quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Jorge Shéu, histórico goleador do distrito de Beja. Quem o conhece?

Jorge Shéu representou o Castrense ao longo de 12 temporadas
Um daqueles heróis anónimos do futebol português, um fenómeno local desconhecido da maioria, mas recordado por quem acompanhava as equipas do distrito de Beja na década de 1990 como um dos principais goleadores da região.
 
Jorge Martins, mais conhecido como “Shéu”, era um ponta de lança de elevada estatura que nasceu em Ervidel, no concelho de Aljustrel, mas que dividiu a formação entre dois emblemas bejenses, o Zona Sul e Os Tribunas.
 
Como sénior iniciou-se no clube da terra natal, o Alvorada de Ervidel, mas os pelados da II Divisão Distrital rapidamente se tornaram palcos pouco apelativos para quem marcava tantos golos.
 
Em 1987-88 teve uma primeira experiência nos campeonatos nacionais ao serviço do Vasco da Gama de Sines, então a militar na III Divisão, mas acabou por voltar ao Alvorada na época seguinte antes de representar pela primeira vez o clube em que mais se notabilizou, o Castrense, em 1989-90.
 
“Vim para o Castrense pela mão do Sr. Cartaxo, que era o treinador na altura. A equipa era muito jovem, eu conhecia muito poucos companheiros, mas muitos deles acabaram por ser muito importantes na caminhada para subida da equipa à III Divisão”, contou ao jornal O Campaniço, boletim informativo da Câmara Municipal de Castro Verde, em 2021.
 
Depois de uma passagem pelo Mineiro Aljustrelense, voltou ao Castrense em 1991-92 para ajudá-lo a conquistar o primeiro título distrital da sua história e a alcançar, consequentemente, a primeira promoção de sempre aos campeonatos nacionais.
 
Entre 1992 e 1999, Jorge Shéu foi a referência ofensiva da equipa da zona do Campo Branco na III Divisão Nacional. Ao longo desse período, o conjunto alentejano permaneceu sete épocas consecutivas nos patamares nacionais, um máximo que ainda hoje perdura.
 
Em 1996-97 obteve a melhor classificação de sempre na Série F da III Divisão, o quarto lugar, a cinco pontos da zona de promoção à II Divisão B, e viveu um episódio especial, numa deslocação à Madeira para defrontar o Santacruzense para a Taça de Portugal: “Assim que o jogo terminou, tínhamos que apanhar o avião. Chegámos ao aeroporto e fomos apreciar a vista, quando nos deparámos com um terraço com um bar, sem barman e cheios de sede. Um de nós lembrou-se a ir tirar uma imperial. Ao fim de cinco minutos, a malta estava toda a beber e passou dos copos para canecas num instante! Felizmente correu tudo bem, porque não fomos apanhados, e a viagem foi mais alegre.”
 
Após a despromoção do Castrense aos distritais da AF Beja, em 1999, mudou-se para o União de Santiago da Cacém, então a militar nos distritais da AF Setúbal, tendo ainda passado pelo Ourique na III Divisão antes de uma derradeira passagem pelo emblema de Castro Verde entre 2001 e 2004, sempre nos distritais.
 
Após pendurar as botas, aos 36 anos, teve curtas experiências como treinador, tendo sido adjunto no Castrense e técnico principal do Mineiro Aljustrelense e do Entradense.
 
Atualmente é supervisor na Sociedade Mineira de Neves Corvo (SOMINCOR), enquanto desportivamente se dedica ao cicloturismo.
 
 
Jorge Shéu nos juniores d'Os Tribunas em 1984-85


Jorge Shéu no Alvorada de Ervidel aos 17 anos, em 1985-86

Jorge Shéu no Mineiro Aljustrelense em 1990-91

Jorge Shéu autor de cinco golos em 1990-91

Jorge Shéu no Castrense em 1994-95

Jorge Shéu no Castrense em 1995-96

Jorge Shéu como capitão de equipa do Castrense na década de 1990

Jorge Shéu no Ourique em 2000-01

Jorge Shéu no Castrense em 2001-02

Jogo no qual Shéu marcou sete golos, em 2001-02


  






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