que não beneficia Wolfswinkel, eu não diria que os leões iriam começar os segundos 45 minutos com 11 jogadores, nem com 10 sequer, mas sim com 9 e meio.
E claro, que assim, o Beira-Mar tinha condições e a obrigação de se superiorizar ao Sporting no segundo tempo, algo que a equipa de Aveiro já estava a fazer desde os 20 minutos, e apesar de não rematar muito, foi povoando o meio-campo sportinguista, obrigando Rui Patrício a estar muito atento a cruzamentos que eram bombeados para a sua grande área.
O intervalo acabou por fazer bem ao Sporting, que foi avançando no terreno e empurrou o Beira-Mar para trás durante toda a segunda parte, criando diversas ocasiões, mas não conseguindo nunca marcar.
Foi Postiga, foi Wolfswinkel, foi Capel, foram tantas e tantas as oportunidades desperdiçadas. Gostei do esforço do Postiga, que muitas vezes vinha buscar a bola ao seu meio-campo defensivo, gostei daquilo que Capel tentava acrescentar ao jogo, e a mesma coisa com Izmailov, no entanto, algo está mal.
Há aqueles jogos em que se podia estar uma tarde inteira a atirar à baliza que a bola não entra, no entanto, essas ocasiões são para ser raras, não para serem frequentes, e a verdade é que o Sporting em três jogos oficiais ainda não conseguiu ganhar e só marcou um golo.
Se com o Olhanense faltou sorte, no jogo da Dinamarca e no desta noite em Aveiro faltou acima de tudo uma maior “pressing” desde inicio, porque uma equipa que tem assumidamente problemas de finalização, não pode dar uma parte de avanço ao adversário.
Wolfswinkel pode não estar adaptado, mas agora pergunto, e quantos avançados com as suas características e com um preço não superior ao seu andam pela Península Ibérica? O homem tem quase dois meses de treinos, é incompreensível tantos desacertos tácticos, sempre a fugir de uma linha de passe e a criar dificuldades aos parceiros que não sabem como lhe colocar a bola. E depois, uma incrível falta de talento, tanto com os pés, como com a cabeça. Pode ser que me engane, mas está aqui um sério candidato a “flop” do ano.
Schaars é um jogador que acrescenta muito pouco à equipa, apenas é útil nas bolas paradas e diga-se de passagem que mesmo assim o Sporting não tem conseguido marcar golos desse modo, nem desse, nem de nenhum.
Evaldo é um estranho caso dentro do clube, visto que é sempre dos piores jogadores em campo e não se buscam alternativas a ele na sua posição. O ano passado deixaram estar lá alguém com a inutilidade de Grimi, e este ano parece que Atila Turan pouco ou nada fará no Sporting.
A linha defensiva esteve bem, Rodriguez e Polga são a melhor dupla, no entanto, gostei de ver Carriço, que se mostrou motivado tal como em 2008/2009 em lutar por um lugar na equipa, ao contrário dos últimos dois anos em que teve sempre uma atitude muito passiva e em que acusou demasiada confiança.
Creio que Domingos está a falhar claramente nas previsões que tem feito aos jogos, porque nunca coloca de inicio a equipa que melhor se adequa aos tipos de jogo, e talvez por aí, cinco das nove substituições que fez nos três jogos oficiais esta época tenham sido antes da segunda parte estar a decorrer, o que mostra que algo não está a correr conforme o previsto.
E quem anda no futebol há tanto tempo, quem treina com os seus jogadores todos os dias e estuda os adversários é que tem a culpa de não entrar em jogo com os jogadores mais adequados.
Há muito trabalho pela frente, no entanto, dou o benefício da dúvida ao ex-treinador do Sporting de Braga, porque ainda estamos numa fase inicial da temporada, há muitos jogadores novos, outros que não estão nas melhores condições por terem vindo de lesões, chegado tarde ao clube ou ter estado na Copa América ou em outros torneios pelas selecções, até porque nada está perdido.
Espero uma boa atitude na quinta-feira frente ao Nordsjaelland, tenho imensa curiosidade em ver um meio-campo ofensivo composto por Jeffren, Izmailov e Capel, apoiados por um Matías em melhor forma, e tendo no ataque Rubio, que tendo em conta os golos que marca sempre que tem tempo de jogo e a ineficácia da equipa, merece uma oportunidade.
O Beira-Mar cumpriu o seu papel e penso que esta equipa, agora que tem iraniano a investir nela, com alguns reforços e um maior entrosamento entre os jogadores pode vir a tornar-se uma sensação nesta Liga ZON Sagres, quem sabe, para atacar a primeira metade da tabela.
Quanto ao árbitro do encontro, devo dizer que esteve bem melhor que muitos da 1ª categoria, ainda que nem sempre os seus auxiliares tenham estado a altura.
Como é possível árbitros como este preocupados em deixar jogar e tentarem fazer com que o jogo se resolva pelos jogadores estarem nos Regionais e alguém tão incoerente, espalhafatoso e rigoroso como Bruno Paixão ser árbitro internacional?
Há muito que investigar na arbitragem em Portugal!