domingo, 7 de agosto de 2022

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Real SC na II Liga

Dez jogadores importantes na história recente do Real SC
Fundado a 7 de agosto de 1995, o Real Sport Clube nasceu da fusão do Grupo Desportivo de Queluz com o Clube Desportivo e Recreativo de Massamá com o intuito de criar na cidade de Queluz um emblema eclético e mais representativo.

A escolha do nome está relacionada com o Palácio Real de Queluz, ex-libris da cidade, enquanto as cores do clube (azul claro, preto e amarelo) é uma junção dos clubes que lhe deram origem.

Apesar da fusão ter acontecido, o Real SC assume como data de fundação a do Grupo Desportivo de Queluz (25 de dezembro de 1951), porque era o clube que tinha a inscrição regularizada na Federação Portuguesa de Futebol e que tinha as instalações que viriam a ser utilizadas pela nova agremiação.

Ao longo dos tempos, tem vindo a ser conhecido como Real Massamá, uma designação incorreta, segundo os responsáveis. Embora a sede seja mesmo em Massamá, o campo é em Monte Abraão, na freguesia de Queluz, de onde são naturais os sócios mais antigos.

Logo um ano após a fusão em 1996, o Real SC conseguiu chegar pela primeira vez aos campeonatos nacionais, ao participar na III Divisão. Após várias épocas entre os distritais da AF Lisboa e a III Divisão, os realistas foram promovidos à II Divisão B em 2005 e por lá ficando em 2011. Em 2006-07 alcançaram o primeiro lugar na Série D, mas não lograram a subida à II Liga devido a uma derrota com o Fátima no playoff de promoção.

Em termos de Campeonato de Portugal, o emblema do concelho de Sintra soma cinco participações e um título de campeão nacional, em 2016-17. Nessa mesma época, a formação de Queluz conseguiu atingir os oitavos de final da Taça de Portugal, tendo sido eliminada pelo Benfica no Estádio do Restelo.

Na temporada seguinte, o Real SC participou na II Liga, mas não foi além do 20.º e último lugar no campeonato e consequente despromoção.

Paralelamente, o clube tem sido um autêntico viveiro de craques, uma vez que passaram pela sua formação nomes como Nani, Ivan Cavaleiro, Pedro Mendes, Rafael Camacho, Rodrigo Fernandes, Ricardo Vaz Tê, Florentino Luís, Garry Rodrigues, Miguel Cardoso, Rafael Ramos ou Abel Camará.

Vale por isso a pena recordar os dez futebolistas com mais jogos pelo Real Sport Clube no Campeonato de Portugal.

10. João Basso (22 jogos)

Disputou o mesmo número de jogos de Brash e Abdoulaye Dialló, mas amealhou mais minutos em campo: 1643.
Defesa central brasileiro que chegou a Portugal pela porta do Estoril em 2016-17, foi emprestado ao Real SC na época seguinte.
Pelo emblema do concelho de Sintra atuou em 22 jogos (18 a titular) na II Liga e apontou dois golos, diante de Vitória de Guimarães B e Penafiel, insuficientes para evitar a despromoção ao Campeonato de Portugal.
A seguir à descida de divisão regressou aos estorilistas.



9. Tom (22 jogos)

Tom
Disputou o mesmo número de jogos de João Basso, Brash e Abdoulaye Dialló, mas somou mais minutos em campo: 1980.
Mais um jogador brasileiro, neste caso um guarda-redes de elevada estatura (1,96 m) que chegou ao Real SC por empréstimo do Grêmio Anápolis no verão de 2017.
Na única temporada que passou em Portugal disputou 22 jogos e sofreu 38 golos na II Liga, mostrando-se impotente para evitar a despromoção.
Após a descida de divisão prosseguiu o seu trajeto nas divisões secundárias do futebol brasileiro.



8. Abou Touré (23 jogos)

Abou Touré
Extremo senegalês que jogou nos juniores do Sporting ao lado de Rafael Barbosa e Matheus Pereira, entre outros, passou pelos seniores de 1º Dezembro, Mafra e Gil Vicente antes de ingressar no Real SC no verão de 2017.
Na primeira época no emblema do concelho de Sintra participou em 23 partidas (13 a titular) na II Liga e apontou dois golos, frente a Académico de Viseu e Académica, insuficientes para evitar a descida de divisão. No entanto, a primeira temporada de Abou Touré nos realistas ficou marcada pela desclassificação da equipa da Taça da Liga devido à utilização irregular do jogador, que deveria ter cumprido castigo na partida diante do Belenenses, na segunda fase da competição.
Após a despromoção permaneceu mais um ano no clube, a jogar no Campeonato de Portugal.



7. Diogo Coelho (26 jogos)

Diogo Coelho
Lateral/médio esquerdo de baixa estatura (1,68 m) natural de Oeiras, ingressou nos juniores do Real SC em 2010-11, depois de passagens pelas camadas jovens de Benfica e Estrela da Amadora.
Quando subiu a sénior foi emprestado ao Ribeirão e depois ao Trofense, embora se tivesse chegado a estrear pela equipa principal dos realistas no início da temporada 2012-13.
No verão de 2013 assinou pelo Sp. Braga, clube pelo qual jogou apenas na equipa B e que o emprestou a União da Madeira e Farense.
Depois de uma passagem pelo Santa Clara voltou ao emblema do concelho de Sintra em 2017-18 para atuar em 26 encontros (24 a titular) na II Liga, mostrando-se impotente para evitar a descida ao Campeonato de Portugal.
Após a despromoção emigrou para a Islândia. "Chegou ao fim mais uma época! Época repleta de altos e baixos. Fica o sentimento de desilusão pois não conseguimos atingir o nosso principal objetivo, mas com a certeza que cada um de nós deu o seu melhor perante todas as dificuldades e adversidades para que tudo corresse pelo melhor! Este clube merece muito mais!", escreveu no Facebook aquando da despedida.



6. Marcos Barbeiro (29 jogos)

Marcos Barbeiro
Lateral/extremo internacional por São Tomé e Príncipe, entrou no futebol português precisamente pela porta da equipa de juniores do Real SC em 2012-13.
Entretanto saiu para o Sporting e mudou-se para o Marítimo, tendo regressado a Queluz por empréstimo dos madeirenses em 2017-18, temporada em que disputou 29 partidas (16 a titular) na II e somou três remates certeiros, diante de União da Madeira, Nacional e Leixões, insuficientes para evitar a despromoção.
Na época seguinte continuou cedido aos realistas, mas depois vinculou-se ao emblema do concelho de Sintra a título definitivo e por lá continua. Em 2022-23 vai vestir a camisola tricolor pela sexta temporada consecutiva.



5. Tiago Morgado (29 jogos)

Tiago Morgado
Disputou o mesmo número de jogos de Marco Barbeiro, mas amealhou mais 248 minutos em campo – 1771 contra 1523.
Médio lisboeta dotado de um potente remate de pé direito, jogou ao lado de Tiago Ilori, João Mário, Ricardo Esgaio, Ricardo Pereira e João Carlos Teixeira na formação do Sporting antes de ingressar nos juvenis do Real SC em 2009-10, numa altura em que o clube de Queluz tinha um protocolo de cedência de jogadores com os leões.
A transição para a equipa principal aconteceu em 2012-13, uma temporada que culminou com a despromoção aos distritais da AF Lisboa.
No entanto, Tiago Morgado permaneceu na equipa e em 2014-15 sagrou-se campeão distrital e contribuiu para a consequente subida ao Campeonato de Portugal, patamar em que jogou na época seguinte.
Valorizado, deu o salto para o Moreirense. Acabou por não se impor em Moreira de Cónegos, embora tenha conquistado a Taça da Liga, pelo que voltou ao Real SC em 2017-18 para participar em 29 encontros (19 a titular) na II Liga e apontar três golos, diante de Sp. Covilhã, Benfica B e Vitória de Guimarães B, insuficientes para evitar a despromoção.
Na temporada que se seguiu passou pelo Merelinense, mas regressou ao emblema do concelho de Sintra em 2019-20 e 2021-22 – pelo meio, vestiu as camisolas de Sp. Covilhã e Alverca, estando já comprometido com os ribatejanos para a época que está prestes a iniciar.



4. Paulinho (30 jogos)

Paulinho
A alma e coração do Real SC, um lateral direito que chegou ao clube enquanto júnior de segundo ano em 2010-11, transitou para a equipa principal na época seguinte e desde então que tem sido titular indiscutível na defesa realista. Curiosamente, a exceção foi a época 2016-17, quando esteve ao serviço do Loures enquanto a formação de Queluz conquistou o título nacional do Campeonato de Portugal e alcançou a subida à II Liga.
Além de ter jogado com a camisola tricolor na III Divisão Nacional (2011-12 e 2012-13), na I Divisão Distrital da AF Lisboa (2013-14 e 2014-15), no Campeonato de Portugal (2015-16 e entre 2018-19 e 2020-21) e na Liga 3 (desde 2021-22), Paulinho competiu na II Liga em 2017-18.
Nessa temporada atuou em 30 jogos (29 a titular) e marcou um golo ao Académico de Viseu no segundo escalão, mostrando-se impotente para evitar a despromoção. “A nível coletivo a época não correu bem, como todos sabem, mas individualmente foi uma época bastante positiva, porque joguei quase sempre e num bom nível. Os hábitos que mudei foram passar a treinar de manhã, onde nunca tinha treinado. É totalmente diferente treinarmos de manhã, quando o corpo está completamente disponível, do que treinar à noite, depois de um dia de trabalho”, afirmou ao portal Cem Oportunidades em outubro de 2020.
“A minha ideia desde o início foi ficar no Real SC, mas se tivesse uma proposta de campeonatos superiores poderia sair. Sempre disse que para sair do Real SC para uma equipa do mesmo campeonato tinha de ser uma proposta bastante boa, porque na minha opinião o Real SC neste campeonato oferece condições de topo em todos os níveis. O Real SC é um clube que merece estar num patamar superior no futebol português, por tudo aquilo que representa”, acrescentou, explicando a longevidade no clube.



3. Marcelo Lopes (31 jogos)

Marcelo Lopes
Extremo natural de Oeiras e que jogou ao lado de Bruno Varela, Fábio Cardoso, João Cancelo, Ricardo Horta, Rony Lopes, Bernardo Silva, Ivan Cavaleiro e Hélder Costa nas camadas jovens do Benfica, ingressou nos juniores do Real SC em 2012-13.
Na temporada seguinte transitou para a equipa principal dos realistas, em 2014-15 sagrou-se campeão distrital da AF Lisboa e duas épocas depois conquistou o título de campeão do Campeonato de Portugal.
Já em 2017-18 foi utilizado em 31 encontros (23 a titular) na II Liga e apontou quatro golos, diante de Oliveirense, Benfica B, Nacional e Sp. Covilhã, registo ainda assim insuficiente para evitar a descida de divisão.
Após a despromoção emigrou para os Países Baixos, onde representou o FC Eindhoven.



2. Gustavo Cazonatti (31 jogos)

Gustavo Cazonatti
Disputou o mesmo número de jogos de Marcelo Lopes, mas amealhou mais 570 minutos – 2589 contra 2019.
Médio brasileiro que passou pelas camadas jovens do Santos, chegou ao Real SC no verão de 2017, por empréstimo do Rio Claro.
Na primeira temporada no emblema do concelho de Sintra atuou em 31 jogos (30 a titular) e marcou um golo à Oliveirense na II Liga, insuficiente para evitar a despromoção ao Campeonato de Portugal.
Após a descida de divisão permaneceu mais um ano no clube, novamente por empréstimo da formação paulista, que em 2019-20 o cedeu ao Mafra.



1. Carlos Vinícius (37 jogos)

Carlos Vinícius
Se a participação do Real SC na II Liga foi uma espécie de “uma crónica de uma despromoção anunciada”, Carlos Vinícius bem se empenhou para que o desfecho fosse diferente, uma vez que terminou essa temporada como segundo melhor marcador da prova, com 19 golos, que correspondem a 40% dos golos de toda a equipa.
Recrutado por empréstimo ao Grêmio Anápolis tal como Tom, foi titular nos 37 encontros que disputou e quase chegou às duas dezenas de remates certeiros. Leixões (três), Vitória de Guimarães B (dois), Penafiel (dois), Nacional (dois), Sp. Braga B (dois), FC Porto B, Académica, União da Madeira, Sporting B, Benfica B (dois), Varzim e Gil Vicente foram as vítimas deste possante avançado brasileiro (1,90 m que passou pelas camadas jovens de Palmeiras e Santos.
“Logo na pré-época, num jogo-treino com o Estoril, ele tem dois ou três pormenores que deixaram toda a gente deliciada. Depois, marca três golos na primeira jornada do campeonato, o que não é normal. E da forma como foi, porque eu lembro-me perfeitamente: ele desbastou completamente a defesa do Leixões naquele dia”, recordou o treinador Filipe Martins ao Maisfutebol em janeiro de 2020.
“A vida dele era casa-treino, treino-casa. É um gajo que não gosta de noite, que não gosta de bebidas alcoólicas, que não se perde e que vai à igreja. Estava sempre a convidar-me para ir com ele”, lembrou o delegado do futebol sénior do Real SC, Daniel Canário.
Após a descida de divisão, Vinícius transferiu-se para o Nápoles, num negócio alinhavado ainda com a época a decorrer e que rendeu quatro milhões de euros aos realistas. O atacante não vingou no emblema italiano, mas acabou por representar clubes como Mónaco, Benfica, Tottenham e PSV – a transferência para as águias, em 2019, rendeu mais 3,4 milhões de euros à formação de Queluz.






 





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