Dez jogadores importantes na história recente do Real SC |
Fundado a 7 de agosto de
1995, o Real
Sport Clube nasceu da fusão do Grupo Desportivo de Queluz com o
Clube Desportivo e Recreativo de Massamá com o intuito de criar na
cidade de Queluz um emblema eclético e mais representativo.
A escolha do nome está
relacionada com o Palácio Real de Queluz, ex-libris da cidade,
enquanto as cores do clube (azul claro, preto e amarelo) é uma
junção dos clubes que lhe deram origem.
Apesar da fusão ter
acontecido, o Real
SC assume como data de fundação a do Grupo Desportivo de Queluz
(25 de dezembro de 1951), porque era o clube que tinha a inscrição
regularizada na Federação Portuguesa de Futebol e que tinha as
instalações que viriam a ser utilizadas pela nova agremiação.
Ao longo dos tempos, tem
vindo a ser conhecido como Real
Massamá, uma designação incorreta, segundo os responsáveis.
Embora a sede seja mesmo em Massamá, o campo é em Monte Abraão, na
freguesia de Queluz, de onde são naturais os sócios mais antigos.
Logo um ano após a fusão
em 1996, o Real
SC conseguiu chegar pela primeira vez aos campeonatos nacionais,
ao participar na III Divisão. Após várias épocas entre os
distritais da AF
Lisboa e a III Divisão, os realistas
foram promovidos à II Divisão B em 2005 e por lá ficando em 2011.
Em 2006-07 alcançaram o primeiro lugar na Série D, mas não
lograram a subida à II
Liga devido a uma derrota com o Fátima no playoff de promoção.
Em termos de Campeonato
de Portugal, o emblema
do concelho de Sintra soma cinco participações e um título de
campeão nacional, em 2016-17. Nessa mesma época, a formação
de Queluz conseguiu atingir os oitavos de final da Taça
de Portugal, tendo sido eliminada pelo Benfica
no Estádio do Restelo.
Na temporada seguinte, o
Real
SC participou na II
Liga, mas não foi além do 20.º e último lugar no campeonato e
consequente despromoção.
Paralelamente, o clube
tem sido um autêntico viveiro de craques, uma vez que passaram pela
sua formação nomes como Nani, Ivan Cavaleiro, Pedro Mendes, Rafael
Camacho, Rodrigo Fernandes, Ricardo Vaz Tê, Florentino Luís, Garry
Rodrigues, Miguel Cardoso, Rafael Ramos ou Abel Camará.
Vale por isso a pena
recordar os dez futebolistas com mais jogos pelo Real
Sport Clube no Campeonato
de Portugal.
10. João Basso (22 jogos)
Disputou o mesmo número
de jogos de Brash e Abdoulaye Dialló, mas amealhou mais minutos em
campo: 1643.
Defesa central brasileiro
que chegou a Portugal pela porta do Estoril
em 2016-17, foi emprestado ao Real
SC na época seguinte.
Pelo emblema
do concelho de Sintra atuou em 22 jogos (18 a titular) na II
Liga e apontou dois golos, diante de Vitória
de Guimarães B e Penafiel,
insuficientes para evitar a despromoção ao Campeonato
de Portugal.
A seguir à descida de
divisão regressou aos estorilistas.
9. Tom (22 jogos)
Tom |
Disputou o mesmo número
de jogos de João Basso, Brash e Abdoulaye Dialló, mas somou mais
minutos em campo: 1980.
Mais um jogador
brasileiro, neste caso um guarda-redes de elevada estatura (1,96 m)
que chegou ao Real
SC por empréstimo do Grêmio Anápolis no verão de 2017.
Na única temporada que
passou em Portugal disputou 22 jogos e sofreu 38 golos na II
Liga, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de
divisão prosseguiu o seu trajeto nas divisões secundárias do
futebol brasileiro.
8. Abou Touré (23 jogos)
Abou Touré |
Extremo senegalês que
jogou nos juniores do Sporting
ao lado de Rafael
Barbosa e Matheus Pereira, entre outros, passou pelos seniores de
1º
Dezembro, Mafra
e Gil
Vicente antes de ingressar no Real
SC no verão de 2017.
Na primeira época no
emblema
do concelho de Sintra participou em 23 partidas (13 a titular) na
II
Liga e apontou dois golos, frente a Académico
de Viseu e Académica,
insuficientes para evitar a descida de divisão. No entanto, a
primeira temporada de Abou Touré nos realistas
ficou marcada pela desclassificação da equipa da Taça
da Liga devido à utilização irregular do jogador, que deveria
ter cumprido castigo na partida diante do Belenenses,
na segunda fase da competição.
Após a despromoção
permaneceu mais um ano no clube, a jogar no Campeonato
de Portugal.
7. Diogo Coelho (26 jogos)
Diogo Coelho |
Lateral/médio esquerdo
de baixa estatura (1,68 m) natural de Oeiras, ingressou nos juniores
do Real
SC em 2010-11, depois de passagens pelas camadas jovens de
Benfica
e Estrela
da Amadora.
Quando subiu a sénior
foi emprestado ao Ribeirão e depois ao Trofense,
embora se tivesse chegado a estrear pela equipa principal dos
realistas
no início da temporada 2012-13.
No verão de 2013 assinou
pelo Sp.
Braga, clube pelo qual jogou apenas na equipa
B e que o emprestou a União da Madeira e Farense.
Depois de uma passagem
pelo Santa
Clara voltou ao emblema
do concelho de Sintra em 2017-18 para atuar em 26 encontros (24 a
titular) na II
Liga, mostrando-se impotente para evitar a descida ao Campeonato
de Portugal.
Após a despromoção
emigrou para a Islândia. "Chegou ao fim mais uma época! Época
repleta de altos e baixos. Fica o sentimento de desilusão pois não
conseguimos atingir o nosso principal objetivo, mas com a certeza que
cada um de nós deu o seu melhor perante todas as dificuldades e
adversidades para que tudo corresse pelo melhor! Este clube merece
muito mais!", escreveu no Facebook
aquando da despedida.
6. Marcos Barbeiro (29 jogos)
Marcos Barbeiro |
Lateral/extremo
internacional por São Tomé e Príncipe, entrou no futebol português
precisamente pela porta da equipa de juniores do Real
SC em 2012-13.
Entretanto saiu para o
Sporting
e mudou-se para o Marítimo, tendo regressado a Queluz por empréstimo
dos madeirenses em 2017-18, temporada em que disputou 29 partidas
(16 a titular) na II e somou três remates certeiros, diante de União
da Madeira, Nacional
e Leixões,
insuficientes para evitar a despromoção.
Na época seguinte
continuou cedido aos realistas,
mas depois vinculou-se ao emblema
do concelho de Sintra a título definitivo e por lá continua. Em
2022-23 vai vestir a camisola
tricolor pela sexta temporada consecutiva.
5. Tiago Morgado (29 jogos)
Tiago Morgado |
Disputou o mesmo número
de jogos de Marco Barbeiro, mas amealhou mais 248 minutos em campo –
1771 contra 1523.
Médio lisboeta dotado de
um potente remate de pé direito, jogou ao lado de Tiago Ilori, João
Mário, Ricardo Esgaio, Ricardo
Pereira e João
Carlos Teixeira na formação do Sporting
antes de ingressar nos juvenis do Real
SC em 2009-10, numa altura em que o clube
de Queluz tinha um protocolo de cedência de jogadores com os
leões.
A transição para a
equipa principal aconteceu em 2012-13, uma temporada que culminou com
a despromoção aos distritais da AF
Lisboa.
No entanto, Tiago Morgado
permaneceu na equipa e em 2014-15 sagrou-se campeão distrital e
contribuiu para a consequente subida ao Campeonato
de Portugal, patamar em que jogou na época seguinte.
Valorizado, deu o salto
para o Moreirense.
Acabou por não se impor em Moreira de Cónegos, embora tenha
conquistado a Taça
da Liga, pelo que voltou ao Real
SC em 2017-18 para participar em 29 encontros (19 a titular) na
II
Liga e apontar três golos, diante de Sp.
Covilhã, Benfica
B e Vitória
de Guimarães B, insuficientes para evitar a despromoção.
Na temporada que se
seguiu passou pelo Merelinense, mas regressou ao emblema
do concelho de Sintra em 2019-20 e 2021-22 – pelo meio, vestiu
as camisolas de Sp.
Covilhã e Alverca,
estando já comprometido com os ribatejanos
para a época que está prestes a iniciar.
4. Paulinho (30 jogos)
Paulinho |
A alma e coração do
Real
SC, um lateral direito que chegou ao clube enquanto júnior de
segundo ano em 2010-11, transitou para a equipa principal na época
seguinte e desde então que tem sido titular indiscutível na defesa
realista.
Curiosamente, a exceção foi a época 2016-17, quando esteve ao
serviço do Loures
enquanto a formação
de Queluz conquistou o título nacional do Campeonato
de Portugal e alcançou a subida à II
Liga.
Além de ter jogado com a
camisola
tricolor na III Divisão Nacional (2011-12 e 2012-13), na I
Divisão Distrital da AF
Lisboa (2013-14 e 2014-15), no Campeonato
de Portugal (2015-16 e entre 2018-19 e 2020-21) e na Liga 3
(desde 2021-22), Paulinho competiu na II
Liga em 2017-18.
Nessa temporada atuou em
30 jogos (29 a titular) e marcou um golo ao Académico
de Viseu no segundo
escalão, mostrando-se impotente para evitar a despromoção. “A
nível coletivo a época não correu bem, como todos sabem, mas
individualmente foi uma época bastante positiva, porque joguei quase
sempre e num bom nível. Os hábitos que mudei foram passar a treinar
de manhã, onde nunca tinha treinado. É totalmente diferente
treinarmos de manhã, quando o corpo está completamente disponível,
do que treinar à noite, depois de um dia de trabalho”, afirmou ao
portal Cem Oportunidades em
outubro de 2020.
“A minha ideia desde o
início foi ficar no Real
SC, mas se tivesse uma proposta de campeonatos superiores poderia
sair. Sempre disse que para sair do Real
SC para uma equipa do mesmo campeonato tinha de ser uma proposta
bastante boa, porque na minha opinião o Real
SC neste campeonato oferece condições de topo em todos os
níveis. O Real
SC é um clube que merece estar num patamar superior no futebol
português, por tudo aquilo que representa”, acrescentou,
explicando a longevidade no clube.
3. Marcelo Lopes (31 jogos)
Marcelo Lopes |
Extremo natural de Oeiras
e que jogou ao lado de Bruno
Varela, Fábio Cardoso, João Cancelo, Ricardo Horta, Rony Lopes,
Bernardo
Silva, Ivan Cavaleiro e Hélder Costa nas camadas jovens do
Benfica,
ingressou nos juniores do Real
SC em 2012-13.
Na temporada seguinte
transitou para a equipa principal dos realistas,
em 2014-15 sagrou-se campeão distrital da AF
Lisboa e duas épocas depois conquistou o título de campeão do
Campeonato
de Portugal.
Já em 2017-18 foi
utilizado em 31 encontros (23 a titular) na II
Liga e apontou quatro golos, diante de Oliveirense,
Benfica
B, Nacional
e Sp.
Covilhã, registo ainda assim insuficiente para evitar a descida
de divisão.
Após a despromoção
emigrou para os Países
Baixos, onde representou o FC Eindhoven.
2. Gustavo Cazonatti (31 jogos)
Gustavo Cazonatti |
Disputou o mesmo número
de jogos de Marcelo Lopes, mas amealhou mais 570 minutos – 2589
contra 2019.
Médio brasileiro que
passou pelas camadas jovens do Santos, chegou ao Real
SC no verão de 2017, por empréstimo do Rio Claro.
Na primeira temporada no
emblema
do concelho de Sintra atuou em 31 jogos (30 a titular) e marcou
um golo à Oliveirense
na II
Liga, insuficiente para evitar a despromoção ao Campeonato
de Portugal.
Após a descida de
divisão permaneceu mais um ano no clube, novamente por empréstimo
da formação paulista, que em 2019-20 o cedeu ao Mafra.
1. Carlos Vinícius (37 jogos)
Carlos Vinícius |
Se a participação do
Real
SC na II
Liga foi uma espécie de “uma crónica de uma despromoção
anunciada”, Carlos Vinícius bem se empenhou para que o desfecho
fosse diferente, uma vez que terminou essa temporada como segundo
melhor marcador da prova, com 19 golos, que correspondem a 40% dos
golos de toda a equipa.
Recrutado por empréstimo
ao Grêmio Anápolis tal como Tom, foi titular nos 37 encontros que
disputou e quase chegou às duas dezenas de remates certeiros.
Leixões
(três), Vitória
de Guimarães B (dois), Penafiel
(dois), Nacional
(dois), Sp.
Braga B (dois), FC
Porto B, Académica,
União da Madeira, Sporting
B, Benfica
B (dois), Varzim e Gil
Vicente foram as vítimas deste possante avançado brasileiro
(1,90 m que passou pelas camadas jovens de Palmeiras
e Santos.
“Logo na pré-época,
num jogo-treino com o Estoril,
ele tem dois ou três pormenores que deixaram toda a gente deliciada.
Depois, marca três golos na primeira jornada do campeonato, o que
não é normal. E da forma como foi, porque eu lembro-me
perfeitamente: ele desbastou completamente a defesa do Leixões
naquele dia”, recordou o treinador Filipe Martins ao Maisfutebol
em janeiro de 2020.
“A vida dele era
casa-treino, treino-casa. É um gajo que não gosta de noite, que não
gosta de bebidas alcoólicas, que não se perde e que vai à igreja.
Estava sempre a convidar-me para ir com ele”, lembrou o delegado do
futebol sénior do Real
SC, Daniel Canário.
Após a descida de
divisão, Vinícius transferiu-se para o Nápoles, num negócio
alinhavado ainda com a época a decorrer e que rendeu quatro milhões
de euros aos realistas.
O atacante não vingou no emblema italiano, mas acabou por
representar clubes como Mónaco,
Benfica,
Tottenham
e PSV
– a transferência para as águias,
em 2019, rendeu mais 3,4 milhões de euros à formação
de Queluz.
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