domingo, 31 de julho de 2022

Os camaroneses e senegaleses que representaram o Estoril antes de Siliki e Ndiaye

Os camaroneses e senegaleses que estiveram vinculados ao Estoril
Anunciado recentemente como reforço do Estoril, o médio James Léa Siliki (ex-Rennes), que curiosamente até nasceu na cidade francesa de Sarcelles, vai tornar-se no sexto camaronês da história do emblema canarinho, mas apenas o quinto a jogar pela equipa principal, dando sequência a uma história de quase duas décadas.

Numa altura em que a seleção dos Camarões somava já cinco presenças em Campeonatos do Mundo (1982, 1990, 1994, 1998 e 2002) e quatro títulos africanos (1984, 1988, 2000 e 2002) e tinha acabado de se sagrar vice-campeão da Taça das Confederações, chegou ao António Coimbra da Mota no verão de 2003 o primeiro leão indomável, o central Buba, internacional sub-18 pelo seu país.
Buba
Natural de Balong e oriundo dos turcos do Altay já depois de passagens por Canon Yaoundé e Fenerbahçe Yaoundé, foi uma peça importante para Ulisses Morais em 2003-04, época marcada pela conquista do título da II Liga e consequente promoção à I Liga mas também por um percurso meritório até aos quartos de final da Taça de Portugal.
Na temporada seguinte foi titular indiscutível no eixo defensivo estorilista, mas mostrou-se impotente para impedir a despromoção.
Em 2005-06 ainda começou a época nos canarinhos, mas em janeiro mudou-se para o Beira-Mar, numa altura em que o clube do concelho de Cascais atravessava graves problemas financeiros, despedindo-se após 68 jogos e oito golos.
Nenhum dos camaroneses que se seguiram teve tanto sucesso na Amoreira.



Jérémie N'Jock

Quatro anos após a saída de Buba, o Estoril contratou o gigante ponta de lança (1,96 m) Jérémie N’Jock, um globetrotter que tinha jogado em países como Suíça, Qatar, Marrocos, Alemanha, Roménia e França e que tinha feito testes no Marítimo em 2004.
Proveniente dos belgas do AFC Tubize, chegou ao António Coimbra da Mota em janeiro de 2010, tendo em meia da época atuado em dez partidas e apontado um golo ao Sp. Covilhã, numa altura em que os canarinhos militavam na II Liga.
Após esse meio ano na Linha de Cascais mudou-se para o Arouca, clube pelo qual teve mais sucesso.


Ibra Koneh
Entretanto o Estoril subiu à I Liga em 2012 e desceu à II Liga seis anos depois. Foi precisamente no regresso ao segundo escalão que chegou à Amoreira o extremo Ibra Koneh, natural de Yaoundé e emprestado pelo Boavista em janeiro de 2019 após ter despontado nos distritais da AF Aveiro ao serviço de clubes como Esmoriz e Lusitânia de Lourosa.
Em menos de meio ano no António Coimbra da Mota participou em onze jogos no campeonato, não tendo marcado qualquer golo.
Após o empréstimo terminou a ligação ao Boavista e mudou-se para Chipre.



Nego Tembeng
Quando Koneh saiu, entrou o médio defensivo internacional sub-20 e sub-23 camaronês Nego Tembeng, nascido em Douala e com experiência de I Liga adquirida ao serviço do Tondela, depois de experiências nos campeonatos de Camarões e Argélia.
Na única temporada que passou no António Coimbra da Mota atuou em 24 jogos em todas as competições e marcou um golo ao Leixões, numa partida da II Liga.
No final da época transferiu-se para o Varzim.



Lionnel Negou
Se Buba, N'Jock, Koneh e Tembeng representaram a equipa principal do Estoril, o extremo Lionnel Negou jogou pelos sub-23 estorilistas entre 2018 e 2020, tendo amealhado 49 encontros e nove golos na Liga Revelação nesse período. Antes, tinha jogado por Naval e Loures no Campeonato de Portugal.
Em outubro de 2019 foi convocado à seleção de sub-23 dos Camarões e no ano seguinte transferiu-se para os polacos do Légia Varsóvia.




De N'Doye a Coly, os leões da Taranga que passaram pela Amoreira

Ousmane N'Doye
Paralelamente, o centrocampista defensivo Mor Ndiaye (ex-FC Porto B), nascido em Thiès, vai tornar-se no quinto senegalês a jogar pelo Estoril. O primeiro jogador natural do Senegal a representar o emblema canarinho, o médio ofensivo Ousmane N’Doye, também nasceu em Thiès e foi mesmo companheiro de equipa de Buba no António Coimbra da Mota em 2004-05, numa altura em que a seleção senegalesa já se tinha estreado em Campeonatos do Mundo (em 2002) e somava nove participações na Taça das Nações Africanas.
Internacional A pelo Senegal e com experiência na liga francesa adquirida ao serviço do Toulouse, N'Doye esteve apenas meio ano na Amoreira, entre julho e dezembro de 2004, tendo rescindido contrato após entrar em rutura com o treinador Litos, numa altura em que somava 13 partidas oficiais e três golos, um dos quais ao FC Porto em pleno Estádio do Dragão.
“Para mim chega, vou-me embora. Já tomei a decisão e não jogo mais pelo Estoril. Não consigo trabalhar com gente que mente. Não estou bem com o treinador e sei que não vou jogar mais. Prefiro parar e ir embora. Mas fui eu que decidi assim”, explicou N’Doye, que se desentendeu com o técnico por não o ter cumprimento e ainda por ter pontapeado uma garrafa após ser substituído no jogo frente ao Benfica no Estádio da Luz.
“Ele [Litos] disse-me: estou à espera que peças desculpa. Mas em França é normal um jogador dar um pontapé numa garrafa quando é substituído, porque quer sempre jogar mais. Eu não tenho que pedir desculpa. Sei que depois foi fazer queixa de mim aos diretores. Ele não foi honesto comigo. Eu sempre trabalhei bem e dei sempre o máximo. Parto sem queixas dos dirigentes, foram corretos comigo, e dos jogadores, mas ele, nem sei se é treinador”, criticou o senegalês, que acabou por se transferir para o Penafiel.

  


Remond Mendy
O senhor que se seguiu foi o avançado Remond Mendy, natural da capital Dakar, que surgiu na Amoreira em 2006-07, após ter entrado no futebol português na época anterior ao serviço do Desp. Aves. Ao serviço do Estoril atuou em 22 partidas e apontou três golos, numa temporada em que os canarinhos militavam na II Liga.
No verão de 2007 transferiu-se para os romenos do Gloria Buzau.





Oumas Diakhité

Depois de um médio e um avançado, em 2015-16 ingressou no Estoril um defesa senegalês, o central Oumar Diakhité, de elevada estatura (1,90 m) e natural de Kedougou. Inicialmente emprestado pelo Olhanense, clube que lhe abriu as portas do futebol português após uma passagem pelos norte-americanos do Orlando City, amealhou 60 encontros e um golo pelos estorilistas entre 2015 e 2019, tendo sido cedido pelo meio ao Kazma SC, do Kuwait.
Após quatro anos nos estorilistas, mudou-se para os romenos do Sepsi OSK no verão de 2019.



Racine Coly
O último senegalês a jogar pelo Estoril... ainda faz parte do plantel. Falamos do lateral esquerdo internacional A Racine Coly. Com experiência na Série B de Itália adquirida ao serviço do Brescia e no campeonato francês e na Liga Europa com a camisola do Nice, representou ainda o Famalicão na segunda metade da época 2019-20 antes de surgir como reforço estorilista no verão de 2021.
Tapado pelo mais experiente Joãozinho, não foi além de três jogos em todas as competições na primeira época no António Coimbra da Mota, um registo que vai tentar superar em 2022-23.








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