O campeão europeu pelo Real Madrid que não vingou no Benfica. Quem se lembra de Júlio César?
Júlio César chegou à Luz um ano após ter vencido a Liga dos Campeões
Foi maioritariamente titular no Real
Madrid campeão europeu de 1999-00, passou pelo AC
Milan e tinha fama de ser um central que saía bem a jogar, mas não
confirmou no Benfica
as credenciais que lhe eram atribuídas.
Júlio César Santos Correa nasceu a
18 de novembro de 1978 em São Luís do Maranhão, no Brasil, mas sempre foi pouco
conhecido no seu país, onde nunca chegou a jogar. Após passar pelas camadas jovens
dos mexicanos do América,
estreou-se como futebolista profissional nos hondurenhos do Marathón, de onde
saiu aos 17 anos para os espanhóis do Valladolid, em 1996. Deu-se bem nos pucelanos,
ao ponto de ter contribuído para um honroso 7.º lugar na liga
espanhola em 1996-97, que valeu o apuramento para a Taça
UEFA, e para classificações a meio da tabela nas duas épocas que se
seguiram. O salto para um emblema de maior
dimensão tornou-se inevitável e veio a acontecer no verão de 1999, quando
assinou pelo Real
Madrid. Apesar da concorrência de nomes como Helguera, Hierro, Karanka,
Iván Campo ou Sanchís, beneficiou de um sistema tático de três centrais para
ser muito utilizado por John
Toshack e depois Vicente
del Bosque. Nessa primeira época de ligação aos merengues,
atuou em 32 jogos oficiais, nove dos quais na campanha que culminou na
conquista da oitava Liga
dos Campeões do clube. Na temporada seguinte, Del
Bosque apostou num sistema com quatro defesas e Júlio César perdeu espaço.
Ainda iniciou 2000-01 no Santiago
Bernabéu, mas foi emprestado durante dois meses ao AC
Milan antes de regressar a Espanha para representar a Real
Sociedad, numa altura em que ainda era possível jogar por três clubes numa
temporada. Na época seguinte foi cedido ao Benfica,
surpreendendo a imprensa portuguesa com respostas em… castelhano, sintomático
dos muitos anos passados em países hispânicos. Desportivamente foi de mais a
menos. Começou como titular no eixo defensivo ao lado de Argel,
ainda com Toni
no comando técnico, mas lá mais para a frente João Manuel Pinto roubou-lhe a
titularidade, já com Jesualdo
Ferreira ao leme. Atuou em 21 jogos (20 a titular) entre I
Liga e Taça
de Portugal, tendo apontado três golos, curiosamente dois deles no mesmo
encontro, numa vitória tangencial sobre o Alverca
na Luz
(3-2) – o outro foi numa goleada ao Salgueiros
em Paranhos (4-1).
Entretanto terminou a ligação
contratual ao Real
Madrid e prosseguiu a sua aventura como globetrotter. Foi campeão austríaco
pelo Áustria
Viena (2002-03) e bicampeão grego pelo Olympiacos (2006-07 e 2007-08),
venceu troféus também pelos mexicanos do Tigres e pelos norte-americanos do
Sporting Kansas City e passou ainda por Inglaterra (Bolton),
Roménia (Dínamo Bucareste) e Turquia (Gaziantepspor) antes de terminar a
carreira no Canadá (Toronto FC) em 2013. Pelo meio voltou ao Valladolid e assinou
contrato pelo Marítimo
durante a época 2010-11, mas não chegou a estrear-se pelos madeirenses.
Em 2019 iniciou a carreira de
treinador, tendo já trabalhado em Espanha, na Ucrânia e no México.
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