Os camaroneses e senegaleses que estiveram vinculados ao Estoril |
Anunciado recentemente
como reforço do Estoril,
o médio James Léa Siliki (ex-Rennes), que curiosamente até nasceu
na cidade francesa de Sarcelles, vai tornar-se no sexto camaronês da
história do emblema
canarinho, mas apenas o quinto a jogar pela equipa principal,
dando sequência a uma história de quase duas décadas.
Numa altura em que a
seleção dos Camarões somava já cinco presenças em Campeonatos do
Mundo (1982, 1990, 1994, 1998 e 2002)
e quatro títulos africanos (1984, 1988, 2000 e 2002)
e tinha acabado de se sagrar vice-campeão da Taça das
Confederações, chegou ao António Coimbra da Mota no verão de 2003
o primeiro leão indomável, o central Buba,
internacional sub-18 pelo seu país.
Buba |
Natural de Balong e
oriundo dos turcos do Altay já depois de passagens por Canon Yaoundé
e Fenerbahçe Yaoundé, foi uma peça importante para Ulisses Morais
em 2003-04, época marcada pela conquista do título da II
Liga e consequente promoção à I
Liga mas também por um percurso meritório até aos quartos de
final da Taça
de Portugal.
Na temporada seguinte foi
titular indiscutível no eixo defensivo estorilista,
mas mostrou-se impotente para impedir a despromoção.
Em 2005-06 ainda começou
a época nos canarinhos,
mas em janeiro mudou-se para o Beira-Mar,
numa altura em que o clube
do concelho de Cascais atravessava graves problemas financeiros,
despedindo-se após 68 jogos e oito golos.
Nenhum dos camaroneses
que se seguiram teve tanto sucesso na Amoreira.
Proveniente dos belgas do
AFC Tubize, chegou ao António Coimbra da Mota em janeiro de 2010,
tendo em meia da época atuado em dez partidas e apontado um golo ao
Sp.
Covilhã, numa altura em que os canarinhos
militavam na II
Liga.
Após esse meio ano na
Linha de Cascais mudou-se para o Arouca,
clube pelo qual teve mais sucesso.
Ibra Koneh |
Entretanto o Estoril
subiu à I
Liga em 2012 e desceu à II
Liga seis anos depois. Foi precisamente no regresso ao segundo
escalão que chegou à Amoreira o extremo Ibra Koneh,
natural de Yaoundé e emprestado pelo Boavista
em janeiro de 2019 após ter despontado nos distritais da AF Aveiro
ao serviço de clubes como Esmoriz e Lusitânia
de Lourosa.
Em menos de meio ano no
António Coimbra da Mota participou em onze jogos no campeonato, não
tendo marcado qualquer golo.
Após o empréstimo
terminou a ligação ao Boavista
e mudou-se para Chipre.
Na única temporada que
passou no António Coimbra da Mota atuou em 24 jogos em todas as
competições e marcou um golo ao Leixões,
numa partida da II
Liga.
No final da época
transferiu-se para o Varzim.
Lionnel Negou |
Se Buba, N'Jock, Koneh e
Tembeng representaram a equipa principal do Estoril,
o extremo Lionnel Negou jogou pelos sub-23 estorilistas
entre 2018 e 2020, tendo amealhado 49 encontros e nove golos na Liga
Revelação nesse período. Antes, tinha jogado por Naval e Loures
no Campeonato
de Portugal.
Em outubro de 2019 foi
convocado à seleção de sub-23 dos Camarões e no ano seguinte
transferiu-se para os polacos do Légia Varsóvia.
De N'Doye a Coly, os leões da Taranga que passaram pela Amoreira
Ousmane N'Doye |
Paralelamente, o
centrocampista defensivo Mor Ndiaye (ex-FC
Porto B), nascido em Thiès, vai tornar-se no quinto senegalês a
jogar pelo Estoril.
O primeiro jogador natural do Senegal a representar o emblema
canarinho, o médio ofensivo Ousmane N’Doye, também
nasceu em Thiès e foi mesmo companheiro de equipa de Buba no António
Coimbra da Mota em 2004-05, numa altura em que a seleção senegalesa
já se tinha estreado em Campeonatos do Mundo (em 2002)
e somava nove participações na Taça das Nações Africanas.
Internacional A pelo
Senegal e com experiência na liga francesa adquirida ao serviço do
Toulouse, N'Doye esteve apenas meio ano na Amoreira, entre julho e
dezembro de 2004, tendo rescindido contrato após entrar em rutura
com o treinador Litos, numa altura em que somava 13 partidas oficiais
e três golos, um dos quais ao
FC Porto em pleno Estádio do Dragão.“Para mim chega, vou-me embora. Já tomei a decisão e não jogo mais pelo Estoril. Não consigo trabalhar com gente que mente. Não estou bem com o treinador e sei que não vou jogar mais. Prefiro parar e ir embora. Mas fui eu que decidi assim”, explicou N’Doye, que se desentendeu com o técnico por não o ter cumprimento e ainda por ter pontapeado uma garrafa após ser substituído no jogo frente ao Benfica no Estádio da Luz.
“Ele [Litos] disse-me: estou à espera que peças desculpa. Mas em França é normal um jogador dar um pontapé numa garrafa quando é substituído, porque quer sempre jogar mais. Eu não tenho que pedir desculpa. Sei que depois foi fazer queixa de mim aos diretores. Ele não foi honesto comigo. Eu sempre trabalhei bem e dei sempre o máximo. Parto sem queixas dos dirigentes, foram corretos comigo, e dos jogadores, mas ele, nem sei se é treinador”, criticou o senegalês, que acabou por se transferir para o Penafiel.
Remond Mendy |
O
senhor que se seguiu foi o avançado Remond Mendy,
natural da capital Dakar, que surgiu na Amoreira em 2006-07, após
ter entrado no futebol português na época anterior ao serviço do
Desp.
Aves. Ao serviço do Estoril
atuou em 22 partidas e apontou três golos, numa temporada em que os
canarinhos
militavam na II Liga.
No
verão de 2007 transferiu-se para os romenos do Gloria Buzau.Oumas Diakhité |
Depois
de um médio e um avançado, em 2015-16 ingressou no Estoril
um defesa senegalês, o central Oumar Diakhité,
de elevada estatura (1,90 m) e natural de Kedougou. Inicialmente
emprestado pelo Olhanense,
clube que lhe abriu as portas do futebol português após uma
passagem pelos norte-americanos do Orlando City, amealhou 60
encontros e um golo pelos estorilistas
entre 2015 e 2019, tendo sido cedido pelo meio ao Kazma SC, do
Kuwait.
Após
quatro anos nos estorilistas, mudou-se para os romenos do Sepsi OSK
no verão de 2019.Racine Coly |
O
último senegalês a jogar pelo Estoril...
ainda faz parte do plantel. Falamos do lateral esquerdo internacional
A Racine Coly. Com
experiência na Série B de Itália adquirida ao serviço do Brescia
e no campeonato
francês e na Liga
Europa com a camisola do Nice, representou ainda o Famalicão
na segunda metade da época 2019-20 antes de surgir como reforço
estorilista
no verão de 2021.
Tapado
pelo mais experiente Joãozinho, não foi além de três jogos em
todas as competições na primeira época no António Coimbra da
Mota, um registo que vai tentar superar em 2022-23.
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